O meu melhor amigo tem onlyfans - 18

Um conto erótico de Joca
Categoria: Gay
Contém 2387 palavras
Data: 14/03/2023 18:24:56
Última revisão: 15/03/2023 00:28:10

CAPITULO XVIII

Eu saia do banheiro com a toalha na cintura cantarolando "O sol" de Vitor Kley, pensando em sombra e água fresca com o cheiro do shampoo e do sabonete líquido, e o íntimo, ouvi resmungos vindos da cozinha.

Ian apoiava a cabeça na palma da mão com a outra ele escrevia e amassava papeis, uma da bolinhas veio cair em meu pé, eu o desamassei, era uma tabela com os gastos e os valores que o only rendia e a perspectiva futura.

O bocal da caneta sofria entre os dentes de Ian que mastigava-o enquanto traçava com o dedo o papel, riscava, voltava a passar o indicador na tela do celular.

- É, talvez si, mas aí os juros... Agora si... - conversava sozinho.

Em um instante passou pela minha cabeça a cena de vê-lo como meu marido, preocupando-se com as contas de casa, senti minhas bochechas e peito esquentarem com a ideia "besteira", sacodi a cabeça para afastar esses pensamentos, bonitos demais para a realidade.

- Está saindo números do seus ouvidos, - brinquei.

Ele tremeu-se inteiro e passou os braços por cima da mesa num gesto de proteção, eu sorri, Ian arregalara os olhos, e suspirou relaxando os ombros. Os números não saiam atoa, os papeis em cima da mesa comprovavam o quanto.

A ideia de manter o aplicativo as vezes nem fazia sentido, porque o valor era insignificante.

- É, a gente consegue pagar o empréstimo - ele apontou a mesa. - Mas não sobra muito não.

- Vai ser o jeito eu arrumar um emprego mesmo, - falei.

- Nosele completou. - Vem cá...

Ian passou o braço por minha cintura. Eu olhei pelo corredor.

- Ela saiu? - sussurrei.

- Sim, sua mãe é uma santa, comparada a minha, relaxa, - ele me fez sentar em suas pernas. - Vamos nos organizar para ter nosso lugar, vou procurar emprego, estou falando sério.

Eu via nos olhos dele o desejo de concretizar aquelas palavras, Ian olhava para mim sem reservas nem defesas, se nos papeis os garranchos eram incompreensíveis isso não se refletia nas linhas do rosto dele mais explícito que o sol.

Meu celular tocou no quarto, levantei, não sem plantar um beijo naqueles lábios que diziam coisas tão profundas sobre nosso futuro.

Era o Felipe "pena os celulares ainda possuírem tecnologia que enviem cascudos", povo inconveniente!

Na verdade a necessidade de um emprego com salário seria nossa salvação pelo menos para as coisas de dentro de casa. O dinheiro do Only mesmo com Ian de volta a ativa não rendia como antes "é muito instável", vesti uma cueca e camisa.

"Sobretudo para quem possui dividas estáveis com juros desproporcionais", pensei comigo mesmo abotoando a bermuda "eu engordei", via em meu espelho e no aperto do zíper "com dinheiro curto nem academia pode!".

"- Já estou chegando", - enviei para Felipe.

Em meses como este com uma boa demanda, conseguíamos fechar o empréstimo, mas eu sabia que o pagamento do carro estava se acumulando. Ian permaneceu com os números, os papeis e a caneta, saí com os pensamentos nas dívidas.

Esperei dona Janete sair de casa e descer pela rua seguinte para só então seguir até a casa dela.

Felipe cantarolava "tão natural quanto a luz do dia", não sei como conseguimos entrar na energia dessas músicas com a vida pegando fogo ao nosso redor. Mas ele animou-me com isso, veio abrir o portão, e saltou para meu lado passando o braço por meus ombros.

- Demorou hein? - ele me conduziu. - Vem quero te explicar como vai funcionar minha despedida.

- Acho bom porque não entendi nada, - eu sorria. - E a tal casa nova não íamos ver hoje?

Ele se virou para mim enquanto abria a porta do quarto a casa cheirava a doce e chocolate.

- O dia é grande, - ele completou. - Então, vem, vai ser aqui, quero que você registre tudo.

O espaço entre a sala de estar e o quarto eram coisa de passos, após o quarto havia uma divisão externa e o banheiro mais ao fundo, o quarto de dona Janete, e a cozinha. Felipe bolara um roteiro do que imaginava para a "despedida".

- Certo, mas eu vou gravar o quê?

- Bom, na verdade você só vai ativar o modo live, - ele sorriu. - No dia, Janete vai chegar exatamente as duas da tarde, é sempre assim nas quintas e sábados, então ela terá uma surpresinha...

Eu li o que o Felipe havia planejado para a "despedida", duvido que eu volte um dia a abrir e fechar os olhos e a boca mais vezes do que esta, ele havia bolado um tipo de cena como em um filme das Brasileirinhas versão pornô gay.

Dois jovens chegam da escola, e começam uma conversa quente.

Felipe fará o papel do menino passivo que atiça o colega ativo, e os dois começam a se pegar.

