A REPÚBLICA DAS MENINAS

Um conto erótico de Murilo
Categoria: Trans
Data: 28/12/2022 22:05:29

Olá, gente!

Meu nome é Murilo e tentei achar jeitos de dividir essa história em partes menores, mas não teve jeito, então, meio que se tornou um livro.

Quem não gosta de histórias longas... sinto muito.

E para quem tem paciência para ler, espero que se divirta.

Agradeceria se deixassem comentários.

Até mais

Até aquela manhã de sábado nunca tinha visto uma mulher trans pessoalmente.

Na verdade, nem pessoalmente e nem de outro modo.

Meu nome é Murilo, sou um moreno de boa estatura (1,85 m) cabelo crespo, nariz fino, lábios grossos, barba densa sempre raspada, assim como o cabelo, minha mãe era negra e meu pai loiro, o que me deu um aspecto, modéstia à parte, bonito, sou um cara grande, forte, músculos definidos, bem-dotado, 22 cm e grosso. Desde a adolescência faço musculação e boxe, cheguei a competir quando mais novo, mas não era um lutador bom o suficiente e não curti ser socado na cara, hoje treino por prazer e para manter a forma.

Exatamente igual a todo mundo, fiz muita merda, transei com umas meninas, me diverti, me estrepei, tive minha cota de alegrias, e também umas paradas bem ruins, igual acontece com todo mundo, com decepções, frustrações, mortes e separações

Como eu não possuía dons evidentes e nem parecia ser de inteligência acima da média, bem como ninguém a minha volta também não dava sinais de ser, não me achava feio, e, de novo, como ninguém ali também tinha uma aparência que lembrasse atrizes ou atores de cinema, cresci achando que ser aquela criatura sem graça era o normal.

Quando essa história começa, estava com trinta e sete para trinta e oito anos, e ainda casado com Ester, o grande amor da minha vida.

E quando me declaro um cara comum, é porque podia não ser um desses idiotas que passam a vida toda só fazendo merda, mas também não fiz nada muito memorável.

Cursei administração, casei com a namorada da faculdade e fiz um monte de coisa porque pensava, era o que esperavam de mim.

Igual a todos nesse mundo, cometi minha parcela de delitos perdoáveis, dirigi bêbado, cruzei sinais vermelhos, menti para todo mundo, inclusive para receita, desejei a mulher do próximo e brinquei com todos os pecados comuns.

Acreditei em mentiras, fui enganado, perdi dinheiro…

Comprei casa e carro…

Tudo exatamente igual a todo mundo.

Posso dizer que, até mesmo essa história de ter casado com a Ester foi algo que se espera de um cara sem graça.

Até entrar na faculdade minha vida era trabalhar e sair com os amigos, ficava com uma menina ou outra ocasionalmente, mas nada que se caracterizasse como namoro, uma porque não me apaixonei por nenhuma delas e outra que achava namorar uma coisa muito cara e eu não tinha dinheiro.

Meus envolvimentos anteriores foram todos com meninas de inteligência e aparência dentro da média, bem diferente de Ester, que parecia uma deusa.

E todo cara medíocre sabe, que se der a sorte de namorar uma menina muito bonita e gostosa tem de enfiar logo uma aliança no dedo dela, pois se perder a oportunidade, nunca mais conquistará outra igual.

E Ester era uma loira de 1,70 de altura, olhos verdes, bunda e peitos grandes, que além de bonita, gostosa, tinha uma confiança que na primeira vez que a vi, senti nitidamente a inibição me cobrindo.

Jamais que me aproximaria de uma mulher como aquela.

Porém, saíamos com a mesma turma durante a faculdade e eventualmente íamos para os mesmos lugares e acabou que numa certa noite, numa festa chata para caralho, acabou que eu era o único sozinho e ela veio para cima.

Ela mesma disse que a primeira vez que a gente ficou foi porque ela estava a fim de beijar na boca e eu era o único “razoável” que ela conhecia naquela festa.

Tentava não pensar muito nisso, mas, às vezes, me ocorria que Ester se apaixonou primeiro pelo meu pau, depois por mim.

A gente ficou, eu ainda surpreso pela oportunidade de beijar a boca daquela mulher que eu pensava muito longe das minhas possibilidades, e num momento de pura ousadia, mesmo me cagando de medo de ela dar um fim naquela experiência, dei a ideia e para meu completo espanto, acabamos num quarto de motel.

Pode ser fruto da imaginação de quem não tinha muita autoestima, mas me pareceu que, por ela estar meio bêbada, estava seguindo o roteiro meio que no automático, do tipo “já que estou aqui… vamos lá”, mas, quando botei o pau para fora, a loira, que descobri, era tarada em pau grande, ficou ensandecida.

A mulher caiu de joelho e abocanhou meu pau com tanta fome que pensei que morderia um pedaço. Não cabia nem a metade na boca dela, ocasionalmente escapava uma roçada de dente onde não devia, e por mais que não estivesse lá essas coisas, ninguém podia dizer que a mulher não estava empenhada.

E ter uma mulher como aquela se acabando no seu pau, é o tipo de coisa que faz o camarada se achar para caralho.

Porque quando o cidadão acha que a outra pessoa é muito melhor que a gente, quase sempre é porque o outro tem mais dinheiro, por ser mais bem-sucedido, ou por ter qualidades que a gente acha que não tem.

E no caso da Ester, o fato de ela ser muito bonita, gostosa, inteligente, requintada, cheia de conhecimento e opiniões, divertida e ambiciosa, nos primeiros dias em que a gente andava com a mesma turma, essa lista de qualidade fazia com que me sentisse mais sem graça do que já me achava.

Posso dizer que só tirei a Ester do pedestal quando vi que aquele era o melhor boquete que ela sabia fazer.

Imagina uma mulher linda, gostosa, corpão daora e… um boquetinho bem chinfrim.

Podia não ser “o” conquistador, mas até ali tinha transado com umas coleguinhas da escola, umas ficantes que encontrava na igreja e com umas primas distantes, não me considerava nenhum expert no assunto, mas as meninas pareciam gostar, então, tinha material para comparar o boquete.

E dentro daquele quadro em que uma mulher que nem nos meus sonhos mais delirantes eu imaginei que estaria de joelhos na minha frente me chupando, eu estava no paraíso, tanto que não reclamei, mas tratei de encurtar o serviço que ela fazia com a boca no meu pau.

Como disse, não me achava um especialista em sexo, e isso ficou claro quando tirei a roupa dela, coloquei-a de quatro e ameacei enfiar meu pau nela.

— Calma lá, garotão… - disse ela saindo da posição e deitando - Primeiro vem me chupar e dependendo do desempenho a gente vê se esse pauzão entra em mim ou não.

Fiquei uns três segundo indeciso e cai de boca.

E até nisso ela foi me guiando e dando instruções.

Falar bem a verdade, estava ficando até sem graça com a quantidade de coisas que eu não sabia.

Só começou a compensar quando peguei o jeito e a mulher começou a gemer, dali a pouco ela mexia a pelve como se quisesse que a minha língua entrasse mais fundo e quando gozou, juro, ai, sim, me senti o verdadeiro “pica das galáxias”.

Depois disso, ela mesma tratou de vestir a camisinha em mim e me permitiu penetrá-la num “papai mamãe”.

Com um corpão daqueles eu queria comê-la numa posição que me permitisse ver aquela bunda maravilhosa, mas a mulher metia com tanta qualidade, parecia até que a buceta dela ordenhava meu pau, que esqueci da vida naquela meteção.

Ela jogava o corpo ao encontro do meu, gemia, virava os olhos, gozava de um jeito que parecia que uma entidade baixava na mulher, falava palavrão para caralho, pedia para meter com força… a coisa toda foi tão diferente de tudo que eu conhecia que quando senti meu pau sendo apertado pela buceta dela com uma força que quase me machuca, gozei horrores e me apaixonei.

Depois daquele dia, se Ester quisesse me transformar num assassino por encomenda, um capacho de suas vontade, se ela fosse sacana, teria feito o que quisesse de mim e eu aceitaria, porque estava literalmente de quatro por aquela mulher.

E olha que só foi me permitir comer o cu dela quase um ano depois daquela noite.

Enfim, gozamos, eu estava sem saber o que pensar de uma experiência transcendental como aquela e Ester estava um doce, toda melosa com a quantidade de vezes que gozou no meu pau. A gente ficou beijando e falando putaria e mesmo que não me considerando o maior entendedor do assunto, fiquei de careta que houvesse tanta coisa para descobrir sobre as tantas coisas que duas pessoas podiam fazer antes de meter e gozar.

Ester parecia encantada que eu tivesse chegado a idade adulta sem saber coisas que, hoje, vejo como básicas.

Tenha ela se apaixonado primeiro pelo meu pau ou por mim, acabou não fazendo diferença por que, a verdade foi que nos divertimos muito naquela noite, gozei horrores e a partir dali minha vida mudou da água para tequila…

Ela parecia feliz em me mostrar coisas que eu não conhecia, esclarecer as dúvidas que surgiam e além de descobrir o que de fato era fazer sexo bem feito, aprendi muita coisa com ela, com suas conversas, seus livros, os lugares onde me levou, e as coisas que me mostrou.

Com ela aprendi que dar prazer a uma mulher é muito mais que enfiar o pau buceta adentro, meter até gozar.

Ester era dona de uma sensualidade fora de série e um fogo que, às vezes, eu é que não dava conta, a mulher metia feito doida, gozava fazendo escândalo, aguentava a batalha por horas, e tive de correr atrás para merecer aquela mulher na minha cama.

Aprendi muito, posso dizer até que fiquei muito bom nesse negócio de deixá-la sexualmente satisfeita, e muitas vezes a fiz perder o dia de trabalho para se recuperar das nossas atividades na cama…

Amava aquela mulher, mas por mais que eu desse umas indiretas, o boquete sempre me lembrava aquela história de que nada nesse mundo é perfeito.

Comparando, aquele detalhe era insignificante, mas serviu para me mostrar que minha mulher estava sujeita aos mesmos pecados e defeitos igual a todo mundo.

Nos conhecemos na faculdade, eu cursava administração, ela psicologia e assim que terminou o curso, abriu consultório.

Ela tinha pais bem de vida, e eu trabalhava na linha de produção de uma montadora de carros para pagar a faculdade, a ideia era largar a fábrica e tentar coisa melhor, mas, como fui subindo de cargo até chegar a gerente e o salário compensava, fiquei lá até ser demitido.

Casamos um ano após terminarmos a faculdade e apesar do quanto minha esposa queria ser mãe, não tivemos filhos, pois meus espermatozoides não foram capazes de tal proeza.

A história, de fato, começa quando herdei um casarão (que nem sabia que existia) por conta da morte da minha mãe.

Se fosse só um pouco mais inteligente, talvez tivesse vendido tudo o que minha mãe deixará de herança, além do casarão, havia a casa onde ela morava, um carro razoável, com uns dez anos e uma grana na conta.

O lugar fora construído pelo meu bisavô há não sei quantas décadas, e meu pai reformou quando eu era criança, achando que teria um milhão de filhos, mas, não só sou filho único, como, pelo que entendi, estava fechado fazia muito tempo porque manter o lugar era trabalhoso, caro e a única pessoa que alugou quase destruiu a casa

Como disse, o primeiro pensamento foi vender a porra toda, mas cai na besteira de levar Ester para conhecer o lugar.

E a mulher literalmente, enlouqueceu, querendo reformar a casa, queria se mudar para lá mesmo estando inabitável e falava em morar lá, abrir uma pensão, pousada, criar um centro de atendimento terapêutico ou algo parecido.

Cada dia era uma loucura diferente.

Já fazia quase quinze anos que estávamos juntos nessa ocasião, obviamente aquele fogo dos primeiros anos já não era o mesmo, fazíamos sexo, na média, duas vezes por semana, mas… alguma coisa naquela casa velha e abandonada acendeu uma chama extra em Ester que, de alguma forma, conseguiu limpar espaço suficiente em vários pontos da casa… mandava mensagem me chamando e toda vez eu a encontrava quase nua me esperando e a gente trepava durante horas, da mesma forma como era na lua de mel.

O imóvel é muito antigo e muito grande, o terreno uma chácara quase no centro da cidade, todo cercado de muro bem alto, a casa tem três pisos, garagem coberta para uns três ou quatro carros (dependendo da habilidade dos motoristas) e espaço que supostamente era um gramado (que mais parecia uma selva), piscina de uns 50 m², perto da piscina uma espécie de anexo, (dava para chamar de casa da piscina) com um quarto, banheiro, cozinha, churrasqueira e lavanderia; além disso, um jardim abandonado e muitas árvores em volta.

Reformar aquilo daria um trabalho desgraçado e custaria uma fortuna, minha mulher dava milhões de palpites, mas o que talvez fosse pior foi que, além de não saber dizer não a Ester, à medida que voltava lá para fazer sexo com ela ou cortar o mato, recolher o lixo, religar a água e a energia elétrica, fui me apaixonando pela casa.

A porra do lugar foi construindo em volta de uma árvore!

Não em volta, mas imagina que a parede segue reta, chega na árvore, ela dobra para dentro da casa, circunda a árvores num recuo e continua depois desse desvio.

Na casa toda tinha mais vidro que tijolo, toda a fachada onde ficava a árvore era de vidro, o recuo era de vidro e todas as paredes do terceiro piso eram de vidro.

No térreo de onde você estivesse via o tronco da árvore e o gramado.

No segundo piso depois da escada havia um corredor que levava aos quartos e esse corredor todo era de vidro…

Imagina que louco!

A parede de vidro acompanhava o tronco com espaço para o balanco dele com o vento, era quase como se aquele mogno com quase vinte metros de altura estivesse dentro da casa, a copa aparecendo acima do telhado.

Só em impostos atrasados foi quase todo o dinheiro da venda do carro da minha mãe, gastei semanas limpando o lugar de modo que pudesse entrar e sair sem o risco de uma cobra me morder (brincadeira).

Esperando vender a casa da herança, inventei que eu mesmo reformaria o lugar, parei de fazer hora-extra na fábrica e todo tempo livre estava eu lá quebrando paredes.

Comecei a reforma pelo último andar, onde havia um salão de festas com vista panorâmica, com vidro do chão ao teto em 90% das paredes. Tinha dois banheiros, uma cozinha pequena e uma escada externa, tipo escada de incêndio como a gente vê em filmes e seriados estadunidenses e uma porta que, se trancada, impedia a entrada de quem viesse do segundo piso.

Meu bisavô devia ser muito rico, nunca ouvira falar dele, mas o cara devia ser muito rico e louco de pedra para, tanto anos atrás, gastar tanto vidro que nunca foi barato, mas que antigamente custava uma fortuna.

Quando me toquei que Ester falava sério quando dizia querer morar ali, comecei a reforma pelo salão de festas, onde faríamos um apartamento muito daora. Troquei o piso, uma ou outra janela quebrada, meti gesso nas poucas paredes, instalei uma coifa no fogão, transformei os dois banheiros em um só, troquei o revestimento das paredes da cozinha, levamos os móveis de casa e nos mudamos para lá.

No térreo tinha uma sala de estar dividida em três ambientes, o lavabo (maior que muito banheiro que usei), a copa e a cozinha que eram separadas por uma parede (primeira a ser demolida), a escada e a árvore.

Era tudo tão bonito, tão grande e com tantas janelas que, para quem passara boa parte da vida morando num apartamento minúsculo, era até meio absurdo.

O segundo piso foi onde mais tive trabalho.

Estávamos tão contente com a mudança de endereço que chamamos os amigos e fizemos um churrasco para comemorar.

A piscina ainda estava vazia e suja, mas já dava para ter uma boa ideia de como ficaria no final do processo.

Ester só sabia dar palpites, então chamamos alguns amigos da época da faculdade, engenheiros e arquitetos, que trouxeram marceneiros, eletricistas e encanadores, para ajudar a definir as ideias que tinha para o segundo piso.

Entre esses amigos estava Alexandre, um cara muito gente boa, mas que sem eu saber, comia a minha mulher.

Aparentemente, Alex ia até à casa quando eu não estava lá para estudar a estrutura e conferir se daria para fazer o que eu tinha em mente, e como Ester, aparentemente, passava por uma fase em que estava com problemas para se conter, ele deu em cima e ela cedeu.

Depois de quase vinte anos juntos, é impossível que não se estabeleça um certo tédio na relação e Ester, apesar de estar com quase quarenta anos, era uma mulher extremamente bonita e desejável, e, na verdade, nem culpo Alexandre por tentar a sorte.

E ele era mais amigo dela que meu, então, quase que dá para entender.

Bom, também não é assim, dizer que dá para entender é mentira, acho que se a pessoa tem a intenção de sair transando com todo mundo ou combina isso antes, ou não casa prometendo ser fiel.

Mas naqueles dias eu ainda era um corno recém galhado e não estava ciente disso.

Depois a gente continua com essa parte do chifre.

No segundo piso, que, a princípio, causou as minhas dores de cabeça (olha que trocadilho infame) havia cinco cômodos, e com aval dos amigos, refiz a distribuição do espaço e criei quatro suítes.

Quando digo que o lugar era grande, pode parecer exagero, mas para ter uma ideia, cada cômodo acomodaria seis pessoas com bastante conforto, mas optei por colocar apenas quatro camas em cada quarto para ficar mais confortável para quem morasse ali.

Como entre o final da escada que vinha do térreo, e o começo da escada que levava ao terceiro piso havia um espaço de uns cinco metros, criei ali uma espécie de hall com sofás, televisão e sistema de som.

Se fosse uma pessoa que faz as coisas de qualquer jeito ou se tivesse contratado mais gente, porque muita coisa que eu não sabia fazer, talvez tivesse terminado o serviço em menos tempo, mas como não era o caso, precisei de quase três anos para terminar a reforma, afinal, como disse, fiz quase tudo sozinho.

Mobiliar o lugar foi outro calvário, talvez a parte mais chata do processo, e se considerasse as vontades de Ester, teria custado o triplo da fortuna que custou.

E no mesmo minuto em que o último parafuso foi apertado, tratei logo de anunciar as vagas.

Se aquilo seria pousada ou outra coisa, a gente veria a medida que fossemos aprendendo a lidar com aquela novidade.

A cozinha brilhava com os eletrodomésticos e móveis novos, na sala de jantar quatro mesas com tampo de vidro circular, uma cristaleira em madeira maciça e um balcão para a louça, na sala de estar uma televisão de cinquenta polegadas, sistema de som potente, uma mesa de pôquer (doação de um amigo que virou crente), todo tipo de luminária e vários sofás, poltronas e puffs.

Só faltava aparecer alguém querendo morar ali.

Nesse meio tempo o casamento começou a dar sinais de que as coisas não iam bem.

No começo, morando ali, parecia que éramos de novo namorados que se agarravam sempre que tinham oportunidade, mas não durou e voltamos para a média de duas vezes por semana e dali para uma vez… até que a distância se tornou tão grande que, quando falávamos do assunto, quase sempre acabava em briga.

Apesar disso, eventualmente acabávamos transando, mas, não sei se por que inconscientemente percebi alguma coisa, ficava com a impressão de uma certa frieza por parte de Ester.

Porém, cansado da rotina de trabalhar na fábrica e reformar a casa, mais a empolgação de inaugurar a pousada, deixei de lado essas ideias.

E em menos de um mês tinha doze meninas ocupando três suítes.

Em momento algum fizemos questão que fossem apenas meninas, alugaríamos para quem quisesse, apenas aconteceu, eram todas estudantes da mesma universidade e eram tão crianças, apesar de maiores de idade, que vieram com os pais para conhecer o lugar e negociar os valores.

O fato de sermos um casal simpático, Ester sempre muito cativante e muito bonita e eu um coroa grandão e com cara de poucos amigos deve ter passado a impressão de que as filhas deles seriam cuidadas… sei lá…

Com os quartos ocupados, Ester se mostrou uma víbora, cheia de frescura e de ciúmes em relação à casa e estabelecendo regras e proibições ridículas, e as primeiras menias que se mudaram para lá sofreram horrores.

A coisa era tão séria que até eu, que tentava nem me aproximar daquele bando de meninas barulhentas, mas movido por uma onde de piedade pela forma como Ester infernizava a vida de todo mundo e como as moradoras pareciam comer apenas lanche e pizza, um tanto por gentileza, um pouco por serem todas muito divertidas e por gostar de companhia no café da manhã, já que Ester estava muito longe de ser uma boa companhia aquela hora do dia, passei a oferecer essa refeição para aquela criançada que vivia atrasada para tudo.

A coisa que mais se ouvia naquela casa era:

“Puta que pariu, Murilo, tô atrasada”

E variações da mesma afirmação.

Dois meses depois ainda estávamos com um quarto vazio, fora o café da manhã e de uma parede para furar, quase não tinha contato com as meninas, e foi quando uma bomba explodiu no meu colo.

Ester pediu o divórcio.

Um dia voltei do mercado e ela tinha feito as malas e ido embora deixando uma carta bem explicativa.

Estava grávida.

Como eu não podia ter filhos e ninguém ali acreditava em milagres, a denúncia da traição era eminente e certa.

Sofri feito um desgraçado, exagerei na cachaça, de tanto beber deixei de trabalhar e de tanto faltar no serviço, fui demitido, dei vexame, dormi bêbado na sala do casarão, causei mal-estar com as meninas… porra… amava demais aquela mulher, caralho.

Assinei os papéis com o coração partido em milhões de pedaços, e, estava mais perdido que cego em tiroteio.

Pensei seriamente em expulsar aquela meninada dali e vender a casa, mas, foi quando as novidades começaram a acontecer

Com a saída de Ester do cenário e eu ter me tornado um imprestável cachaceiro, num certo dia acordo na minha cama e cinco meninas limpavam o apartamento.

Explicaram que cuidariam da casa e de mim até que eu tivesse condições de novo.

Pelos dois meses seguintes elas literalmente me tiraram do fundo do poço.

A gente conversava, todo dia tinha alguém ali comigo ou a gente descia e ficava na cozinha, via jogos na TV da sala.

E aquelas meninas me deram bronca, conselhos, sopa e acabamos nos tornando amigos.

Quando decretamos que eu estava em condições de agir como um ser humano adulto e responsável de novo, nos reunimos para vermos o que faríamos dali em diante.

O começo foi meio esquisito, mas agradeci feito uma pessoa educada e garanti que aquilo não aconteceria de novo.

— Agora que a gente é amiguinho, e você tá solteiro, vai querer trepar com a gente? - perguntou Kate, a mais despachada, vendo que eu estava meio constrangido com a situação e querendo zoar com a minha cara.

— Não tenho essa intenção. - respondi seco para ver se a menina parava com esse tipo de conversa.

— Seu casamento acabou por você ser gay? - perguntou uma japonesinha chamada Mikiko dando risada da minha cara e seguindo a ideia da Kate.

— Não é da conta de vocês.

— Você não comeria nenhuma de nós, mesmo que a gente quisesse? - voltou Kate a perguntar, sacando que aquilo me irritava.

Nem me dignei a responder.

— A gente pode abolir algumas das idiotices da sua ex? - perguntou Janaína, a mais diplomática.

— A gente pode conversar...

Pedi que falassem com os respectivos pais sobre a novidade, pois não queria mais dor de cabeça.

Todos os responsáveis ligaram ou apareceram para confirmar a permanência das meninas, principalmente porque todas queriam continuar ali, e uma vez acertado isso, a vida seguiu em paz… ou no tipo de paz que fosse possível.

O que quer dizer quase paz nenhuma, pois numa casa com tanta mulher, seria ingenuidade pensar que seria tudo calmo e tranquilo.

Com a aproximação e como a Kate mesma disse, nos tornamos amiguinhos, fui percebendo as particularidades de cada uma.

Se fossem julgadas pela aparência, pelas medidas e pela forma como se arrumavam, nenhuma delas se sobressairia, nenhuma era forte candidata a estampar capas de revistas masculinas e nem nada.

Nesse quesito eram meninas comuns que a gente vê em todo lugar a qualquer hora.

O que não quer dizer que não fossem lindas, cada uma do seu jeito.

Como sou do tipo que vai para academia há mais de vinte anos, tento não exagerar naquilo que como, dou um tapa num baseado uma vez a cada cinco anos e bebo socialmente (o vexame depois do divórcio não conta), meio que avaliava as pessoas pela forma com se cuida, se alimenta e se faz ou não atividade física, por serem coisas importantes para mim, acabo percebendo facilmente, mesmo que não tenha interesse nenhum na pessoa.

Adriana era a inteligente, muito inteligente, vinte e um anos e fazendo mestrado em física teórica, mas cheia de fobias sociais, era a que menos falava comigo, mas se tornou a cabeça do grupo, asmática, gordinha, muito branca, cabelo maior lindo, óculos (às vezes lente), tímida e cheia de manias, era uma criatura encantadora.

O contraponto era Jéssica, loira de olhos verdes, fazia o tipo que se achava muito mais madura, experiente e bonita do que era, até tinha o corpinho legal, media uns 1,65 de altura, com seios grandes, cintura fina e bunda gostosinha, mas para bancar a pose que fazia não era suficiente, queria ser sempre o centro das atenções, tentava ser manipuladora, mas não tinha inteligência para isso, egoísta e mimada, vivia para arrumar encrenca.

Mikiko era uma japonesinha de um metro e meio, lindinha que estava sempre de boa com tudo, era uma das maconheiras da casa, onde tivesse uma música tocando, ela estava no meio dançando, fazia o curso de matemática avançada, não dava pinta, mas ganhou medalha de ouro na olimpíada internacional de matemática mais de uma vez, era uma magrinha de seios grandes, bunda não era muito o seu forte, mas dava pro gasto, cabelo no ombro, parecia ter saído de um mangá, alegre e inteligente, estudava á sério e falava besteira que, só por Deus.

Rose estudava para se tornar advogada, na faixa entre 1,60 e 1,65 de altura, era uma magrinha, do tipo magra demais, loira, olhos castanhos, parecia sempre assustada, fazia de tudo para não chamar atenção, era discreta até na forma como interagia com as outras e parecia estar ali apenas para estudar.

Paula era a neurótica por calorias, talvez por cursar nutrição, vivia dando sugestões de cardápio para um bando de meninas que queria viver a base de pizza, negra, alta, com quase 1,80, bonita, cabelo alisado, coxas grossas, bunda grande, cintura fina e peitos médios. Pessoalmente nunca sabia como interpretar seus humores, parecia bipolar.

Janaína era um ser humano de outro nível, ruiva de 1,70, era lindinha, do jeito meio maconheiro dela, parecia sempre de bem com a vida, estudava história e fazia discursos longos, cheios de informação. Particularmente gostava da bunda dela, do formato, do tamanho e da forma como ela andava, estava um pouquinho acima do peso, a pochete na cintura era meio… perceptível, por assim dizer.

Estefany se tornou com o tempo uma parte grande do meu coração, aquele tipo de pessoa que sai do nada e com unhas e dentes vai conquistando seu espaço, estudava enfermagem, tinha aquela brancura de quem não toma sol de jeito nenhum, vivia ocupada, correndo do trabalho para o estágio e depois para a faculdade todo dia. Quando disse que nenhuma delas chamava muito atenção, esqueci de Estefany. Ela não passa despercebido nem que quisesse, linda, alta, com mais de 1,70, cabelo black power (única coisa que herdou do pai), bunda grande, quadril largo, coxas grossas, cintura fina, seios pequenos, ombros estreitos e traços delicados no rosto redondo, lábios bonitos, nariz arrebitado e lindos olhos castanhos.

Marina, a próxima da lista, era outra barraqueira, vivia arrumando confusão com as colegas de quarto, ela também crescera pouca coisa além de um metro e meio, moreninha, tipo indiana, de olhos e cabelos escuros, apesar da chatice, despertava em mim uma espécie de instinto protetor, talvez por ela parecer ainda não ter saído da adolescência apesar de já estar com vinte e dois anos, estava também um pouco acima do peso, nada exagerado, se parasse de comer lanche e começasse a caminhar de vez em quando, resolveria aquilo. Tinha horas que parecia muito madura e um minuto depois bancava a criança birrenta de novo, fazia direito de manhã e filosofia a noite.

Kate era a desbocada da turma, mas era também uma das minhas pessoas prediletas no mundo, não tinha a menor noção de como se relacionar com as pessoas, falava palavrão que parecia ter crescido no meio de peões de obra, mas também era aquela que se dava bem com todo mundo. Era a festeira, brincava de fumar maconha com a Mikiko, gostava de bagunça, talvez fosse a que tivesse o corpo mais harmônico, moreninha, de pele clara, com coxas bonitinhas, bunda legal, cintura fina, seios grandes e traços bonitos, estudava comunicação, talvez por saber que se comunicar não era seu forte.

Outra criatura que me encantava era Josie, estava no curso de biologia com a Marina, inclusive estudavam na mesma turma, negra, baixinha +/- 1,60, toda delicadinha, parecia a mais inexperiente e no começo saiu que nem louca, experimentando tudo, desde os baseados que as colegas fumavam no gramado até participar de todas as festas da faculdade, chegou bêbada com algumas vezes e até andou com um pessoal meio barra pesada, mas rapidinho viu que não curtia nada disso, sossegou e se não estivesse estudando, passava horas na sala vendo séries na TV.

Mônica era uma mistura bonita de pele morena com olhos claros, cabelo castanho longo e bonita de corpo, mesmo que parecesse se esconder em roupas largar, era bem interessante, outra que cursava direito, e muitas vezes parecia de personalidade meio frágil e não sabia se posicionar no meio das meninas.

Heloísa fazia geografia, parecia ter medo de sol, de tão branca, olhos castanhos claros, bonitos, cabelão castanho cumprido e bem cuidado, estava entrando na margem de tolerância em que deveria se preocupar com o excesso de peso, perto de 1,70 de altura, os seios eram pequenos, a bunda grande sem exagero e as coxas grossas. Como não era seu pai e nem responsável por sua saúde, não dizia nada sobre a necessidade de ela entrar num regime e numa rotina de exercícios se não quisesse ter problemas de saúde no futuro. Era muito simpática e otimista, estava sempre tentando salvar o humor das outras. A menina estudava sociologia ou ciências sociais, não sei bem.

Sem Ester para controlar as saídas e entradas, assim que comecei a prestar atenção nelas, a primeira coisa que notei foi que as festeiras que saiam todas as noites, pensei em intervir, mas não apenas não era problema meu, como, em dado momento, aquelas que precisavam trabalhar para pagar a faculdade começaram a reclamar, bem como as obcecadas com os estudos.

Aquelas que experimentavam a vida longe de casa pela primeira vez variavam da euforia ao pavor no mesmo dia, diariamente, mas como isso acontecia com as que pareciam mais rodas também, conclui que as crises fazem parte da vida das meninas dessa geração.

Existiam ali as namoradeiras e as que pareciam ter aversão a homem, as que pareciam virgens e as que faziam pose de quem já deu pra todo mundo.

As brigas eram diárias, por todos os motivos imagináveis, desde o barulho, até sobre quem comandaria o controle remoto da TV, sem contar em peças de roupa que desapareciam e brigavam até pelo uso das geladeiras, que cada quarto tinha a sua.

Durante o dia apenas duas ou três ficavam por ali, pois não trabalhavam e estudavam meio período, mas noite… aquilo parecia o inferno. Música alta e meninas dançando na sala, sempre tinha alguém queimando alguma coisa na cozinha - e quando digo queimando, não estou sugerindo que cozinhavam alguma coisa, elas até pareciam saber cozinhar, mas todo dia alguém esquecia uma panela no fogo…

As geladeiras pareciam servir apenas para guardar cerveja e outras bebidas alcoólicas; como o tempo estava começando a esquentar, algumas ficavam no gramado, principalmente as fumantes e as maconheiras, até porque era proibido fumar dentro de casa.

O entra e sai de gente naquela casa era algo perto do inacreditável, ou seja, era um grupo exatamente igual a qualquer grupo em que muita gente vive muito perto

Até que certo dia fui convidado para participar de uma espécie de assembleia, pois estavam todas vivendo no limite do estresse devido à falta de educação e de respeito umas com as outras.

Naquela noite estabeleceram uma série de regras para o funcionamento da casa e, na minha opinião, já começou estranho porque de cara elegerem a Adriana para ser a cabeça do grupo.

Eu praticamente não ouvia a voz da menina… mas descobri depois o motivo da escolha. Drica podia não falar muito comigo, mas com as outras moradoras ela se dava muito bem e, além disso, a menina era incorruptível, tinha o apoio da maioria e vinha de uma família de advogados, então, simplesmente elaborou um contrato e obrigou todas a assinar e a partir de então, ameaçava processar quem não cumprisse com o acordo.

No fim mudou pouca coisa, namorados ou namoradas no dormitório continuou proibido, devido a reclamações estabeleceram que as festas aconteceriam no máximo duas vezes por mês e apenas se, a idealizadora da festa bancasse um quarto de hotel para aquelas que não fossem participar e precisassem dormir - se tivessem proibido seria mais simples.

Espantosamente, as brigas mais acirradas foi pelo uso da cozinha, decretada como território proibido para estranhos, música alta apenas até alguém reclamar, e definiram as regras sobre como a casa seria mantida limpa.

As malucas queriam que comprasse um guindaste para que elas mesmo limpassem as janelas da casa, mas arrumei uma equipe especializada que viria a cada vinte dias cuidar disso.

E para meu espanto, não apenas criaram uma escala de serviço, como estabeleceram multas em dinheiro para quem não cumprisse com o combinado.

Pensa nisso, escala de serviço!

E com isso o lugar virou uma república.

