O último dia em Trancoso começou com uma energia boa. Acordamos cedo e decidimos sair para explorar mais da região, alugando um jipe de praia. Pedro e eu fomos na frente, enquanto Luiza e Luana se acomodaram atrás, empolgadas com o passeio. O dia estava perfeito: sol, vento no rosto, e aquela sensação de liberdade que só uma praia paradisíaca pode oferecer.
Enquanto dirigíamos, olhei pelo retrovisor e vi Luana rindo com Luiza. Parecia tão leve, tão feliz, e eu pensei em como as coisas tinham mudado para nós. Não era só a paisagem que estava bonita naquele momento, mas a sensação de que, de alguma forma, estávamos aprendendo a navegar nessa vida nova e cheia de nuances.
**Agora deixa eu virar aqui pra vocês, porque acho importante compartilhar algo sobre o que aprendi.**
Ontem à noite foi um marco pra mim. A experiência com Diego e Raquel abriu meus olhos para algo que eu ainda não tinha compreendido direito. Quando Luana teve aquela noite na mansão, com todo aquele prazer intenso, eu confesso que senti raiva, dor e, sim, ciúmes. Saber que ela tinha feito coisas pela primeira vez com outro cara, como o anal, e ainda ter mentido pra mim sobre isso, me machucou muito. Mas no passeio de Iate, quando vivi algo semelhante (liberdade e prazer intenso), eu percebi que qualquer um que sentisse o que ela sentiu naquela noite iria querer repetir. É humano. A diferença foi que, dessa vez, eu consegui me colocar no lugar dela e entendi o que aconteceu.
Isso, meus amigos, se chama empatia.
Não, isso não apaga as feridas. Admito que fiquei balançado. Pensei em me separar dela, sim. Pensei em desistir, em largar tudo. Mas olha, eu também não sou santo. Durante um tempo, fiz coisas que Luana não sabe. Já fui chupado por outro cara quando estava com Marize e guardei isso só pra mim. Cheguei a entregar meu coração a outra mulher. Mas no fim, escolhi voltar pra Luana e tentar fazer dar certo, porque o amor muda, se transforma, e o que importa é o que decidimos fazer com ele no presente.
O encontro com Diego e Raquel foi importante pra me ajudar a enxergar isso de uma maneira nova. Eles não tinham amarras, viviam de forma leve, sem deixar de lado o respeito mútuo. Foi aí que percebi que dá pra ser feliz nessa vida, desde que haja clareza e limites. Sei que vocês talvez esperassem que eu gritasse com a Luana, a odiasse ou mesmo fosse embora. Mas a verdade é que eu sou diferente. Não sou um homem violento, nunca levantei a mão pra ela, nem faria isso.
Então por que escolhi ficar?
Olha, o mundo mudou. As mulheres querem curtir, experimentar o novo e por essa razão, é difícil encontrar mulheres em quem confiar. A Luana é linda, inteligente e, apesar de tudo, me ama. Ela nunca me desrespeitou ou me humilhou como muitos casais liberais vivem por aí.
Se pudesse voltar no tempo, talvez recusasse o convite daquela mansão e continuaríamos felizes como antes. Mas o passado não muda. O que muda é como escolhemos seguir em frente.
Enfim, deixa eu voltar ao passeio.
O dia foi incrível. Entre risadas e paisagens, sentimos que estávamos aproveitando cada momento daquele último dia em Trancoso. Luana e eu até tivemos nossos momentos íntimos durante o passeio, mas prefiro guardar isso só pra nós. Algumas coisas são especiais exatamente por serem só nossas.
Agora, posso dizer que a experiência toda, com seus altos e baixos, serviu pra nos fortalecer. Não somos um casal perfeito, mas estamos descobrindo um novo jeito de amar e viver, juntos. E no fim das contas, acho que é isso que importa.
O dia na praia estava perfeito. Entre o som das ondas e as risadas que trocávamos com Pedro e Luiza, a leveza do momento parecia nos envolver.
Foi no meio dessa diversão que Luana me surpreendeu. Ela virou pra mim, ainda com os cabelos molhados e o rosto iluminado pelo sol, e falou:
– Jonas, olha só pra Luiza e Pedro. Eles são tão felizes juntos. São mais que cônjuges, são grandes amigos. Quero que a gente seja assim também. Quero que a gente encontre a liberdade que eles têm.
Olhei pra ela e senti uma mistura de orgulho e alívio. Ela tinha razão. Luiza e Pedro pareciam estar em sintonia, rindo, brincando, sem o peso de cobranças ou expectativas. Era algo bonito de se ver e inspirador. Segurei a mão dela, deixando claro que aquilo era importante pra mim também.
– Daqui pra frente, vamos construir isso juntos, Luana. Uma nova vida, do jeito que a gente quiser.
Aproveitei aquele momento de honestidade e soltei uma provocação:
– E pra começar… a Luiza tá uma delícia. Quero dormir com ela hoje.
Luana arregalou os olhos, surpresa, mas logo abriu aquele sorriso que só ela sabe dar quando está com o espírito leve.
– Sabe que você vai ficar me devendo, né? E eu vou cobrar.