- Com quem vai fazer isso? - perguntei. - Nossa é suco de clichê pornô puro.

- Kevin, aquele que te apresentei... - Felipe se aproximou. - Gostou? Ainda precisa de uns retoques mas vai explodir, minha audiência ama...

O rapaz era um pedaço de homem, sem duvida, eu ainda me lembrava dele mas parecia muito jovem.

- Felipe pelo amor, esse Kevin é maior né?

- Claro! - gritou. - O menino é da igreja e tudo.

Felipe puxou um adaptador de câmera.

- E topou isso? - eu continuava curioso.

- É mais ou menos... é como se fosse... - ele me entregou o adaptador. - Toma, usa isso, no meu celular.

- Você não respondeu, ele concordou? - perguntei sério.

Ouvimos uns ruídos no portão, meu sangue gelou nas veias, ele levantou com o indicador cortando os lábios em sinal de silêncio, Felipe abriu a porta do quarto e saiu em direção a sala. Ele falava alto demais para ser com dona Janete.

Eu levantei e fui até a porta, pela fresta vi, Felipe e o Kevin de conversa no átrio de entrada, Felipe o puxou pela camisa, e o empurrou para dentro contra a parede, colou os lábios aos dele, Kevin o abraçou pela cintura e Felipe prendeu as pernas em volta do corpo do rapaz.

Os dois engoliam-se num beijo molhado e onde pareciam haver mais de duas línguas eu diria umas oito, tantos eram os sons dos dois beijando-se.

- Ahãm, ahãm gatinho, meu amigo tá aqui - Felipe disse.

- Qual é? Um grupal rola? É aquele delícia da rua de cima né? - sorriu safado. - Tem pica pra todo mundo.

Eu arqueei as sobrancelhas "que safado!" e pelo volume entre as pernas um safadão.

Voltei para o quarto caminhando nas pontas dos pés.

O Felipe e o Kevin amassaram-se por uns cinco minutos, ainda, antes de aparecerem no retângulo da porta de mãos dadas como um casal num retrato em cima do home de uma casa de família.

Ele sorria e o rapaz entrou, sentou-se ao meu lado e pegou entre as mãos um dos suportes de cima da cama.

- Oi, - falei.

- Kevin, estávamos falando de você, - Felipe disse. - Sobre o nosso filminho...

O moleque arqueou uma das sobrancelhas e devolveu o suporte a cabeceira novamente, concertou-se na cama, e suspirou erguendo as mãos.

- É como eu disse, pagando bem, e, é claro tendo um lugar para eu pousar caso minha família fique sabendo, estou dentro.

- Minha casa, - Felipe disse. - E o dinheiro, vai entrar, tenho certeza disso. Aliás, ninguém aqui vai trabalhar de graça...

Kevin sorriu safado e saltou em cima de Felipe agarrando-o pelo pescoço.

- Eu te como de graça delícia, - disse.

- Tão romântico, - Felipe brincou. - Agora chega. Vamos Joca, precisamos ver a casa.

- Vou pousar aqui mesmo, - Kevin disse se jogando na cama. - Saio antes da velha chegar.

Eu olhava de um para o outro como se acompanhasse um episódio de série tentando concatenar as ideias "que folgado!", era a única definição para aquele negrão de quase um noventa, esparramado na cama " e cheira a Kaiac aventura", perdição de homem.

Felipe me puxou pela mão e saímos do quarto e da casa em poucos segundos. Eu não disse um ai, apenas quando entramos no uber, soltei os cachorros.

- Quando eu digo que você se arrisca! Criatura, cê nem conhece o cara, já deixou entrar assim?

As olhadelas dos motoristas de Uber já não me incomodavam mais.

- Entrou viu, e como entrou! Ele teve formação conservadora menino, só um puritano é mais correto, ou calvinista - ele sorriu. - Ou judeus, namorei um judeu sabia? Israelita. Uma graça. A família achava que éramos amigos. Dá no mesmo.

- Nesse caso é isso? - perguntei.

- Exato. Por que acha que vou tão contente aos cultos com dona Janete? - ele olhou a tela do celular. - Estamos chegando. Lá tem pés de machos assim, só esperando uma oportunidade, só precisam de um empurrão.

- Que horror! - olhei pela janela. - Felipe, veado, essas casas...

- Eu sei, mas estou pensando em business - ele dizia. - Foi luta até Jackson liberar as chaves.

Esfregando o polegar no indicador, apenas com dinheiro mesmo, eu duvidava que o Only sozinho possibilitasse aquele luxo todo, nem nos tempos bons de Ian. Descemos do carro, e caminhamos por mais duas casas.

- É essa, - ele suspirou. - Lar doce lar.

A parede da faixada abria-se em uma porta estreita a esquerda e uma maior em duas bandas a direita com uma rampa para rodas. Felipe tirou a chave do bolso e abriu a porta. Os ruídos de nossos pés ecoaram pelo espaço vazio.

A casa ficava no centro entre duas aberturas nas laterais, becos e a frente um quadrado cheio de capim alto, uma torneira em cada ponta. As calhas estavam cheias de musgo. Felipe correu pelo beco esquerdo. Havia uma cobertura de telhado que conduzia até um varandado no fundo e uma piscina média.