Apesar da dor de corno, com o passar do tempo e com a convivência com aquele bando de meninas que hora pareciam saber tudo e hora se comportavam como crianças, a ferida foi cicatrizando.

Era divertido ver aquele bando de malucas tentando parecer adultas responsáveis enquanto andavam pela casa enroladas em toalha, e eu achava que era de propósito.

Cada uma tinha um banheiro no próprio quarto!

Para quê desfilar sem roupa pelo corredor?

Óbvio que só me aproximava delas quando precisavam de mim, não ia ficar cercando as meninas, mas o tempo todo tinha algo para consertar, para limpar, de modo que só não as via mais, porque todas passavam boa parte do dia fora de casa, mas a noite, se eu não descesse, certamente subiam para conversar, traziam as pizzas mesmo sabendo que eu não comeria mais que um pedaço, Adriana apesar de tímida não se acanhava em se unir a Janaina e acabar com meu café torrado, abusando da máquina de expresso, Josie e Mônica gostavam de subir para jogar vídeo game, pois minha TV era maior e para usar a da sala teriam de se sujeitar às regras.

No começo a ideia era trancar minha porta e usar apenas a escada de incêndio, mas não foi bem assim que aconteceu.

Aquela porta foi esmurrada tantas vezes por meninas que pensavam que qualquer coisinha era uma urgência, que desisti de trancá-la, a não ser quando fosse dormir.

Tentava manter as coisas bem separadas, a gente até ficou meio que amigo, mas como eram todas meninas bonitas, cada uma do seu jeito, tentava manter uma distância respeitosa, para não arriscar gostar demais delas e acabar olhando-as de outra forma, se não a minha vida se tornaria um inferno

Outra das minhas funções era servir como juiz quando acontecia alguma desavença mais séria.

Elas pareciam me ver como alguém com conselhos a oferecer e vinham falar de seus dilemas infantis e se de um lado me divertia que sofressem com as mesmas bobeiras que todo mundo em qualquer idade, me irritava que quisessem conversar quando eu tinha mais o que fazer.

Tinha ocasiões em que parecia que todo dia alguém terminava ou começava um namoro naquela casa. Os namorados até entravam, mas as meninas levavam a sério a área em que podiam ficar, quando um moleque ordinário ficava mais folgado me chamavam para botar ordem na casa.

Como disse, ficamos amigos, então, às vezes, exercia o papel de responsável intimidador, pois não só percebi que ela apreciavam a ideia de poder contar comigo para isso, como não queria moleque dando de louco na minha casa.

Um deles, inclusive, em certa ocasião, chamei num canto, ameacei dar uns tabefes em suas orelhas, e avisei o imbecil que, se a Paula chegasse em casa chorando de novo, ele podia se despedir dos próprios dentes.

E até aí, a vida era bem tranquila.

As coisas começaram a ficar empolgantes numa sexta-feira.

Já estava ficando preocupado, fazia mais de seis meses que a república funcionava sem Ester e ainda não achara quem quisesse ocupar as quatro vagas restantes.

Ester, inclusive, teve uma filha linda nesse meio tempo.

Vi por uma rede social.

A grana que recebia com as ocupantes que já moravam ali, mais o que sobrou da venda da herança, me permitia uma vida confortável, por isso não estava realmente preocupado, só achava um desperdício deixar o quarto vazio.

Na sexta-feira em questão recebi uma ligação que mudaria tudo na minha vida e na rotina da casa.

A moça do outro lado se apresentou como Isadora.

Conversa vai, conversa vem, marquei uma visita para a manhã do dia seguinte.

Toda semana recebia várias ligações de interessadas, mas talvez o preço ou a ideia de compartilhar o quarto desanimara todas que apareceram.

E numa casa com doze meninas ficava complicado aceitar a presença de rapazes.

No sábado receberia mais duas além de Isadora.

Estava meio ansioso, queria fechar aquele quarto, e antes receber a moça, passei em revista o casarão inteiro.

A casa vivia limpa, a sala cheirava a aromatizador de eucalipto e a essa altura, por iniciativa das próprias moradoras, tinha vários quadros nas paredes substituindo a decoração de Ester, que elas achavam brega, havia centenas de fotos sobre os móveis, plantas dos mais variados tipos e tamanhos espalhadas por todo canto e objetos de decoração, alguns que eu sequer conseguia imaginar o que eram.

Tirei a capa de proteção da piscina que ainda não fora usada, provavelmente por que naquele ano fez muito frio e também porque as que talvez tivessem tempo pareciam não curtir muito atividades ao ar livre, de modo que imaginei supus, não quisessem ou não dessem bola para a piscina.

O gramado estava bem cuidado, o jardim refeito com flores da estação, as árvores podadas, e os muros pintados recentemente e aumentados, davam a impressão de que estávamos isolados do mundo.

Como era final de novembro fazia calor muito cedo, por isso combinamos de recebê-la às oito horas da manhã e quando faltavam dez minutos para o horário ouço o som da campainha.

Como ocupávamos mais da metade do quarteirão, o portão social (uma obra de arte em ferro fundido) ficava numa rua e o portão da garagem em outra, no meio da hera que crescia no muro, o portão quase passava despercebido e quando o abri, dei de cara com uma mocinha impressionante.

Sozinha (sem os pais), o que já era uma novidade.

Loira, quase da minha altura (provavelmente devido ao exagero dos saltos), maquiagem leve, olhos castanhos meio puxadinhos, como se tivesse algum japonês ou chinês em sua ascendência e sorriso bonito, era o perfeito exemplo de mulher gostosa, nem muito magra e nem forte demais, estava na cara que dedicava um bom tempo cuidando de si mesma. Usava calça jeans justa e desbotada aprisionando coxas roliças, sapatos de salto alto, top branco e uma camisa leve com apenas os dois primeiros botões fechados, me permitindo ver a barriga reta, a cintura fina e a curva perfeita dos quadris.

Obviamente não pude olhar para aquele corpo maravilhoso por muito tempo sem que a situação se tornasse constrangedora, voltei a olhar em seus olhos, ela sorrindo se apresentou e entramos.

Quando passou por mim, seu perfume discreto e marcante me deixou animado.

Andando na minha frente, me permitiu admirar uma das bundas mais perfeitas que já vi, bunda de quem bota peso para caralho na elevação de pelve e nos agachamentos, a calça levemente enfiada no vale das bundas, o rebolado discreto e a postura confiante com que dava os passo me deixou hipnotizado e foi algo que me surpreendeu, não apenas em ver como era gostosa, mas como tudo nela me agradava muito.

Não fiquei de pau duro na mesma hora, nem abalado, encantado ou enfeitiçado, nada disso, gostava de tudo o que via e sentia dela, era uma menina muito bonita, muito gostosa e parecia uma pessoa interessante, e até aquele momento era só isso, uma maravilhosa primeira impressão.

Escolhi mostrar a parte externa primeiro, passando pela parte oposta a árvore, queria que o impacto acontecesse quando ela visse por dentro. Quando viu a escada de incêndio, ficou abismada e expliquei ser por onde acessava meu apartamento, e a moça, impressionada, soltava exclamações de espanto e deleite.

— Tem acesso por dentro, - expliquei para Isadora - caso as meninas precisem de alguma coisa, mas para dar privacidade a todos nós, prefiro não ficar dando bobeira no andar onde ficam os quartos.

A moça comentou sobre como seria perfeito colocar redes entre as árvores, ou passar o dia na piscina, fazer ioga no gramado ou ler deitada numa espreguiçadeira, enfim, sobre como tudo era lindo e maravilhoso.

Entramos na casa pela cozinha e Isadora não decepcionou e quando olhou com espanto para a árvore dentro da casa, arregalou os olhos e abriu a boca, incrédula.

— Ela veio com a casa, não é obra minha. - esclareci rindo da cara dela.

O cômodo absurdamente limpo, com flores e plantas, tinha uma chaleira de cobre (decorativa) no balcão, uma coleção de pinguins de cerâmica sobre as geladeiras (três), uma estante com dezenas de canecas, um estrado com panelas e frigideiras penduradas sobre a bancada, banquetas e mesinhas de café; esclareci sobre o regimento que organizava o lugar e das multas pesadas para as faltas, e o sorriso que não saia de seu rosto só aumentou.

— Adoro cozinhar, Murilo… e essa cozinha parece saída de um conto de fadas! Caralho, tem até uma árvore dentro da sua casa, cara! Onde já se viu uma coisa linda como essa… - disse ela cheia de entusiasmo - Infelizmente não tenho tempo, faço quase todas as minhas refeições na rua. Mas já estou calculando o que posso mudar na minha rotina para ter tempo de ficar aqui. Se nada do que estou estudando der certo, virarei cozinheira e nunca mais você me tira daqui.

Pode ter sido impressão minha, mas algo na forma como disse aquilo me deixou muito entusiasmado e quem não tirava o sorriso da cara era eu.

A voz de Isadora era grave e ela falava baixo com uma dose de sensualidade que combinava perfeitamente com sua aparência e curvas.

As reações da moça quando entramos na sala de estar seguiu o padrão de exclamações admiradas e espantadas, ela olhando em volta, avaliando tudo.

— As meninas que já moram aqui pediram para decorar o lugar e não tive como negar, até eu achava as ideias da minha ex esposa meio furadas, no final acabei agradecendo, não tenho criatividade nenhuma para decoração e a casa ficou mais jovial.

Ela riu, comentou pela vigésima vez que a casa era linda, e sentamos num dos sofás para conversar e negociar os valores e dei a ela uma cópia do contrato que ditava as regras da casa. Isadora pareceu não se importar com o preço, com as porcentagens em que as contas de consumo eram divididas e questionou apenas uma ou duas regras.

— Acho que se você ignorar a proibição de levar o namorado ou namorada para o quarto, como elas tanto repetem, isso porque nenhuma declarou gostar de meninas ainda, uma ou outra regra maluca que inventaram e os horários, penso que gostará daqui.

— Você teria algum problema caso elas gostassem de meninas?

— Óbvio que não! Além de não ser pai delas, sou partidário que cada um faz com a própria vida o que quiser. Desde que não prejudique ninguém, para mim tá tudo certo.

Ela ficou em silêncio me olhando e dali a pouco falou com aquela voz gostosa.

— Você é um cara interessante, Murilo. Qualquer outro no seu lugar já estaria tentando seduzir todas as meninas, mas você fala como um amigo delas, e às vezes, mais que alguém na nossa cama, é disso, um amigo, o que a gente mais precisa.

Não soube como responder aquilo e dei um sorrisinho sem graça.

Depois disso falamos de política, de futebol, religião, música, livros, filmes e seriados, de família e de planos de o que cada esperava fazer com a vida.

Ficamos ali um bom tempo e no final da conversa, aí, sim, estava encantado por ela.

Isadora não era só um rostinho bonito num corpo maravilhoso, a menina tinha conteúdo, e um tipo de maturidade que não combinava com uma moça tão jovem, sabia conduzir a conversa, desenvolvia qualquer assunto com tanta facilidade que fiquei impressionado.

Espantado, me dei conta do prazer que sentia em sua companhia e do desejo de estender aquela conversa o máximo que pudesse.

Sem contar que, sinceramente, a medida em que me admirava com seu jeito simples e inteligente, ficava cada vez mais difícil não me interessar também pelos seios que pareciam de bom tamanho, mesmo que cobertos pelo top, a firmeza das coxas, a curva do quadril, a imagem daquela bunda redonda e farta na memória, a forma com sentava, como movia as mãos enquanto falava… de repente estava imaginando como seria a textura da pele, como seria beijar seus lábios carnudos…

— Bom… - disse ela a certa altura, interrompendo meus devaneios - como te disse pelo telefone, eu estudo a noite, estou no segundo ano de ciências sociais, depois pretendo fazer direito ou psicologia, ainda não decidi, tenho vinte e três anos, meus pais moram aqui perto (disse o nome de uma cidade a pouco mais de cem km dali), se você fizer questão, eles vêm te conhecer, estou acostumada a cuidar das minhas coisas, mas se você quiser os chamo. Como te disse ao telefone, moro com três amigas, mas o dono do apartamento pediu para gente desocupar o lugar… - disse ela com tristeza - Na verdade, estamos sendo expulsas, mas não quero falar sobre isso. Trabalho com uma das meninas que moram comigo numa butique granfina, não estou namorando, gosto de estudar…

Devo ter feito cara mostrando minha confusão por ela dizer que gosta de estudar e ter entrado tão tarde para a universidade. Até eu, que sempre fui preguiçoso com estudos, entrei na faculdade mais cedo.

E ela leu meus pensamentos com uma facilidade impressionante.

— Durante a adolescência tive de lidar com uns contratempos, Murilo… um dia, quem sabe, a gente fala sobre isso.

Gostava da forma como pronunciava meu nome, mas também percebi que a conversa estava no rumo de assuntos que ela preferia não mexer e levantando do sofá, convidei-a a conhecer o segundo piso, onde ficavam os quartos.

Isadora amou o hall no fim da escada.

— Quem dá água para as plantas, Murilo? - perguntou ela sentando no sofá e olhando para o tronco do mogno pelo vidro - Tem vasos pela casa inteira.

— Aqui planta é que nem filho, cada uma cuida da sua. E se não cuidar, perde a guarda e o direito de trazer outra.

Ela riu com o absurdo da coisa e convidei-a a conhece o apartamento.

— Eu moro aqui. - disse abrindo a porta e permitindo que ela passasse por mim - A porta era para ficar trancada, mas elas veem tanto aqui que só tranco quando vou dormir.

Até porque, durmo nu, independente do clima e talvez fosse embaraçoso para uma eventual invasora me ver sem roupa. Mas não falei sobre esse detalhe com Isadora.

Ela me olhou curiosa e esclareci.

— Estou sempre a disposição para qualquer eventualidade, faz parte do trato, e elas gostam de jogar aqui, - mostrei a TV de oitenta polegadas e o sistema de som - então, não é pela minha companhia. E veem também para abusar da minha máquina de expresso.

— Compra outra e coloque na cozinha… - disse ela, prática.

Para esse povo é tudo tão simples… nem fazem ideia de quanto custa o café em grãos ou o preço de uma máquina de expresso e sai dando ideia.

Descemos, mostrei o quarto disponível, o banheiro e esclareci que se ela ou alguma de suas amigas fizesse questão de usar os próprios móveis, a gente daria um jeito.

Quando estávamos caminhando em direção a escada, as meninas que não tinham compromissos na manhã daquele sábado, começaram a sair dos quartos todas ao juntas, quase como se tivessem combinado, algumas em roupas normais, outras de pijama, camisola e trajes de dormir, cada um mais curto que o outro.

Eram sete das doze que moravam ali e passavam por nós, Isadora e eu, olhando com curiosidade para a visitante e perguntando sobre o café ou fazendo comentários típicos de meninas sobre meu guarda-roupa, meu cabelo ou se iria ao mercado para elas.

Convidei Isadora para tomar café com a gente e em dois minutos a menina estava envolvida com as conversas em volta da mesa.

Comemos, conversamos, dei muita risada com os absurdos que as crianças ainda acreditam e nesse ponto Isadora não era muito diferente das outras, a moça pareceu ter feito amizade com todas, foi convidada a conhecer os outros quartos e trocou telefone e tirou fotos com todas, depois levei-a até o portão para nos despedirmos.

— Já estou amando tudo aqui e por um lugar como esse, pertinho de tudo e lindo desse jeito, o preço tá ótimo! - disse ela me agradecendo pela milésima vez - Adorei sua casa, Murilo, e as meninas são maravilhosas, nem sei dizem o quanto - era perceptível que ela estava feliz, empolgada e mais alguma coisa que parecia medo - quero muito morar com vocês, sei que vou chorar um monte se não puder e tenho certeza que as minhas amigas gostarão até mais que eu… mas antes de acertarmos qualquer coisa, preciso que você saiba de um detalhe sobre mim e sobre as minhas amigas. Adorei sua casa, sério, é uma perfeição como nunca vi igual, estou apaixonada por tudo aqui…

Deveria ser algo muito sério para ela ficar com tanta dificuldade para falar e esperei.

— E esse detalhe é… - perguntei quando vi que ela estava travada.

Ela abaixou os olhos, mexeu alguma coisa no chão com a ponta do sapato, alisou uma ruga impossível na calça, levantou a cabeça e falou com uma boa dose de desafio.

— Nós somos transsexuais.

Na hora não entendi o que ela queria dizer com aquilo.

Para entender a minha lerdeza é preciso lembrar que passei metade da minha vida numa fábrica de carros, fazia hora extra para caralho, meus amigos, parentes e as pessoas que conheço e com quem convivo têm quase a mesma idade que eu, não são muito originais ou liberais, (pelo menos que eu soubesse) além disso, estive num relacionamento exclusivo por quase vinte anos e nunca fui do tipo que corre atrás de dor de cabeça…

Termos como “transsexuais” não faziam parte da minha rotina, então, por um tempo longo o suficiente para se tornar agonizante, fiquei sem saber o que dizer.

— Você sabe o que é uma transsexual, não sabe, Murilo? - perguntou ela me olhando nos olhos, percebendo que eu estava perdido na conversa.

Pensei em como responder sem parecer um extraterrestre, mas optei pelo simples.

— Sinceramente… não, não sei.

— Travesti, você sabe o que é?

Foi quando a ficha caiu.

Tinha visto algo sobre o assunto num programa de televisão há muito tempo, quando criança ouvira falar da Roberta Close, vi fotos dela da época em que fez sucesso, sabia que muitas delas se prostituíam e ouvira ou lera na internet a conversa de sermos o país que mais mata travesti no mundo, mas, como nunca sequer vi uma pessoalmente, nem pensara muito no assunto.

— Você e suas amigas são travecos? - perguntei inseguro.

— Então, hoje em dia preferimos que não usem mais essa expressão, na verdade, nem por travesti eu gosto de ser tratada, prefiro transsexual ou mulher trans. Traveco é super pejorativo.

— Entendi…

Estava entendendo era o mais absoluto nada, também por isso fiquei sem saber como continuar aquela conversa.

A primeira reação em mim, foi achar que ela estivesse zoando com a minha cara, mas no mesmo pensamento me ocorreu questionar quem seria tão louco para inventar uma história absurda como aquela.

Não conseguia perceber nada de masculino na menina em pé na minha frente, muito pelo contrário, tudo nela me agradava, a voz, a aparência, as curvas, o estilo de se vestir, a forma como sorria… gostava de sua companhia, da inteligência, maturidade e da sensualidade que a envolvia, mas, não apenas acabara de conhecer a menina como, se ela morasse ali seria vista e tratada como via e tratava todas elas.

Dentro dessa perspectiva, o fato de ela ter pênis não mudava nada.

Porém, de uma coisa eu tinha certeza, podia não estar muito conectado com todas as idiotices que aconteciam no mundo, podia nunca ter visto uma transsexual antes, mas via o comportamento e os discursos de extremistas, sabia que o preconceito, a intolerância e a violência contra minorias comiam soltos nos últimos anos.

O único contato, e muito distante que tive com o assunto foi ter estudado durante um ano, no ginásio, na mesma sala com um garoto que os valentões zoavam chamando-o de viadinho.

Gente idiota sempre existiu em todo tempo e lugar.

Mas pessoalmente nunca soube se ele era de fato gay, e nunca fez diferença nenhuma para mim, a gente estudava juntos, jogava bola e até conversamos algumas vezes, mas foi só isso.

De algum modo, quando lembrava dessa época e desse guri, me sentia meio culpado pela violência, inclusive física, que ele sofreu e eu não fiz nada para impedir.

Nada que vivi me preparou para aquela situação ali com Isadora.

E de novo escolhi o caminho mais simples, mesmo que talvez não o mais inteligente.

— Não me leve a mal, mas… Acho que a única trans que já vi na vida foi há sei lá quanto tempo e pela televisão… não posso dizer que não esteja meio confuso… desculpe a indelicadeza, mas já conheci muita mulher que não é bonita ou tem um corpo perfeito como o seu… como funciona isso? Toda mulher trans é como você? Suas amigas e você precisam de alguma coisa específica, têm alguma necessidade especial por serem transsexuais?

Isadora me olhou com tamanho espanto e raiva que fiquei vermelho de vergonha pela pergunta idiota.

— Você quer dizer que eu não pareço um homem vestido de mulher… é isso?

Fiquei bem sem graça quando ela disse isso e não soube como responder.

— Comecei cedo a transição do menino que a sociedade queria que eu fosse para menina que sempre fui, mesmo antes disso sempre fui meio andrógena… conhece a palavra androgenia, Murilo?

Ela estava bem puta comigo nessa hora e a mensagem em seus olhos, mais a forma como respondeu, deixou isso muito claro.

— E meus pais têm dinheiro para bancar os procedimentos estéticos que precisei para ficar com essa aparência e antes que você pergunte, sim, os hormônios me fizeram ter seios, mas não do tamanho que eu queria, então, sim, eu comprei esses aqui.

Nisso a menina parece ter visto o meu vexame, entendeu que eu realmente não entendia nada do assunto, mas que também não estava de sacanagem com ela, então, parou, respirou fundo, e respondeu, cheia de paciência e pouco de tristeza na voz.

— Não temos necessidades especiais, Murilo, somos pessoas com as mesmas qualidade e defeitos que todo mundo e queremos apenas viver, igual todo mundo, sem medo de descriminação apenas por sermos quem somos.

Quando ouvi aquilo tratei de responder rapidinho para tirar dela a tristeza que estava em seus olhos.

— Então, por mim você já pode trazer suas coisas e suas amigas, hoje, se quiser.

Ela demorou uns dois ou três segundo para entender o que eu disse, mas a medida em que entendia, um sorriso lindo foi se formando em seu rosto e quando menos percebi, ela me abraçou, toda empolgada, dando gritinhos agradecidos, me soltou e ficou dando pulinhos e soquinhos no ar, sem sair do lugar, sorrindo e me olhando como se eu tivesse oferecido algo muito maior que um lugar para morar.

De repente ela para tudo, me olha e pergunta:

— E as meninas?

— O que tem as meninas?

— E se elas não concordarem…?

— Até onde eu sei a casa é minha…

— Elas chegaram primeiro, Murilo, não acho justo impor isso a elas.

Pensei naquilo por dois segundos olhando-a nos olhos, me resolvi, peguei-a pelo braço, sem machucá-lá, obviamente e voltamos para dentro de casa.

Ela espantada se deixou conduzir.

Quando chegamos na sala, Rose e Kate viam TV, Adriana lia um livro deitada num puff, Janaína estava na cozinha e Mikiko na mesa de pôquer com um notebook e um monte de livros e cadernos.

— Gente! - gritei para chamar a atenção de todas - Preciso de uma opinião.

Todas elas pararam de fazer o que estavam fazendo e dali uns segundos descem correndo Jéssica (enrolada numa toalha) e Heloísa com o notebook nas mãos, com caras de assustadas, imaginando que tinha acontecido alguma coisa.

— Porra, Murilo, quer matar a gente de susto, caralho? - reclamou Jéssica.

— Estão todas com o celular?

Todas, menos a Jéssica, levantaram a mão mostrando seus aparelhos.

— Teremos uma reunião de emergência, agora. Então, por gentileza, chamem por vídeo as meninas que não estão aqui.

Elas olhavam par Isadora e para mim, umas curiosas e com sorrisos, outras exasperadas pelo susto e todas imaginando o que viria daquela conversa.

Jéssica subiu para vestir suas roupas.

Depois de cinco minutos estavam todas nos sofás.

Stefany, Paulinha, Mônica, Josie e Marina (que participavam pelo celular) estavam na tela do notebook de Heloísa na estante

Apresentei a Isadora para quem não a conhecia ainda e pedi que a moça vendesse seu peixe.

— Você quem fez questão de dar poder de escolha para essas crianças, então, tente convencê-las.

Algumas meninas reclamaram por chamá-las de criança e Isadora me olhou com desejo claro de arrancar minha cabeça, o que despertou gargalhadas nas outras.

A moça olhou para a plateia, chegou mais perto do notebook, deu um tchauzinho para tela e começou meio constrangida, até teve de limpar a garganta, mas pegou o jeito bem rápido.

— Oi, gente. Para quem ainda não me conhece, meu nome é Isadora, segundo ano de ciências sociais, na Federal, para todas as redes, sou de sagitário, Palmeirense com a glória de Deus, e trabalho na loja “Tal” (ela disse o nome da loja, mas não ganho para fazer propaganda). Não imaginem que esteja tentando corrompê-las, mas caso se interessem, pago preço de custo na compra de qualquer coisa da loja, roupas e calçados principalmente… mas só para o caso de se interessarem (mais risos das meninas).

Ela esperou as meninas pararem de rir e fazer comentários sobre a loja.

— Gente… estou sendo despejada, na verdade, estamos… e estou apaixonada por esse lugar. Tenho três amigas que viriam morar comigo aqui, o Murilo topou nos aceitar, mas como você chegaram antes, achei que seria melhor se soubessem de uma coisa sobre nós quatro que pode, sei lá… causar divergências de opinião.

As meninas, ainda abaladas por saber que podiam comprar roupas caras com desconto, murmuraram perguntas sobre o que seria esse "porém" que Isadora tinha de comunicar.

— Se vocês acharem que será desconfortável viver na mesma casa com a gente, vou entender, ficarei de coração partido, amei vocês e a casa… tem até uma árvore aqui dentro, gente… enfim, não será a primeira vez… então… sem problema nenhum. Tá bom, gente?

Todas as outras concordaram, algumas já mordendo as unhas de ansiedade.

— Eu e minhas amigas somos mulheres trans.

A reação das moradoras foi olharem confusas para Isadora e para mim, como se eu tivesse alguma coisa a ver com o gênero da menina.

Se olharam por uns segundos, Adriana levantou, todas elas imitaram o gesto, pegaram o notebook e pedindo licença foram conversar na cozinha, de onde estava podia vê-las em volta da Adriana, todas falando sério.

Confabularam por uns cinco minutos em voz baixa.

Chegaram a uma decisão e voltaram para seus lugares.

Adriana meio que comandava a casa, mas quem falava era a Janaína, e a porta-voz do grupo, perguntou toda sem jeito:

— Vocês fazem programa, tipo… são… tipo… sei lá… garotas de programa?

Achei aquilo muito indelicado, mas elas tinham um pouco de razão.

— Não. - respondeu Isadora simples.

Elas se olharam trocando mensagens telepática e Janaína voltou a falar.

— Não estamos habituadas ao assunto, Isadora, - continuou a moça com toda educação - por isso já peço que nos perdoe por qualquer mancada que dermos…

— E pode apostar, a gente - disse Kate, a bocuda - com certeza vai falar muita merda.

— Murilo, - chamou Mônica - me perdoe, sério gente, não ia falar nada, mas… o Murilo conheceu meu pai… ele é meio fanático religioso, não sei se vai topar me deixar continuar aqui se souber… e eu gosto daqui…

Silêncio.

— Gente… - disse Josie pelo tela do notebook - Minha mãe também não vai curtir muito, não… Ela é evangélica, gente.

A forma constrangida como disse isso me fez rir por dentro.

Silêncio de novo.

Pelo menos até Kate perguntar.

— Mais alguma de você tem pais retardados?

Ela viu que pegou pesado e tentou melhorar.

— Nem olhem para mim com essas caras… Mesmo que a gente ignore que é muita palhaçada uma pessoa descriminar a Isa, a gente tem de pensar em manter nossos pais fora da cadeia, porque se vocês não sabem, transfobia é crime.

Kate não leva muito jeito para lidar com as pessoas… nem sei o que está fazendo na faculdade de comunicação.

Heloísa e Rose se pronunciaram, não contra a presença de Isadora, mas, anunciando que também teriam problemas com os pais se o assunto vazasse.

— Não sei se quero morar na mesma casa com um monte de travestis. - disse Jéssica maldosa.

— A gente troca você por elas sem pensar duas vezes, Jéssica, - disse Janaína em tom de ameaça - então, pede desculpas para a Isadora e cala essa boca ou eu mesmo trato de jogar suas coisas na rua, sua idiota!

Isadora assistia horrorizada a conversa das duas, mas tratei de esclarecer.

— Esse é o jeito delas de conversar, não ligue. Jessiquinha é meio chata, mas não é má pessoa, e a Janaina consegue manter a loucura dela sob controle quase que o tempo todo

— Você sabe que posso te ouvir, né, Murilo? - perguntou Jéssica, ofendida.

— Pretende continuar com essa postura preconceituosa? - perguntei.

— Você é mais linda que eu! - disse a menina brava apontando o dedo para Isadora…

— Jéssica? - Janaína perguntou com tom nada amigável.

— Não sou preconceituosa! - disse ainda brava - É óbvio que ela pode ficar. Que droga!

O problema ali era inveja e ciúme…

Janaína começou a falar meio sem saber como conduzir o assunto.

— Gente… eu gostei da Isa, a Drica também gostou. Gostei mesmo de você, Isa, é sério! Se importa se te chamar de Isa? Se suas amigas forem tão gente boa, eu quero elas aqui. Tô me sentindo péssima de dar essa ideia, querida, mas… Será que a gente consegue manter segredo sobre isso? Odeio isso, Isa, juro… mas não dá para comprar briga com quem paga as contas.

— Acho que nem é tanto uma questão de manter segredo, gente… - disse a Mikiko - Tipo assim… Não tô aqui para cuidar da vida de ninguém, então, vocês podiam ser extraterrestres que não faria diferença. Sei que meus pais não esquentariam a cabeça com isso, mas, a questão, como eu penso, é que ninguém tem nada a ver com a vida da Isa e das amigas dela. Se alguém falar alguma coisa, manda se foder.

— Eu não quero causar transtorno… - disse Isa toda sem graça.

Aí, levantou a Kate, e toda vez que ela abria a boca eu ficava com medo do que sairia.

— Alguma de vocês, suas cadelas… - falou com carinho e um sorrisinho maldoso na cara, olhando em volta - Suas arrombadas do inferno, bando de lindas mimadinhas sem vergonha, alguma de você terá a moral de entregar a Isa para “polícia da moralidade iraniana”?

E aí veio o coro de “eu não” e “claro que não” e " nem conheço os caras" de todas as outras.

— Vocês, que têm pai e mãe fundamentalista - ela falava com tanta raiva que a palavra fundamentalista saiu como se fosse um palavrão (e é) - vão abrir esse bocão pros patrocinadores? - perguntou Kate.

— Claro que não, Kate! - respondeu Mônica, toda ofendida - Tem hora que nem tenho certeza se sou mesmo hétero… e outra, tenho cara de quem nasceu no século XVII?

As meninas ficaram meio chocadas com a informação do provável lesbianismo de Mônica, foi aquela confusão inevitável, aquela falação louca, umas rindo e outras se oferecendo para tirar a dúvida da colega, mas até que absorveram rápido a informação é continuaram no assunto.

As outras que tinham pais difíceis também garantiram que não falariam nada sobre o detalhe que diferenciava as quatro novas moradoras do resto delas e lentamente foram se acalmando.

— Então, - disse Janaína - a gente quer tentar. Não somos preconceituosas e você é muito legal… Isa, me perdoa a sinceridade, mas nesse ponto, por milagre a Jessiquinha tem razão, você é mais bonita que todas nós…

Nova onda de exclamações, umas concordando e outras nem tanto.

Isadora estava super aflita, seus olhos pareciam procurar salvação nos meus, mas Janinha não tinha terminado.

— Não estou duvidando da sua palavra, de jeito nenhum! - disse a menina quando percebeu o desconforto da outra - Só que não tem como não sentir um pouquinho, ou muita inveja… você é tão linda… - e disse aquilo com tanta sinceridade e até uma pontinha de ingenuidade que Isadora sorriu para ela.

Ficaram sem saber como continuar durante um pequeno instante, Isa abriu um sorriso lindo ao se perceber aceita e as meninas pareciam apenas esperar o sinal de largada para fazer alguma coisa, e foi quando resolvi me pronunciar.

— Nem a Isadora e nem ninguém aqui precisa esconder quem é. Pelo amor de Deus, vocês são adultas, responsáveis pelas próprias escolhas e se algum pai ou mãe reclamar, traga-os para conhecer as meninas. Duvido que com meia hora de conversa, continuarão se opondo.

Todas me olharam surpresas com a perspectiva.

— As pessoas precisam saber que existe gente como a Isadora e as amigas dela, e aceitar que elas não apenas existem como têm os mesmos direitos que todo mundo, não é só questão do preconceito ser crime, é uma questão de parar de pensar em alguém como menos importante por isso ou por aquilo. Não concordo que elas tenham de se esconder.

Até aquelas que eram reféns dos pais antiquados sorriam quando me ouviram dizer aquilo.

— Falou bonito, hein, Murilão… - provocou a Kate.

— Você anuncia nos jornais que é trans, Isadora? - perguntei para menina.

— Ninguém mais lê jornal, Murilo. - disse Rose, participando pela primeira vez de qualquer conversa.

Ela nunca falava nada.

— Não, né… - respondeu Isadora rindo.

— Vocês entenderam? A vida de cada uma de vocês não é da conta de ninguém. Isadora nem precisaria ter dito que é trans, então, esse assunto, se tiver de ser conversado, será se a Isa ou as amigas dela quiserem. E quem quiser beijar outra menina, que beije, a casa é de você e se na própria casa a pessoa não puder beijar quem quiser, que merda de casa é essa?

Com isso o clima ficou mais tranquilo e dali a pouco voltaram a falar todas, sem se preocupar em saber se alguém as estava ouvindo, até que perceberam que aquilo não era uma conversa e foram ficando quietas.

— Você é a primeira trans que eu conheço pessoalmente! - disse Heloísa, toda empolgada - E nem parece que já foi menino!

