Desafio de uma jovem swinger

Um conto erótico de Ana Beatriz S
Categoria: Heterossexual
Data: 16/06/2007 20:30:05
Assuntos: Heterossexual, Swing

Ana Beatriz S. ()

Juiz de Fora

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Oito semanas havia que voltáramos de nossa lua-de-mel. Ludwig retornara à sua rotina na fábrica. Eu cumpria a promessa que fiz. Não voltei a trabalhar e preenchia o tempo lendo Proust e trabalhando como voluntária.

Mas enfim eu topara ser uma swinger, isso significa troca de casais e até o momento não trocara nada. Juro que temia a primeira vez. Pensava em anúncios em internetes, festas em porões com correntes, cadeados e música rave e tatuagens de hell´s angels. Mas Geórgia e Tércio eram o casal mais couple next door, como os americanos dizem, que já vimos. Ela era branca do cabelo alourado escorrido, tipo argentina apesar de nada ter a ver com o país. Ele tinha aqueles olhinhos claros que minha avó falava olho de menino bom.

Nós os conhecemos em frente à Igreja da Pampulha do Niemeyer em Belo Horizonte. Eles, turistas de fim de semana, comemoravam dois anos de docinho-casadinho. Ludwig passara a semana por lá inspecionando uma fabricação de rolamentos e me chamara para viver o sábado e o domingo a passear.

Tiravam fotos. Ele pediu para Ludwig tirar a foto deles na Olimpus 2.1, ela na sua calça e blusa creme combinando, os óculos que se derramavam pela bochecha, tipo anos setenta, ele no jeans e camisa de gola rolê. Dizem que juizdeforano não tem sotaque, mas tem. Reconhecemo-nos na hora. Acabamos indo juntos visitar o Museu de Arte e tiramos uma foto a quatro na pista de dança do antigo cassino, hoje museu.

De volta continuamos a nos encontrar para um refrigerante ou sorvetinho diet, às vezes nós duas, às vezes com os maridos. Tinham um apartamentinho no Bosque dos Pinhais. Cozinhavam lasanha, iam ao cinema no Moviecom Alameda, lavavam os pratos juntinhos. Ensinei a eles uma fritada de pedaços de frango que era um sucesso em Espera Feliz, terra de minha mãe. Geórgia queria se aperfeiçoar em psicopedagogia na PUC do Rio e eu dava força. Cheguei a indicar alguém que alugava apartamentos baratinho na Gávea. Tércio me ajudava a dar força, se entusiasmava com o futuro da esposa.

Um dia estávamos numa sorveteria na Vila Alpina, quase esquina com a Vitorino Braga. Ludwig e Geórgia na outra ponta da mesa falavam de viagens. Tércio e eu falávamos de natureza, Augusto Ruschi, de árvores da Mata Atlântica, jacarandás e caviúnas, os olhos marrom-claros muito perto. Pode parecer estranho uma cena romântica surgir da reciclagem de lixo, mas Tércio me falava de como ao separar as garrafas e papelões a gente faz duas coisas boas ao mesmo tempo, ajuda as pessoas necessitadas e preserva a natureza, e eu comovida com tanto idealismo juro que não pensei. Ou melhor, quando pensei já fazia uma meia dúzia de segundos que a minha língua e a dele roçavam e tentavam se dar nós, e os meus dedos entretecidos nos cabelos dele traziam sua cabeça para mim e as mãos dele nos meus cabelos faziam o mesmo. Passaram-se umas dezenas de segundos ou horas antes que abríssemos os olhos, e Ludwig e Geórgia sorriam como pais olhando traquinagem de bebês. Ludwig tossiu e perguntou para ela:

- Enfim, você também esteve em Salvador?

- Ah sim, cidade linda. Subiu no elevador Lacerda?

Minutos depois por expresso clamor da dupla Beatriz-Tércio, a dupla Geórgia-Ludwig nos levou para um motel lá perto. Não lembro o nome, lembro que os quartos e banheiros eram enormes. A segunda dupla sentada em almofadas ao lado do frigobar tagarelava sobre cidades distantes, das cidades que conheciam partiam para as que queriam conhecer, e quando as que queriam conhecer terminaram, apelaram para as que não queriam, e tome atrações turísticas do Tibete, Samarcanda e Ouro Fino do Mato Dentro.

A primeira dupla, creio, fazia algo bem mais interessante. Eu e Tércio viramos crianças, fascinadas com o mundo e nossos corpos. Eu via um jovem homem nu, ajoelhado na cama, com muito mais pelos no corpo que eu pudera imaginar, os bagos bem soltos emergindo dos muitos pelos acastanhados. O falo duro e um tanto recurvo tinha uma tendência para a esquerda. A cabeça meio encoberta pela pele pedia uma mão feminina para descobri-la. Os bicos do peito eram largos como os de uma mulher e mal se podiam ver em meio aos pelos. A carinha era mais inocente ainda que quando me falava das maravilhas da preservação da natureza.

Pelo super-espelhão-redondo do teto eu via uma jovem mulher nua, deitada, as pernas um pouquito abertas, seu triângulo negro bem definido à base de ladyshave, os bicos dos seios rígidos apontando o espelho. Ela se divertia passando a mão nas coxas cabeludas do rapaz, entretecendo os dedos nos pelos macios. Sentiu o peso dos ovos na mão, suspendeu-os, riu ao fazê-los balançar como badalos de sino.