- Não é possível, como você? - perguntei.

- Jackson né, claro, foi da minha bisa, e está no inventário - ele explicou. - Papai tem as chaves, mas a casa assim como os bens da velha ainda estão na justiça. Eu e meu irmão somos herdeiros dela.

- Por parte da sua mãe? - eu olhava para tudo. - Como é bom ser rico!

Felipe abriu a porta do fundo que dava para uma cozinha e o restante da casa com bafo de bêbado e esgoto aberto. Eu e Felipe saímos para comprar baldes, panos de chão, rodos e produtos de limpeza.

Ele ligou a música no celular e nós começamos uma faxina na casa inteira e no que dava para ser limpo, limpamos, quando terminamos estávamos suados. A água era fraca porque provavelmente a ligação direta da rua devia ter sido cortada a tempos.

Aquela torneira com certeza fora esquecida no churrasco. Eu e Felipe começamos a nos lavar, e enquanto eu pelado me limpava recolhendo água com a mão do balde. Ele começou a tirar fotos minhas sem que eu percebesse. Nós sentamos no átrio da varanda do fundo para a gente se secar.

- Olha, ficaram ótima, - ele me apontou. - Publica no only essa aqui, e quem curtir você chama no direct e envia o resto.

- Mas meu rosto está muito exposto, - suspirei.

Felipe era um safado mesmo conseguira tirar fotos de um ângulo em que me favoreceu as proporções e o meu pênis mesmo mole ainda ficou parecendo que era maior, a sombra no chão também.

- Tá bobo né? - disse. - Eu tenho dom pra isso.

- Você gosta né? - perguntei.

Ele deitou-se no chão que havíamos acabado de limpar, entre nós a tensão sexual nunca aconteceu de fato, embora tomássemos banho juntos, - e o Felipe quem me ensinou a fazer a primeira chuca com água morna. Então vê-lo pelado era comum.

- Mana, posso ser sincero - ele disse. - Eu amo isso. Acho que posso fazer isso o resto da minha vida.

Era o discurso oposto ao do Ian, e realmente meu amigo estava ainda mais extrovertido, ainda mais livre e solto com a nova vida, não que o only tenha acrescentado animo porque ele sempre brilhou solo, mas com certeza lhe deu um sentido de pertencimento.

Felipe me entregou o celular para tirar uma foto dele na beira da piscina, com a evolução da tatuagem acima do bumbum, bem na bacia de encontro ao cóccix.

- Aqui, olha, - entreguei a ele. - Eu estou meio preocupado com dona Janete, como ela vai reagir quando ver você e o Kevin? Não é melhor parar com isso Felipe? Sai de boa da casa da mulher e pronto.

- Tira outra, - me devolveu o celular. - Agora assim, nessa posição. Ela merece amigo. O que aquela mulher faz no casamento das "irmãs" e "moças" como eles chamam, na igreja ela influência até na escolha dos namorados das meninas.

Ele bateu palmas quando viu a foto, chamamos o uber, fiz como Felipe havia sugerido e postei duas das fotos. Os resultado veio cinco minutos depois com as curtidas. Quando saltei na rua da minha casa dei de cara com meu pai.

Eu guardei o celular. Ele vinha lampeiro com as mãos nos bolsos assoviando.

- O que o senhor faz aqui? - perguntei.

- Isso é jeito moleque, olha o respeito...

- Eu chamá-lo de "senhor" é o máximo de respeito que vai ter de mim, por que está nos rondando hein?

Ele sorriu e saiu sem dizer nada caminhando em passos lentos, olhei para o portão da minha casa, voltei a olhar para o meu pai já afastado. Engoli em seco, só um cego não veria. "Recaída, recaída, recaída" eu pensava quando entrei em casa.

Minha mãe assobiava a mesma música com a qual eu encontrei meu pai minutos antes.

- Oi querido, - ofereceu suco. - Ian saiu.

- Mãe, por acaso, o que estou vendo são os efeitos de uma recaída com o ex-marido?

Ela sorriu ergueu os olhos para mim.

- Por acaso estou vendo um filho questionar a própria mãe na casa dela? Ora veja, me respeite João Carlos, se coloque no seu lugar...

Ela disse e saiu bebericando do suco. "Nem precisa responder", algumas pessoas realmente se autossabotagem. Eles estavam vivendo uma explicita reconciliação. Eu entrei no banheiro, e cai na cama para tirar um cochilo.

Acordei com o cheiro de graxa e suor em cima de mim. Abri os olhos e dei com Ian procurando "graça".

- Que cheiro é esse?

Os dedos dele cheiravam a graxa.

- Arrumei um bico, em uma oficina... - anunciou animado. - Vi suas fotos, que delícia amor... me acendeu... vim correndo pr cá...

Ian começou a me beijar, apertar e mesmo com cheiro de escapamento, eu o acolhi em meus braços e abrir as pernas para abraça-lo de corpo inteiro. "Dessa vez tranquei a porta", ele sussurrou no meu ouvido.


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