Vi nitidamente o sorriso na cara da Isadora cair um pouco, até Adriana, aquela que não fala, se pronunciar.

— Nossa, Helô… não podia esperar um pouco? - perguntou Adriana.

Ela viu que a outra não entendeu e continuou.

— Não tem nada de falar esse tipo de coisa. Isa sempre foi menina!

— É verdade! - exclamou a branquela toda arrependida, vindo para a frente da Isadora pegando as mãos dela - Perdão, meu bem! Por favor, por favor, por favor…

Sinceramente, não sei se tem alguém no mundo com capacidade para ficar bravo com a Heloísa, ela é uma das criaturas mais meigas do universo.

Isadora passou a mão no rosto da menina, como se quisesse tirar dali o arrependimento que estampava os olhos da garota. Dali a pouco as duas se abraçaram, falaram alguma coisa em voz baixa no ouvido uma da outra e quando se afastaram havia lágrima nos olhos das duas.

Helô ficou ali perto e Isadora não sabia para onde olhar, todas elas falavam simultaneamente, faziam milhares de perguntas e queriam saber detalhes sobre tudo.

— Vocês são uns amores… - disse Isa, super espantada com um sorriso de orelha a orelha - Sinceramente, não esperava. Estou tão acostumada a pessoas me olharem esquisito quando conto que não sou… mesmo passando por mulher cis…

— Relaxa, mulher, - interrompeu Mikiko - A gente te ama… ou vamos te amar… depende de você… - ela tentou parecer séria e ameaçadora, mas aquela ali nunca seria boa atriz - depende de quão vantajoso para nós é você trabalhar no paraíso.

A forma como terminou a frase gargalhando foi lindo de ver.

— E olha que, por mais que me doa, sou obrigada a concordar com a Jéssica, nessa… também estou morrendo de inveja da sua lindeza… - exclamou Kate fazendo bico.

Todas concordaram com gestos de cabeça e exclamações, e Isadora, para minha surpresa, caiu no choro, com muitas lágrimas e soluços.

As meninas vieram, umas mais determinadas e outras menos, e ficaram em volta da Isa, um segundo de hesitação e rapidamente abraçaram-na e a levaram-na para o sofá onde ela foi consolada, suas lágrimas foram recolhidas, e, então, começaram com as inevitáveis brincadeiras…

— Olha, Murilo, seu pinto não é mais o único da casa! - disse Janaína.

— Mas com certeza ainda é o menos usado… - comentou Rose rindo, cheia de maldade infantil.

— E de repente nem é o maior! - comentou Kate gargalhando.

— Suas amigas são bonitas assim, como você? - perguntou Mikiko.

— Você já transou com meninas? - perguntou Heloísa assanhada.

— Quando começou a transição para ficar assim, tão linda? - perguntou a Janaína.

— Você namora algumas das suas amigas? - perguntou de novo a Rose.

Estava adorando vê-la participando das conversas.

— O filho da puta, dono do lugar onde vocês moravam, expulsou vocês por serem trans? - perguntou Adriana.

Isadora, toda paciente, esperou que parassem de fazer perguntas e só então, começou a responder.

— Não conheço o pinto do Murilo, então, não posso dizer de quem é o maior.

A resposta pegou todas de surpresa, causou aqueles dois segundo de incerteza sobre se ela estava falando sério ou não, e quando perceberam que Isa estava zoando a cara delas, caíram na gargalhada.

— Estamos sendo expulsas porque ele é, sim, um filho da puta preconceituoso, viado enrustido que só está nos obrigando a sair de lá por que não quisemos dar para ele… ou comer aquele nojento… Deus que me livre.

— Ah, eu vou lá! - disse Kate levantando cheia de raiva - Manda o endereço enquanto eu peço um carro. Vou lá e vou cortar fora o pinto desse desgraçado!

Nisso, Mônica e Jéssica se juntaram a menina raivosa, cada uma de um lado.

— Manda o endereço para mim, Kate. Encontro vocês lá! - gritou Josie pelo computador.

Isadora olhou para elas com os olhos arregalados, assustada com aquela ferocidade.

— Agora você é amiga nossa, queridinha, - esclareceu Kate - Ninguém se mete com você antes de passar por cima de nós todas.

E lá foi Isadora chorar de novo, mas dessa vez já estava no meio das outras, se recompôs mais rápido e voltou a falar.

— Nunca achei que um dia experimentaria isso o que vocês estão me dando hoje… Tenho medo de acostumar e depois acontecer alguma coisa…

— Vai acontecer nada, não, mulher! - disse Mônica - A gente só saí daqui quando casar, então, arrisca passarmos a vida toda aqui enchendo o saco do Murilo e se ele morrer, a gente enterra ele no quintal e pega a casa para nós.

Todas riram, algumas concordando e outras fazendo cara de quem não tinha pensado no assunto ainda e Isadora voltou a falar.

— Não sei se por serem minhas amigas, mas as acho todas lindas, nos conhecemos quando estávamos na terapia durante a transição, somos um modelo diferente de mulher trans, a gente é do tipo que também tem, mais ou menos igual a vocês, alguns privilégios. É claro que não é igual por que os nossos são bem poucos, mas ainda assim a gente tem muito mais facilidades que a maioria.

As meninas prestavam toda atenção ao que ela dizia.

— Meus pais sempre me aceitaram como sou e apoiaram quando quis fazer a transição, eles são testemunhas de que nunca fui menino e do quanto sofri tentando me encaixar numa vida que não era a minha.

Heloísa trouxe uma jarra de água ofereceu para Isadora que bebeu e continuou.

— As outras cada uma tem sua história e apesar das nossas vidas, comparadas com a da maioria ser mais tranquila, tanto que podemos viver sem precisarmos de sub-emprego ou nos prostituir. Tanto os meus pais como os pais das meninas têm como investir em tratamento e procedimentos estéticos, por isso temos essa passibilidade… caso contrário duvido que poderíamos trabalhar e estudar sem sermos tratadas como espécies estranhas numa jaula. Thais trabalha como modelo e ninguém que a conhece percebe que não é cisgênera, mas é bem como disse o Murilo… ela não se esconde de ninguém.

— Mostra foto delas, Isa, por favor. - pediu Adriana.

Isadora pegou o telefone e mostrou fotos e vídeos, nomeando cada imagem apresentada.

Inclusive para as que participavam pela tela do notebook.

Eu mesmo não vi nada.

— Essa é a Beatriz.

— Nossa… - exclamou Jéssica - Ela parece a Sininho!

As outras fizeram comentários, umas concordando, outras nem tanto e Isa continuou.

— Essa é Simone.

— Gente! - gritou pelo alto-falante do computador a Marina.

Todas pararam para prestar atenção, já que Marina não é do tipo que grita.

Todas olhando para o computador e a menina arrependida do rompante disse:

— Não é nada, não… - aí, falou mais baixo - Preciso falar com você, Kikinha, agora.

A menina saiu do meio da muvuca para conversar com a amiga e as outras continuaram no interrogatório.

— E essa é a Thais.

Dessa vez ela demorou mais mostrando fotos, que a menina por ser modelo, tinha vários vídeos.

— A Bia trabalha comigo na boutique, Simone desenvolve games e aplicativos e Thais, como tá na cara, é modelo. Eu comecei a transição com treze anos, as meninas estavam um pouco mais velhas, a Bia tinha de quatorze para quinze, a Simone dezesseis e a Thaís, acho que uns quatorze.

Nisso a Mikiko voltou, cochichou alguma coisa no ouvido da Isa, elas conversaram alguma coisa em voz baixa, Isa pegou o telefone e mexeu nele, digitou alguma coisa por um tempo, Mikiko saiu de perto e parece ter voltado para a conversa com a Marina.

— Então… com o histórico que o país tem, só da gente cogitar as chances de eventualmente exercer uma profissão, já é muita coisa. Ter aceitação da família é sempre uma coisa muito complicada, nós ainda somos meio que novidade para a maioria das pessoas, ninguém sabe lidar com a gente e é chato ter de repetir continuamente a mesma coisa o tempo todo, ser julgada o tempo todo.

Ela parou, bebeu mais um pouco de água e voltou a falar.

— Mesmo tendo aceitação da família, o mundo real não acontece debaixo da saia da mamãe… e a gente precisa sair pro mundo e viver as nossas vidas.

— Eu entendo mais ou menos o que você quer dizer. - comentou Rose - Faz dez anos que estou brigando com a bulimia… óbvio que não é a mesma coisa, que ninguém quer me matar por ser magra, mas tem muito de incompreensão e julgamento por parte das pessoas.

Era a primeira vez que a Rose falava sobre aquilo assim abertamente…

Isadora deu um sorriso tão acolhedor para a menina que foi até emocionante.

— Meus pais me aceitam e os pais das meninas… é aquela coisa… os pais delas aceitam, uns mais e outro menos, mas, meio que também estão com a gente nessa, o que não impede que um parente qualquer de ser indelicado… essa parte, família, é sempre complicada… mas, mesmo assim, mesmo tendo pais que nos amam e nos apoiam, mesmo tendo dinheiro e acompanhamento médico e psicológico… todas nós sofremos muito até chegarmos aqui e eu imploro, pelo amor de Deus, estou vendo que vocês são uns amores, mas por favor, sejam pacientes com elas.

As meninas se mostraram de uma maturidade tratando daquele assunto em especial que fiquei impressionado com elas.

Mas é claro que a seriedade foi para o ralo assim que a Kate abriu a boca.

— Vocês são pausudas que nem a gente vê na internet? - de novo a Kate com suas perguntas absurdas e até meio ingênuas.

— Kate, do céu, - exclamou Isadora - que tipo de site você anda vendo?

— Nem vem! - disse Kate teimosa - Você não pode se ofender por eu ser curiosa, não tô perguntando na sacanagem… é importante para mim! Preciso saber!

— Depois a gente fala disso, Kate… - Isadora estava roxa de constrangimento.

As outras riam divertidas com a situação e quando vi Kate abrir a boca de novo, resolvi interromper aquela inquisição.

— A gente podia fazer um churrasco para comemorar a casa estar completa… O que vocês acham?

Todas gritaram em concordância, se a festa fosse por minha conta, obviamente, e pela primeira vez naquela casa acertaram os detalhes em menos de cinco minutos e ficou combinado que enquanto a comandante Adriana, Jéssica e Mônica ajudariam Isadora com a mudança, as outras iriam comigo no mercado.

As que trabalhavam ficaram chateadas, mas as meninas prometeram que a festa não acabaria nunca, e as que estavam na faculdade, abandonaram a aula no meio.

Isadora veio e confidenciou.

— Ah, Murilo… a gente nem se mudou e eu já tô te dando trabalho…

— O que houve?

— Thais é vegetariana…

— Tem três dessas coisas aqui também.

Ela riu alto e continuei falando alto o suficiente para que todas ouvissem.

— Coloque suas amigas numa chamada de vídeo, Isa, assim já vão se enturmando e não se assustarão quando forem cercadas por esse bando de arruaceiras.

Gritos de protestos e gargalhadas, mas dali um instante, enquanto esperavam o carro de aplicativo, ficaram de conversa no sofá, aquele monte de meninas amontoadas em volta de Isadora para caberem na tela do computador, como se fossem amigas de longa data, cada uma querendo chamar mais a atenção que a outra.

Pude ouvir exclamações de espanto das amigas de Isadora quando viram aquele bando de meninas malucas, todas falavam ao mesmo tempo, Janaina tentava manter a ordem, sem sucesso e ouvi Marina gritando, de novo, e pedindo o número da Simone, mas saí de perto para desmarcar com as pessoas que estavam agendadas.

Duas horas depois a casa estava, literalmente, pegando fogo.

Cozinha funcionando a todo vapor, som alto, meninas dançando no gramado, cada uma com uma latinha de cerveja e o carvão queimando.

Isadora ainda não voltara, mas já avisara estar a caminho.

Foi quando Mikiko, a japonesinha bonitinha, parou do meu lado enquanto temperava a carne.

— A gente pode usar a piscina, Murilo?

Olhei para ela e notei outras três que prestavam muita atenção na conversa.

— Por que não poderiam?

— Está sempre coberta… - disse ela ofendida.

— Você viu a quantidade de árvores em volta, menina? - perguntei no mesmo tom imitando-a.

Ela me olhou com raiva, e ri muito vendo aquele cisco de gente querendo parecer intimidadora.

— É só por isso? - voltou a perguntar, agora de volta ao normal.

— Claro… sou eu quem limpa.

— Então, se a Drica colocar a piscina na escala de serviço, a gente pode usar… - disse insegura.

— É óbvio que podem, Kikinha! - respondi já me irritando.

Nem bem terminei de dizer aquilo e saíram todas correndo para dentro de casa, gritando e rindo como era característico delas e dali a dez minutos estavam todas em biquínis e maiôs, pulando na água.

— Não vai mostrar seus dotes atléticos na piscina? - perguntei para Janaína, uma ruiva de um metro e setenta de pernas longas e seios grandes, aluna de educação física que, ao contrário das outras, apenas colocou um short e a parte de cima do biquíni, mas ficou por ali procurando o que fazer.

— Estou menstruada e fico meio indisposta no primeiro dia.

Não tinha ideia de como as meninas me viam, mas a naturalidade com que diziam coisas como estar menstruada ou com vontade de dar, ainda me impressionava. Elas falavam sobre seus assuntos pessoais, e alguns até íntimos comigo, como se fosse uma delas.

Naná, com o era chamada pelas outras, começou a preparar a salada, e como vi que não sairia dali, continuei a conversa.

— Vocês não têm amigos? Quase não vejo nenhuma de vocês recebendo pessoas aqui.

— Claro que temos amigos, Murilo, no começo a gente recebia mais gente, você mesmo viu que as festas que demos não deu muito certo, a primeiro pela loucura da sua ex, e as outras porque a gente ficou assim… não sei como explicar, mas tem os namorados das meninas que chegam até a porta e os colegas de faculdade que chegam até a sala, eu mesma trouxe alguns para estudar comigo aqui, todas nós já trouxemos alguém, até porque, adoramos a cara de espanto das pessoas quando veem onde a gente mora. Só que tem uma coisa aqui, na casa, que… sei lá… sua casa é tão perfeita…

— Nossa casa. - interrompi.

— Então, nossa casa é tão gostosa que, não sei as outras, mas fico meio igual a sua ex mulher, com ciúme de ter gente estranha andando por aqui. Acho que não é coisas só minha, não… Você percebeu que os namorados das meninas nem passam mais pela porta da sala? Murilo, meu pai costumava dizer que se alguém quisesse se esconder de mim era só ficar lá em casa, mas aqui eu amo ficar de bobeira, trocando ideia com as meninas, fazendo experiências na cozinha, conversando com as árvores…

Quando viu o espanto na minha cara, a menina caiu na gargalhada.

Nunca entendi gente doida e fiquei sem saber se ela estava zoando a minha cara, se era efeito do baseado ou se era realmente pancada das ideias.

Antes que eu dissesse qualquer coisa, chegaram Isadora e as amigas.

A que vinha na frente, segurando o braço de Jéssica de um lado e o de Adriana do outro, era Simone uma negra linda, talvez 1,75 m, de longe dava para perceber que era do tipo empolgada, andava dando pulinhos e falava e ria e olhava tudo em volta, com mais cara de mulher que de mocinha, o cabelo feito trancinhas, o rosto meio que entregava um pouco a androgenia, o corpo de curvas acentuadas era maravilhoso, ela usava calça justa, tênis e camiseta, e tinha um lindo sorriso, autêntico, sorriso de gente legal.

Atrás delas vinha Thais no que parecia uma conversa séria com a Kate, era uma morena de olhos verdes e cabelo preto, liso e até a cintura, com um vestido florido, folgado e de alcinhas, parecia uma daquelas elfas de filmes, sua pele branca denunciava que a menina não curtia muito atividades ao ar livre, magra como modelo de passarela que era, tinha uns cinco centímetros mais alta que Isadora, parecia meio assustada e vinha, literalmente, agarrada no braço de Kate, que certamente já sabia o tamanho do pênis de todas elas,

Depois vinham Isadora com Beatriz a seu lado, o rosto era de uma adolescente de uns 16 ou 17 anos, batom e lápis, - morando com um monte de mulheres você acaba entendendo de maquiagem querendo ou não - de cabelo castanho-claro cortado curto, com uma franja volumosa, tinha uma qualquer coisa sensual nela que não conseguia definir, e ainda sem saber como ou porque me encantei imediatamente por ela, estatura média (1,60+/-), magra, usava calça legging que deixava a mostra coxinhas bonitinhas, roliças, camiseta curta, mas folgada e chinelo, parecia delicada como se qualquer palavra mais áspera pudesse machucá-la, bonita de um jeito infantil e sofisticado, sorria tímida para as meninas que se aproximavam e parecia abalada com a movimentação.

Vieram e se apresentaram, conversamos bobeirinhas por dois minutos, mas o olhar cobiçoso de Simone para a piscina - e o dia estava bem quente - denunciou que elas preferiam fazer outra coisa.

Levei-as ao quarto onde um monte de malas já esperavam no corredor, dei as boas-vindas e as chaves, reforcei o convite para o churrasco, pedi que ficassem à vontade e desci.

Adriana, já de biquíni, pusera a carne na churrasqueira, - oh, menina pro-ativa do caramba - faltavam Josie, Marina e Stefany que ainda estavam trabalhando

Helô, Janaína e Paulinha estavam de bermuda legging e a parte de cima do biquíni, provavelmente pelo mesmo motivo, e as outras todas estavam na piscina ou em volta.

Eram bonitas, cada uma do seu jeito, umas mais gordinhas, outras muito brancas, Kate tentava parecer depravada usando um biquíni minúsculo e super cavado, mas seus olhos entregavam a insegurança, apesar de ter corpo para se bancar. A menina tinha a cintura bem fina, coxas grossas, bunda pequena, mas legal e seios grandes.

Rose, apesar de bem bonita, mesmo que magra demais, pareceu tímida e usava maiô de aula de natação, que não escondia a bunda redondinha e as perninhas bonitas, apesar de finas.

As outras, Tereza, Mikiko, Adriana, e até a Jéssica, estavam com roupas mais normais, biquínis comportados ou shortinhos, tinha todo tamanho de seios e todos, de repente, pareceram muito apetitosos.

E percebi que até aquele momento não as via como adultas.

Concluí que não seria uma boa ideia pensar nelas como mulheres capazes de despertar desejos, mas, com o passar do dia, reconheci também que a intenção era boa, mas completamente inútil.

Elas eram desejáveis, por mais que eu não devesse desejá-las.

Dali a pouco desceram as quatro novas moradoras.

Isadora, como imaginei, era ainda mais bonita sem muita roupa, andava toda sorridente e usava um biquíni azul, comportado, mas estava enrolada numa canga, o que só aumentava a minha ansiedade.

Thais estava de short jeans curtinho, a parte de cima do biquíni e chinelo, o corpo magro parecia suave e se não soubesse da transsexualidade não seria pelos indícios em seu corpo que levantaria suspeitas, seios pequenos, quadris estreitos, mas visíveis, braços e pernas compridas, mas apesar disso, talvez fosse a mais sexy de todas com seu jeito requintado e simples.

Simone era o tipo de criatura que parecia ligada na tomada o tempo todo, estava de maiô florido, cavado, enfiado na bunda e de costas nuas modelando o corpo negro de curvas perfeitas, a moça poderia sair como rainha de bateria de qualquer escola de samba.

Beatriz, ou Bia, como rapidamente me acostumei a chamá-la, era uma criatura sem igual no universo. Tímida, com o tempo descobri que a menina era de um inteligência fascinante e dona de um senso de humor para lá de azedo, usava um shortinho sexy, tinha coxas e bunda de quem levanta muito peso no agachamento, e na parte de cima a surpresa, num biquíni preto, a menina mostrava seios de bom tamanho para alguém tão pequena e magra.

E não é que a menina parecia mesmo com a Sininho…

Em certo momento, quando fui para junto delas convidar para que se servissem, ouvi Thais, a magrinha com cara de rica, dizendo espantada em voz baixa para Isadora.

— Isa do céu… como você achou esse lugar, mulher?

— Uma colega de faculdade me falou…

— A gente tem dinheiro para pagar tudo isso, Isadora?

Thais estava super desconfiada.

— Claro que temos… relaxa que as meninas são maravilhosas, nunca vi igual.

— Isa… quando a esmola é demais…

Quando me viram ali perto me chamaram.

— Murilo, - pediu Isa brincando - fala para essa moça que ninguém vai roubar um rim dela durante a noite.

— E por que roubaria? - perguntei confuso.

Isa riu da minha cara e Thais se pronunciou.

— Desculpa, Murilo - disse Thais - é brincadeira dessa chata… é que a sua casa é linda, tem até piscina, o quarto é maravilhoso… e aquela sala, homem de Deus… - ela abaixou o tom de voz e continuou - E essas meninas que tratam a gente como se fosse uma delas? Não tô sabendo lidar com isso, não… tá me dando até medo.

Até eu, que não sou a pessoa mais ligada da história da humanidade, saquei que o desconforto da menina nem era pela mensalidade… e sim porque, muito provavelmente, era a primeira vez dela numa situação onde era aceita sem preconceitos ou alguém virando a cara.

Entendia a dificuldade dela em se adaptar e fiquei muito orgulhoso das minhas meninas.

Sorri para ela, e antes que eu dissesse alguma coisa, as meninas vieram e pegando tanto Isadora quanto Thais pelas mãos, levaram até a mesa onde Beatriz já estava instalada, comendo.

Simone não saíra da piscina.

A menina conseguia brinca na água, conversar com as outras apaixonadas por água e continuar com o celular na mão… impressionante.

E entre comer carne, mesmo que de soja, beber cerveja ou refrigerante, falar uma tonelada de bobagens, todas foram se enturmando e se divertindo.

Acho que não demorou meia hora para todas estarem conversando como se se conhecessem desde o berçário.

Dali uma hora chegaram Josie, Stefany e Marina, a vegana que faltava.

Foi quando vi que nada seria simples ou tranquilo.

Stefany e Josie chegaram e foram trocar de roupa, já Marina, chegou toda sorridente, e ao cumprimentar as novas moradoras beijou o rosto de todas, e quando cumprimentou Simone, que quando viu Marina saiu rapidinho da piscina, parou na frente da moça, segurou suas mãos, conversaram por uns cinco minutos de mãos dadas, olhando fixamente uma nos olhos da outra, e quando me dei conta estavam se beijando na boca com paixão.

— Relaxa, Murilo, - disse Kate que se materializou ao meu lado - elas estão de conversa desde que se viram pelo telefone ainda do sofá da sala. Tô quase acreditando em amor a primeira vista… sei lá… as gurias estão se falando sem parar, faz horas... Pelo jeito as coisas ficarão animadas por aqui.

— Pelo amor de Deus, Kate, fala para elas usarem camisinha que não quero ninguém grávida aqui. E isso é para ser levado muito a sério, Kate, sem piadinha e sem discussão. Quer saber? Deixa que eu mesmo falo.

— Não agora, né, Murilo! Deixa de ser chato, ninguém vai trepar na sua frente… fala com elas depois, quando estiverem sozinhas.

Estava surpreso de me perceber tão protetor em relação à Marina.

Na minha cabeça ela nem era capaz daquele tipo de ousadia, ela tinha cara de tonta, era do tipo que quase não fala, parece não ter opinião sobre nada, fazia o tipo meiga e delicada, achei até que fosse virgem.

E vamos concordar que para bancar uma atitude como aquela, a menina tinha de ter um nível de segurança que não era para qualquer uma.

Outra coisa que me obrigou a mudar de opinião sobre a moça foi vê-la de biquíni…

Não era uma atriz de comercial de cerveja, mas tinha um tipo de beleza muito interessante, a pele morena e o cabelo preto, bem como as particularidades nos traços entregava sua ascendência indiana, os seios pequenos, o quadril estreito e a bunda razoável formavam um conjunto bastante convidativo.

A muito custo controlei a preocupação e a vontade de me meter na vida delas e fiquei ali assando a carne e bebendo cerveja.

De vez enquanto vinha alguma delas pegar carne e comida, a gente conversava um pouco até que Isadora foi para a piscina, e cara… podia não entender de transsexuais e coisas do tipo, mas entendia de bunda e aquela não era uma bunda fabricada, os peitos até podia ter recebido o auxílio de prótese, mas aquela bunda perfeita e aquelas coxas eram claramente resultados de muitas e muitas horas de academia.

Juro que tentei não dar bandeira do quanto estava encantado com ela.

— Acho melhor você fechar a boca, Murilo. - disse Adriana com um pouco de maldade na voz.

Nem tinha me dado conta de que a menina estava ao meu lado.

— O jeito como você olha para ela, alguém, de repente, poderia interpretar como algo diferente que só curiosidade… - continuou ela com um sorrisinho e se afastou me zoando.

De um jeito ou de outro conversei um pouco com Simone, Beatriz e Thais a sós, cada uma em seu momento e fiquei encantado com todas elas.

Thais, a medida que aceitava que estava segura ali, foi se soltando e antes do final do dia estava as gargalhadas com as meninas.

Isadora toda vez que chegava perto de mim, abria um sorriso que me deixava meio sem saber o que pensar.

Simone ficou meio sem jeito quando disse “brincando” que castraria qualquer uma que deixasse espermatozoides a solta pela casa.

E Beatriz era um encanto, um dengo… parecia ter de tudo naquela menina, sensualidade, raiva, beleza, desconfiança, inteligência, timidez, ironia, revolta e paixão… parecia uma mistura de Sininho e Jinx.

Quando a tarde ia mais ou menos pelo meio, a Kate vem na minha direção, ficou um tempo beliscando a carne com os dedos e do nada pergunta.

— Você sabe nadar, Murilo? - a malícia vazando de cada palavra.

Antes que eu respondesse, mais quatro delas se aproximaram e ficaram ali, em volta da mesa comendo carne, pegando direto na tabua com os dedos.

— Sei, Kate, mas a piscina é para vocês…

— Nada a ver, Murilo! - disse Janaina, Mikiko, Bia e Heloísa juntas, meio dengosas, e definitivamente bêbadas.

— Depois eu dou umas braçadas, relaxem.

— Deixa de ser tonto, Murilo! - disse Kate, a desbocada, mais impaciente que o normal pelo nível alcoólico elevado - Você parece ter um puta corpão, então, a gente quer ver você sem roupa, seu burro!

Óbvio que fiquei sem jeito.

As meninas riam a valer com meu constrangimento, Isadora inclusive.

Porém, ninguém ali era criança, e eu também não ia bancar o pudico, então, subi, vesti uma sunga, tipo boxer, fiz umas flexões para ativar os peitorais, uns execícios de tríceps pros braços ficarem mais rígidos, dei uma brincada no caralho para mostrar que ninguém ali estava para brincadeira, deixei-o meia-bomba, o que foi muito rápido tendo na mente a imagem do corpo divino de Isadora, botei uma bermuda, uma regata e desci.

Acho que não existe ser humano que resista a um bando de meninas curiosas para saber como você é sem roupa, ainda mais quando você se garante na parada.

Não ia bancar o velho tarado, mas também não ia ficar de frescura, então, sob o olhar atento de todas elas, e estavam as dezesseis ali, tirei a bermuda, a regata, dei uma alongada nas costas para que visse o que queriam, e então pulei da água.

— Porra, Murilo, você tinha de estragar a brincadeira? - perguntou Jéssica brava - Era para você ser um coroa sem graça e feio… seu chato…

— Cara, com um corpo desse, você não acha que usa roupa demais, não, maluco? - perguntou Simone.

— Dá maior de louco e é pausudo o desgraçado… - disse Jéssica abismada.

— A sua ex é muito imbecil, cara! - exclamou Kate olhando para minha virilha.

Fiquei meio sem graça até olhar com canto de olho na direção de Isadora e vê-la passando a língua nos lábios e em seu rosto, o que me pareceu algo um pouco menos inocente que apenas interesse sem maldade.

Fiquei por ali junto delas até umas quatro da tarde.

Quando começaram a dançar ao som de músicas horríveis, resolvi subir e tomar banho.

Tentei não pensar nas meninas de biquíni, mas não teve jeito e quando me dei conta estava na melhor punheta dos últimos meses. Tentei me convencer de que aquele interesse era apenas curiosidade e por que estava meio bêbado, mas independente da desculpa que arrumasse, a verdade era que, desde o fim do casamento, era a primeira vez que sentia real necessidade de transar com alguém.

Nem tinha saído do banheiro e já estava de pau duro de novo.

E de repente percebi que comeria qualquer uma delas e todas elas se pudesse.

Todas elas, mesmo!

Inclusive Isadora e suas amigas.

Quando me dei conta disso, que não apenas estava pensando em comer umas meninas com a metade da minha idade, como ainda estava fantasiando como seria transar com as meninas que tinham pinto, isso deu um nó tão cego na minha cabeça que do nada, comecei a ter dor de cabeça.

Uma hora depois achei que minha cabeça explodiria com aquele dilema.

Pois se de um lado eram meninas que até aquela manhã eu via como um bando de crianças, do outro tinha quatro meninas com pinto.

Não sabia o que pensar e nada me prendia a atenção, diminuía minha angústia ou impedia que meu pau de se manifestar a todo instante, bastava lembrar de alguma cena em que alguma delas aparecia na memória numa pose provocante ou ajeitando a calcinha na bunda e quando via tava de pau duro de novo.

Estava tão transtornado que liguei para uns amigos e fui encontrá-los para sair dali.

Há tempos não me encontrava com eles por conta da dor de corno.

Esse negócio de tomar chifre é uma porra… te faz beber demais e falar o que não deve, por isso mantive distância de todo mundo.

Cheguei no boteco e em cinco minutos estava falando dos dilemas da minha vida. Quando mostrei fotos das meninas que moravam na minha casa, aqueles filhos das putas já começaram com a zoeira me incentivando a transar com todas, inclusive com as quatro recém-chegadas.

Foi quando comentei que as quatro novas eram mulheres trans.

E para minha surpresa, pararam imediatamente com a brincadeira.

Foi quando Mateus sacou o telefone e me mostrou a foto de um cara.

— Esse é o Augusto, meu namorado.

Éramos, Mateus e eu, amigos desde os dez anos de idade, moramos próximos quase a vida toda, ele foi meu padrinho de casamento e eu fui padrinho em todos os seus três casamentos e a promessa era que se ele casasse infinitas vezes, em todas eu seria o padrinho.

Mateus era um cara legal, ficou sempre com as meninas mais bonitas e mais de uma vez discutimos por ele ter ficado com uma menina que não ficou comigo para ficar com ele.

E o cara me fala com aquela tranquilidade toda que estava namorando um homem?

A forma como não me zoaram para comer as trans que moravam na minha casa mais o fato de nem derem bola para o fato de Mateus ser gay me fez ver que eu era o único que não sabia da novidade.

Aparentemente, Mateus se assumira enquanto eu estava envolvido com o divórcio.

— Cara… - disse Geraldo, o médico da turma - Faça o que for, Murilo, só toma cuidado para não magoar essas meninas. Elas sofrem demais, cara. Atendo algumas, no consultório, e posso te dizer, é um crime a forma como são tratadas.

— Ficou curioso, não foi? - perguntou o Mateus.

— Eu estava de boa, seriam só mais quatro meninas morando na minha casa, o fato de terem pinto ou não, não fazia diferença, mas quando as vi todas na piscina… e até querer transar com umas meninas bonitinhas e novinhas, até entendi, faz meses que não penso nisso, mas vocês viram as fotos, pessoalmente, as quatro novas são ainda mais bonitas e… sei lá… é um absurdo sentir tesão por meninas com pau… não tô sabendo lidar com isso, não, gente.

— Deixa rolar, Murilo. Se acontecer, aconteceu… - disse Mateus e os outros pareceram levar aqui tão de boa que fiquei pensando quando foi que se tornaram tão liberais - Está com medo de ser gay por se interessar por uma mulher trans? - perguntou ele.

— Apavorado.

— Já sentiu algo parecido por algum homem?

— Não.

— Do jeito que entendo, quem gosta de mulher, não liga muito para o fato de ela ter pinto ou buceta… mas cada um é cada um. De qualquer jeito, hoje foi seu primeiro contato com esse mundo. Acho que seria legal dar um tempo para ver como as coisas evoluem.

— Desde quando vocês se tornaram tão “para frente” com esse assunto, seus porras? - perguntei espantado - Que o Mateus seja gay eu aceito de boa, mas vocês estão se comportando como se fossem especialistas na parada…

— Lembra do Jeferson, meu primo? - perguntou o Mateus - O filho dele se assumiu há quase dois anos… então… o Jefinho escondeu isso de todo mundo e fizeram, ele e a mulher, todas as besteiras que todo pai e mãe despreparado faz, levaram em psicólogo que prometia curar gay e absurdos desse tipo, até que o menino tentou se matar. E não foi dessa para melhor por bem pouco, Murilo. A coisa foi feia pra porra.

— Caralho, Mateus…

— Agora tá tudo bem, eles aceitaram e acolheram o menino, inclusive contaram para a família toda, mas foi um período muito tenso. Foi quando resolvi me assumir também, até para o menino saber que tinha mais gente na família que gostava da coisa… Você tava na merda, achei melhor te deixar cuidando dos seus assuntos e me abri com esses imprestáveis, e como ninguém aqui quis me comer, - brincou ele com os outros - arrumei um namorado.

— Assim… - disse Gustavo, o imprestável da turma - Se você tivesse uma bundinha um pouco menos sem graça, até comia, Mateus, mas enquanto for essa coisinha magra e seca… vai rolar, não.