Envolveu o falo e puxou a pele para trás, descobrindo a cabeça arroxeada. Tércio tocava e mal tocava nela com as pontas dos dedos, começando nos tornozelos, fazendo círculos, levando meio século para chegar à barriga da perna, e subir. Quando chegou ao tosão de pelos negros a garota dava mostras de não agüentar mais de urgência. Gotículas brilhantes ornavam as pontas de alguns dos pelos e entre eles alguém colocara um cordão fino de jóias cor-de-rosa como que envolvido em papel de seda negro. Derrubou o rapaz, pulou sobre ele. Um arranha-céu surgiu, cabeça brilhante apontando o teto. A garota sentou fazendo o arranha-céu de Tércio desaparecer tão rápido como surgira.

Meia hora ou sei lá quanto depois eu era pluma, leve no vento. Fechava o último botão da blusa, Tércio quarando na banheirona de hidromassagem. Quando voltei ao quarto e vi aquela mulher, nua, os seios de bicos pequenos um tantinho caídos, o triângulo de pelos um pouco mais claros que o cabelo. Estava deitada na frente de um homem alourado, o falo grosso desconhecendo a lei da gravidade, o sinalzinho marrom, o meu sinalzinho, a mais ou menos um terço dos pelos macios como algodão. Geórgia e Ludwig riram olhando a recém-chegada. Geórgia afastou mais ainda as pernas, uma fenda cor-de-rosa surgiu em meio ao triângulo. Riu de novo.

Confesso, minha cabeça deu um pulo, foi até o outro lado da lua e tive de me esforçar para fazê-la voltar. Respirei fundo, aspirei metade do ar do mundo até causar algum tufão nas Filipinas. Pensei: A-na-Be-a-triz, vo-cê-fez-um- a-cor-do. Você transaria com outros homens, seu marido transaria com outras mulheres, desde que fosse tudo claro, às abertas. Eu conhecia o lado amargo de ser uma swinger. Transar com outros homens, maravilha. Conhecer um jovem casado com carinha-de-anjo e brincar de cavalinho com ele, maravilha. Fazer amizade com uma mulher casada, gostar dela, tornar-se amiga dela, e descobrir que ela é uma piranh..., Não não, Beatriz, olha o acordo, que quer transar com o meu marido, que horror. Pior, ver o falo do meu homem, o meu falo, aquele verdadeiro pedaço de mim, vê-lo endurecer por causa de outra mulher, horror, horror.

Ela fez um gesto e disse Por favor?... e eu sabia o que eu deveria fazer. Infelizmente sabia. É um costume a mulher casada romanticamente colocar a ferramenta do próprio esposo na fenda da amiga. Eu disse a mim mesma pela trigésima-sexta vez Ana Beatriz, olha o acordo e juro que não sabia que sabia tantos palavrões, eu pensei piranha, puta, vagabunda, galinha, cadela, biscate, vaca, vadia, talarico e outros de diversos tempos e regiões.

Peguei o falo de Ludwig, a cabeça que eu conhecia tão bem parecendo ainda maior, puxei a garota mais para perto, espalmei minhas mãos no interior das coxas dela e abri mais as pernas um tanto finas, a fenda rósea tornou-se ainda mais definida. Fiz Ludwig se inclinar sobre a garota e dirigi a cabeça a mais ou menos um terço da fenda. A menina remexeu, soltou um par de gemidos. Remexi para cima, para baixo, achei o vazio, mandei meu marido montar. A cabeça desapareceu e a garota como que tentou pular para o lado como quem leva uma chicotada, esbugalhou os olhos e disse olhando para mim:

- Que pau gostoso!

Uma panela d´água sobre minha cabeça naquele momento ferveria. Retirei-me para uma cadeira, missão cumprida. A única forma de sobreviver àquilo foi imaginar que não eram meu marido e minha amiga, eram uma mulher e um homem qualquer na China ou Tailândia, por ali. Transavam de maneira clássica, Geórgia as pernas brancas bem abertas, Ludwig inclinado sobre ela estocando se apoiando com as mãos. Como relativamente pouco dos seus corpos tinha contato a garota dava quase pulos, dizendo Hoh, hoh!... e virando o rosto a cada estocada. Meu marido de vez em quando parava, pegava um dos seios da amiga, levava-o para o lábios, lambia os bicos e depois continuava. Confesso que entre minhas pernas surgiu aquela umidade, apesar da raiva, que deixava claro que eu estava a achar a cena interessante.

A garota em um pulo ficou de quatro e rebaixou a cabeça para a cama, mantendo o bumbum para cima, oferecendo bem a fenda já bastante mais dilatada para meu marido. Que aceitou a oferta, entrando firme na menina e fazendo a cama e quase o prédio todo vibrar. Gozaram juntos, meu marido jorrando seu leite bem no interior dela, não deixando nenhuma gotinha para eu ver.

Vestiram-se, voltamos, eu calada como ostra. Dia seguinte, eu voltava do Centro, encontrei na sala um bolo e os três que me cantavam Parabéns pra você, nesta data querida... O bolo tinha escrito, Parabéns pela estréia, e Ludwig, Tércio e Geórgia me abraçaram, Geórgia com aquele abraço sacudido e apertado, beijaram-me no rosto.

Ludwig disse que o desafio de um swinger é esse, não é transar, é ver o outro transar. Ele temia como eu levaria aquilo. Quando conhecemos Geórgia e Tércio, ele soube que já tinham saído um par de vezes com outros casais, não tinham problemas quanto a isso. E Ludwig combinou com Geórgia que se surgisse a ocasião eles a aproveitariam, e ficariam de olho na minha reação. E viram o ciúme nos meus olhos mas eu segurei bem. Retribuí os abraços, dei muitos beijos no rosto, comemos o bolo de recheio de ameixa e dançamos Lulu e Léo Jaime até a madrugada. Geórgia e Tércio são nossos amigos até hoje. Vivem num apartamentinho na Gávea e nos visitamos sempre.

Parabéns para mim!


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