Gabriel estava sentado no sofá da sala, mexendo nervosamente no celular enquanto esperava sua namorada, Lívia.
Ela o havia chamado para uma conversa “importante”. O tom sério de sua mensagem o deixou inquieto, mas ele também sabia que Lívia adorava criar tensão antes de qualquer coisa.
Quando ela entrou na sala, ele prendeu a respiração. Lívia estava deslumbrante. Usava um vestido justo preto, com um decote que exalava confiança, e botas de couro preto de salto alto que faziam barulho a cada passo, ecoando pela sala como se fossem um chamado de atenção. Seu cabelo estava preso em um coque alto, deixando apenas alguns fios soltos que emolduravam seu rosto de forma quase perigosa.
Ela parou à frente dele e cruzou os braços, o peso de sua presença quase esmagando Gabriel. Seus olhos verdes o analisavam como se ele fosse um brinquedo.
— Você sabe por que estamos aqui, não sabe? — ela perguntou, a voz baixa e melodiosa, como o início de uma canção hipnotizante.
— Não tenho certeza, Lívia… — ele gaguejou, tentando desviar o olhar.
— Olhe para mim quando estiver falando comigo — ordenou, com um sorriso que misturava doçura e ameaça.
Ele ergueu os olhos, sentindo o rosto queimar.
— Há um tempo, percebo que você tem um… desejo. Algo que você tenta esconder, mas que fica tão claro nas suas ações. Você quer ser meu, Gabriel. Completamente.
Ele tentou protestar, mas Lívia ergueu uma mão delicada, calando-o.
— Eu não terminei. — Ela se inclinou, colocando uma das botas entre suas pernas, empurrando de leve para trás. Ele recuou no sofá, encurralado. — Você sempre tentou me agradar, sempre quis minha aprovação. E eu sei que, lá no fundo, você quer mais que isso. Quer se ajoelhar, não quer?
Gabriel engoliu em seco, sentindo-se desarmado pela intensidade da presença dela.
— Lívia, eu…
— Não precisa mentir. Eu não estou aqui para ouvir desculpas. Estou aqui para dar a você o que quer, mas sob as minhas condições.
Ela se afastou e deu uma volta lenta pela sala, os saltos marcando o ritmo de sua fala.
— Primeiro, você vai me obedecer. Sempre. Minhas palavras serão lei. Segundo, você vai abandonar qualquer ilusão de controle. Sua única função será me agradar. E terceiro… — ela se virou de repente, seus olhos cravando-se nos dele — você vai aprender a gostar disso, a me servir, porque é exatamente o que você nasceu para fazer.
Gabriel estava perdido. A voz de Lívia era como uma melodia que dançava entre comando e sedução, e a visão dela, com o corpo poderoso e as botas reluzentes, o fazia sentir um misto de medo e desejo.
— Você aceita, Gabriel? — ela perguntou, estendendo a mão com um sorriso de quem já sabia a resposta.
Tremendo, ele segurou a mão dela, mas antes que pudesse falar algo, Lívia puxou-o para frente, fazendo-o se ajoelhar no chão diante dela.
— Boa escolha — ela disse, com um toque de ironia. — Agora, mostre sua gratidão.
Ele olhou para ela, completamente subjugado, enquanto Lívia o encarava com um olhar de triunfo absoluto.
— Isso é apenas o começo, meu querido. — Ela se virou, caminhando lentamente, e ele sabia que a partir daquele momento, sua vida estava nas mãos dela.
Gabriel permanecia ajoelhado, o coração acelerado enquanto Lívia se afastava. Ele sentia o perfume dela ainda impregnado no ar, e o som das botas ecoava como um aviso de que ela estava no controle absoluto. Cada segundo parecia um teste de paciência, uma provocação.
Lívia parou perto da mesa de centro, pegando uma taça de vinho que ela havia preparado antes da conversa. De costas para Gabriel, inclinou-se levemente, exibindo as curvas perfeitas do corpo, ciente do impacto que causava.
— Você sabe… — começou ela, girando a taça na mão antes de levar o vinho aos lábios. — Há algo tão gratificante em ter alguém aos meus pés. Não apenas por obrigação, mas por desejo genuíno.
Ela virou-se lentamente, os olhos brilhando com um misto de malícia e fascínio. Lívia deu um passo à frente, aproximando-se de Gabriel, que ainda estava ajoelhado, agora com a cabeça baixa, sem saber como responder.
— Olhe para mim.
A voz dela era firme, mas envolvente, como se envolvesse cada sílaba em seda. Gabriel levantou os olhos, encontrando o olhar dominador dela. Lívia sorriu, passando a ponta do salto pela perna dele, subindo devagar, provocando arrepios.
— Você é meu agora, Gabriel. Não apenas meu namorado. Meu servo. E para que fique claro, eu não aceito menos do que dedicação total.
Ela inclinou-se ligeiramente, segurando o rosto dele com uma das mãos, as unhas perfeitamente feitas traçando sua mandíbula com delicadeza ameaçadora.
— E sabe o que mais? Eu acho isso divertido. Ver como você tenta resistir, como se ainda houvesse alguma luta em você.
Lívia deu um pequeno riso, erguendo-se de novo e caminhando até o centro da sala.
— Vamos começar com algo simples. Tire as minhas botas.
Gabriel hesitou por um momento, mas o olhar dela não deixou espaço para dúvidas. Ele se aproximou devagar, com as mãos trêmulas, e começou a desabotoar as fivelas das botas de Lívia. O cheiro do couro misturava-se com o perfume dela, uma combinação que parecia intoxicá-lo ainda mais.
— Com mais cuidado — disse ela, um tom de impaciência na voz. — Não estrague a minha diversão, querido.
Quando a primeira bota foi retirada, Lívia ergueu o pé, esperando que ele segurasse e apoiasse delicadamente enquanto ela se equilibrava no outro salto. Gabriel fez o que ela pediu, quase como se estivesse manipulando algo sagrado.
— Agora a outra.
Ele repetiu o gesto, sentindo-se completamente exposto e submisso. Quando terminou, Lívia se afastou e sentou-se na poltrona ao lado, cruzando as pernas.
— Muito bem. Agora, beije-as.
Gabriel hesitou novamente, mas o olhar afiado de Lívia o desarmou. Sem dizer nada, ele inclinou-se para frente e depositou um beijo na bota que ela havia colocado no chão.
Lívia riu, um som baixo e provocador.
— Você está aprendendo rápido. Quem sabe, com o tempo, eu até permita que você toque em mim… se for digno.
Ela esticou a perna, tocando levemente o peito de Gabriel com os dedos do pé.
— Mas por enquanto, sua posição é aqui mesmo. Aos meus pés.
Lívia então inclinou-se na poltrona, pegando novamente sua taça de vinho e saboreando um gole, enquanto observava Gabriel ajoelhado. Um sorriso de puro triunfo surgia em seus lábios.
— Espero que tenha clareza do que acabou de aceitar, meu querido. Porque, a partir de agora, a sua vida será dedicada exclusivamente a mim.
O silêncio na sala foi preenchido apenas pelo som da respiração pesada de Gabriel e pelo suave tilintar da taça de vinho. Ele sabia que estava entregue. E, ao olhar para Lívia, percebeu que não queria estar em outro lugar senão ali, submisso à mulher que o controlava por completo.