Depois disso passamos a noite falando besteira e rindo de assuntos relacionados ao universo LGBT, coisa que para um cara como eu parecia muito distante, mas acontecia ali, do meu lado, com um dos meus melhores amigos.

A conversa ajudou a apaziguar minhas dúvidas quanto a uma eventual indiscrição da minha parte, pois, antes de tudo, as meninas trans e cis eram maiores de idade, então, qualquer coisa que acontecesse, sendo da vontade dos envolvidos, tava de boa.

De qualquer forma, voltei para casa mais tranquilo, sabendo que teria com quem conversar sobre minhas dores de cabeça.

E o contato com as novas moradoras seguiu o mesmo padrão das outras, a gente se via praticamente todos os dias, elas pegaram a mania das meninas e subiam para o meu apartamento (e abusavam da máquina de expresso), a gente conversava bastante e quando vi, gostava delas da mesma forma como das outras e até me sentia um pouco responsável por elas.

Essa coisa de imaginar ser meu papel cuidar delas começou com o pedido de acompanhá-las quando foram buscar o resto das coisas no apartamento onde moravam, pois tinham medo do proprietário fazer alguma coisa.

Kate queria ir junto, mas consegui convencê-la a adiar a castração do cara.

Fui achando que elas estavam exagerando, que, na verdade, queriam alguém para carregar peso…

Mas não é que o cara embaçou o lado das meninas e queria cobrar a mais para deixá-las tirar as coisas do apartamento…

Pois eu sou um cara de paz, sério, nunca gostei de arrumar encrenca, mas, quando vi que apenas a conversa das meninas não resolveu, me aproximei e falei basicamente a mesma coisa que elas já tinham dito, só que falei isso, com a cara menos amistosa que pude fazer e crescendo pra cima do cara, que repensou suas escolhas e saiu de perto, nos deixando a vontade para esvaziar o quarto.

Estava me saindo pior que a Kate.

Depois foi o básico, móveis para montar, outros para arrastar e paredes para furar,

Adriana não estava acertando colocar as quatro na escala, Marina e Simone fugiam de mim depois que conversei com elas sobre expulsá-las dali se não usassem preservativos, e fui chamado a servir de árbitro numa discussão sobre as divisões das geladeiras.

Problema que só resolvi comprando mais uma.

Com uma geladeira para cada quarto não teriam mais o que discutir. Certo?

Claro que não!

Pois algumas achavam injusto as novatas receberem uma geladeira nova.

Olha… era cada bobagem que eu vou te contar.

Contava que com a familiaridade da convivência para facilitar minha vida.

Sabe aquela coisa que rola na praia onde as mulheres de biquíni acabam se tornando coisa normal e você não fica de pau duro por mais bonita que a menina seja?

Até porque, seria estranho passar o dia todo de pau duro na praia.

Então, na minha fantasia, era só ficar de boa até que todas voltariam a ocupar o papel de crianças não sexualmente desejáveis.

Mas é óbvio que nada acontecia como eu planejava.

Se antes todo dia tinha briga por qualquer besteira, a partir da chegada de Isa e as meninas, a coisa só piorou… na verdade, fiquei mais tranquilo quando começaram a brigar, pois era sinal de que estavam a vontade.

Em quase todos os casos as novatas tinham razão, que as outras eram bem folgadas.

E lá ia eu tentar acalmar todos os lados e resolver as questões.

Quanto mais contato tinha com elas, ao contrário de minhas castas intenções, maior se tornava o desejo de vê-las na minha cama, tivesse buceta ou não.

Sinceramente me condenava por pensar daquela forma e cheio de culpa, evitava a todo custo usar a piscina com elas e fazia de tudo para evitar situações constrangedoras.

Porém, esse dilema foi desaparecendo gradualmente, a medida em que reconhecia cada vez com mais tranquilidade o quanto gostava da ideia de transar com todas elas.

Na teoria, pelo menos, parecia uma coisa legal.

Se acontecesse, beleza, não daria o primeiro passo, mas não recuaria e não ficaria me atormentando por querer transar com meninas bonitas.

A medida que os dias passavam, quanto mais tempo passávamos juntos, quanto mais conversávamos, mais próximos nos tornávamos e como desisti de negar que levaria para minha cama qualquer uma das dezesseis (se estivessem solteiras), mudei minha rotina para passar a manhã inteira com elas, nem que fosse só ficar por ali na cozinha, dando de louco.

Cada uma tinha lá suas particularidades, Isa, por exemplo, minha predileta - e o fato de a minha predileta ali ter rola me enlouquecia por vezes - acordava cedo para malhar, voltava, tomava banho e se arrumava para o trabalho, mas não tinha humor para conversar antes de comer e mesmo assim gostava da sua companhia.

Mesmo antes de Rose ter revelado seus problemas com os distúrbios alimentares, eu percebera que a menina comia quase contra vontade, e tinha a impressão que comia mais pelo tanto que eu insistia, porque a achava magra demais, e mais de uma vez vi lágrimas em seus olhos quando a forcei a comer mais uma torrada ou beber mais um copo de suco.

Depois de ela ter dito ter bulimia, muita coisa ficou compreensível.

— É quase a mesma coisa de ser dependente químico, Murilo… - me explicou ela - se não prestar atenção, volta tudo.

— Pois, se depender de mim - falei tentando parecer carinhoso - você vai comer, nem que seja na marra.

Ela riu e aceitou minha participação em sua rotina alimentar, e isso nos deixou mais próximos.

Kate, Simone e Marina acordavam falando mais que a boca, Stefany saia quase de madrugada, Adriana e Beatriz não comiam de manhã, e assim ia… cada uma com sua loucura.

Depois de um mês estava quase conformado que a vida seria aquele eterno sofrimento de desejar minhas hóspedes, fantasiar situações em que pegaria cada uma delas, duas ou três delas de uma vez… olhava para elas na sala, estudando ou vendo TV e as imaginava transando entre si na minha frente e era só olhar para a bunda da Isadora que qualquer pensamento sério sumia da minha cabeça.

E as punhetas se tornaram diárias.

Naqueles dias parecia que só pensava em putaria o tempo todo.

Foi quando inventei de pesquisar na internet para contratar os serviços de uma garota de programa.

Comecei com os namoricos aos treze anos e desde os quatorze sempre tive uma ficante ou prima de segundo grau com quem fazer sexo, fui duas vezes em prostíbulo, e não fui mais vezes porque não me diverti, não gostei nem do ambiente e nem da trepada, e para quem casou e fez sexo com a mesma pessoa durante quase vinte anos, era muito estranho me imaginar fodendo com uma pessoa que não conhecia, por mais bonita que fosse, ainda mais escolhendo em site de internet.

E ficou mais estranho ainda quando Bia viu no meu computador que eu procurava por esse tipo de serviço.

Explicando:

Thaís era apaixonada por cinema, sonhava participar de uma produção, mesmo que fosse nacional, estudava o assunto, pesquisava, fazia cursos e esse se tornou nosso assunto predileto.

Simone era a alegria em forma de gente e quando a gente se juntava, só falávamos sobre mulheres, futebol e besteiras que irritavam Marina, mas que se juntava com a gente para zoarmos as outras.

Com Isadora, se me deixasse, ficaria horas falando de tudo e de nada.

E das quatro, Beatriz foi com quem tinha conversas sérias, fazíamos confidências e entre muitos assuntos, era ela quem respondia as milhares de perguntas que tinha sobre o universo LGBT.

Além disso, o pai dela tinha um sítio e toda vez que ela ia visitar a família, trazia café em grãos para nós. Porém, na primeira remessa a menina trouxe o café cru, Bia quando percebeu a mancada foi comigo num estabelecimento que vende coisas para agricultura e compramos um negócio para torrar o café em casa.

Na primeira vez torramos na cozinha, o cheiro de café invadiu a casa inteira e por mais que eu gostasse do aroma, não era conveniente.

A segunda vez aconteceu na cozinha da casa da piscina.

E isso se tornou uma espécie de terapia para nós dois.

Muitas vezes, mesmo tendo café já torrado, a gente fez todo o processo, torrar, esperar esfriar, moer e coar…

A timidez dela foi desaparecendo a medida que nos conhecíamos melhor, a menina era muito divertida, tínhamos muito em comum e apesar de ainda vê-la como uma adolescente, mesmo ela estando prestes a completar vinte e cinco anos, a ideia de transar com ela existia, mas não causava aquela sensação de estar me aproveitando por ela parecer novinha, e por não ter vagina.

Confesso que no começo esperei que ela desse uma abertura para eu me insinuar, até me animei pensando nos peitões dela, nas coxinhas… mas a menina em momento algum mostrou interesse em termos algo mais do que a amizade que estávamos construindo, cuidar do café, e espantosamente, isso me deixou mais tranquilo.

Ela subia para o apartamento às vezes para ficarmos de bobeira no sofá, fui a primeira pessoa para quem ela comentou sobre a suspeita de estar apaixonada por um menino que vendia doce num quiosque do shopping e do medo que sentia de se confessar apaixonada e não dar em nada.

— As pessoas falam que o não a gente já tem, só que tu tem também um possível sim… e quando tu te confessa apaixonada por alguém, é a possibilidade desse “sim” que tu abre mão. Por isso é tão difícil chegar na pessoa que tu gosta.

A menina era inteligente…

E um dia, ela chegou para ver uma série que ambos estavam encantados (Dark) e o computador estava na mesa de centro.

Estava tão acostumado a estar sozinho que só me dei conta da situação quando vi que ela olhava para a tela com curiosidade.

— Cara, tu mora com dezesseis meninas e está procurando na internet uma para foder?

— Já ouviu o ditado que diz que onde se ganha o pão não se come a carne?

— Tenho certeza que lá embaixo tem muita carne querendo ser comida… e nesse caso o ditado não se aplica.

— Não tô interessado em dor de cabeça, Bia…

— Mesmo que seja só sexo?

— Alguma vez você ficou com alguém e foi só sexo?

— Já. - respondeu ela de modo simples e direto.

— Sério?

— Sim, na verdade, apenas uma vez eu transei com um cara estando apaixonada, mas ele não estava a fim de mim, só queria comer um rabo… filho da puta… se as pessoas soubessem o quanto é ruim tu te sentir usada desse jeito… E para piorar, gosto muito de sexo, só que, não me apaixono fácil, então, se for esperar estar apaixonada para foder com alguém, continuaria virgem, por que no meu caso, teria de vencer a timidez e me apaixonar por alguém que não se importe de eu seja trans…

— Nunca pensei dessa forma…

— Nem precisaria, tu é o típico homem hétero, de classe média… ninguém te olha sem supor, por exemplo, que tu não goste de mulher. Por que pensaria em como as coisas são para nós?

— Um cara que transa com mulher trans ainda é hétero? - perguntei sem pensar.

— Não acabei de dizer que tô a fim de um guri da loja de doce, Murilo? Tu para com a palhaçada.

— Mesmo se fosse só sexo?

— Não se se aguento teu pau, não… tô acostumada com brinquedos menores.

Beatriz era 100% passiva.

— Que pena…

Quando disse isso, olhando nos olhos da menina bonitinha, tive certeza que o fato de ela ter pinto não diminuía o carinho ou o tesão que sentia por ela.

— Se fosse só sexo, acho que até tentaria. - continuei - Nunca fiz isso.

— Nunca transou sem estar apaixonado, ou tu nunca transou com uma trans.

— Biazinha… eu nem sabia que vocês existiam antes da Isa aparecer.

Ela ficou me olhando nos olhos por um tempo, coisa que nos primeiros dias ela não fazia de jeito nenhum, dali a pouco deu um sorrisinho, e pela primeira vez desde que nos conhecemos veio com a boca bem perto da minha, pôs as mãos no meu rosto, me deu um selinho e disse se divertindo com a ideia e com a minha cara espantada.

— Vamos fazer assim. Tu é um cara legal e gosto de ti… Guarda essa ideia que eu vou ver se arrumo coragem. Se acontecer, aí a gente tenta.

Disse isso e me deu outro selinho que durou bem uns três segundos.

E riu da minha cara que continuava espantada.

— Sabe o que acho cabuloso? Tu fala dela com carinho, mas não te vejo conversando com a Isa…

— Tomo café com a Isa todo dia, você que não acorda cedo… a Simone foge de mim depois que ameacei cortar o pinto dela se engravidasse alguém, e Thaís quase não vejo, parece que precisa de endereço só para receber as coisas que compra…

— A Thais é fodona, Murilo, viaja para caralho com essa coisa de modelo.

— Sempre achei que rolasse umas paradas pesadas nessas coisas glamourosas…

— Tatá é careta e morre de medo de tudo que pode colocar a saúde dela em risco. Nem cerveja ela bebe, e sexo… digamos que é uma coisa complicada para ela. Thaizinha tem uns traumas bem difíceis.

Não soube o que dizer sobre aquilo e esperei, até que a Bia continuou falando.

— Você faria sexo só comigo ou tá querendo comer qualquer uma?

— Do jeito que ando ultimamente - e apontei para o computador que continuava mostrando mulheres semi-nuas - na teoria até diria que transaria com qualquer uma. Mas, na prática…

— Entendo… acho que deveria investir na Isa…

— Ela é muito gata… mas não sei… Acho que tem de ver se ela topa que seja apenas sexo. Não sei se as meninas contaram, mas sai faz pouco tempo de um casamento de vinte anos, ainda dói um pouco e… sei lá.

— Quer que fale com ela, sondar se ela topa encarar sua vara?

— Você precisa falar desse jeito? - perguntei divertido com aquela coisinha linda falando putaria.

— Desde que seja no cu dela… a gente é amiga, quase irmã, mas quero que se foda… em mim essa anaconda não entra.

Dei risada do jeito como falou aquilo, quase como se não acreditasse muito na própria determinação e fiquei feliz de ela se sentir tão a vontade comigo.

Gostava mesmo daquela menina.

Beatriz não tocou mais no assunto, mas coincidência ou não, com a desculpa que era verão e estava fazendo muito calor, a partir dali a casa virou um desfile de mulheres quase sem roupa andando para baixo e para cima.

Mesmo com o fim da pandemia, não voltaram a fazer festas, na verdade, elas quase não saiam de casa, nem os namorados ou colegas de faculdade passavam mais pelo portão.

Quando iam para a piscina, eu, na intenção de não misturar as coisas e não me maltratar, ficava no apartamento ou saia para encontrar os amigos, que ficar ali, vendo aquele bando de meninas quase sem roupa, era muita maldade.

Porém, teve um final de semana que saí com os amigos no sábado, bebi além da conta e acordei domingo quase na hora do almoço, me sentindo meio podre como sempre acontecia quando bebia demais.

A medida que a tarde passava fui melhorando, e quando senti fome, já estava na hora do jogo da tarde na televisão e as meninas começaram a mandar mensagens no grupo da casa pedindo para ficar com elas lá em baixo.

Expliquei que comeria alguma coisa e veria o jogo, e elas então, convidaram para comer lasanha (minha comida predileta) e para assistir ao jogo na sala com elas.

Pensei seriamente no que aquilo significava, considerei que elas não seriam loucas de arrumar uma situação complicada com a casa cheia, pensei em mil coisas, mas no fim resolvi ligar o “foda-se” e desci.

A lasanha que a Paulinha fazia era a melhor que já comi na vida, peguei um prato, me servi e fui para a sala onde e encontrei apenas quatro delas.

Marina, Jéssica, Simone e Heloísa tinham saído, Rose, Adriana, Paula, Stefany e Thais estavam na piscina, Beatriz, Janaína e Mônica estavam em volta do balcão da cozinha discutindo alguma coisa e na sala, além de Josie, Kate e Mikiko, estava uma Isadora histérica e totalmente descabelada, gritando na frente da televisão por que o time dela estava perdendo.

A quantidade de palavrões que aquela menina gritou até o Palmeiras empatar, virar o placar e ganhar a partida, foi algo perto do inacreditável.

Foi muito divertido ver aquela criatura, que normalmente andava para baixo e para cima toda “lady” falando mais impropérios que um servente de pedreiro.

— Ai, Murilo, você me perdoa, - disse ela rouca de tanto gritar quando o jogo acabou e ela se acalmou um pouco - por isso assisto aos jogos na casa dos meus pais. Quando o Palmeiras ganha, fico histérica, mas quando perde… aí é pior ainda, eu fico louca, perco a educação, esqueço a elegância, quase saio do meu corpo… eu sei que é um vexame, meu pai já me filmou dando esse espetáculo… mas é mais forte que eu…

Eu ria com suas justificativas e quando levantei, para lavar o prato, ela disse para ficar ali com ela.

As outras viam televisão ou davam atenção ao celular.

— O que tá rolando, Isa? - perguntei cabreiro.

Ela ficou sem graça por um instante, mas dali a pouco levanta, pega minha mão e me põem sentado no sofá, distante das outras, e senta ao meu lado, bem perto de mim.

— Cara… a gente… as meninas e eu… a gente gosta para caralho de você. Sabia?

— Eu também gosto de você, então, vamos parar com a enrolação.

— Assim… a gente, sabe… assim… tipo… meio que… não é legal você ficar sozinho lá em cima.

— Desde quando? - perguntei sinceramente espantado.

Nisso ela olhou pela casa como se estivesse procurando ajuda, e parou olhando na direção do outro lado da sala, sigo seus olhos e vejo a Beatriz tentando se esconder atrás da Kate, que gargalhava feito uma louca.

Antes que eu dissesse alguma coisa, Isadora subiu no meu colo, com uma perna de cada lado, e me segurando pela cabeça, botou a boca bem perto da minha.

Até levei um susto com a audácia da menina, mas gostei de sentir seu corpo no meu e só perguntei por idiotice.

— Tem certeza que quer fazer isso aqui, na frente delas?

— Ainda não fiz nada… - disse se fazendo de inocente

— Pois vai…

Nisso peguei-a pela nuca, puxei sua boca em direção a minha e meti-lhe um beijo. Ela recebeu minha boca na dela com naturalidade e se abriu para minha língua entrar enquanto nossos lábios se ajustavam.

E foi muito melhor do que tinha imaginado.

Ela me beijava de volta, sua língua se enroscava na minha e suas mãos me seguravam a cabeça como se quisesse me impedir de sair dali.

Até perdi a noção do tempo.

— Não briga com a Bia, por favor, Murilo. - disse ela quando paramos o beijo para recuperar o fôlego, mas mantendo a boca bem perto da minha - Ela comentou sem querer sobre o site de acompanhantes e arranquei dela a conversa que tiveram…

A voz dela, mais rouca que o normal de tanto gritar, era sexy para caralho.

— A gente conversou sobre sexo sem compromisso… - falei, achando que isso a faria desistir.

As meninas foram para cozinha, mas a todo instante flagrava uma ou outra nos olhando pelo canto da parede.

Eram umas crianças, mesmo…

— Elas são loucas, Murilo. Depois do espetáculo que você deu, quando quase colocou seu pau na nossa cara, e depois de a Bia dizer que você tá precisando comer alguém, tem pelo menos meia dúzia querendo dar para você. Adriana já falou em fazer uma escala para organizar a coisa toda. Eu só estou aqui por que sorteamos quem tentaria primeiro e eu ganhei, mas, se eu monopolizar seu pinto, capaz de baterem em mim.

— Gente do céu… - comentei abismado - Terei de internar vocês todas… - falei sem saber como entender as coisas que passavam pela cabeça daquelas gurias.

— A gente pode trepar primeiro, - perguntou Isa, beijando minha boca - depois você chama os homens da camisa de força?

Até afastei sua cabeça da minha um pouco para olhar melhor em seus olhos.

— Você tá zoando a minha cara, só pode… - quando vi que ela falava sério.

— Claro que não, Murilo! - exclamou ela sem entender o que eu quis dizer.

Isadora disse isso e passou a mão sobre minha bermuda e percebendo meu pau querendo sair da cueca que o aprisionava, deu um apertão nele e colocando a boca no meu ouvido, sussurrou:

— No seu quarto?

Como já dera show por tempo suficiente, resolvi continuar espetáculo sem plateia.

Subimos a escada de mãos dadas ouvindo as bobagens vindas da cozinha.

— Amanhã é a minha vez! - gritou a Mikiko.

— Claro que não, Japa assanhada - reclamou a Thais - você é só na semana que vem!

— Essa escala tá uma zona! - ouvi Adriana dizer.

— Eu falei que não ia dar certo… - disse a Bia meio desanimada.

— Se não é a vez da Kiki, então sou eu! - gritou Kate, fazendo uma dancinha.

No apartamento que não tinha parede deitei Isadora no sofá e voltamos a nos beijar.

Ela usava calça jeans, camiseta e tênis, que tirei devagar, precisando cada pedacinho que revelava.

Teria deixado-a nua, mas Isa me impediu de tirar sua calcinha.

Isa tem seios lindos, firmes, de mamilos salientes, clarinhos e pequenos, siliconados, com certeza, mas muito bem feitos, pareciam naturais… e me esbaldei, beijando, mordendo, chupando, massageando… me senti muito foda podendo senti-los em minhas mãos.

Adorava como seus pelos ficavam eriçados, com a respiração dela ficava pesada e como os gemidos escapavam de sua garganta como se ela própria não esperasse sentir tanto prazer.

E me deliciei com cada pedacinho daquele corpo maravilho e a forma tesuda como ela reagia às carícias que fiz em sua pele usando as mãos e a boca, língua, dentes… porém toda vez que tentava tirar sua calcinha ela me impedia.

— Murilo… - ouvir sua voz gostosa, rouca, falar meu nome ofegante daquele jeito me deixou louco.

Peguei-a no colo e fomos para a cama, onde ela se jogou sobre e mim e começou a me beijar o peito enquanto descia com a boca na direção do meu pau que babava de tão duro.

Quando ela segurou meu pau pela base e sobrou muita vara além da mão dela, intervi.

— Comigo a coisa tem de ser em pé de igualdade, Isa…

— Tem certeza, Murilo? Realmente não precisa se você não quiser…

Sou um cara grande e forte e me aproveitei disso para virá-la com a bunda para cima e beijando tudo desde sua nuca até aquela obra de arte… Estava tão envolvido na sedução daquela transa que quando puxei sua calcinha pelas pernas e dei de cara com aquela bunda maravilhosa… quando falo, pode parecer exagero, mas a verdade é que nada que eu diga faz justiça a perfeição daquela bunda de vale profundo, e sem pedir permissão, cai de boca, beijando, lambendo e mordendo tudo no meu caminho até abrir suas bandas e me deparar com o furico mais bonitinho que já vi.

Meti a língua naquele cuzinho, fazendo a menina dar pulos na cama, se contorcer e gemer de um jeito que quase não me controlei e saí me enfiando nela de qualquer jeito.

— Você quer me matar, Murilo… - ela falava gemendo sem abrir a boca direito;

— Ainda não…

Num momento de distração ela se jogou em mim e me vi deitado de costas e com ela me segurando o pau pela base foi dando beijinhos inocentes na cabeça, passando a língua na fenda e recolhendo o líquido que vazava em sua homenagem.

Quando ela abocanhou a cabeça do meu pau quase fui a lua e voltei.

Curti a experiência por um minuto e puxei seu corpo para retribuir a carícia.

Quando olhei para a frente um caralho de dezoito centímetros tão duro que a cabeça batia na barriga dela, pulou na minha cara, não tinha bem a menor ideia do que fazer, mas, ao contrário de como imaginei que seria, não pensei em me tornar gay por pegar no pinto de outra pessoa, não fiquei com medo que ela quisesse me comer, não pensei em nada… era apenas uma parte do corpo da Isadora e receberia o mesmo carinho e cuidado que todo o resto dela.

Percebi que ela ficou apreensiva quando peguei seu pau, era meio torto, grossinho, mas suave, clarinho e tão duro que achei muito legal, Isa parou de me chupar, esperando para ver o que eu faria.

Comecei um lento movimento de vai e vem, aos poucos fui pegando o jeito, até porque conhecia a dinâmica da coisa e ela foi relaxando.

Voltou a me chupar, engolindo cada vez mais minha vara a medida em que a cabeça descia.

Vou te contar… Ter pau grande, às vezes, é meio frustrante, Ester fazia um boquete muito meia-boca (sou péssimo com trocadilhos), e nada que eu disse mudou isso.

Era legal?

Era… mas é o legal do tipo “antes isso que nada”.

Nunca gozei com ela apenas me chupando, então a ideia de que um dia tivesse meu pau inteiro acomodado na boca de alguém era só mesmo uma fantasia longínqua.

Sei que é deselegante fazer comparações, mas nesse caso é também inevitável, até porque, nunca antes alguém me chupou do jeito como Isadora fez.

Era uma mistura de sucção com atrito molhado, e a medida que o enfiava na boca e eu sentia a cabeça do pau bater na entrada da garganta e ainda que um bom pedaço ficasse de fora, era como se a boca dela toda pressionasse meu pau.

E só nisso eu já tava me contorcendo na cama, quase em desespero, mas quando vi, de repente, ela pareceu abrir mais a boca e a glande entrou pela garganta, apertada, molhada e quente.

Quando vi seus lábios estavam nos meus pelos.

Eu estava sem reação, nunca tinha acontecido nada parecido, a sensação era de outro mundo e fiquei com receio de gozar depressa demais se ela continuasse com aquilo, enquanto isso eu só conseguia segurar o pau dela e gemer.

Obviamente que não dava para Isa ficar com meu pau na garganta muito tempo que a menina precisava respirar, ela fodeu com meu pau na garganta o quanto aguentou e voltou para o básico.

Nisso, quando me recuperei daquela chupada, meti a mão na bunda dela e trouxe seu pau para a minha boca.

Quando eu digo que comigo sexo só é bom se for bom para todo mundo, tô falando muito sério.

Precisei de algum tempo para pegar o jeito, mas em momento algum me senti desconfortável ou menos homem por estar chupando o pau da Isa, muito pelo contrário, me sentia muito feliz em proporcionar prazer a ela, e foi com muita satisfação que a ouvi gemer e a ensaiar um tímido movimento como sem quisesse foder a minha boca.

Como nunca pensei que um dia estaria com um pau na boca, tudo era novidade, desde a textura sedosa, o gosto de pele, o perfume feminino suave e doce que Isadora usava todos os dias, a forma como a grossura me esticava os lábios e o desconforto quando Isa se empolgava, fodia minha boca com mais intensidade e a cabeça batia na garganta.

Nisso ela já nem me chupava mais, só gemia, estocava o pau na minha boca e passou a gemer ainda mais quando comecei a acariciar seu cuzinho com a ponta do dedo.

— Pelo amor de Deus, Murilo se você não me comer agora acho que fico louca…

Só levei a mão até a gaveta do móvel de cabeceira e peguei lubrificante e preservativo.

Isadora posicionada para o frango assado foi uma das visões mais belas que já vi.

Foi quando me dei conta de que não tinha tanta experiência fazendo sexo anal.

Ester liberava o cu às vezes, mas sempre tive a impressão de que fazia mais pelo meu prazer que pelo dela e esse tipo de coisa nunca fez minha cabeça.

Eu não era especialista em sexo anal.

— Isa…

— Oi, Murilo.

— Me mostra como você gosta.

Ela deve ter entendido minha insegurança e mexeu o corpo me autorizando entrar nela.

Fui me enfiando devagar, pois mesmo com muita lubrificação a passagem ali era estreita.

A medida que entrava e saia, sempre aprofundando um pouco mais dentro dela, a menina gemia e rebolava e jogava a cabeça para trás e pedia para parar, eu parava ela me xingava querendo mais pica no cu.

Foi um negócio de louco.

Quanto entrei inteiro, pensei em esperar um pouco para ela acostumar, mas Isadora me puxou com pressa e desespero, beijou minha boca e falou me olhando nos olhos, toda meiguinha, com aquela voz tesuda do caralho, quase como se implorasse.

— Já fantasiou meter esse seu pau grande, grosso e duro bem forte no cu de alguém, Murilo? É assim que eu quero, mete com força, por favor…

Atendimento ao gosto da freguesa.

Puxei o pau até ficar só a pontinha dele no cuzinho de Isadora e meti todo ele de uma vez, com força e vontade, e mesmo assim a entrada foi lenta, o que fez a menina urrar e dizer num sussurro, sem fôlego.

— Puta que pariu… que delícia!

Repeti o movimento umas seis vezes até que meu pau entrava sem tanto esforço. Comecei a diminuir o ritmo, com medo de machucá-la, mas a menina cruzou as pernas nas minhas costas e mostrou que o lance dela era com uma boa dose de violência.

— Desse jeito vou gozar muito depressa, Isa… - reclamei.

Ao que a menina respondeu autoritária.

— Que se foda, Murilo, mete forte e depressa que eu tô quase gozando, caralho!

Foi quando a situação fugiu ao controle, metia a vara no cu dela com força tirando quase tudo e enterrando de uma vez e em três minutos parecia estarmos brigando, eu socando o pau no cu dela e Isadora me puxando ao encontro do seu corpo com os calcanhares nas minhas costas.

Foi tudo tão intenso que ela gemia e gritava numa mistura de dor e prazer, me agarrava pelo pescoço, me olhava nos olhos e dizia, totalmente desorientada:

— Mete no meu cu, Murilo… mete com força… vou morrer… puta que pariu como isso é bom… ai meu Deus…

Dali a um instante, sinto meu pau sendo apertado pelo anel de Isadora, a menina começa a ter uns espasmos, um grito rouco e estrangulado sai da sua garganta e o pau dela, como se tivesse vida própria, sem que nem eu e nem ela pusesse a mão, começou a esguichar porra grossa e leitosa, lançada longe, atingindo o queixo e a testa de Isadora.

Foi o que bastou para eu encher a borracha de porra.

Gozei tanto e tão forte que caí sobre ela, a porra dela se misturando no nosso suor.

— Homem gostoso do caralho… - disse ela ao meu ouvido, fazendo um carinho nas minhas costas - Sempre quis transar assim, mas nunca achei ninguém que entendesse ou que tivesse pau suficiente para isso… Obrigado, Murilo. Mas a próxima terá de ser com mais calma… tô morta.

— Próxima? - perguntei confuso, achando que a escala já estava pronta.

— Você é meu até amanhã de manhã. - esclareceu ela.

— Sorte minha. - respondi beijando sua boca.

Quando conseguimos sair da cama fomos tomar banho.

Era impossível tirar as mãos do corpo dela, a gente brincou com o pau um do outro, fizemos boquete um no outro debaixo do chuveiro, ela me colocou com a cara na parede, separou minhas pernas e pela primeira vez na vida senti uma língua no meu cu.

Ela me punhetava com uma mão enquanto sua língua tentava entrar no meu rabo.

A sensação era tão intensa que fiquei sem saber como reagir.

Aquilo era delicioso e eu já não era senhor de mim.

Isa começou a brincar no meu cu com a ponta do indicador, completando o trabalho começado pela língua, ela forçava um pouquinho, aliviava e voltava a me lamber e chupar, até que lentamente fui sendo invadido por seu dedo, houve um pouco de dor, mas nada que interferisse no prazer e quando me dei conta o dedo estava inteiro dentro de mim e minha cintura fazia movimentos involuntários apreciando a brincadeira.

Gozar tendo a próstata massageada é uma sensação muito diferente e quando ejaculei meus joelhos cederam e me sentei no chão do boxe, com a água caindo sobre nós, Isadora no meu colo e a sua boca na minha num beijo que, por mim, podia durar horas.

Ainda beijando sua boca percebi seu pau duro e voltei a brincar com ele, ela ficou em pé e se ajeitou para seu pau ficar na altura da minha boca de modo que continuei sentado. Chupei a Isadora com uma mão em sua bunda e a outra apertando seu seio.

Quando subi a mão para acariciar seu peito, fui com a intenção de fazer um carinho, mas Isa segurou minha mão no peito dela e me fez entender que era para apertar.

E foi o que fiz, belisquei um mamilo, depois outro e nisso a menina começou a estocar o pau na minha boca. Tenho mãos grandes então, quando apertei o seio de Isadora, ele cabia inteiro na minha mão e se ela gostava de dor…

A medida que apertava o peito, mais ela acelerava as estocadas em minha boca e dali a um instante me segura a cabeça com as duas mãos e goza na minha boca.

Nunca pensei que um dia sentiria o gosto de porra, mas estava ali e engoli meio que sem pensar muito.

E nem era muita porra também.

Não sei de onde ela tirou dois roupões, mas quando sai do boxe ela me estendeu um e se vestiu em outro. Na mesa, lanches, sucos e uma flor, arrumados com capricho.

Isadora riu e cheirou a flor, era coisa das meninas

Comemos e sentamos no sofá para conversar, mas não deu muito certo, parecia que minhas mãos iam para o corpo dela sem que eu soubesse o que estava fazendo e a todo instante buscava a boca dela para beijar.

E coloquei-a sentada no meu colo, com meu pau duraço alojado no rego da moça.

— Murilo do céu… - disse ela assombrada, mas mexendo a bunda no meu pau - Se você meter de novo em mim, não sei se consigo sentar amanhã.

— Que se foda, Gata! - disse no mesmo tom que ela usou momentos antes - Vira essa bunda para cá que quero te comer de quatro!

Quando vi que o lance dela envolvia um pouco de força, de violência e autoridade, parei de ouvir seus protestos.

Comandei a brincadeira a submetendo aos meus desejos e comi a Isadora de quatro, de ladinho, de frango assado de novo e até imitei atores pornôs e dobrei a menina sobre si mesma para deixar a bunda bem exposta.

Fiz a menina gozar umas quatro vezes, mesmo que a última já estivesse mais com cara de tortura que de prazer.