Dei uma risada e respondi no mesmo tom:
– Combinado.
Depois disso, o clima entre nós ficou ainda mais descontraído.
O dia continuou tranquilo e leve, mas minha cabeça já estava pensando na última noite em Trancoso. Enquanto estávamos na praia, vi Luana puxar Luiza de canto, as duas conversando baixo, provavelmente sobre o que tinha sido combinado. Fiquei só observando, mas sabia que ela estava acertando os detalhes daquela troca de casais que Luiza tinha sugerido antes.
Quando voltamos para o bangalô para tomar banho e nos arrumar, Luana me confirmou:
– Conversei com a Luiza. Ela lembrou da proposta e está tudo certo. Hoje, eu fico com o Pedro e você com a Luiza. Mas, já deixei claro que amanhã de manhã a gente se encontra na piscina pra tomar café, porque às 11:00 é o checkout.
Eu assenti, tranquilo.
– Tá certo, amor – respondi. – Vamos curtir a noite, mas sem esquecer que somos nós dois que estamos construindo tudo isso juntos.
Ela sorriu, me puxou pra perto e me deu um beijo.
Fui tomar banho e me preparar. Enquanto a água caía, fiquei pensando em como essas experiências nos mudaram. .
Quando saí do banheiro, Luana já estava pronta, com aquele brilho nos olhos de quem sabe que a noite vai ser especial. Ela me olhou e disse:
– Vai ser uma boa despedida, né?
Eu ri, joguei uma camiseta qualquer e respondi:
– Vai ser uma despedida à altura de Trancoso, com certeza.
A gente saiu juntos para encontrar o Pedro e a Luiza. .
Estávamos no quarto, e Luiza sentou ao meu lado na cama. Ela me olhou por um momento, meio hesitante, e finalmente começou a falar:
– Jonas, antes de qualquer coisa, eu preciso te dizer uma coisa… Eu estava com medo de você se separar da Luana. Não só por vocês dois, mas… por mim também.
Eu franzi a testa, meio confuso, e ela continuou:
– Eu amo o Pedro, ele é meu marido, minha base. Mas… eu te amo também. É um amor diferente, entende? Você foi o segundo homem da minha vida, Jonas. Depois do Pedro, nunca imaginei que ia sentir algo assim por outra pessoa.
Aquilo me pegou de surpresa. Eu não sabia o que responder de imediato, então fiquei quieto, deixando ela continuar.
– Se vocês dois não estivessem bem, eu não sei o que seria de mim. Eu ia perder você também, e isso me assustava.
Eu respirei fundo, processando o que ela tinha acabado de dizer. Olhei nos olhos dela e falei:
– Luiza, o que aconteceu entre mim e a Luana, a gente já está resolvendo. Sei que tudo isso é novo, é intenso, mas o que importa é que estamos construindo algo diferente. E sobre você… Eu também tenho um carinho enorme por você. Você é especial pra mim.
Ela sorriu, meio aliviada, e naquele momento, a tensão que estava no ar começou a se dissipar. A gente se aproximou, e eu a beijei, de um jeito calmo, como se aquele momento fosse uma forma de reafirmar que estava tudo bem.
A noite foi evoluindo, e em certo ponto, ela sussurrou no meu ouvido:
– Quero fazer algo especial hoje, algo que eu só fiz uma vez… com o Pedro.
Eu fiquei surpreso até que ela me disse que iria deixar eu comer o cuzinho dela. Deixei ela conduzir, e não pressionei e quando finalmente entrou, ela deu um leve suspiro e pediu para que eu fosse aumentando os movimentos aos poucos, até que ela relaxou de vez e assumir o controle até gozar. Percebi que ela sentiu um pouco de dor, mas o sentimento que ela demonstrava sentir por mim superou a expectativa.
Depois, enquanto estávamos deitados, ela falou baixinho:
– Eu confiei em você porque sabia que seria especial.
Eu sorri, passando a mão no cabelo dela, e respondi:
– E foi.
Pela primeira vez, olhei diretamente nos olhos dela e me vi neles.
A gente ficou ali, conversando sobre tudo e nada, até o sono chegar.
Bem cedinho, acordamos e seguimos para o restaurante, onde combinamos de encontrar Luana e Pedro. Assim que chegamos, Luiza foi direto para Pedro, deu um beijo nele e trocou algumas palavras baixinho. Luana, por outro lado, veio em minha direção com aquele sorriso que só ela tem.
Ela me deu um beijo, olhou nos meus olhos e perguntou, meio brincalhona:
– Então, aproveitou bastante a noite?
Dei uma risadinha e respondi:
– Nem tanto… Acho que ainda prefiro você.
Ela sorriu, daquele jeito que sempre me desarma, e respondeu:
– Bom saber disso, mas acho que tive Dejavu.
Depois disso, nos sentamos todos juntos à mesa para o café da manhã. Apesar da noite anterior ter sido marcante de várias formas, ali, naquela mesa, parecia que tudo fazia sentido de novo. Era como se estivéssemos recomeçando, juntos, com um novo entendimento do que éramos e do que queríamos ser daqui pra frente.