A republica dos Machos (26)

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 974 palavras
Data: 12/08/2024 19:02:55

XXVI

Eu tinha mentido para o Betão não fazia ideia de como ajudar sua tromba de elefante voltar a se erguer, e o período de provas do Fabrício me obrigou a retornar ao meu quarto.

Por alguns dias pensei até que Betão tivesse esquecido de tudo o que eu tinha prometido.

Eu não ouvia mais ninguém comentando seus problemas então imaginei que tivesse ficado bom em relação ao sexo pelo menos. Mesmo porque os rastros de mulher frequentando a casa começavam a aparecer aqui e ali.

As calcinhas pelos cantos da casa, nos banheiros, principalmente. Betão retomando a academia. Pedro com suas clientes. Juarez e a namorada, enfim, algum sossego.

Em um domingo nublado em que Betão havia dito que viajaria para a casa da família na ilha do outro lado da cidade, aproveitei para ficar de bobeira no quarto, ouvindo músicas de trilha sonora, e justo quando tocava "Bella Ciao".

- Una mattina mi sono svegliato... o bella ciao... - era um remix com - e só quer vrau, só quer vrau.

O pancadão comendo nos meus ouvidos e eu rebolando no meio do quarto, saltava da minha cama para a do Betão, sem me importar com nada, todo soltinho. Não ouvi o estrondo na porta.

Eu tomei um susto deixando os fones caírem dos meus ouvidos. Engoli em seco encarando-o.

- Filho da puta tratante! - ele esbravejou. - Disse que ia ajudar e sumiu.

Era a hora de dizer a ele que não poderia ajudar em nada. Mas meu espirito chaveirinho de macho falou mais alto.

- Eu não estou tendo tempo.

- Tá fodendo igual cadela no cio, - respirou pesado - você não pode ajudar coisa nenhuma.

- Juro que posso, - falei - mas esses dias estão corridos.

- Toma vergonha na cara Yuri, - ele se afastou - sou um burro mesmo, cê não pode ajudar.

"Por que merda você está se envolvendo tanto com a impotência do Betão?" perguntei a mim mesmo, elaborando alguma coisa para dizer ao Betão, exceto a verdade:

- Confia em mim, - sorri - eu posso ajudar com isso.

- Vai a merda...

Ele disse fraco sem conseguir focar os olhos em um ponto, meio perdido, acreditava em mim, e de verdade eu achava que tudo não passava de pressão psicológica dele, um bloqueio temporário do próprio corpo, para se recuperar.

Não era como uma planta que você aduba, rega e espera crescer. Aquela porra cospirdora precisava de algo que a fizesse ganhar voo.

A asa quebrada do pau do Betão ainda estava se recuperando. A impotência devia ser um tipo de defesa do próprio corpo. "Ou efeito colateral", eu não sabia. Eu queria fugir daquela situação. Mas cada vez mergulhava mais fundo.

E passei o dia na faculdade, ia da biblioteca à sala de leitura. Ambiente com pufes e tapetes cheirosos e acolchoados. Mas a internet era péssima, deitei por uns minutos esperando um site abrir no celular.

Acordei de cara entre as páginas de um livro e com um site listando oportunidades de estágios na área de comunicação na cidade. Mas o que roubou minha atenção foram as mensagens.

Juarez "sumiu, tá onde?"

Fabrício "se precisar de ajuda com os trabalhos da faculdade, estou encerrei a última prova hoje, se quiser pode dormir aqui..."

Apenas o Pedro não havia mandado nada. A do Betão foi a que mais me pegou:

"Cara, sem querer pressionar, sabe mesmo como ajudar com aquele problema, é algum tipo de viagra? Eu nem tenho com quem falar sobre isso saca? Os caras fazem chacota. Até a porra escrota do Duval! Que tá se formando pra médico aquele bicho!"

Duval vinha mandando a mesma coisa há dias, posts com imagens de pessoas infectadas e informações sobre sexo sem preservativo.

Mas com as provas chegando eu ficava com medo de passar tempo de mais na republica, e os riscos de ficar sentando na rola o tempo todo. Sem falar que estava desempregado vivendo as custas de reserva.

Maicon era o meu murro das lamentações e gargalhou na minha cara quando contei a bola de neve em que me meti prometendo a cura a impotência do Betão:

- Você se envolve em cada situação.

- Eu fiquei com pena dele, - respondi sorrindo - e você também não está no melhor dos mundos não.

- Sim, e agora, como pretende ajudar?

Eu engoli em seco e sacodi os ombros porque não fazia ideia de como transformar a mentira em verdade e ponderei:

- Daqui para lá, ele pode bem arrumar uma mulher que faça o pinto dele voltar a subir, não é?

- Ou talvez ele queira que você se engaje nisso pessoalmente.

- Tá louco. Não - falei juntando as sobrancelhas - os outros caras só transam comigo porque estão na seca braba, quando isso passar, vão nem olhar na minha cara.

- Você não tem certeza disso.

Eu mesmo começava a me cansar daquela situação toda embora plenamente satisfeito enquanto fantasia sexual como a realização de um sonho adolescente. Sonho é bom por um tempo, vira realidade, e perde muito da graça inicial.

Era meio como estar numa roda viva em crescendo e chegasse a um ponto em que não fizesse mais sentido.

Uma brincadeira que perde a graça para a realidade.

Eu queria um tempo para pensar em mim mesmo e fazer as minhas coisas em paz, mordendo o lábio, segurei uma ideia que me passou pela cabeça e pedi:

- Será que posso ficar uns dias na sua casa? Estou me sentindo meio sufocado com tudo que tá acontecendo - mas logo em seguida me arrependi, era muita petulância da minha parte. - Desculpe Maicon sei que é pedir muito...

Maicon gargalhou sacodindo a cabeça enquanto olhava para mim. Ele segurou minhas mãos e sorrindo de orelha a orelha disse:

- Não é não, o problema é o Frederico... - a medida que ele falava eu abaixava a cabeça - mas o que meu primo não vê, não enche o meu saco...

- Tá falando sério?

Ele sacodiu a cabeça confirmando.


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Comentários

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Use preservativo, cara. Cai de boca.

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Com calma tudo encaixa né? Hahaha valeu pela leitura.

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Acho que o Yuri vai precisar entrar de cara nesse problema aí do Betão. Literalmente rs

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Já pensou em usar um ou mais preservativos e pagar um bom boquete?

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Ótima ideia, valeu pela leitura👍🏾

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