E permiti que fizesse em mim o que tivesse vontade e só não me comeu, disse ela depois, pois não tinha forças para tanto.

Isadora não foi trabalhar no dia seguinte.

Achei que minha vida viraria um inferno depois daquela noite, não apenas por tudo o que aconteceu entre mim e Isadora, por ela ser trans, pelas brincadeiras que nunca imaginei participar e pelo prazer que senti com tudo o que fizemos.

As meninas certamente arrancaram informações de Isa sobre como fora nossa noite e Kate era a maior zoeira da turma, com a Simone então, conseguiam tirar qualquer um do sério, Mikiko era cheia das piadinhas. Mônica não perdia a oportunidade de ser indiscreta, e Heloísa conseguia irritar qualquer pessoa com as indiretas que dava sobre qualquer coisa… enfim… já estava antevendo as bobagens que teria de ouvir.

Mas, para minha surpresa, nem uma delas tocou no assunto, em momento algum.

Na manhã do dia seguinte tomamos café como fazíamos todos os dias, elas estavam atrasadas como se atrasavam diariamente, e falaram as mesmas bobeiras de todo dia.

Como se nada tivesse acontecido.

E assim foi no dia seguinte, e no outro, e no outro, e chegou uma hora que achei que tivesse feito merda, que Isadora tivesse reclamado da nossa noite juntos e quando encontrei com ela sozinha na lavanderia, dias depois, perguntei sobre o motivo de estarem todas tão quietas.

Ela olhou em volta para ter certeza que estávamos sozinhos, me abraçou bem apertado e me beijou na boca antes de começar a falar, fazendo um carinho nas minhas costas.

— Ainda estamos definindo como as coisas vão acontecer em relação a essa história de fazermos sexo com você, Murilo. Eu falei com elas sobre como foi a nossa noite, não teria paz se não contasse e acho que só então elas entenderam ser para valer, que, se elas quisessem, ia rolar uma parada de verdade.

— Que mulherada complicada… tô começando a achar que esse negócio tem tudo para dar errado, Isa.

— Não, Murilo… você não tá entendendo. Para quase todas elas, será a primeira vez onde vai rolar sexo sem compromisso. A maioria ali só transou apaixonada… É uma decisão importante. Não sei como te explicar… mas pense nisso como um experimento cientifico. Algumas estão só de sacanagem querendo trepar, mas outras têm muitas reservas em relação a sexo, e, de certa forma, acham que o fato nós todas gostarmos de você, mas nenhuma de nós estar apaixonada, pode colocar o sexo numa perspectiva mais simples, e, ao mesmo tempo, ajudá-las sobre como lidar com os relacionamentos. A gente combinou que eu subiria para te contar as novidades, mas elas ainda estão discutindo. E até essa discussão está sendo uma coisa ótima para elas, tá funcionado como um tipo de terapia em grupo, por isso tá demorando. Você precisa ser muito cuidadoso com elas, principalmente se perceber que não estão confortáveis. Tá entendendo?

— Achei que você tivesse curtido, Isa…

— Murilo, meu amor… eu pegaria você para mim se pudesse de tão bom que foi, mas a gente é amigo e minha vida é uma bagunça…

— Que é isso, Isa? - falei sério - Tô te cobrando nada, não, menina… relaxa.

— É isso que eu quero que você faça. Quero que você perceba como as meninas estarão quando subirem para sua casa. Perceba, e cuide delas.

Apenas balancei a cabeça concordando, mesmo que ainda sem entender direito o que ela pretendia com aquela conversa.

Ela me beijou de novo e dessa vez o beijo durou mais tempo, mas, antes de sair, sussurrou no meu ouvido com aquela voz que me deixava de pau duro mesmo se ela estivesse lendo receita de bolo.

— Não vejo a hora de ser minha vez de novo.

Só na semana seguinte a Beatriz subiu até o apartamento, ela chegou mais cedo do trabalho naquela tarde, veio e sentou na minha cama, me deu uma caneca vermelha bem bonita e me chamou para conversar.

— Valeu, Biazinha, mas nem é meu aniversário…

— Senta aqui, Murilo, que a gente precisa trocar uma ideia.

Fiz como ela mandou que a essa altura da história até eu estava ficando ansioso.

— A parada vai ser assim. Tem uma escala, mas tu só vai saber de quem é a vez na hora que a menina subir… cara… meu… tô contando contigo nesse lance.

— Eu entendi, Beatriz, não farei nenhuma besteira.

— Sei lá, cara… quando era só brincadeira parecia mais legal, mas agora que tá para acontecer, tenho medo de alguma delas não saber lidar com a situação.

— Vai dizer que alguma delas ainda é virgem.

— Não… mas todas foram as princesinhas, entende… nunca vi isso, Murilo. Todas elas perderam a virgindade em motéis chiques, na casa de campo de alguém, em hotel de mil estrelas… a coisa é tão absurda que nenhuma delas nunca transou no banco de trás de um carro velho, nenhuma delas transou no mato, de qualquer jeito, encostada num muro… não achava que a vida de menininhas fosse tão sem graça.

— E está com medo que eu traumatize as dondocas? Daqui a pouco eu é que desisto dessa merda. - aquela conversa já estava me enchendo o saco.

— Tá bom… como se fosse perder a oportunidade de comer umas novinhas…

— Se for para ter dor de cabeça, prefiro não comer. - falei soltando a irritação.

Bia viu que eu estava falando sério e esperou, pensou e continuou.

— Vamos fazer o seguinte… - disse com aquela voz meiga.

Lá vem ela de novo com essa história.

Beatriz era uma manipuladora desgraçada com aquela carinha bonita.

— Fica uma vez com cada uma delas. Aí, se tu quiseres desistir, beleza. Se não, vão achar que tu não gosta delas e vai ser um inferno… e ninguém aqui não quer destruir a autoestima das meninas… quer?

Olha que ordinária…

Concordei de cara fechada, ela viu a oportunidade e correu porta afora enquanto estava em vantagem.

Tomei banho, troquei de roupa, e como ainda estava muito irritado de ter entrado naquela história, chamei um carro e desci pela escada de incêndio.

Não saí com o meu carro, pois se visse qualquer uma delas seria capaz de falar merda.

A ideia era tão boa na teoria… não sei onde estava com a cabeça de achar que faria sexo com meninas que moravam na mesma casa comigo e que daria tudo certo.

Sou muito idiota.

Agora estava com esse dilema nas mãos, me sentia responsável por elas e odiava isso. Nunca quis ser responsável por ninguém, nunca falei uma palavra sobre isso, mas agradecia aos céus por não ter tido filhos.

O negócio era fazer como a Bia sugeriu.

Comer uma vez cada uma delas e dizer que a experiência não deu certo.

Como ainda era cedo, desliguei o celular e fui dar umas voltas pelo calçadão do centro da cidade, ver umas vitrines, de repente comprar um par de tênis e esquecer um pouco da encrenca onde me meti.

Era para ser só sexo e mais nada, e de repente tinha de me preocupar com a autoestima delas.

Que bosta… mas também, quem mandou mexer no que estava quieto…

E se fizesse merda?

Peguei um café com a minha barista predileta, sentei numa mesa na calçada e fiquei vendo o movimento

Começou a escurecer e não achava ânimo para voltar para casa, quando de repente, vi Kate andando na minha direção e em segundos a moça senta na cadeira ao lado.

— Vá se foder, Murilo… - sussurrou ela bem perto do meu ouvido - Quer matar a gente de preocupação, caralho?

Aquilo me deixou ainda mais irritado do que já estava quando sai de casa.

— Agora tenho de dar satisfação da minha vida para vocês?

— Biazinha falou que você pegou mal com a conversa da gente não ser “descolada” com sexo sem compromisso, aí você some… queria que a gente pensasse o quê?

— Que eu saí, Kate, para ficar longe da loucura de vocês!

— A gente mora na mesma casa, caralho, não tem como ficar longe da gente, seu porra! - continuou ela bem irritada, mas ainda falando baixo.

— Explica para mim, Kate, para começo de conversa, como, pelo inferno, você me achou aqui e depois, me fala como você tá encarando essa história.

— Quantas vezes você falou desse lugar, Murilo? Como se servisse o melhor café do mundo… café é tudo a mesma coisa, seu esnobe!

— Agora eu é que sou esnobe… me conta o que você acha dessa conversa das meninas acharem que faço michê.

— Seria michê se a gente tivesse de pagar pelo seu serviço, seu orelhudo! A parada tá rolando na camaradagem, não fica tendo ideia errada.

— Que seja, Kate…

— Eu tô achando o maior barato, nunca me diverti tanto na vida. Achei que fosse só eu que estivesse na merda com essa história de fazer sexo, mas ouvindo a conversa das outras, puta que pariu… é uma mais fodida que a outra e saber disso até anima a gente. E estava divertido até você ficar histérico feito uma donzela.

Por aquela eu não esperava.

— Explica isso direito.

— Murilo, seu tonto, ninguém tá te elegendo como terapeuta sexual, seu bosta! A gente só quer aproveitar que você é um cara gente boa, com um pinto legal, que a gente gosta de você meio feito um primo e se divertir, e de repente até aprender alguma coisa, já que vc faz sexo há muito mais tempo que todas nós juntas.

Olhei feio para ela, que me ignorou na cara dura.

— A gente tá na parada perfeita para isso, para aprontar esse tipo de coisa, ninguém vai sair falando da gente, ninguém vai julgar e nem o risco de engravidar, a gente corre. Tem aquelas que são quase virgens? Tem. Mas mesmo essas estão que não se aguentam de empolgação. Tá certo que rola um medinho também, mas é tipo assim… a gente pode transar, todo mundo sabendo que você tá transando e não precisar dar satisfação para filho da puta nenhum, e na teoria parece muito daora. Entende? No começo, quando a gente viu o estrago que você fez na Isadora, é claro que ficamos com medo, por isso tivemos de conversar tanto.

— Achei que tivesse mais drama, do jeito que a Bia falou…

— Drama sempre tem, Murilo, seu burro do inferno! Somos mulheres, profissionais na arte de fazer drama, mas não é problema seu. Sua função aqui até é conversar com a gente e, se ajudar num drama ou outro, beleza, se não, que se foda… seu papel é principalmente ser o amigo que faz sexo com a gente e no dia seguinte oferece café da manhã.

Pensei naquilo enquanto pedi mais um café.

Kate, folgada que só ela, pediu um lanche e refrigerante.

Conversamos sobre outras coisas enquanto comemos e depois de quase uma hora resolvemos voltar para casa.

No carro, bem mais tranquilo, com a Kate do meu lado, grato por ela ser exatamente do jeito que era, mesmo que nem sempre bem educada, segurei sua mão e levei aos lábios.

— Se fosse a sua vez na escala, usaria a caneca hoje. - falei no ouvido dela.

Gostava do jeito sincero e direto com que ela levava a vida. E naquele momento a sinceridade, mesmo que não muito educada, era o que eu precisava para ficar bem com aquela história.

— A gente pode ver isso. - respondeu ela me olhando nos olhos e de repente, quase com cuidado, chegou sua boca na minha e me beijou.

Beijo simples, básico, com gosto de refrigerante.

Ela me olhou com um sorriso de criança, voltou para o beijo e quando achei que estava esquentando a coisa, do nada, ela interrompe o beijo, se afasta um pouco, saca o celular, e mandou umas mensagens de texto e em áudio.

Quem não soubesse do que se tratava acharia que era conversa de gente louca.

Chegamos, e por sugestão da Kate subi pela escada de incêndio.

Sem acender as luzes, andei até a cama e deitei ainda vestido, estava mais calmo, mas só ficaria bem, de verdade, quando conversasse com elas todas.

Mas não seria naquela noite, pois dali um tempo, sinto um corpo deitando ao meu lado e colocando a cabeça no meu peito.

Acendi uma luminária de cabeceira para ver que uma Kate irreconhecível, com os olhos apavorados.

Ela estava com cheiro de banho e shampoo. Usava uma camisola bonita, sexy sem vulgaridade e por baixo uma calcinha branca bem comportada. Era uma menina pequena, magra, com coxas gostosas, cintura fina e seios grandes, era branquinha e delicada, e quando não abria a boca para falar tanta sandice, passaria por uma moça comportada.

Quando a puxei para deitar sobre mim, sua boca veio para perto da minha e começamos a nos beijar, quando forçava um pouco ela recuava e vi que com Kate tudo teria de ser bem mais calmo e suave.

O beijo foi se tornando mais quente, mas sempre mais carinhoso que violento.

Ela se arrumou em cima de mim, posicionou a buceta sobre meu pau, os dois ainda vestidos e ela começou a se esfregar.

— Quando acontecer, vai na manha, Murilo, nunca tive nada tão grande em mim.

Como eu imaginava, a menina era só bravata.

Nisso, devagar fui forçando o beijo para mostrar quem dava as ordens ali, e ela devagar foi relaxando e se soltando, sem parar de se esfregar em mim, foi se abrindo e se adaptando ao beijo como eu gostava.

Dali a pouco solta um gemido dentro da minha boca e me olha assustada, como se não soubesse como lidar com o prazer que sentia.

— Tá gostando, querida?

— Muito… - gemeu ela tímida dentro na minha boca.

Tirei sua camisola e massageei os seios, começando pelas bordas, quase na axila e circulando devagar até chegar no mamilo. Kate tinha aureolas grandes, amarronzadas, mamilos grandes, salientes e deliciosamente sensíveis.

Quando os trouxe para a boca a menina se contorcia ainda se esfregando no meu pau, e depois de uns cinco minutos, se tudo isso, ela abriu a boca e ficou estática por quase um minuto, de olhos arregalados, respirando curtinho, as costas arqueadas e as mãos me apertando os ombros.

Dali a pouco desabou sobre mim, totalmente relaxada.

— Cara, o que foi isso? Nunca gozei tão fácil… - disse ela, toda envergonhada.

— Kate… você fica ainda mais linda gozando. - sussurrei em seu ouvido, sua pele arrepiando com meu hálito em sua orelha.

A maneira como ela arrancou minha roupa e me deixou nu, foi de um desespero que nunca vi, e pensei que a coisa ia ferver, mas ao me ver pelado e de pau duro, em pé ao lado da cama, ela abaixou os olhos com timidez, me aproximei e com dois dedos em seu queixo a fiz levantar os olhos e pegando sua mão levei-a ao meu pau que doía de tão duro.

Com a outra mão em sua nuca, puxei-a para se aproximar com a boca no meu pau, mas a moça ofereceu resistência, entendi, soltei-a e deitei-a na beira da cama, abri suas pernas e me posicionei.

— A gente faz no seu ritmo, Kate… tudo bem?

Ela ansiosa, apenas concordou com um gesto de cabeça.

A buceta de Kate parecia fechadinha, gordinha, encapei a vara, coloquei a cabeça do pau entre seus lábios e fiquei ali, apenas me esfregando nela inteira, às vezes forçava um pouco e ela dava pulos de susto.

— Só quando você quiser, meu bem… não se preocupe.

— Murilo… - ela falou meu nome de um jeito tão assustado que parei com a brincadeira e me deitei a seu lado na cama e fiquei apenas beijando sua boca e brincando com os mamilos.

— Eu falo muita bobeira, mas tenho medo, Murilo… me desculpe.

— Não tem de se desculpar por nada, meu anjo. - peguei-a pelas orelhas e beijei seus lábios com carinho - Ninguém está com pressa ou tem a obrigação de fazer o que for.

Vi que ela não entendeu e continuei.

— Você pode dizer não a qualquer hora, Kate. E isso é super sério. Se não estiver confortável, é só falar e a gente para e vai comer miojo.

Ela riu, beijei seu pescoço provocando cócegas e aos poucos ela relaxou o suficiente para esticar a mão, pegar minha vara e começar um inexperiente vai em vem. Com calma fui mostrando a ela como se faz e a menina, que aprendia rápido, dali a instantes estava fazendo o serviço muito bem feito.

Porém, quando quis retribuir o carinho, ela ficou tensa de novo.

Como Kate era o centro da minha atenção, então, ainda ao seu lado na cama, comecei a trabalhar.

Fui beijando seu pescoço e ombros, lugares que eu percebera ela gostava de ser acariciada, depois desci para os seios lindos, maravilhosos, grandes e deliciosamente sensíveis, e quando ela já estava gemendo com vontade, fui descendo com a boca em direção ao umbigo, ela com as mãos na minha cabeça ditava quando estava com medo e quando eu podia continuar, até que cheguei na bucetinha delicada e depositei um beijo ali, minha língua se meteu carinhosamente entre os lábios e achou o clítoris.

Kate soltou um suspiro tão longo que me senti recompensado,

— Que negócio gostoso da porra…

Sempre com todo cuidado, fui beijando, lambendo e chupando, guiado pelos gemidos tímidos que Kate deixava escapar, aprofundando a carícia ou aliviando a pressão quando ela travava, até que pegamos o jeito e em dois minutos a menina mexia o quadril procurando uma forma de sentir mais a minha boca e rapidinho gozou mais uma vez, me permitindo sentir seu gosto, e posso dizer, Kate era uma garota deliciosa.

Ela gozou do mesmo jeito, quase sem fazer barulho, o corpo tenso feito um arco, a pelve se esfregando na minha cara, as mãos me apertando e me puxando, tentando me tirar dali, mas continuei chupando até deixá-la encharcada com os próprios líquidos e com saliva.

Subi em seu corpo, vesti a camisinha, besuntei com KY e de novo posicionei o pau em sua buceta, Kate mais confiante me segurou pela cintura e foi me puxando, me olhando nos olhos, me autorizando a entrar nela.

A menina era quase virgem, de verdade, apesar de muito molhada e mesmo com auxílio do lubrificante a entrada foi lenta, mas, colocando e tirando, aprofundando aos poucos, sempre com muito cuidado e estimulando o clítoris para que houvesse mais prazer que desconforto, a coisa avançou.

Depois de sei lá quanto tempo, pouco mais da metade da vara estava dentro dela e a cabeça bateu no colo do útero.

A expressão de dor em seu rosto mostrou que ali era o limite e, durante um tempo, fiquei apenas entrando e saindo, tirava inteiro e recolocava, gostando da sensação de ter a cabeça do pau sendo apertada quando passava pela entrada estreita, e gostava ainda mais pela forma como os gemidos aumentavam de intensidade e volume e o jeito como vinham sofridos, mostrando o quanto de prazer e de dor ela sentia e em suas expressões faciais mostrava com deliciosa clareza o quanto a menina estava gostando daquela mistura.

Fui metendo sem pressa e sem tocar no ponto onde causava dor, ouvindo ela gemer cada vez mais e mais gostoso, a medida que se acostumava com o invasor.

Beijando seus lábios e brincando com os seios, até arrisquei um beliscão, mas dor, definitivamente, não era com ela e fiquei apenas nos carinhos.

A medida que ela relaxava e curtia a metida, aumentava a intensidade da foda, ela começou a querer mexer o corpo junto com o meu, mas quando achei que poderia meter mais rápido a menina gozou de novo e dessa vez esfriou, a lubrificação já era e tirei o pau lá de dentro.

— Murilo… - chamou com uma voz meiga que não combinava com ela.

— O que foi, meu bem?

— Queria que você gozasse… - continuou na mesma voz.

— Tá maluca, Kate? Não tem nada de se preocupar com isso, não, menina.

Ela não disse mais nada, mas também nem precisou, a forma como fechou os olhos constrangida foi resposta suficiente.

Deitei sobre seu corpo, com a boca bem perto da dela e falei.

— Se você soubesse o esforço que estou fazendo… para vocês é fácil, gozam quantas vezes quiser, com a gente é uma sacanagem. De repente estou com uma menina linda e gostosa como você na minha cama e se gozar, tenho de esperar sei lá quanto tempo até meu pau dar sinais de vida de novo. Por isso tento me controlar, se não, só de você ter se esfregado em mim, ainda de roupa, já teria gozado, você pode achar que não tem a moral de fazer a parada acontecer, mas é uma menina deliciosa, Kate.

— Eu não sei se aguento muito mais… desculpe não te fazer gozar muitas vezes.

Com um dedo fiquei ali na porta da buceta fazendo um carinho sem pretensão, no começo ela ficou tensa, mas quando viu que não passaria daquilo foi relaxando e a medida que ela relaxava eu colocava só a pontinha do dedo dentro dela, mas basicamente fiquei ali só marcando presença enquanto a gente conversava.

— Kate, olha para mim. Nunca mais se desculpe na cama. Exceto caso você acidentalmente corte fora o pinto de alguém, aí, de repente, é uma boa ideia se desculpar.

Ela riu divertida e perguntou.

— Não se importa se não chupar você?

— Não, menina bonita, não me importo de jeito nenhum

O olhar debochado dela voltou para seu rosto, ela me beijou a boca e disse.

— Não é nojo, é que estou de aparelho e tenho medo de te machucar…

Aquilo me fez rir as gargalhadas e ela relaxou um pouco mais.

— Sabia que aquela pose era tudo cena… - provoquei.

A medida que ela relaxava, as carícias em sua vagina foi dando resultado e Kate, quando tentou se explicar, falava com dificuldade, sem saber se gemia ou se falava.

— Tenho irmãos mais velhos, Murilo… ai, meu Deus, que coisa boa… se não me impor… eles não me dão um minuto de paz… Murilo, para… eles morrem de vergonha quando… falo putaria… ai, caralho, que delícia… por mais que não faça… Murilo… aí, aí, desse jeito… assim…

Depois disso a menina só gemia, e continuei com o dedo na buceta dela, quase como se não tivesse importância, alisando o clítoris e brincando com a entrada enquanto com a outra mão acariciava o mamilo, tentando fazer aquilo parecer parte da conversa.

Kate dava umas tremidinhas de vez em quando, fechava os olhos, segurava o lençol com força e soltava gemidinhos tímidos, mas continuava com a conversa.

— Você não se importa… que a gente… não trepe durante horas?

— Não. Só de ficar com você assim, deitada, sem roupa na minha cama, me permitindo beijar sua boca e tocar em você, para mim já é um privilégio.

— Tá querendo que eu me apaixone por você, seu idiota? - perguntou enquanto gemia gostosinho e começou a movimentar discretamente a pelve como se quisesse mais que o meu dedo dentro dela, sondei de novo para ver como estavam as coisas lá dentro e encontrei Kate toda molhadinha.

— Não quero que se apaixone, - respondi rindo e discretamente botando outra camisinha e passando mais KY - apenas que goze no meu pau mais uma vez. - abracei-a pela cintura e posicionei seu corpo na cama, me enfiei entre suas pernas e posicionei a cabeça da pica na portinha da buceta.

— Goza mais uma vez para mim, Kate? - perguntei enquanto meu pau voltava para dentro dela, entrando de uma só vez até sentir de novo o ponto limite.

Pega de surpresa, Kate me olhou com olhos arregalado e com a boca aberta, mas antes que ela conseguisse dizer alguma coisa, comecei a meter e a menina perdeu o ar.

Assim que ela se acostumou com meu pau dentro dela, pela primeira vez começou a mexer o corpo embaixo de mim e comecei a meter rápido e curtinho, relaxado, para gozar logo, mas, mesmo assim, para aumentar minha satisfação, vi Kate rebolar no meu pau com gosto e quando eu menos esperava, a menina arregalou os olhos de novo, enfiou as unhas nas minhas costas e gozou ainda mais uma vez, dando um gritinho longo e me puxando para juntos dela.

Era tão bonito vê-la gozando, e como eu já estava no desespero pra gozar fazia tempo, enchi a camisinha meia dúzia de bombadas depois.

Depois ela me beijou diferente, quase com preguiça, ainda me abraçava e quando interrompeu o beijo disse toda relaxada.

— Caralho… era para ter sido assim desde sempre. Obrigado, Murilo… você acaba de salvar minha vida sexual. Puta que pariu… não imaginava que fosse tão cansativo. Se eu arrumar alguém com quem trepar todo dia, nem preciso mais ir para academia.

Eu não sabia o que pensar, achei que elas viriam prontas, que essa geração soubesse muito mais que a minha, mas não.

E fui entendendo a medida que ela contava a história.

— Só transei três vezes na vida, Murilo, duas e meia, que na primeira o menino gozou tão depressa que eu acho que nem valeu, só serviu para tirar minha virgindade, mas mesmo nas outras vezes foi muito ruim, só senti dor, o moleque estava preocupado só em meter, gozar e depois contar vantagem. Fiquei frustrada, com medo de engravidar e com fama de biscate, meus irmãos bateram no menino e foram parar na delegacia. Foi uma bagunça desgraçada, então, nunca mais tive coragem de tentar de novo…

Ficamos deitados por um tempo, ela contando um pouco de como cresceu cercada de cuidado, os irmãos vigiando cada passo seu e quando cansou, peguei-a no colo e fomos tomar banho.

Kate parecia uma criança feliz, ria por tudo, me abraçava e brincava de me beijar na boca, me agarrava pelo pescoço e se pendurava em mim com as pernas em volta da minha cintura enquanto a água caía em nós dois, mordia meus ombros feito menina travessa, e ria esfregando os peitos molhados em mim, mas quando insinuei começar de novo, ela recuou, então percebi que ela, realmente, estava apenas brincando e deixei que se divertisse.

Quando voltamos para a cama, ambos nus, passava um pouco das três da manhã, ela dormiu em meu peito, mas quando acordei estava sozinho.

No dia seguinte foi a mesma coisa e eu continuava achando estranho que agissem daquele jeito, principalmente por que Kate nunca teve controle sobre o que saia da sua boca, mas a menina apenas me deu um sorrisinho cheio de significado, tomou café, falou alguma bobagem que fez as outras rir e correu para aula.

Se estava bom para elas, eu é que não reclamaria, mas achava bem estranho.

Deitei depois do almoço e dormi a tarde inteira e num momento de empolgação, deixei a caneca vermelha sobre o balcão da cozinha.

Fui ao quintal cuidar de alguma coisa e quando voltei, dez minutos depois, a caneca desaparecera.

Estavam quase todas em casa naquele final de tarde, mas não tentei adivinhar de qual delas era a vez.

Fui ao mercado e na volta comi um lanche, encontrei um conhecido e ficamos de papo, perdi a noção do tempo e cheguei em casa quando passava das dez.

Subi de novo pela escada de incêndio e encontrei Stefany no sofá lendo um livro que parecia pesar uns cinco quilos.

— Puta que pariu, Murilo. Eu acordo cedo, caralho! Justo na minha vez você tinha de sair batendo perna?

Olhei para aquela menina linda, alta, com mais de 1,70, de pele branca e de cabelo black power, bunda grande, quadril largo, coxas grossas, cintura fina, seios pequenos, ombros estreitos e traços delicados no rosto redondo, lábios bonitos, nariz arrebitado e lindos olhos castanhos.

Estefany era o tipo de menina que estava sempre ocupada. Vivia correndo para baixo e para cima, parecia fazer um monte de coisas além da faculdade de enfermagem que cursava a noite, de manhã estagiava num hospital que nem era tão longe, mas era muito fora de mão, e era o único com especialização na área em que ela pretendia trabalhar e a tarde ela trabalhava numa clínica como técnica de enfermagem.

Ester conheceu a mãe da Estefany por acidente, numa fila de banco ou algo assim. E naquela coisa bem feminina de, em dois minutos, estar contando a vida toda uma para a outra, minha ex soube que a família da menina morava longe dali, Estefany fora para aquela faculdade (tinha passado em outras) com a promessa de ter lugar para ficar, mas na hora da mudança não deu certo por algum motivo (que nunca me contaram qual), a família não estava tão bem de grana, mas estavam se matando porque Estefany seria a primeira da família a fazer faculdade, as aulas já haviam começado e ela precisava urgente de um lugar para morar, Ester fez um preço razoável na mensalidade para a menina, que se mostrou, realmente, uma pessoa muito responsável, esforçada e inteligente.

Estefany e eu nunca conversamos sobre esse detalhe, mas por mim, continuaria como estava, gostava dela e meio que me identificava com o esforço que fazia para ter um futuro melhor.

Chegando perto dela peguei o livro que estava aberto no seu colo e coloquei na mesa de centro, ainda sem dizer nada me ajoelhei a seus pés, percebi que ficou tensa e delicadamente tirei seus tênis e as meias, sentei na mesa de centro, puxei seus pés para o meu colo e comecei a fazer uma massagem.

Estefany vestia calça larga me possibilitando alcançar as panturrilhas, estava ainda meio brava por tê-la deixado esperando, mas a medida quer a massagem surtia efeito foi relaxando, ficando mais a vontade no sofá e de vez em quando deixava escapar gemidinhos fofos.

Depois de um tempo levei-a para a cama, ainda vestida, deitei-a de barriga para baixo, subi sobre ela e massageei suas costas e ombro, esperava que ela tomasse a iniciativa de tirar a camiseta e foi o que aconteceu dali a dois minutos. A menina não estava de sutiã e a calça saiu fácil quando minhas mãos foram para a lombar.

Em momento algum disse uma palavra ou fiz menção a ultrapassar a linha que separava a massagem da sacanagem.

Tanto que dali uns quinze minutos Estefany dormia.

Apaguei as luzes e ainda vestido, deitei ao seu lado, puxei um lençol para nos cobrir e esperei, lendo qualquer coisa no celular.

Algum tempo depois ela acordou e sonolenta me abraçou e dormiu no meu peito.

Estava habituado a dormir sem roupa e esse detalhe me incomodou bem, mas consegui descansar um pouco.

Estefany acordava sempre as quatro e meia da manhã, o hospital onde fazia estágio era relativamente perto, mas muito fora de mão, obrigando a menina a pegar dois ônibus para chegar lá as oito horas, de carro era coisa de vinte minutos.

Por isso naquela manhã mudei o roteiro dela e quando seu celular despertou, desliguei-o e deixei que a menina dormisse mais umas duas horas.

Ela acordou satisfeita e se espreguiçou, se esticando na cama e gemendo gostoso.

Mas o estado relaxado durou só até pegar o celular e ver as horas.

— Porra, Murilo, olha que horas são… - reclamou ela quando a acordei.

— Tome seu banho e se arrume, hoje te levo de carro.

O sorriso que aquela informação trouxe para o rosto da menina foi lindo.

No caminho parei numa padaria simpática e meio chique para tomarmos café.

Dentro do carro, na frente do hospital, como ainda tinha cinco minutos de sobra, desliguei o motor para conversarmos um pouco.

— Estarei te esperando hoje, se você quiser, Stefany. Desculpe por ontem.

Ela me abraçou e me deu um selinho.

— Obrigado pela massagem. - disse me dando mais um selinho - Obrigado por me deixar dormir. Estava precisando… - mais um selinho - Obrigado pelo café delicioso. - mais um selinho - E obrigado pela carona.

Nisso ela me pegou pelas bochechas e me deu um beijo que… puta que pariu… eu não queria que acabasse, queria morrer beijando aquela boca.

Que beijo gostoso, da porra!

— Você é o máximo. - disse ela me soltando, abrindo a porta e saindo, mas antes de fechar a porta, botou a cabeça dentro do carro, deu mais um daqueles sorrisos lindos e disse.

— Até de noite.

Fechou a porta e saiu correndo em direção ao hospital.

Então, dirigi de volta para casa que ainda tinha de alimentar mais algumas meninas.

Quando não estava em crise de consciência por achar que estava me aproveitando de um bando de meninas tolas, confesso que me divertia com aquela história, descobrir como cada encarava aquela experiência maluca, e o que cada uma delas esperava de uma relação sem compromisso, estava sendo bem diferente de como imaginei.

O que me surpreendeu mais foi perceber a forma torta como a maioria delas começou a própria vida sexual.

Talvez a minha geração não fosse muito melhor e eu dei sorte… sei lá.

Só posso dizer que fiquei extremamente decepcionado com os homens de modo geral.

Sabendo que seria Estefany quem viria para o meu quarto naquela noite, não consegui pensar em outra coisa e, por mais que a transa com Isadora e com Kate tenha sido muito legal, inesquecíveis até, alguma coisa naquele dia estava diferente e passei, literalmente, o dia todo preparando a casa para recebê-la, pensando em sacanagem e de pau duro.

Até considerei em bater uma punheta para aliviar a pressão, mas pensei que, aquela altura dos acontecimentos, se tivesse de me masturbar, precisava, pelo menos, que alguém estivesse perto para ajudar e, se tudo desse certo, receber minha porra na boca.

E pelo jeito não era o único ansioso, pois Estefany, contrariando a rotina dela, nem foi para a faculdade e chegou em casa pouco depois das seis da tarde.

Mandou mensagem avisando que estava chegando e fui recebê-la no portão. Quando a vi virando a esquina, corri em sua direção e passando um braço por sua cintura e outra mão segurando sua nuca trouxe sua boca para a minha para matar a saudade que estava daquele beijo, que não decepcionou.

Estava até meio com medo de viciar no beijo daquela menina.

Após apaziguar a ansiedade, pedi que subisse comigo pela escada de incêndio, aproveitando que ninguém nos tinha visto.

Ela reclamou, queria tomar banho e trocar de roupa antes, mas insisti, reforçando que tinha chuveiro lá em cima e, para o que eu planejara, que ela não precisaria de roupas.

Ela ria das minhas palhaçadas e dos meus argumentos, mas topou fazer do meu jeito e subimos tentando ser discretos.

Naquela noite, Estefany até tentou parecer liberal e experiente, mas bastou tirar a camiseta e na hora vi a menina ser assaltada por todas as idiotices e comparações com que toda menina sofre desde sempre, tentando se esconder com as mãos e com constrangimento nos olhos.

Estefany era linda do seu jeito, eu é que estava ansioso em transar com ela, eu é que me sentia o beneficiário ali, era meu o privilégio de estar naquela situação.

E com calma, paciência e muitos beijos, fui falando isso para ela.

Sobre o quanto ela era linda e o quanto ainda não estava acreditando que eu tinha autorização para vê-la assim, quase nua e perfeita, falei do tormento que foi meu dia, esperando ansiosamente para vê-la de novo ali, e mostrei o tesão alucinado que ela despertava em mim.

— Sério, Murilo, que você me quer tanto assim? - perguntou ela cheia de dúvidas.

— Não pensei em outra coisa o dia todo.

— Tem muitas meninas aqui mais bonitas que eu… - disse ela de cabeça baixa.

Fiz com que sentasse no sofá comigo e pedi para levantar a cabeça e me olhar nos olhos.

— Nunca se compare a ninguém, Estefany. Somos só nós dois aqui, não há com quem comparar nada, e isso aqui não é uma competição para saber quem é mais bonita, mais gostosa ou que transa melhor. Sexo nunca foi sobre isso. Sexo é sobre ousadia, confiança e desejo. Se tiver amor, às vezes a parada fica mais gostosa, mas se a pessoa ousar, confiar e estiver com tesão já dá para fazer muita coisa.

Ela me olhava e talvez tenha percebido estar falando muito a sério, de modo que suspirou, escolheu acreditar em mim e encostando sua testa na minha, disse.

— Tá, mas ainda preciso tomar banho.

Quando tirei a minha camiseta ela continuou num tom autoritário.

— Sozinha!

Olhei ofendido para ela, que riu da minha cara e foi para o banheiro.

Pode me chamar de exagerado, se quiser, mas a partir do instante em que vi que a maioria daquelas meninas tinham tido o azar de iniciarem suas vidas sexuais com homens incompetentes, meio que tomei como minha responsabilidade ajudá-las a descobrir que sexo podia e deveria ser uma coisa boa e natural.

E determinei que daria àquela tarefa o mesmo cuidado que dei quando fui o primeiro homem na vida de algumas garotas que passaram pela minha cama antes do casamento.

O lance era tratá-las como as princesas que eram.

Se pedissem para tomar uns tapas, receberiam, se gostassem de sentir dor, eu proporcionaria o que fosse para que gozassem muito, mas mesmo assim, ali, comigo, seriam tratadas como criaturas sagradas.

Por isso, já tinha dado um trato no lugar, em especial no banheiro, onde investi em melhorias, com toalhas novas e perfumadas, secador de cabelo, escovas de dente, sabonetes cheios de frescura, chuca, flores, aromatizador e uma cadeira chique.

Fui casado e Ester era cheia de graça com banheiro, então, foi tranquilo criar um ambiente legal ali para elas.

Tinha xampu, condicionador e meia dúzia de cremes, entre ele um específico para cabelo afro, caso Estefany quisesse lavar o cabelo.

Nunca imaginei que existissem tantos produtos para cabelo e de tantos tipos, mas a moça da loja de cosméticos me garantiu que aqueles que trouxe serviriam para 99% das mulheres.

De qualquer modo, gostei bastante do resultado.

Como eu andava sempre com a cabeça raspada, imaginei que ela saberia que os apetrechos no banheiro não eram para mim, mas, mesmo assim, ouvi a pergunta vindo do banheiro.

— Murilo, posso usar o xampu?

— Comprei para você, Estefany. - respondi entreabrindo a porta, mas respeitando a vontade dela.

Dali um tempo, quando eu estava na cozinha preparando algo caso ela estivesse com fome, ela sai do banheiro usando a toalha errada, a de rosto, que cobria os seios e a virilha, deixando aquele monumento de coxas a mostra.

Andava ainda um pouco insegura, segurava a toalha no lugar com uma das mãos e com a outra me pegou pela nuca e beijou minha boca enquanto colava seu corpo no meu, deixando a toalha cair.

Era impressionante como o beijo dela era bom.

Nessa hora queria ter mais um par de mãos para acariciar mais aquela pele deliciosa, conhecer pelo tato cada detalhe do corpo deliciosamente suave de Estefany.

Quando o beijo se tornou efervescente, ofegante, ela afasta a boca da minha, olha nos meus olhos e pergunta:

— Quer me comer, Murilo?

— Quero que você desfile pra mim, Linda, quero ver você inteira…

Ela me olhou surpresa e sorriu, e andou pelo quarto, me olhando procurando indícios de estar fazendo direito.

A essa altura estava nu e quando me viu numa punheta de leve, a menina arregalou os olhos, sorriu satisfeita por provocar tanto tesão em mim e voltou.

— Será que a sua mão me dá licença para eu chupar seu pinto, Murilo?

Achei que Estefany ajoelharia ali mesmo, mas menina tinha mais coisa em mente e me pegando pela mão, me levou até a cama e me colocou sentado na beirada e aí, sim, ajoelhou e começou a trabalhar.

Passava a língua por toda a extensão da vara, subia, abocanhava a cabeça e fazia um “não sei o que” com a língua que me causava uma espécie diferente de prazer, uma mistura de coisa boa com agonia que me deixou louco, mas quando botei a mão em sua cabeça para impedi-la de parar com aquilo, a menina levantou e me olhando feio me fez deitar, abriu de novo minhas pernas, ajoelhou e com uma mão punhetava e com a outra me massageava as bolas.

Do nada a menina me fez levantar uma das pernas, substituiu a mão que me alisava as bolas pela língua, continuou me punhetando e para minha surpresa, passou a lamber meu furico.

Surpresa uma ova!

Quando ergui a perna, sabia que meu rabo estava vulnerável aos ataques dela.

Diferente de como Isadora fizera a mesma coisa, Estefany era agressiva, parecia querer enfiar a língua toda dentro de mim e, de alguma forma que eu nem conseguia explicar, era ainda mais gostoso.

Dali a pouco ela voltou a colocar a cabeça do meu pau na boca e voltou a fazer sua mágica com a língua e quando achei que estava a ponto de enlouquecer, ela simplesmente engoliu o pau até bater na garganta e, simultaneamente, enfiou um dedo no meu rabo, me fazendo gemer alto de prazer, dor e surpresa.

Ela tirou o pau da boca e me soprou um beijo, voltou a me chupar e sincronizando o sobe e desce da boca no meu pai e o entra e sai do dedo no meu cu, dali a um minuto, se tudo isso, comecei a esporrar na boca dela com tanta intensidade que levantava a pelve, como se quisesse entrar mais na garganta da menina ou como se quisesse que ela enfiasse mais fundo o dedo em mim.

Estefany bancando a atriz pornô veio para o meu lado e mostrando a porra na sua boca, engoliu em duas parcelas, sorriu aquele sorriso lindo e veio me beijar.

O beijo dela, mesmo com gosto de porra, era sempre uma delícia e apenas nisso, de ficar ali na cama, com a Estefany me beijando, para meu mais completo e profundo espanto, em cinco minutos estava de pau duro de novo.

E se ela achava que era a única com boca e língua, mostraria para aquela menina que eu também sabia brincar.

Ela quando percebeu minha intenção ficou de quatro, com as pernas abertas e deitou o ombro na cama, deixando aquele festival de bunda apontado para cima, deixando ao meu prazer uma buceta linda, diferente das que eu conhecera, era maior e mais “aberta”, por assim dizer, com os grandes lábios salientes e entre eles aparecia o clítoris avantajado.

E ela sabia que naquela posição eu não deixaria de cair de boca naquele cuzinho rosado. Abri mais suas pernas para ter melhor acesso a tudo e meio de ponta cabeça sobre ela, lambi e chupei tudo que podia, ouvindo os gemidos gostosos de Estefany, mas que se tornaram gritos quando prendi entre os lábios, o clítoris, que parecia a ponta de um dedo, com certeza o maior que já tinha visto na vida.

Como estávamos trocando de papel, fiz exatamente como ele fizeram em mim, enchi seu cu de saliva e enquanto chupava o clítoris, encantado com seu formato, enfiei um dedo, que entrou fácil, em seu cu.

E então, foi a minha vez de sincronizar os movimentos de chupar aquela buceta gostosa e socar o dedo no cuzinho. Não demorou e a menina começou a rebolar e se retorcer, enquanto soltava gritinhos que foram aumentando e aumentando, ela tentou sair da posição, mas com uma mão prendi-a no lugar e quando com a outra puxei seu cabelo para fazê-la parar, a menina gozou fazendo o maior escândalo, o cuzinho me apertando o dedo com força e da buceta saiu uma quantidade tão grande de líquido - primeira vez que me acontecia algo assim - que me lambuzou a cara toda.

Estefany ficou largada na cama com um sorriso na cara.

— Você não devia ter feito isso, Murilo… - disse ela com um sorriso.

— Te fazer gozar?

— Mexer lá atrás… - disse fazendo cara de inocente.

— Por que não?

— Porque agora quero mais. - respondeu sorrindo.

— Assim que você se colocar na posição.

— Me deixa tomar água primeiro. - disse levantando.

Fomos a cozinha e gostei de vê-la se movimentando nua sem constrangimento, ela deve ter percebido o sorriso besta na minha cara e disse enquanto bebia sua água.

— Desde que me mudei para cá, sempre me senti muito a vontade com você. Nunca imaginei que chegaríamos nessa situação, mas uma vez que o constrangimento inicial sumiu… sei lá… tirar a roupa perto de alguém pela primeira vez é sempre meio estranho, mas depois desse começo que tivemos, não faz sentido ficar com frescura.

Cara eu estava encantado com ela, com tudo nela, até o jeito como falava parecia encantador.

— Não gosto de ficar nua na frente dos outros, não quero, mas acabo me comparando… gosto da forma como você me olha… faz eu me sentir linda, desejável… e você fica muito bem sem roupa… então, se a gente conseguir fazer essa história do “sem compromisso” dar certo, para mim, será perfeito.

Voltamos a nos beijar ali na cozinha mesmo, meu pau duro que estava até me doendo queria entrar nela de qualquer jeito. Por ser uma menina relativamente alta, foi para o sofá, ajoelhou sobre algumas almofadas e arrebitou aquela bunda deliciosa.

Olhando para mim atrás dela, Estefany foi contando numa voz sexy para caralho.

— Quando fiquei mocinha, - disse ela abrindo a bunda com as duas mãos - minha mãe queria que eu casasse virgem…

A tentação era grande demais, não resisti e cai de boca nela, chupando tudo de novo e fazendo a menina gemer gostoso.

— Ah, Murilo… eu queria tanto me divertir com os meninos… - ela suspirava e gemia me provocando - mas morria de medo da mamãe… - ela falou isso rebolando na minha cara.

Ainda chupando a buceta e o rabo da garota, vesti a camisinha, besuntei de lubrificante e ela continuou me provocando, rebolando aquela bunda maravilhosa e contando a história.

— Não tinha coragem de contrariar a mamãe… hummm - adorei o gemido que deu quando coloquei o dedo com lubrificante em sua bunda - mas tinha um menino… ele era tão safado… - ela me olhava nos olhos com a cabeça toda virada para trás - Ele deu a ideia da gente brincar aí atrás - Estefany gemia e contava a história com voz de puta, isso mais a carinha de inocente que ela sabia fazer, estava acabando comigo.

— Aí, Murilo… a primeira vez doeu tanto…

Nisso não aguentei e empurrei a cabeça cu adentro.

— Aiiiiiii… Murilo… - dessa vez o gemido saiu meio choroso, quase sofrido - Faz de novo...

Como a única coisa que tinha feito foi enfiar a cabeça do pau dentro dela, tirei e voltei a meter a rola cu adentro.

E repeti isso várias vezes, sempre afundando um pouco mais cada vez que tirava e enfiava de novo. Toda vez que a cabeça passava pelo anel, Estefany gemia gostoso como se sentisse mais prazer com a dor que com o resto.

Estava tão bom ouvi-la gemer com aquele “aiiii” longo e sofrido que demorei para alojar meu pau inteiro no rabo daquela gostosa.

Como vi que a menina tinha experiência na arte de dar o cu e depois do que aprendi com Isadora, fiquei ali tentando me afundar mais, fazendo movimentos curtos.

Até que não aguentei e comecei a comer aquele cu apertado.

— Me come, Murilo, igual os meninos faziam, arromba meu cu… me rasga.

O jeito como ela falou aquilo me desceu meio espinhoso, e meio que cortou o barato da coisa… e, sem saber a razão de fazer aquilo, comecei a provocá-la, acariciando o clítoris e quando a menina gemia e rebolava, jogando o corpo contro o meu, sem aviso tirei o pau do cu dela, no mesmo movimento tirei a camisinha e enterrei a vara na sua buceta da menina.

— Murilo, o que você tá fazendo? - perguntou ela assustada, mais gemendo que falando.

Ela estava muito molhada e continuava no movimento de jogar aquele fenômeno de bunda contra mim, então, continuei metendo, tirando até deixar só a cabeça dentro dela e enterrando o quanto cabia, tudo de uma vez.

— Não era para ser assim, Murilo… - gemeu ela chorosa sem parar de rebolar no meu pau.

Estefany não tentava sair, mas mesmo assim, mantinha seu corpo na posição usando o peso do meu, um braço de cada lado e acelerei as estocadas até que ela começou a gemer diferente, como quem se entrega.

— Ah… puta que pariu… me perdoa, me perdoa… puta que pariu como isso é bom…

Na hora até me perguntei, para quem ela pedia perdão, mas eu estava que não me aguentava, o orgasmo se anunciando com força, só que ela precisava gozar primeiro. E para minha sorte dali a pouco ela começa a jogar o corpo ao encontro do meu com mais força, meu pau batendo no fundo da buceta, foram três verdadeiras porradas e a menina começa a convulsionar com se estivesse num ataque epiléptico.

Sai de dentro dela e Estefany caiu de lado no sofá. Então, vi, depois de muito tempo, uma menina literalmente "virando os olhos". Ela trincava os dentes, quase não respirava e o corpo tremia enquanto com as mãos ela apertava os próprios seios de um jeito que me encheu de um tesão tão animal, que sem perceber comecei a me masturbar com aquele espetáculo que durou quase um minuto.

Me punhetava devagar, apreciando o orgasmo daquela criatura magnífica.

Devagar ela voltou a respirar normalmente e sentou meio desorientada.

— Já gozou? - perguntou ela voltando a si e me vendo com o pau na mão.

Estefany estava todasqa molhada de suor e a medida que se recuperava o sorriso voltava para seu rosto e ela ficava ainda mais bonita.

— Ainda não… - respondi ainda abismado com a sensualidade primitiva daquela transa.

— Então goza na minha boca de novo.

Ela apenas sentou na beira do sofá e quando dei por mim ela estava com a boca no meu pau. E foi preciso pouca coisa, naquele jeito mágico dela de chupar, para eu quase desmaiar gozando de um jeito que achei que, mais que a minha porra, ela estivesse sugando minha alma.

Cai sentado no sofá, Estefany levantou, puxou minhas pernas para que eu deitasse no sofá e foi tomar banho. Quando me recuperei da brincadeira e enquanto ela ainda estava no banheiro, troquei a roupa de cama e terminei de preparar um lanche leve para nós.

Ela saiu nua do banheiro, sentou comigo a mesa e comemos em silêncio.

— Posso dormir aqui, Murilo?

— Eu adoraria.

— Acho que amanhã vou para a casa da minha mãe…

No dia seguinte, quinta-feira, seria feriado.

— Saudade? - perguntei a toa…

O problema é que parecia sempre haver mais coisa na cabeça daquela moça.

— Também… mas preciso pensar… sei lá… de repente conversar um pouco com ela… sabe… a mamãe… não sei. O que fizemos hoje… o que você me deu ontem e hoje… meio que virou minha cabeça no avesso… tô precisando do colo dela.

Quando olhei preocupado, a garota sorriu, me fez um carinho no rosto e continuou.

— Não se preocupe, foi de um jeito bom… já ouviu aquela história de que quando acontecem coisas ótimas a gente pensa que dali a pouco acontecerá algo muito ruim? Tô confusa justamente por nunca ter me sentido tão bem depois de uma transa… sei lá… e não tô pensando que isso causará o fim do mundo. Ontem e hoje, as coisas que você fez, me ajudou a ver umas coisas que eu até tinha entendido racionalmente, mas que emocionalmente me escapava. Eu achava que minha preferência por fazer sexo anal era porque… sei lá… fico com vergonha de dizer, tenho medo de você me achar maluca.

— Sabe o que percebo com essa história que a gente inventou? - perguntei.

— O quê?

— Que a gente, todo mundo, tá muito fodido. Essa coisa de deixar você meter o dedo em mim, hoje foi de boa, mas quando a Isa fez, foi a primeira vez na minha vida que aconteceu, na hora tava envolvido com o prazer, mas depois… meio que dei uma pirada… e mesmo hoje… e eu achava que estava de boa com a ideia, que aceitava o prazer que essa brincadeira causa, mas mesmo assim, passei dias me atormentando com tantos preconceitos e tanta ideia errada que a gente carrega a vida toda… não achei que deixaria acontecer de novo, mas aí, a gente tem esse lance, tem esse momento assim, nós dois… e acabo entendendo que não tem muito o que pensar e nem julgar… a vida e o prazer é nosso… do nosso jeito… e tá tudo bem.

Estefany me olhou como quem entende e sorriu, se sentindo aceita na mesma loucura boa que a gente vivia e continuou falando, com um pouco de constrangimento, mas que passou a medida que ela ficava mais confiante e elaborava melhor a ideia.

— Você viu que eu nem ofereci a vagina para você primeiro, fui direto te oferecendo o rabo? Na minha forma doida de ver as coisas, eu achava que sentia mais prazer ali que na frente, talvez porque comecei minha vida sexual assim e porque… é nessa parte que me dá medo de você mandar me internar… minha mãe nunca soube das minhas artes, mas hoje, aqui, meio que entendi que muito do prazer que sentia dando o rabo era pela dor e que essa dor funcionava mais ou menos como um castigo, por imaginar que decepcionei minha mãe.

Não forcei para obter mais informação que isso, até pelo fato de que psicologia não ser minha área de atuação, mas ela precisava falar.

A garota levantou e pegou minha mão para voltarmos para a cama.

— O fato de gostar da dor… é estranho… não é sempre que a dor me dá prazer, mas mesmo assim, gosto de sentir dor… e me deixava mal que muitas vezes eu achava que devia sentir dor, mesmo sem prazer e quando sentia prazer com a dor… me sentia meio errada… sei lá… Minha mãe engravidou de mim com treze anos e mesmo que meu pai tenha sumido para não me assumir, ela nunca falou mal dele… sei que ela morria de medo que eu “pegasse barriga” como aconteceu com ela. E dar o cu me livrava desse risco. Óbvio que acabei perdendo a virgindade, mas sempre parecia que estava traindo minha mãe fazendo sexo vaginal… aí hoje você me fez sentir um prazer tão intenso, tão sem culpa, me fez gozar de um jeito que nunca aconteceu. É muita coisa.

Desde que começara a falar a menina parecia procurar uma posição na cama, começou sentada de frente para mim, depois sentou ao meu lado com as costas na cabeceira da cama até que deitou no colchão e apoiou a cabeça no meu colo.

Quando achou a posição que queria, a menina se esticou toda, se espreguiçando num espetáculo divino, e na volta me abraçou e ficou ali, meio sentada, meio deitada, com a cabeça apoiada no meu peito, ronronando.

— Quando você se meteu dentro da minha buceta daquele jeito, me dando todo aquele prazer sem dor, na hora achei errado, como se eu não merecesse tudo aquilo, ainda mais que o orgasmo foi… Murilo do céu, teve um segundo ali, naquela coisa alucinada, que eu achei que ia morrer… nunca foi tão forte. E agora tô aqui, sem saber se mereço… mesmo sabendo que não faz o menor sentido me condenar por isso.

Estefany continuou falando até cansar.

De cara vi que naquela noite não teria mais sacanagem, e como ainda era cedo, conversamos bastante, assistimos a um filme bobo comendo pipoca, voltamos para cama e nos beijamos muito.

Estefany cochilou enquanto falava e deitei-a na cama, ela virou de lado, sonolenta pediu que a abraçasse, encaixei meu corpo no dela e dormimos assim.

Não foi apenas a Estefany quem precisou de um tempo para pensar depois daquela noite.

Fiquei dias pensando, principalmente no que a gente conversou e no quanto as coisas eram bem mais complicadas do que imaginava.

Como o feriado deixaria o fim de semana mais cumprido, a maioria foi para casa dos pais e ficaram só Rose, Josie, Simone, Marina e Adriana.

Encontrei a Adriana no café da manhã, mas a menina não parecia feliz.

— Meus pais saíram num cruzeiro. E nem me convidaram… porra, Murilo, sou a filha mais nova deles… os canalhas podiam ter me levado.

— Como se você fosse deixar de ir às aulas para atrasar o lado deles… - comentei.

Ela não curtiu muito a resposta e me mostrou a língua.

Sentei num sofá, peguei o celular e fiquei trocando ideia com o Geraldo, meu amigo médico, só falando da convivência com elas e dos dilemas que traziam para a minha cama, já que, aparentemente, todas elas tinham um ou outro problema com intimidade e sexo.

Meu amigo médico dizia que todos nós temos problemas com intimidade e sexo, as pessoas apenas fazem de conta que não têm.

E ele sempre recomendava que fosse calmo, paciente, que oferecesse o tempo e o espaço que elas precisassem para se expressarem como conseguissem e eu que me virasse para interpretar os sinais.

Meu medo era que a menina chegasse com seus medos e inexperiência e eu piorasse as coisas.

Até ali tinha dado certo, mas se alguém perguntasse como conseguimos isso, eu não saberia responder, e não havia garantia de que eu não faria uma merda qualquer e, de repente, meu medo de me responsabilizar era tamanho que ficava apavorado com a ideia de traumatizá-las mais do que já eram.

No sábado estava na sala molhando as plantas das meninas que não estavam em casa, Josie avisara que dormiria o dia inteiro, Marina estava trabalhando, Simone fora com ela, fazer companhia, Rose também estava no serviço e a única andando por ali era a Adriana, que passava na minha frente como se quisesse dizer alguma coisa.

Quando a garota subiu e desceu a escada pela décima vez, olhei para ela perguntando em silêncio, se ela queria alguma coisa.

— O que você vai comer no almoço, Murilo?

— Vou pedir qualquer coisa… que almoçar comigo?

— Legal. Mas a gente divide a conta.

— Por mim…

Duas horas depois estávamos a mesa, já de barriga cheia, comendo um sorvete de chocolate que roubei de uma das geladeiras.

— Para você tá de boa todas as meninas subirem para a sua cama, Murilo? - perguntou ela sem aviso.

— Tinha entendido que não são todas…

— Todas é modo de dizer.

— Não sei bem se imaginei alguma coisa, mas certamente está sendo muito diferente de tudo que já passou pela minha cabeça… - disse meio sem pensar e quando me ouvi dizendo aquilo continuei - não está ruim de jeito nenhum, só diferente.

— Achou que seriam só umas bonecas sem vontade e sem história, né?

— Sinceramente, Drica? Vocês, com tanto acesso à informação, com tanta terapia de internet, com tanto tabu discutido, com tanto preconceito colocado às claras, achei, mesmo, que vocês deveriam ser mais tranquilas que o povo da minha geração. Saber que todo mundo tem problemas com intimidade… sei lá… é estranho… e ver que muita gente hoje tem os mesmos problemas que a minha geração também tinha… sei lá…

Ela me olhou por um tempo, parecia pensar no que ouvira.

— Elas saíram bem felizes lá de cima.

Fiquei quieto… não ia parecer o arrogante.

Além disso, ninguém nunca falou nada sobre a “escala” e agora ela me aparece puxando esse assunto.

Não conseguia imaginar o que aquela menina tinha em mente.

— Eu sou a próxima da lista. - disse ela olhando para dentro da taça de sorvete.

Continuei quieto.

Adrina era a típica menina inteligente demais para viver numa sociedade fútil.

Enquanto todas estavam preocupadas com aparência e fama em aplicativos de celular, Adriana estava no mestrado em física aplicada, e a menina recém completara vinte e um anos.

Com mais ou menos um metro e sessenta de altura e um pouco acima do peso, acho que nunca pisou numa academia.

Tinha a brancura própria de quem vive enfurnado numa sala de aula, seios de médios para grandes, bundinha pequena e barriguinha simpática, nada exagerada, tinha longos cabelos castanhos sempre bem cuidados, sinal de que a menina tinha alguma vaidade, olhos castanhos claros, uma coleção de óculos, uma boca bonita, de lábios formando um coraçãozinho, nariz redondinho… Drica parecia um ursinho de pelúcia.

— Não sei se terei coragem de subir. Eu gosto das minhas coisas do meu jeito, Murilo… mudar é uma coisa complicada… para mim é muito difícil esse tipo de interação. Não gosto de situações em que não tenho o controle.

Ela colocou mais sorvete na taça, e olhando para mim, continuou falando.

— Não sou virgem… mas também não sei o que é orgasmo, não com outra pessoa. Transei por que achei que estava apaixonada… É complicado… tinha tudo para ser bom, o menino se dedicou bastante… não é apenas medo… Sei que sou obsessiva, tenho tentado melhorar, mas… queria sentir como as outras meninas dizem que é, mas… apesar da curiosidade… sei lá… acho que, como parecia uma coisa muito distante, tentei não pensar muito nisso.

Ela parou de falar, deu um suspiro que me pareceu triste e continuou.

— Mas ouvindo as gurias falando de como foi a experiência com você… não sei… deu vontade de experimentar. Nunca tive muita vontade de transar, então, é uma novidade… e não sou boa com novidades. Eu quero, a ideia me excita, só não sei se consigo… conversei com a Estefaninha no outro dia, antes de ela ir para casa da mãe, e ela falou sobre vocês terem conversado sobre confiança, respeito e tesão. Se você acha que só com isso dá para gente fazer alguma coisa… eu confio em você, Murilo, não sei se confio tanto… mas quero muito saber o que as meninas sentem… de repente apagar esse fogo… tá me atrapalhando, me desconcentra… então… será que, agora sabendo do quanto sou louca, você acha que teria paciência para gente tentar?

— Acho o maior barato como vocês, novinhas, exageram em tudo.

— Um pouco tem a ver com preconceito, sabe? Nunca me imaginei tendo intimidade com alguém tão mais velho, a gente tem umas idiotices que, às vezes, só percebe quando surge esse tipo de situação. Desculpe.

— Imagina… nem perca seu tempo se desculpando. Também nunca me imaginei num esquema em que moraria com tanta mulher e menos ainda que vivesse algo tão inusitado como ter meia dúzia de meninas querendo fazer sexo comigo… na minha forma de ver as coisas, vocês eram quase crianças ainda… e… sei lá… você entendeu.

Pensei naquela conversa enquanto terminava o sorvete, tive uma ideia e pedi a ela que me esperasse ali, que buscaria uma coisa no quarto e já voltava.

Subi correndo as escadas, peguei um apetrecho que ajudaria naquilo que tinha em mente e desci tão rápido quanto possível.

Encontrei Adriana brincando de bater com a colher no fundo da taça.

— Código morse. - disse ela quando me viu.

— E o que dizia?

— Relaxa, Drica… relaxa, Drica… relaxa, Drica…

Ri e andei pela cozinha, lavei as taças e talheres e parei atrás dela, que me viu ali, mas, mesmo assim, quando pus a mão em seu ombro, a menina se sobressaltou.

Tirei do bolso o lenço que fora buscar e com ele vendei seus olhos.

A menina na mesma hora levantou as mãos em protesto, tentando me impedir, mas cheguei a boca bem perto do seu ouvido e sussurrei.

— Confia, Drica… vai dar tudo certo.

Ela demorou um pouco, mas aceitou e voltou a pousar as mãos nas próprias coxas.

Ajudei-a a se levantar segurando-a pelos braços e andando devagar fomos até a sala.

A tensão nela me lembrou uma menina com quem me enrosquei na adolescência.

Quando era moleque não soube cuidar do assunto como deveria, era quase uma repetição da mesma história, a menina quase não tinha experiência e eu era um egoísta idiota. A transa foi uma bosta, para mim e para ela, mas depois daquilo e do quanto me senti culpado pela incompetência que só identifiquei já estando com Ester, e identifiquei muitas das falhas que cometi quando mais novo, mesmo que não tivesse previsto o divórcio me comprometi em sempre tratar a mulher que fosse comigo para a cama como a criatura mais importante no universo.

Estando casado, e morrendo de amores pela esposa, isso era meio natural…

E por momentos como aquele em que estava plenamente ciente do meu papel, agradecia por tudo que aprendi com a minha ex.

Além disso, Adriana estava, realmente, disposta a tentar.

E enquanto passávamos pela sala e indo em direção ao gramado, segurando seus ombros e andando bem devagar, continuei sussurrando em seu ouvido.

— Sexo não é apenas um se enfiando no outro, Drica… andar assim, como estamos, também é sexo…

— Tenho muito medo, Murilo…

— Eu sei, Drica… por isso estamos apenas andando.

E foi só o que fizemos, andamos pelo gramado durante uns dez minutos, eu guiando a menina pelos ombros, falando coisas aleatórias em seu ouvido.

Voltamos para dentro de casa, coloquei a garota sentada num sofá, tirei a venda de seus olhos e aproximei meu rosto quase encostando minha bochecha na dela e até isso a deixava tensa, essa proximidade.

Mudei o rosto para ficarmos cara a cara.

— Alguém já te disse, Adriana, - falei olhando nos olhos dela - que você é uma menina linda?

Ela ficou vermelha de vergonha e abaixou os olhos.

Fiz com que me olhasse novamente e a menina deixou escapar um soluço.

— Não mente para mim, Murilo… eu sei que não sou linda.

— Jamais mentiria para você.

Talvez percebendo a sinceridade em meus olhos, a menina começou a chorar, puxei seu rosto para o meu peito, abracei suas costas e deixei que ficasse ali, soluçando… suas mãos me segurando pela camisa.

Quando parou de chorar, peguei-a pela mão e subimos para o apartamento.

Uma vez lá em cima, levei-a até a cama.

Quando a menina viu para onde íamos, voltou a ficar tensa, mas sorri para ela e forcei só um pouco, ela cedeu e mesmo que ainda estivesse bem nervosa, se deixou conduzir até a cama e deitar, toda dura.

Deitei a seu lado e ficamos assim, lado a lado, sem fazer nada.

— O que é isso, Murilo? - perguntou confusa dali a dois minutos.

— Isso o quê? - dei de louco.

— O que a gente está fazendo? - ela ainda estava confusa.

— Agora? - continuei dando de louco.

— É.

— Estamos deitados numa cama. - respondi olhando nos olhos dela.

— E não faremos nada? - agora a impaciência começou a aparecer.

— Estamos fazendo, estamos deitados numa cama, juntos.

— E se eu quiser fazer algo específico? - perguntou cheia de ansiedade.

— Aceitaria fazer esse algo específico, vendada?

E isso calou a menina.

A ideia era insinuar situações fora da sua zona de conforto, até que ela se sentisse à vontade.

Na teoria é simples dizer “confie em mim”.

Na prática, é outra ideia.

Apesar do dia quente - fazia uns 30 graus lá fora - Adriana estava de botas de cano alto, calça jeans e camisa, o cabelo trançado, sem batom e de óculos - de vez em quando usava lentes de contato - era uma menina tão bonita como todas as outras, talvez, pelos padrões comerciais estivesse um pouco acima do peso, mas o que entregava os problemas com autoestima era a forma como se escondia em roupas que não valorizavam sua beleza.

Era quase como se quisesse representar o estereótipo dos alunos de exatas, obsessivos e cheios de fobias sociais, como representados no cinema e seriados.

Adriana fazia o mestrado em física, era obsessiva, em grau menor tinha fobia social e problemas com a autoestima.

Com muito cuidado e sem movimentos bruscos tirei suas botas.

Talvez imaginando que aquilo era o começo de algo, senti a menina ficar nervosa, e voltei a deitar do seu lado.

— Só para ficar mais confortável… - justifiquei com um sorrisinho.

Dali uns cinco minutos de silêncio ela se apoia num dos cotovelos, me olha de cima e pede com uma voz tão cheia de ansiedade, medo e vergonha que fiquei comovido.

— Posso te pedir uma coisa, Murilo?

— Vamos combinar assim, Drica. Pense que estamos numa situação em que, antes de tudo, precisamos estabelecer o equilíbrio… se a coisa não estiver equilibrada vai desandar… você pode pedir o que quiser e eu posso dizer não, da mesma forma como você não precisa se sentir obrigada a nada, muito pelo contrário, ao menor sinal de desconforto, você fala e eu paro… entendeu?

Ela ficou me olhando durante quase um minuto, considerando minhas palavras.

— Então, para a situação ficar equilibrada, já que você tirou minhas botas, quero te ver sem camisa. - disse ainda naquela vozinha cheia de medo.

No mesmo segundo sentei, tirei a peça de roupa e voltei a deitar.

Dois minutos depois ela volta a me olhar de cima e pede um pouco mais confiante.

— Pode virar de costas, por favor?

Fiz como pediu.

E para minha alegria, depois de um instante, sinto uma mãozinha passando pelas minhas costas. O toque dela era tão leve que era quase como se só ameaçasse, mas dava para sentir a ponta dos dedos contornando os músculos, passeou pelos braços, ombro e desceu pela coluna até o cós da calça e subiu até a nuca.

Adriana ficou nisso durante um tempo e abaixando a cabeça até nossos olhos ficarem na mesma altura, ela sorriu um sorriso meio bobo, como se estivesse começando a se divertir e, já então, bem mais confiante, fez um gesto com as mãos me pedindo para virar de barriga para cima.

Ordem recebida, ordem cumprida.

E de novo ficou ali, brincando de contornar meu corpo com a ponta dos dedos.

Aquilo estava bem divertido.

Imaginar os caminhos que a cabecinha dela fazia e para onde ia.

Óbvio que naquele ritmo para chegarmos a fazer sexo, se chegássemos a fazer, demoraria bastante, mas estávamos no caminho.

E deixei que ficasse nisso até que, cansando, ela voltou a deitar, sem pedir, puxou meu braço e usou como travesseiro, fazendo carinhos leves com a ponta da unha no meu punho.

Falamos de tudo no tempo em que ficamos ali, deitados, sobre sexo e desejo, sobre tesão e orgasmos, sobre as diferenças em como homens e mulheres percebem essas coisas e falamos inclusive sobre autoestima, o que é bonito e o que não é, sobre roupas e sobre moda, e quando a fome bateu, convidei-a para tomarmos o lanche. E como ela tomou a iniciativa de pegar as botas e andar na direção da porta, mesmo tendo uma cozinha ali, percebi que por aquele dia, chegamos no limite.

— Posso te pedir mais uma coisa? - perguntou ela menos insegura que no começo.

Confirmei com um gesto.

E a menina apenas pegou minha mão, entrelaçou seus dedos nos meus e descemos para a cozinha assim, de mãos dadas.

Naquele dia não voltamos a nos ver, ela tinha uma aula online para assistir e não saiu mais do quarto.

Marina e Simone chegaram da rua, vieram me beijar o rosto, fazia semanas que tinham me perdoado por bancar o pai ciumento, subiram, trocaram de roupa e saíram.

— A gente não volta hoje, Murilo, pode andar pelado pela casa! - gritaram na saída.

Rose chegou do serviço no final da tarde, me viu na cozinha e veio contar seu dia, mas estava tão cansada que em cinco minutos saiu, dizendo que dormiria cedo.

Achava que para uma menina daquela idade ela se esforçava demais, por isso fiz um lanche e uma jarra de suco e chamei-a para comer comigo.

Arrumei a mesa com capricho, pois sabia que ela gostava dessas graças.

O interessante é que a menina tinha medo de comer, mas gostava de uma mesa bem arrumada.

Enquanto ela comia, contava como fora a semana, estava meio chateada com uma nota em alguma matéria, mas estava mais irritada com o cansaço e o tédio.

— Não acontece nada fora do comum na minha vida, Murilo. - disse brava - Só trabalho, estudo e arrumo homem bosta… ou arrumava quando achava que fazer sexo durante horas me ajudaria a perder peso… Murilo do céu… faz anos que não dou para ninguém… Isso tá me irritando!

— Vá pular de paraquedas na sua folga, - respondi no automático - tire uma semana de folga na faculdade e experimente ficar com uma menina… pode ser tão bosta quanto os meninos, mas, será uma novidade…

Ela me olhou surpresa com a resposta, sorriu e enquanto comia, falava sobre os preços para saltar de um avião, sobre a comida estar deliciosa e comentando sobre qual menina da casa parecia interessante.

— Acho que você deveria experimentar todas que estiverem disponíveis… - comentei de zoeira.

— Gostei da ideia, vou conversar com a Mônica… vai que ela gosta mesmo de buceta… a gente pode experimentar juntas…

Como não tinha certeza que ela falava a sério ou não, ri e quando pensei em algo para dizer, Thais chegou de viagem, entrou a procura de ajuda para entrar com as malas.

Enquanto saia para a calçada, ela sentou para comer com a Rose, aquela folgada, já desaconselhando a outra quanto a pular de paraquedas e dando palpite sobre candidatas ao experimento teórico.

— Inclusive, - ouvi Thais falando bem humorada - você deveria ficar comigo, afinal, sou o melhor dos dois mundos.

— Verdade, Tatá… sabe que esqueço que você tem esse acessório?

A duas riam feito duas bobas e eu fui buscar as malas.

Achava Thais o máximo.

Modelo meio famosa, tinha aparência para isso, mas, mesmo que fosse toda requintada, era muito gente boa e era a maior neurótica com as coisas que comia.

Mas naquela noite descobri que não era tão fresca quento eu imaginava.

Fui até o portão e voltei com cinco malas.

Cinco!

Tá certo que ela ficou quase duas semanas fora, mas… porra.

Cinco malas, grandes!

Deixei suas cinco malas grandes no quarto, subi para o apartamento e fiquei de bobeira no sofá, brincando com o controle da TV, vendo dois segundo de cada canal.

Depois de um tempo Thais bate na porta e entra, senta do meu lado e fica me vendo zoar com a TV e a menina aguentou minha idiotice por exatos trinta segundo e tomou o controle da minha mão.

— Ainda tô com fome…

Olhei para ela perguntando em silêncio o que eu tinha a ver com a fome dela.

— Nossa, Murilo… - reclamou, brava.

— Tem macarrão… e acho que tem tomate, alface… tinha pepino, mas não tenho certeza… de repente dá para fazer uma salada simples.

— Você bem que podia me levar para jantar… - disse, fazendo charme.

Abri a boca para insinuar que de repente a gente podia chegar num acordo, mas lembrei de a Beatriz dizer que sexo era algo meio complicado para aquela menina linda, e repensei a resposta.

Porém, a menina era escaldada e leu o pensamento na minha cara.

— Não estou na sua lista, - disse ela achando graça da cara de idiota que devo ter feito - então, não crie essa expectativa.

Sorri para ela, igual todo cara quando está com uma mulher bonita.

Estava tão habituado em pensar nelas, as quatro, da mesma forma como via e pensava nelas todas, que esquecia o detalhe de serem trans.

— A gente pode até sair para comer, mas só se for em algum lugar simples, não gosto das coisas frescas do seu mundo.

— Meu mundo? - perguntou ela rindo - Que mundo você acha que é o meu, Murilo?

— Você sabe… essa coisa glamourosa de modelo internacional.

— Como você é bobo, Murilo… não sou fresca não! Óbvio que não como em qualquer lugar, tenho medo que algo que me faça mal. Sou até meio paranoica com essas coisas, mas se você souber de um restaurante limpinho, mesmo que simples, eu vou…

— Nesse caso, tem um lugar que eu gosto. Vou tomar banho e a gente vai.

Levantei e fui à cômoda pegar um barbeador novo, tirei a camiseta e a calça, mas quando virei, a Thais continuava no sofá.

— Vai esperar aí?

— Vai lá… eu espero.

— Thais!

— Acha que é o primeiro homem que vejo sem roupa, querido?

Nem dei bola para ela e fui cuidar da vida, mas confesso que, apesar de ela ter dito que não estava na lista, desejei que se juntasse a mim no banho, mas não foi o que aconteceu, do jeito que ela estava quando entrei no banheiro, ela estava quando sai.

E como ela parecia não se importar que trocasse de roupa perto dela, sai do banheiro nu, como sempre, andei até a cômoda e me vesti.

Pelo canto de olho notei a mocinha me olhando com um sorriso.

— Gostou? - perguntei me aproximando e pegando a carteira na mesa de centro.

— Bastante.

Estendi a mão a ela e chamei.

— Vamos, mademoiselle?

— Seu bobo… - respondeu rindo tomando minha mão na dela.

Saímos, comemos, conversamos, rimos muito e voltamos.

Sinceramente, a ideia de que ela não estava na lista se de alguma maneira me chateava um pouco, também me deixava mais tranquilo. Se ela tinha seus traumas com o assunto, eu preferia que tratasse disso, na terapia.

Na volta ficamos na sala conversando e tomando cerveja, eu na lata e Thais numa tulipa.

— Prometi para Isa que não te perturbaria com essa história, já que não dei meu nome para escala, mas como você está lidando com isso?

— Sinceramente? Acho que era para estar mais empolgado. Imagino que qualquer outro no meu lugar, ficaria… não estou dizendo que não está sendo um prazer, mas quanto mais conheço a história de cada uma delas, mais preocupado fico, de fazer alguma merda e piorar as coisas.

— Sério, Murilo, que ao invés de aproveitar a oportunidade e se sentir o sultão, você tá nessa paranoia?

— Nunca estive numa situação parecida, que minhas escolhas afetasse outras pessoas, a não ser quando estava casado, mas nessa época não tinha muita escolha. Gosto de vocês, e importante para mim que estejam bem.

— Você é um cara estranho. A Isa comentou sobre isso, mas não imaginava…

— Quando era solteiro talvez fizesse esse tipo, que comeria todo mundo e sairia se sentindo o sultão… Mudei muito minha forma de ver a vida por causa da minha ex…

Aí, fiz um resumo de como eu era ante e após conhecer Ester e as coisas que aprendi com ela.

— Foi cachorrada ela me trair? Sem dúvida. Ela se tornou um monstro por esse erro? Não sei... Tenho a impressão que o casamento acabou mais por preguiça nossa de tentar arrumar… é evidente que a filha dela seria uma questão mais complicada, mas se quiséssemos… talvez encontrássemos um jeito… não sei…

— Você ainda ama sua ex?

— Acho que vou sempre amar a Ester… o problema é que não quero mais conviver com ela. Sei lá… de repente estou começando a gostar de bancar o “sultão”… sinceramente, mais que envaidecido, me sinto muito privilegiado que as meninas me vejam como um cara em quem confiam tanto, a ponto de se proporem a fazer essa loucura.

— Você não percebe, né, Murilo?

— O que eu deveria perceber?

— Que a gente te ama. Você era como o irmão mais velho, o confidente, o protetor, o amigo gay…

Ela viu minha cara quando disse amigo gay e riu.

— Mas, ao mesmo tempo, você é o pintudo que quase matou a Isa, e olha que a menina entende do riscado e mesmo assim, ficou alucinada, querendo te pegar só para ela. Acho até que se ela não estivesse tão louca nessa coisa de fazer todos os cursos universitários do planeta, ela te catava para ela e matava qualquer uma que chegasse perto.

— Gente… - falei espantado com o jeito como ela falava da amiga - como vocês todas são exageradas. Será que é da idade isso, será que é culpa do celular?

— Não sei… mas voltando ao assunto. Além de tudo isso, você continua sendo o ex apaixonado da Ester e isso te coloca numa categoria diferente, como se despertasse o modo cuidador na gente. As meninas contaram o quanto você ficou ruim quando aconteceu a separação.

— Não foi meu melhor momento.

Ela riu e continuou.

— A Biazinha é um amor, mas como é fofoqueira… Sei que ela te contou alguma coisa sobre mim.

— Olha, Thais, amo aquela menina, mas concordo… oh, criatura candinha… mas ela apenas disse que sexo para você é algo meio complicado, não entrou em detalhes.

— Meu pai abusou de mim quando eu era criança, por quase dois anos.

Ela soltou a informação como quem solta uma bomba, sabendo que será pega pela explosão.

Caralho… não queria mais saber de mais dramas, mas a fúria que me invadiu foi tão grande que por um segundo, se visse o pai da Thais na minha frente, não garanto que ele sairia vivo.

Só voltei a mim quando ela pôs a mão gelada na minha…

— Já me sabia menina quando aconteceu… o que só tornou tudo ainda pior.

Não sabia o que dizer, então, apenas passei o braço em volta do ombro de Thais e a trouxe para mais perto de mim.

— Durante um tempo parecia que eu procurava nos namorados aquilo que senti com meu pai…

— Encontrou?

— Sim, mais de uma vez.

— E?

— Odiei todos eles. Por isso estou sozinha há tempos.

Acho que o problema quando se lida com problema dos outros é quando acontece esse tipo de situação em que você não faz ideia do que dizer. E para piorar você fica todo cheio de receio de falar alguma coisa que só piore a situação.

Porém, Thais esperava ouvir alguma coisa.

— Se você procurou nos meninos a mesma coisa que sentiu com seu pai, isso quer dizer que em alguma medida, por mais errado que fosse, você gostou ou pensa ter gostado do que ele fez…

— Sim.

— Se existe uma parte que você gostou… você saberia dizer que parte não gostou?

Ela olhou para mim e quase dava para ver as engrenagens rodando a toda velocidade em sua cabecinha linda de mulher requintada.

Thais levantou e foi buscar outras cervejas na cozinha, na volta me convidou a continuar a conversa na beira da piscina.

Sentamos lado a lado na borda da piscina, ela mexendo os pés na água, ficou um tempo cantando uma música em inglês que nem tentei adivinhar qual, e só um bom tempo depois ela voltou a falar.

— Eles não me deram a opção de escolher, cada um deles simplesmente veio e fez o que quis, nenhum deles perguntou o que eu queria, como me sentia… mas o mais infeliz dessa história é que continuo escolhendo sempre o mesmo tipo de cara.

— Você sabe o que é essa coisa que você quer, se tivessem te perguntado?

Era nessa hora que a coisa pegava.

Muitas vezes a pessoa sente falta de algo, mas não sabe o que é.

No caso de Thais, era até meio óbvio que ela queria ter voz para impor sua vontade.

Encontrar a própria voz nem sempre é coisa simples, e mesmo quando encontra, ter coragem para usá-la, para uma criança traumatizada… podia se tornar uma tarefa bem complicada.

Como ela não respondeu, também não forcei e ficamos ali, bebendo cerveja com os pés na água.

Thais entendeu que não esperava uma resposta dela, e depois de uns dez minutos me deu um beijo no rosto, sussurrou um tchau, se levantou e entrou.

Fiquei ali um tempo pensando nas meninas, no jeito natural e fácil com que Marina e Simone se atraíram, se entenderam e estavam juntas, inclusive, num romantismo que para mim, parecia fora de época, com alianças de compromisso e uma levou a outra para conhecer os pais e a família e estavam felizes.

Adriana com seu medo e sua coragem, seu cheiro de bala de canela e perfume de flor-do-campo, sua inteligência e beleza trouxe um sorriso…

Pensar em Thais e na imagem que passava, a menina que parecia sempre de bem com a vida… sabendo de sua história de como aquele dilema vivia em sua cabeça lhe tirando a paz, me incomodou muito.

Esse é o problema quando você se afeiçoa as pessoas, a dor delas dói em você também.

Senti saudade de Isadora, mesmo tendo falado com ela naquela manhã.

De Beatriz e de seu humor estranho… enfim.

Estava com saudade das minhas meninas.

Sai da piscina e fiquei por ali, no escuro, pensando.

Quando subi passava um pouco das onze horas, entrei no apartamento, e sem acender as luzes, peguei o celular na mesa de centro e fui ao banheiro, li e respondi mensagens, fiz o que tinha de fazer ali, tomei um banho rápido e nu, fui para a cama.

Dormi rápido, ter conversas sérias era bem cansativo.

E fui acordado quando senti alguém deitar ao meu lado.

Achei que tivesse trancado a porta.

Reconheci primeiro o perfume, depois senti os peitinhos de bicos pontudos nas minhas costas a medida que Thais deitava atrás de mim, e acomodava seu corpo no meu, passou o braço pela minha cintura se apertando em mim.

E ela estava nua.

Sua respiração na minha nuca meio que desligou alguma coisa na minha cabeça e fiquei sem reação, curtindo aquela surpresa que me acordou em menos de um segundo.

A mão que estava na minha cintura desceu e encontrou meu pau sonolento e preguiçoso, mas que, em segundos, entendeu estar sendo convidado a participar da brincadeira e prontamente se pôs em pé.

A menina se mexeu, me fez deitar de barriga para baixo, com a bunda levantada para continuar manipulando meu pau, eventualmente um dedo escapava e acariciava minhas pregas, de repente um tentou entrar, mas a seco não teve jeito.

Naquela hora me ocorreu estarem gostando demais de brincar com minhas pregas, mas como era gostoso, permiti que continuasse.

Thais me mordia a nuca, carinhosa, uma mão na minha vara, outra no meu rabo, ainda apenas brincando na porta, até que ela deitou sobre mim, ajeitou seu corpo no meu e senti seu pinto duro se alojando na minha bunda.

Por instinto tentei sair daquela situação, e foi quando ela passou o braço pelo meu pescoço me prendendo num "mata-leão" desajeitado.

— Shiii… - fez ela, ofegante.

A forma como fez esse barulho na minha orelha, me mandando ficar quieto, querendo parecer ameaçadora, o braço em volta do meu pescoço e seu corpo pressionando minhas costas, de certa forma explicou o que estava acontecendo ali e aceitei participar da brincadeira.

Essa era ela procurando a própria voz.

E quando me debati e "tentei" me livrar da "ameaça" que ela representava, foi da mesma forma como tentaria me livrar se estivesse brincando de lutinha com uma criança de seis anos.

Thais forçou mais o braço no meu pescoço, estava desconfortável, mas não significava nada, nem mesmo me impedia de respirar naturalmente e se quisesse levantar, ela tinha, se muito, metade do meu peso, por isso escolhi continuar no papel e tentei me soltar até ela forçar mais um pouco e eu “desistir”.

— Você vai gostar… - sussurrou ela no meu ouvido.

Se enfiando com as duas pernas entre as minhas, me obrigou a me abrir todo para ela, ainda com a bunda arrebitada na cama, ela ainda me masturbando, e, dali a instante, a mão que me punhetava deixou meu pau e logo em seguida senti algo líquido e gelado na minha bunda.

Dali um tempinho um dedo fino e longo entrou no meu cu.

E vou te dizer, com seu corpo nas minhas costas, uma mão me punhetando e outra ali brincando de entrar e sair no meu rabo, esqueci de tudo e curti.

Até que ela tirou um dedo e colocou dois.

Senti minhas pregas reclamando, mas confesso que estava uma delícia.

O jeito como ela me masturbava parecia apenas para me manter duro, como se não fosse para me fazer gozar. E daquele jeito ela podia ficar por hora que eu não reclamaria.

Porém, quando ela forçou o terceiro dedo em mim, nessa hora me perguntei se a brincadeira não estava indo longe demais…

— Ficou louca, Thais? O que você tá fazendo? - perguntei genuinamente surpreso.

Quando disse isso, ela aumentou a intensidade das dedadas no meu cu, parando apenas para colocar mais lubrificante.

Meu rabo se acostumou rápido com aquela intromissão, meu pau duraço queria mais atenção, mas ela ficava só naquele carinho bobo. Quando abri a boca para reclamar senti os dedos saindo de mim e antes que pudesse fazer alguma coisa senti a cabeça de um caralho abrindo meu cu, tentando entrar sem muita gentileza.

— Thais!!! - falei alto quando a cabeça passou pela entrada, me abrindo ainda mais.

Estava tão envolvido na situação que apenas quando senti meu cu sendo arrombado, é que me dei conta, de verdade, que estava pela primeira vez com um caralho enfiado em mim.

Imaginava que eventualmente aconteceria, após ter chupado o pau de Isadora e “todo mundo” inventar de enfiar dedos no meu cu, era até meio natural imaginar que eventualmente perderia de vez as pregas, mas não sei se escolheria daquela forma.

Comecei a me debater tentando tirar aquela menina de cima de mim, mas só consegui que o pau dela entrasse mais fundo na minha bunda, e no meio do movimento, sem entender direito a sensação que aquele caralho provocava dentro de mim, senti prazer, um tipo diferente de prazer, mais intenso que quando eram dedos, então, parei de lutar e fiquei, meio que sem muita convicção, pedindo a ela que parasse com aquilo.

— Shiii… - voltou ela a sussurrar no meu ouvido, fazendo movimento lento de entra e sai com o pau no meu cu - fica quietinho que já, já fica bom… prometo… depois você vai viciar no meu pau e vai querer que te coma todo dia.

E não sei se por estar bem lubrificado, se porque ela fazia os movimentos com cuidado, se era porque sua mão me acariciava as bolas enquanto metia, ou se por sua voz sussurrando indecências na minha orelha, sei que quando me dei conta seu pau estava inteiro em mim, a pele da sua pelve se esfregava na minha bunda e quando a cabeça do pau bateu lá no fundo, fui inundado por uma espécie de prazer que nunca imaginei possível.

Uma coisa era ter um dedo enfiado ali, no meio daquela efervescência de uma transa muito daora, outra bem diferente era um pinto que não parecia tão pequeno, dentro de você, te mostrando haver muitas outras sensações a descobrir.

E apesar da dor, que nem foi tão grande, aquilo estava uma delícia, mas quando ela se mexeu, tentando entrar mais fundo, senti uma coisa tão gostosa, e tão forte que arrancou de mim um gemido que até eu fiquei surpreso.

Parece que aquele som que escapou da minha garganta, foi o sinal que ela precisava, e então, a moça começou a me comer.

— Eu disse que você viciaria no meu pau… pode gemer a vontade…

Aquilo era muito gostoso, não só o entra e sai da vara na minha bunda, era também sua voz no meu ouvido… e eu, obediente, gemia sem constrangimento.

Era um prazer estranho, diferente, que parecia não ter nada a ver com meu pau, que por sinal, se acovardou quando a cabeça do pau passou pelas pregas, mas naquele momento já estava a postos, antes mesmo de Thais pegar nele e punhetar.

E quando ela pegou no meu pau e começou a me masturbar, foi como se o prazer que sentia e que já era muito, aumentasse cem vezes.

Dona da situação, a menina saiu de mim e me pôs de quatro, me empurrou a cabeça no colchão, abandonou meu pau, subiu em mim e votou a meter sem muito cuidado.

Quando a cabeça rompeu a resistência do anel pouco acostumado com a invasão, gemi alto e ela, talvez na maldade, tirou o pau do meu cu, bateu com a cabeça dele no meu saco, e voltou a se enfiar em mim, dessa vez sem gentileza nenhuma, me fazendo urrar.

— Cala a boca! - disse ela tirando de novo o pau do meu cu.

Entendi que meu papel ali era curtir a novidade e gemer, até porque, não conseguia não gemer, de tão bom que estava tudo.

Com uma mão ela me segurava pelo quadril e com a outra novamente aponto o pau besuntado de lubrificante na minha bunda e se enfiou com força.

— Thais!!! - gritei pedindo clemência.

Ela ainda repetiu várias vezes a “maldade” de tirar o pau para fora e enfiar inteiro com força no meu cu, como se quisesse me arrombar definitivamente, e só então passou a me comer com força e rápido, com as mãos me puxava para meter mais fundo e com mais força e por mais que parecesse impossível, o prazer foi se tornando algo perto do inacreditável e quando comecei a gozar, sem encostar um dedo no meu pau, foi como se um calor me subisse desde a ponta dos dedos, tensionasse os músculos da barriga e das costas e fosse se concentrando, acumulando e forçando algo dentro de mim, algo que eu ainda não conhecia e quando aquilo tudo transbordou de mim, esporrei no lençol sem saber como aconteceu e como se meu corpo inteiro participasse daquele orgasmo absurdo.

Quando cai na cama, depois que toda tensão em meu corpo desapareceu de repente, Thais, ainda dentro de mim, caiu por cima, seu pau entrando mais fundo do que já entrara, me fazendo urrar, ainda tendo espasmos de gozo, e ela aumentando a velocidade das estocadas me fez babar e gemer, perdido naquele prazer que parecia não ter fim.

Pego mais uma vez de surpresa com seus gestos, senti a menina me pegar pelo pescoço, me puxando para trás, me fazendo levantar o tronco, com os cotovelos apoiados no colchão, e então ela intensificou a metida, senti o pau dela ficar mais grosso e ela se enfiou fundo no meu rabo e quando gozou, com sua boca no meu ouvido, dizia coisas incompreensíveis.

Depois do que pareceu muito tempo, ela saiu de cima de mim e deitou ao meu lado, cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar.

Abracei-a e trouxe seu corpo para junto do meu.

— Me perdoa, Murilo… perdão… perdão… não sei o que deu em mim… eu…

E então, entendi.

Foi isso o que fizeram com ela.

— Thais, meu amor… você acha que se eu não quisesse, você conseguiria mesmo me forçar?

Quando falei isso, a menina, devagar, parou de chorar e me olhou.

— Você queria?

— Não imaginei que aconteceria, não posso dizer que não doeu, mas depois do susto, queria ver onde ia dar essa historia… adorei perder a virgindade com você, e confio que você não tinha planejado assim.

— Só vim para dormir com você… me perdoa, por favor… normalmente só faço a ativa com mulheres… até pensei que a gente pudesse transar, mas quando deitei… não sei o que aconteceu.

— Você gostou?

Ela ficou me olhando por um bom tempo.

— Não sei se gostei… juro… uma parte minha gostou, muito, mas… parece que baixou uma coisa em mim… eu só queria entender, Murilo… porque ele fez isso comigo…

A voz da menina trazia uma dose tão grande e concentrada de dor, mágoa, raiva e tristeza que enquanto soluçava, num choro que me destruía o coração, apenas embalei seu corpo no abraço e beijei o topo da sua cabeça, seu cabelo molhado de suor.

Não achei o que dizer além do desejo de matar todos que se aproveitaram dela, então, só fiquei ali, abraçado a ela

— Não, - continuou ela dali um tempo, quando mais calma parou de chorar - acho que jamais conseguirei entender o que passa pela cabeça de alguém que violenta uma criança… de repente tem um bom tanto de loucura nisso, parece que a pessoa faz para provar que pode… ninguém fala nada… não é só no corpo que machuca…

— Tem gente que é má, menina bonita… simples assim. - disse no ouvido dela. - Por isso você talvez jamais entenda, porque não há uma única célula em você tão ruim que te faça entender a maldade das pessoas… você é um amor, Thais, completamente incapaz de maltratar qualquer pessoa, mesmo que o desgraçado mereça…

Ela pensou naquilo por um tempo, me deu um sorriso e um selinho e perguntou.

— Posso tomar banho aqui?

— Aceita companhia?

Ela sorriu, me beijou os lábios de novo, dessa vez beijo de verdade… e havia tanta confiança naquele beijo, uma entrega tão profunda que fiquei emocionado, depois de alguns minutos ela me soltou, sorriu um sorriso encantador para mim e saiu da cama.

Mas quando tentei levantar, meu corpo não estava em condições.

Thais me ajudou a sair da cama e a dar alguns passos, no caminho ela pegou uma bolsa no sofá e apoiado nela fui andando com dificuldade, mas quando chegamos no banheiro minhas pernas já estavam firmes de novo, meu rabo doía feito um inferno, mas em pouco tempo a dor baixou para um nível administrável.

Só no banheiro vi seu corpo nu por inteiro e fiquei seriamente impressionado que aquela vara tivesse entrado em mim.

Os testículos eram quase imperceptíveis e o pau dela se não era do mesmo tamanho que o de Isadora, talvez fosse maior, provavelmente um pouco mais fino.

Pensei que um dia teria de perguntar como elas faziam para esconder tudo aquilo.

Entramos na ducha abraçados e vendo-a na minha frente tão frágil e tão bonita, não resisti e pegando seu rosto com as duas mãos, beijei sua boca com paixão, com carinho e desejando que ela ficasse bem.

O beijo tinha muito de carinho e cuidado, mas aos poucos virou algo mais quente, mais intenso e quando vi estava agarrando a menina, minhas mãos correndo por seu corpo, mapeando cada pedaço de pele.

Thais me agarrava a cabeça, passava as unhas nas minhas costas, me apertava a bunda e de repente, sem avisar cai de joelhos na minha frente, pega meu pau que a essa altura doía de tão duro, e enfia na boca, chupando tão gostoso que a certa altura, com medo de gozar depressa demais, puxei-a de novo para ficar em pé, voltei a beijá-la e virando seu corpo com o peito encostado no azulejo, forcei a coluna para que a bunda ficasse mais arrebitada que já era por natureza, era uma bunda redondinha, arrebitadinha, muito gostosa, seus quadris a deixavam acinturadinha, toda delicada e meiga… abri as bandas e cai de boca no cuzinho escuro dela enquanto punhetava seu pau, sem pressa, apenas pelo prazer de fazê-la se contorcer.

Quando a menina começou a jogar sua bunda de encontro minha cara, levei-a para a cama e mesmo molhados, coloquei-a de quatro na beira da cama e me posicionei atrás, com o pau já encamisado e lubrificado, fui entrando nela, devagar, com calma, apesar do tesão nas alturas, meio deitado em suas costas, sempre falando ao seu ouvido o quanto ela era linda e o quanto era amada, Thais gemia baixinho e rebolava no meu pau que lentamente, no vai e vem, entrou inteiro naquele rabo gostoso.

Queria olhar para seu rosto e mudando a posição para algo parecido com o papai-mamãe e beijando sua boca, falando do quanto a admirava e a achava linda, sempre com cuidado, carinho e muito tesão, me senti glorificado quando seu corpo passou a reagir e corresponder as minhas estocadas, se movimentando em sincronia, como se tivéssemos feito aquilo a vida toda, e me senti ainda melhor quando vi Thais gozar gritando histérica, assim que a respiração voltou ao normal, se estabeleceu em seu rosto um sorriso que expressava o quanto estava feliz.

Gozei logo em seguida, acreditando termos feito algo mais que sexo.

Acho que naquela noite, ali com a Thais, entendi o termo “fazer amor”.

Ficamos deitados em silêncio, nos olhando e sorrindo durante um tempo. Quando ela foi ao banheiro e ouvi novamente o barulho da ducha, troquei a roupa de cama e fui me juntar a ela.

Nos beijamos sob a ducha e ficamos ali, namorando, um nos braços do outro.

Na cama ela cuidou do estrago que fez no meu rabo com uma pomada e dormimos abraçados.

Mas, novamente acordei sozinho.

Na manhã seguinte acordei sentindo dor, mas estava mais ou menos tranquilo, a pomada no móvel de cabeceira trouxe alívio imediato e conseguia sentar sem problema.

Desci, e aos berros tirei todas elas da cama e fomos tomar café num hotel fazenda na parte alta da cidade, na divisa do município.

O dia estava quente e passamos a manhã toda ali, desbravando o mundo rural criado para pessoas que nunca viram uma galinha viva solta no terreiro. Almoçamos, ficamos de bobeira em redes na varanda e no meio da tarde voltamos para casa.

Chegamos junto com a Mônica, e enquanto guardava o carro vi Jéssica, Beatriz, Josie e Kate na piscina, e lembrar daquela menina sem roupa me deixou de pau duro imediatamente, esperei um pouco até o rapazinho relaxar e fui para junto delas.

Recebi a maior bronca por não tê-las convidado pro passeio, mas não encheram muito o saco.

Thais, Rose e Adriana trocaram de roupa e desceram para piscina também e eu fui ver futebol na TV.

Marina, Simone, Mônica e Janaína apareceram no intervalo entre o primeiro e o segundo tempo com pipoca que prepararam na minha cozinha sem pedir permissão.

Ficaram ali comendo e vendo o jogo sem falar muito.

Simone era a que menos entendia de futebol e ficou mexendo no celular, Marina era bem empolgada e como não era o time dela jogando, dava palpite em todos os lances. Mônica estava pela pipoca e pela companhia e Janaína fez as unhas dos pés enquanto contava seu final de semana.

Antes do jogo terminar, todas elas já tinham saído para cuidar das próprias coisas.

De noite me chamaram para comer pizza com elas na cozinha e enquanto comíamos e eu prometia levar todas as outras para passar o dia no hotel fazenda, Isadora chegou com um bolo confeitado.

— Minha mãe mandou para você, Murilo. Ela quer vir aqui conhecer a casa, conhecer as meninas, conhecer você e te agradecer por ser tão legal com a gente.

— Quando ela quiser.

Juro que nunca vi um bolo desaparecer tão rápido…

Nesse ponto, comida, eram na maioria, meninas normais, ocupadas, com outras prioridades e várias delas acreditavam que pagar a mensalidade na academia já era suficiente.

Acho inclusive que começaram a se mexer com mais empenho por conta das meninas novas.

Das novatas só Simone, apesar de trabalhar em casa, não era muito empolgada com treino em academia, ela até treinava, caso contrário jamais se manteria deliciosa daquele jeito, mas o esporte da menina era pedalar. Participava de competições até, e Marina começou a acompanhá-la, pelo menos nos pedais mais tranquilos.

Thais era a louca que malhava todo dia e cuidava até da água que ingeria, Isadora treinava direitinho, mas já estava na fase de manutenção, pois não queria ficar musculosa, se cuidava até bem e tentava não comer muita bobagem.

Beatriz ia à academia umas três vezes por semana, mas não tinha a mesma preocupação que as outras, treinava pernas como quem sabe que de outro jeito não terá coxas bonitas, mas em matéria de exercício físico o lance da menina eram as caminhadas.

Quando acordava mais cedo fazia a pé o trajeto de quase seis km entre nossa casa e o trabalho, e quando era horário de verão voltava para casa andando, mais de uma vez, quando ela atrasava para sair e já estava escuro e ela queria andar, fui buscá-la e viemos caminhando juntos.

Como não sou pai de nenhuma delas, nem dava palpite, mas um dia convidei-as para treinar comigo, e mesmo que no começo fossem apenas para encher o saco e no máximo atrapalhar os outros ocupando as esteiras, aos poucos quase todas começaram a treinar direitinho.

Para ser bem sincero, quero crer que foram as tardes na piscina o que motivou aquelas preguiçosas a se mexerem, pois, mesmo todas sendo tratadas como iguais, não tinha como ignorar que as quatro não cis estavam em melhor forma.

O que não impedia que todas adorassem pizza, lanche e bolo.

Rose teve problemas com distúrbio alimentar na adolescência e comida ainda era um problema para ela, mas se esforçava para ficar de boa com isso.

As veganas da casa eram as únicas com bom senso e coerência quando o assunto era comida. Tanto que apenas Marina comeu a porção mínima de bolo, sem cobertura e sem recheio.

Aproveitei um momento em que brigavam pelo último pedaço de bolo e subi para o apartamento. Estava acabado, as brincadeiras da noite anterior cobravam seu preço, passara o dia todo fora e naquela noite estavam todas entupidas de açúcar e gordura, então, por uma questão de segurança, me certifiquei de trancar a porta.

A ideia de ter sempre alguém com quem trepar era legal?

Para um caralho!

O que não significava que não fosse muito cansativo.

Só na terça-feira coloquei de novo a caneca vermelha na bancada.

Porém, para minha surpresa, quem subiu foi Beatriz, apenas para avisar que naquela noite não havia ninguém disponível.

As meninas na lista estavam doentes ou menstruando, Thais estava viajando e Isadora estudando feito louca para a semana de provas na faculdade.

Nem esquentei a cabeça e toquei a vida, normal, e quando foi de quarta para quinta-feira, dormi mal para caralho e depois de servir o café da manhã voltei para cama, dormi mais duas horas, levantei, fui para a academia e quando voltei, apenas Simone estava em casa, trabalhando no quarto.

Usando apenas o short que usara na academia, fui tratar de limpar a piscina.

Perto das dez da manhã Adriana aparece, vindo da rua, me vê, sobe e depois de cinco minutos volta usando um shortinho de malha curtinho e a parte de cima do biquíni e fica por ali, rodeando.

Estava na cara o que ela queria, a menina estava pronta para nova incursão pelo mundo da intimidade.

Eu estava a fim de sexo de verdade, e mesmo imaginando que com aquela menina seria só enrolação, larguei de qualquer jeito as coisas que usava para limpar a piscina, e sem aviso cheguei nela, abraçando sua cintura, puxando seu corpo para junto do meu e, quando vi o pavor em seus olhos, ri e delicadamente trouxe sua boca para junto da minha, e beijei seus lábios com cuidado.

— Oi, Drica… - disse bem com a boca ainda bem perto da dela quando interrompi o beijo.

— Oi, Murilo… - respondeu ela sem fôlego.

— Precisa de alguma coisa? - perguntei.

Ela lutava com a timidez, mas era uma menina corajosa e determinada, então, quando levantou a cabeça e me olhou nos olhos, disse ainda meio insegura, mas disposta.

— Será que a gente pode continuar com… aquela coisa da semana passada?

Puxei-a com mais força ao encontro do meu corpo, querendo que ela sentisse meu pau duro.

A menina sentiu, identificou e me olhou de olhos arregalados.

— Você quer transar hoje, Adriana, menina linda?

— Acho que talvez a gente consiga… vamos?

Ela deu um gritinho misturado com gargalhada quando a peguei no colo e fui andando para dentro da cozinha.

Simone estava com metade do corpo enfiada dentro da geladeira quando passamos e perguntou.

— Hoje o circo pega fogo, Murilo?

— Se Deus quiser, Sissy! - respondi rindo e Adriana gargalhando escondeu o rosto no meu pescoço.

— Tô torcendo por você, Dricaaa!!! - gritou Simone rindo - Acaba com esse Coroa!!!

Entramos no apartamento e levei-a direto para cama.

— Onde estávamos semana passada, Drica? - perguntei explicitando que continuaríamos no mesmo ritmo, se ela quisesse.

Fiquei com o corpo sobre o dela, meu pau esfregando em sua buceta por cima da roupa, ela de pernas abertas, eu apoiado nos cotovelos, nossas bocas bem próximas.

— Murilo, - disse ela numa voz que transbordava desespero - essas meninas estão me deixando louca! Falam de sexo o tempo todo! Thais fala de você como se de um super-herói, Kate fica tentando bagunçar a escala para ser logo a vez dela de novo, Simone e Marina são duas taradas que passam o tempo todo se agarrando, Estefany diz que se masturba todo dia pensando em você… a Isa… ela diz que se a gente não se mexer ela pega você só para ela… Eu tentei não dar trela para conversa delas, mas… parece que é um vírus que quando vi… Murilo, tô subindo pelas paredes…

— E como você acha que posso te ajudar? - perguntei dando de louco.

Gostava de ver a menina falando cheia de timidez e desespero.

— Será que você pode me fazer gozar? Por favor, Murilo…

Nem respondi e tirei o shortinho que ela vestia, a calcinha saindo junto.

A menina, pega de surpresa, só quando estava nua da cintura para baixo percebeu o que eu fazia e tentou se cobrir com as mãos.

Tirei a única peça de roupa que eu usava, peguei suas mãos e prendi-as sobre sua cabeça e posicionando o pau, que estava duro desde a piscina, entre os lábios da buceta de Adriana, e voltei a provocar.

Enquanto beijava sua boca e a menina tinha um beijo muito gostoso, comecei a esfregar meu pau em sua buceta, roçando o corpo do pau nos grandes lábios, me molhando em seus líquidos abundantes e me esfregando no clítoris.

Drica de olhos fechados, começou a gemer em questão de segundos e logo em seguida a participar do movimento.

Devia estar mesmo no desespero, pois em menos de cinco minutos a menina gozou!

Adriana gozava puxando o ar para dentro com força, apertava os olhos e encolhia o corpo, dava umas tremidinhas e relaxava.

Deitei do seu lado e esperei e quando a menina se refez, e quando estava pronta para continuar, já fiquei feliz de ela ter tomado a iniciativa de vir me beijar, já com a mão no meu pau.

— Muito mais gostoso que quando gozo sozinha…

E dizendo isso, tirou a parte de cima do biquíni, sentou na minha barriga e posicionou o seio na minha boca.

— Será que você pode… - a briga entre a timidez e a vontade eram tão claras nela que me divertia - você sabe… assim… brincar com eles um pouco?

— Sempre que você quiser.

Em algum lugar no passado alguém deve ter brincado com aqueles peitos e a menina tinha gostado, porque, foi eu começar a chupar, lamber e morder e dali um tempo, de olhos fechados e claramente curtindo a brincadeira, ela própria tratou de tirar um peitinho da minha boca para colocar outro.

Simultaneamente foi sentando de pernas bem abertas sobre mim e se posicionando com meu pau na entrada da buceta, e só quando estava satisfeita de ter seus peitinhos tratados levantou o corpo, estava com uma mão no meu peito e com a outra posicionou a cabeça do pau na entrada da buceta e em movimentos lentos e cuidadosos, foi se espetando em mim.

E para minha surpresa, meu pau coube inteiro dentro da buceta apertada e tão molhada que me molhava o saco e pingava no lençol.

— A Isadora me falou que nessa posição… eu consigo controlar o quanto entra… mas… nem acredito… que coube tudo… não faz sentido…

— Sua função aqui é gozar, Drica - falei carinhosamente, bolinando seus peitos - deixa para procurar sentido nas coisas outra hora. E trata de fazer sua parte que também tô querendo gozar.

A menina se mexia com coragem, em seu rosto de olhos fechados, era claro que apesar do prazer, ela sentia dor, mas apesar disso o ritmo aumentava gradualmente, Adriana parece ter chegado numa velocidade e no jeito que lhe agradava e ficou ali durante um tempo, gemendo baixinho, respirando com dificuldade, a cabeça caída no peito.

Foi quando vi a baba escorrer da sua boca, que percebi o quanto ela estava envolvida na transa e a profundidade do tesão que sentia. Aquilo me deu uma coisa tão louca, um tesão tão grande que a peguei pelos quadris, levantei-a um pouco e comecei a estocar nela com força.

Foi o que bastou para a menina começar a gozar, mas como algo nela dizia que ali não precisava de pausa, continuei metendo, apenas acalmando o ritmo e Adriana continuou gozando e como ela não parava de gozar, continuei metendo para ver até onde ela ia com aquele orgasmo.

E se no começo a menina me olhava encantada de gozar sem parar, dali a pouco ficou claro que começou a ter problemas para respirar, ela me olhava com os olhos arregalados, respirava com dificuldade e me puxava os pelos do peito, mas segurando seus pulsos mantive a foda durante alguns segundos, vendo a agonia tomar conta dela, até que a menina pulou, literalmente, de cima de mim e caiu prostrada do meu lado.

— Você não pode fazer isso, homem!!! - reclamou ela quando se recuperou.

— Não gostou? - perguntei na maldade, vendo que a timidez tinha saído do cenário.

— Você já teve um orgasmo que nunca acaba, seu louco?

— Não…

Ela respirou fundo, pulou no meu colo, beijou minha boca, me perdoando pela brincadeira e continuou.

— É uma delícia até a hora que não é mais… nossa… não conseguia respirar e aquela coisa vinha em ondas… como uma coisa tão deliciosa pode ser tão cruel?

— Mulher… a coisa tá complicada aqui, Drica, estou explodindo de vontade de gozar em você…

— Promete que vai parar de maldade comigo?

— Prometo.

Nem esperei ela dizer mais nada, apenas peguei-a pela cintura, botei-a de quatro na minha frente, dei uma tapa em cada lado da bundinha redondinha, seus líquidos escorriam pelas coxas brancas, então, pincelei a cabeça do pau na buceta da menina e entrei sem pedir licença.

Bombei sem dó, impressionado que ela acomodasse o pau todo dentro dela, só a visão daquele entra e saí já me tirando do sério.

Quando ela começou a gemer alto, já sem tanta vergonha, meu tesão foi as alturas e estoquei com vontade até fazê-la gozar aos gritos e, motivado pelo espetáculo maravilhoso que era assistir aquela menina descontrolada, se acabando de gozar no meu pau, me enterrei nela o quanto pude e gozei litros.

Só então, lembrei da camisinha… que merda.

Ficamos na cama, lado a lado, e acho que cochilei uns minutinhos, e quando acordei, Drica brincava com meu pau mole, segurando na base e balançando de lá para cá.

— Vai demorar? - perguntou ela com uma ponta de impaciência.

— Você sabe que não é tão simples… mas continue assim que tá daora…

Nem sei se era pelo toque da mão inexperiente, se pela curiosidade infantil em sua cara ou se por descobrir que ela era insaciável, mas rapidinho fiquei de pau duro de novo e a Drica sem fazer cerimônia voltou a subir nele, e me enfiou dentro dela com naturalidade, só que dessa vez deitou sobre mim e veio me beijar sem parar de se mexer.

— Por que com você é tão fácil gozar?

Ela perguntou de olhos fechados, mexendo o quadril para cima e para baixo.

— Abre os olhos, Drica.

— Não posso. Só assim tá tão bom… se olho para você me dá vontade de correr e não quero gozar logo.

— Você pode gozar o quanto quiser…

— Tenho aula daqui a pouco, e como não dará tempo para você se recuperar de novo, preciso aproveitar que ele ta duro, vamos fazer uma só, bem tranquilinho. Você goza bem bonitinho e eu vou para minha aula

Quem ouvisse aquela conversa nem imaginaria estarmos transando.

Achei aquilo o máximo do absurdo, mas ri.

— Abre os olhos, Drica.

— Não vou abrir! - disse brava - Me deixa curtir! Agora que perdi a vergonha, você quer mandar em mim… - disse ela fazendo bico.

Aí não aguentei e beijei sua boca.

Ela era muito divertida e continuou de olhos fechados, subindo e descendo e falando como se estivéssemos conversando normalmente.

— Como consegue conversar comigo e meter ao mesmo tempo?

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Da outra vez fui pega de surpresa, se soubesse que podia ser tão gostoso tinha pego o lugar da Isa… agora já sei como é, o tesão que você me dá é uma coisa e desse jeito que estamos, tá uma delícia, o orgasmo vai crescendo devagar… muito gostoso. Mas nem por isso deixei de pensar.

— Você é um barato… - estava adorando aquela conversa.

Interrompia a falação dela com beijos, gostava do beijo dela, me lembrava coisas boas de outra época.

— Por que é tão fácil gozar com você? - perguntou de novo.

— Você estava muito afim, e quando a gente tá afim de algo meio que esquece o resto em volta… e parece que confia em mim.

— Isso faz sentido… legal que, diferente do que eu imaginava, dá para ser eu mesma aqui, sem roupa com você… O que não faz sentido é esse pinto enorme caber em mim. Vou ver minha médica, conferir se não falta nada lá dentro. Seu pau é muito gostoso…

— Você também é uma delícia. Linda, gostosa, louca e deliciosa.

— Linda? - perguntou abrindo os olhos.

— Muito!

— Outra coisa que não faz sentido… acredito em você. - continuou ela sorrindo, ainda com um vestígio de timidez.

Ela conseguiu manter o controle por uns dez minutos naquela posição até que parou de falar e ficou apenas gemendo.

Quando começou a perder o controle, foi nítido em seu rosto a briga entre o lado racional que queria aproveitar um pouco mais a transa e o corpo querendo gozar.

Foi quando abriu os olhos e vi aflição ali.

— Tá tudo bem, Drica?

— Goza comigo, Murilo… - pediu angustiada.

— Vou tentar.

— Falta muito? - dessa vez a pergunta veio em tom de impaciência.

— Só um pouquinho.

— Não sei se consigo esperar… - de novo o desespero na voz.

Depois disso, sem parar de me olhar nos olhos, ela começou a aumentar o ritmo, subia depressa e se espetava na minha vara com uma coragem admirável, gemia e enquanto lutava para respirar parecia brava por não ter conseguido manter a brincadeira por mais tempo.

Dali a pouco estava subindo e descendo no meu pau com vontade e num último vestígio de controle ela me chamou.

— Murilo… - disse num sussurro.

— Segura um pouco, Drica, que tô quase lá.

Segurei em seus quadris e passei a meter nela rápido e com força.

Dali a pouco ela arregalou os olhos, como se quisesse se desculpar por não ter me esperado.

— Ahhh, caralho… - falei quando ela começou a gozar.

Queria que se fodesse, se ela continuaria gozando enquanto eu metia, que gozasse, sei que tinha prometido, mas continuei metendo nela até meu orgasmo chegar.

Despejei porra dentro dela quando a menina já agonizava, baba escorria pelo queijo e ela fazia uns sons estranhos, mas, apesar disso, durou menos que da primeira vez.

Não gozamos juntos, nem perto disso, mas foi muito gostoso do mesmo jeito.

E tivemos de esperar um tempo maior para nos refazer que a trepada foi heroica.

Tomamos banho, ela vestiu o biquíni e o short, a calcinha foi no bolso de trás, e beijando minha boca se despediu.

— Foi o melhor dia da minha vida! - disse me beijando a boca várias vezes - Mas a gente precisa melhorar a sincronia…

Enlaçou meu pescoço, puxou em mim com as pernas em volta da minha cintura, me deu um abraço apertado e o último beijo, sorriu me olhando nos olhos, depois desceu a escada aos pulinhos.

Como o fato de ter dado a bunda me incomodava um pouco, assim que Drica saiu, vesti minhas roupas e liguei para meu amigo Jeferson, pai do menino gay, para almoçarmos.

Como ele trabalha como autônomo, passamos a tarde conversando na casa dele. Sei lá… não iria ter essa conversa com o Jeferson, apenas achava que o fato de ele viver na mesma casa que um gay, me ajudaria a entender o que estava sentindo.

Não que eu soubesse o que exatamente eu sentia.

Pelo celular, no grupo da casa, lá pelas três, começaram aparecer mensagens querendo saber onde eu estava.

Quando o filho dele, Michael, chegou e sentou para conversar com a gente, foi que entendi o que fui procurar ali.

Jeferson saiu para cuidar de alguma coisa na cozinha, e aproveitei a oportunidade.

— Como estão os namoradinhos, Mike?

Conhecia o menino desde o nascimento e sempre gostei dele… do jeito distante que um cara como eu gosta de crianças.

— Até o senhor tá sabendo disso, tio Mu? Tem alguém para quem meu pai não contou sobre eu ser gay?

Ele falava rindo como quem se diverte em ver um bando de coroa se virando para entender essa parte da vida.

— Nem foi o Jefinho que comentou, se bem que seu pai me mata de orgulho… Encontrei com os meninos outro dia e me contaram mais ou menos a história.

— O Mateus é uma figura, não é, não, tio?

O barato é que o menino tinha uns vinte anos, se tudo isso, mas falava num tom que parecia uma pessoa mais velha. E quem conversasse com ele ou mesmo o visse andando na rua, jamais suspeitaria de que ele fosse gay.

Foi quando lembrei de uma bronca que recebi da Isadora, quando conversamos sobre isso.

“Não existe coisa de homem, de mulher, de gay, de lésbica, de trans, Murilo!”

Ela viu que não entendi e continuou.

“Existe coisa de gente, Murilo. E gente é cada um como cada um quer ser!”

Aí, como vi que ele não se importava de falar sobre sua sexualidade, contei, sem muitos detalhes, como estava sendo minha vida com as meninas, principalmente sobre as aventuras com as meninas trans.

— Fala sério, tio Mu que você fez tudo isso… - disse ele espantado.

— Fiz… e se a coisa continuar como está, acho que ainda farei mais coisas.

— Você é meu herói, tio Mu! Sério… te achava uma cara legal… meio chato às vezes, mas depois dessa…

— O que tá meio que me dando um nó na cabeça é que não tô diferente…

— Ué… e achou o que, que ia dar a bunda e no dia seguinte sairia de vestido na rua? - perguntou ele se divertindo.

— Acho que querer usar vestido não seria o caso, mas achei que me sentiria diferente.

— Tio Mu do céu… você só descobriu um novo jeito de sentir prazer, isso não muda a sua personalidade, não te transforma numa pessoa nova… na verdade, até transforma, se continuar nesse ritmo você acaba se transformando numa pessoa mais ligada nas paradas, uma pessoa que entende que existe gente, se é homem, mulher, trans ou o que seja é o de menos… a gente é só isso, gente.

— E tá tudo bem, né, Mike? - perguntei aliviado por ter posto tudo aquilo que me angustiava para fora.

— Tá tudo bem, tio Mu… pensa no quanto esse tipo de relação é rara, no quanto elas estão te fazendo bem e no quanto você faz bem a elas e aproveita o máximo que puder, porque uma hora os dramas vão aparecer, tio Mu, não tem como evitar, o senhor foi casado, sabe bem como funciona… então… aproveita.

Jeferson deve ter percebido que o papo ali era importante e só apareceu quando ouviu a gente falar sobre coisas nada a ver, aproveitei e tomei um lanche com eles antes de voltar para casa e guardei o carro quando já era bem noite.

A próxima novidade apareceu naquela mesma noite.

Cheguei em casa troquei de roupa e desci para terminar de limpar a piscina, ligar o filtro e juntar os apetrechos que deixei espalhados quando interrompi o serviço para transar com a Drica.

Fiquei de pau duro só de lembrar daquela menina maluca gozando.

Quando você mora num lugar com um gramado grande e uma casa cheia de moradoras, serviço é o que não falta e quando terminei com a piscina, lembrei que a lavadora estava dando problema e fui ver se conseguia resolver, tinha uma noção do que fosse e acabou que era coisa simples e em quase uma hora estava tudo funcionando, aí lembrei que me pediram para trocar uma torneira, depois, recolhi e organizei umas ferramentas espalhadas no quartinho de bagunça e, satisfeito com meu dia, apaguei as luzes da área da piscina e sentei na borda para tomar uma cerveja, só então, percebi que já passava da meia-noite.

Uns dez minutos depois vejo duas figuras saindo pela porta da cozinha.

Elas não perceberam minha presença, mas a claridade da noite de lua cheia me permitia ver as duas andando de mão dadas até as árvores, e, curioso, prestei mais atenção…

Assim que meus olhos se adaptaram a falta de claridade artificial, identifico surpreso, Josie e Mônica encostadas numa das árvores, perdidas num beijo apaixonado.

Fiquei sinceramente feliz por elas, por Mônica, principalmente pela coragem de viver o que era e o que sentia, e por ser com a Josie, talvez uma das meninas mais doces e inteligentes que já conheci.

Estava ficando de pau duro só de vê-las se pegando, era tanta mão passando pelo corpo uma da outra que era hipnótico, porém quando uma camiseta foi tirada e jogada no chão, me toquei da grosseria que estava cometendo e o mais silenciosamente que consegui, levantei e sai dali.

A escada de incêndio era meio barulhenta, então, entrei pela porta da cozinha, só que a escada fica na sala, então, lá fui eu, mas, de longe percebi um movimento no sofá e qual não fui minha surpresa, de novo, quando vi, na pouca luz disponível, que Isadora e Jéssica estavam no sofá num amasso digno de gente grande.

Isa estava com os seios de fora, Jéssica completamente nua, e estavam lindas e reluzentes, e as duas pareciam estar em outro universo, de tão concentradas, Jéssica recebia dedadas em sua buceta, e eu bem sabia o quão bem Isa sabia usar aqueles dedos, arrancando gemidos deliciosos da outra que tentava não fazer barulho, enquanto segurava um dos seis da Isa com veneração.

As duas estavam perdidas, mergulhadas no tesão daquele amasso.

Controlei a vontade de rir ao me perceber de pau duro vendo as duas se agarrando, pensei em me meter no meio delas para ver se me dava bem, mas, como não fui convidado, ainda rindo, saí dali sem fazer barulho e subi pela escada de incêndio.

Subi para o apartamento e fiquei de bobeira ali durante um tempo, agitado, ansioso, pensando em como era legal que as meninas se sentissem confiantes e seguras ali a ponto de fazerem suas experiências.

Pensei também que seria legal dormir com alguém naquela noite.

Transar com a Drica e ver as meninas se agarrando me trouxe um tipo de empolgação que fazia muito tempo não sentia, não só pela maravilha que foi ter Adriana se soltando e aproveitando a transa, mas por tudo… por imaginar que as meninas estavam ampliando seus horizontes e… sei lá… achei tudo muito legal.

Sem saber exatamente por quê, me senti constrangido de convidar alguma delas para passar a noite ali, mas, mesmo assim, duas horas depois, apesar de ser bem tarde, desci para colocar a caneca vermelha no balcão da cozinha.

Vai que dava resultado…

A casa silenciosa como quase nunca acontecia, as meninas acenderam as luzes de fora antes de subir e era claridade suficiente para andar por ali sem o risco de tocar em um móvel qualquer, cozinha ficava diferente naquela luz, me senti uma criança fazendo arte e aquilo se juntou a alegria ansiosa que já tomava conta de mim.

Porém, quando estendi a mão para deixar a caneca no balcão, ouço uma vozinha perguntando num sussurro:

— O que você tá fazendo, Murilo?

Levei um susto da porra, quase deixei cair a caneca e me virei para dar de cara com uma Beatriz de babydoll branco e uma bolsinha na mão.

Ela viu a caneca vermelha e abriu um sorriso sacana.

— Tá assanhado, né… comer a Drica não foi suficiente, seu tarado?

Ela falava bem baixinho e ria da minha cara de assustado.

— Porra, Bia… quer me matar do coração, caralho… faz um barulhinho enquanto anda, porra…

Ela chegou mais perto, tomou a caneca das minhas mãos e colocou na mesa de café que estava atrás dela.

— Drica contou o que você fez… - ela chegava mais perto a medida que falava - E eu queria te agradecer por cuidar dela com tanto carinho…

— Tudo nessa casa é de domínio público, caralho? - perguntei meio irritado.

Tinha curtido para caramba a transa com a Drica, achei que merecia não virar fofoca.

Bia riu e chegando ainda mais perto, continuou falando.

— Relaxa, Murilo… Tem hora que você é muito sensível. Tá pegando as manias das meninas… e outra, faz um tempão que a Drica e eu, a gente vem conversando sobre as dificuldades que ela tem para se relacionar, por isso eu tinha medo que você não soubesse como lidar com a situação. Gosto da Drica tipo como se fosse uma irmã. E ela falou só comigo sobre o que vocês fizeram.

Eu já nem prestava atenção direito no que ela falava, porque normalmente Beatriz não chegava tão perto e nem me abraçava a cintura como estava fazendo naquele momento.

— O que você tá fazendo, menina?

— E te disse que iria pensar sobre tentar agasalhar sua vara ou não… pensei… e quero tentar.

Aquilo me deixou tão feliz, de um jeito que não entendi direito, e na mesma hora inclinei o corpo para beijar sua boca e a menina enlaçou meu pescoço e grudou o corpo em mim.

O beijo no começo me pareceu meio mecânico, duro, seco, mas aos poucos ela foi se soltando, relaxando e quando dei pela coisa, estávamos quase nos comendo um ao outro, tamanha selvageria e fúria com que nos beijávamos.

Ela se agarrava em mim e se esfregava de um jeito que estava me deixando louco para vê-la sem roupa.

Isso durou bem uns cinco minutos sem interrupção.

— Vamos subir… - sussurrei ao ouvido dela totalmente sem fôlego.

— Quero aqui… - disse toda dengosa, com a respiração pesada e abrindo a bolsinha.

— Você anda pela casa com isso? - perguntei quando vi que na bolsinha, além de escova de dente, creme e fio dental, tinha também um tubo de KY e uma cartela de camisinha.

— Vi você descendo… e gostei da ideia de transar aqui.

Peguei-a pelas axilas, coloquei-a sentada no balcão e voltamos a nos beijar e se começou bem calminho, em menos de um minuto já estávamos tentando engolir um ao outro de novo, mas logo desci para o pescoço dela, e o corpinho magro me parecia tão frágil, ela era tão pequena em minhas mãos que tentei ser menos bruto.

A pouca roupa que ela usava desapareceu num piscar de olhos, deitei-a sobre o balcão e tratei de me deliciar com os seios firmes e grandes que, além de lindos, eram sensíveis e pareciam tanto com os naturais que pensei em perguntar, mas além de aquele não ser o melhor momento, estava uma delícia apertá-los e ouvi-la gemer quando abocanhava o mamilo e o prendia entre os dedos.

Desci a mão até seu pau, pequeno, talvez uns dez cm, e o encontrei duro, o saco quase inexistente, as bolas pequenas, passei a acariciá-la ali e adorando a forma como Beatriz parecia perdida na situação, se contorcendo sobre o balcão e gemendo baixinho, continuei.

— Como estamos até agora, Biazinha? - perguntei quando voltei a beijá-la.

— Seu filho da puta mentiroso… - disse ela como se estivesse sendo torturada.

— Nunca menti para você, meu bem.

Ela sentou e me enlaçou a cintura com as pernas, voltou a me beijar, nossos paus se roçando.

— Você quer que eu acredite que aprendeu tudo isso, esse jeito delicioso de me dar prazer, só com a ficada que teve com a Thais e a Isa…

— Amo você, menina. Amo todas vocês, mas você… desde o primeiro dia, sempre te vi com um olhar diferente.

— Nem vem com esse papo que eu te vi olhando para Isa no primeiro dia.

— Olhei Isadora com tesão, com desejo, curiosidade… afinal, vamos concordar que ela é fora de série. Mas você é… você. E eu te amo, você é linda, gostosa, sua bunda acaba comigo e estou adorando ficar assim, com você nos meus braços.

Ela pensou por um instante me olhando nos olhos e respondeu num suspiro.

— Acho que eu sempre soube disso, a forma com a gente se dá bem desde o começo, os papos que a gente tem e o tempo que levei para admitir que estava morrendo de vontade de encarar sua anaconda. Na verdade, tô morrendo de medo, mas vamos lá, seja um bom garoto, mete em mim, arromba meu rabo e me faz gozar.

Voltamos para o beijo bruto que nos caracterizava e de novo fui devorar cada pedacinho de pele daquela menina linda e extremamente sedutora.

Fui beijando a perna toda até os pés e voltei pelo lado de dentro, entre as pernas, mordendo, beijando, lambendo sem deixar de acariciar seu pau que estava tão duro que até babava.

Bia não fazia nada para parecer sexy, mas, para mim, era uma das mulheres mais tesudas que já conheci, seu beijo violento, a forma como suas unhas me arranharam as costas e as coisas que dizia ao meu ouvido me enlouqueciam.

E ergui suas pernas expondo o cuzinho que parecia virgem de tão fechadinho e clarinho, e não me aguentando cai de boca ali, tentando enfiar minha língua o mais fundo nela enquanto ela me guiava com as mãos na minha cabeça, me puxando ou empurrando até achar o jeito como ela gostava de ser chupada.

Era como ela gostava de ser beijada, com selvageria, era uma chupada bagunçada, molhada, e, quando ela me puxou se dizendo pronta, parei para chupar seu pau.

— Não, Murilo!!!

Olhei para ela preocupado.

— Quero gozar com você dentro de mim, mas se continuar me chupando assim, eu não aguento… Senta aqui um pouquinho, me deixa retribuir o favor.

Nu como estava, sentei no balcão e ela veio me chupar.

Era uma menina pequena, mas engolia meu pau com maestria, fazia com a língua um movimento que parecia o da Estefany, não era tão mágico como o da outra, mas era uma delícia.

Quando voltei a pegar em seus peitos, me dobrando para alcançá-los ela molhou dois dedos com saliva e se enfiou no meu cu, me fazendo gemer ainda mais…

Aquilo estava uma delícia, mas lembrei ter mais coisa na lista de tarefas.

— Bota a camisinha, meu amor…

Ela com a boca vestiu a camisinha em mim com facilidade e voltou a deitar no balcão, ergui suas pernas e voltei a chupar seu pau, com o dedo indicador cheio de KY fui brincar em suas pregas.

O primeiro dedo entrou sem grandes dificuldades, fácil localizei a próstata e comecei uma massagem de leve enquanto tentava não fazer muita pressão com a boca no pau dela.

Ela gemia gostoso, seu rosto se contorcendo de prazer e a boca aberta a procura de ar, então, introduzi o segundo dedo cu adentro.

A menina parecia prestes a perder o controle quando o terceiro dedo se juntou aos dois que já estavam dentro dela e forcei até que entrassem inteiros, mesmo que os gemidos delas mudassem um pouco, denunciando que a dor estava se tornando maior que o prazer.

Nisso voltei a botar pressão na chupada em seu pau enquanto forçava um entra e sai dos três dedos no seu rabo.

Não deu um minuto, a menina me pega pela orelha, me obrigando a parar de chupá-la e fala numa voz que parecia puro desespero.

— Pelo amor de Deus, Murilo, mete logo esse monstro no meu rabo.

Caprichei no KY em sua bunda, no meu pau e comecei a introdução.

Apontei o pau na entrada que mesmo laceada ainda oferecia resistência e, com uma mão no pau dela e outra num dos seios, fui forçando, botando pressão e aliviando, botando pressão e aliviando, sempre com cuidado até que a cabeça começou a invadir aquele corpo delicioso.

A menina me segurava os braços, me olhava de olhos assustados e de vez em quando balançava a cabeça como se estivesse negando alguma coisa.

Coloquei a cabeça e a menina mordeu minha mão para não gritar.

— Quer que tire, Bia?

— Nem pense nisso, desgraçado! Filho da puta, maldito… diz que me ama e depois rasga meu cu, ordinário, gostoso do inferno.

Ela estava xingando igual a Kate… estavam passando tempo demais juntas.

Esperei que ela desse os sinais de que poderia avançar, o que aconteceu dali um minuto.

— Vai, gostoso… termina de me foder… parece que tô perdendo a virgindade de novo… tá louco… como dói… mas como é gostoso… pelo amor…

Do mesmo jeito, na base do entra e sai, sempre forçando um pouquinho mais a cada enfiada, o pau foi entrando no cu dela.

Estava o inferno não gozar com as caras e os sons que ela fazia.

Depois do que pareceu uma eternidade, acomodei meu pau inteiro no rabo dela e comecei a foder de verdade, arrancando gemidos sofridos daquela criatura linda. Um tempo depois, impaciente ou cansada da posição, me deitou no balcão e subiu em mim, dessa vez entrou mais fácil e dali a pouco ela cavalgava no meu pau com determinação.

— Pau gostoso do caralho… - dizia ela subindo e descendo.

— Bia… - falei quase alucinando com o tesão e a vontade de gozar.

— Quer gozar, Pausudo? Espera aí!

Ela me tirou de dentro dela, deitou o tronco no balcão e arrebitou a bunda para mim.

— Quero você gozando no meu cu assim, por trás… você não gosta da minha bunda? Então me come e goza olhando para ela.

Foi ela se posicionar e eu entrei, em três socadas estava inteiro dentro dela de novo, aumentei a velocidade para conferir o quanto ela aguentava, mas em dois minutos sinto o orgasmo me subindo pelas pernas arrancando um grunhido da minha garganta e quando grudei meu corpo no dela, estocando curtinho, sinto seu anel me apertando tão forte que parecia me morder, em espasmos, umas cinco ou seis vezes.

Bia gemia gostoso enquanto gozava, seu cu me apertava, ela levantava a perna, se contorcia embaixo de mim e vencida, desabou no balcão.

Esperei meu pau amolecer, o que demorou mais que o normal, sai de cima dela, vesti minha roupa, juntei suas coisas e peguei-a no colo.

— Dorme comigo, Bia?

Ela, cansada, apenas concordou com um gesto de cabeça e subi as escadas, deitei-a na cama, beijei seus lábios e a menina em minutos virou de lado e adormeceu.

Desci para limpar a cozinha e quando voltei ela estava sentada, encostada na cabeceira da cama.

Sentei ao seu lado e ela veio logo se aninhando em mim, depois ficou de joelhos, sentada nos calcanhares na minha frente, me deu um beijo e quando olhei para ela, estava triste.

— O que te incomoda, Beatriz?

— Nunca vou poder dizer que a gente transou no balcão da cozinha… E você trate de nunca na sua vida comentar sobre isso com ninguém! Tá me ouvindo?

— E eu achando que você tinha gostado… é óbvio que não comentarei nada.

— É óbvio que gostei, na verdade, sou obrigada a confessar que amei fazer sexo com você… jamais imaginei que um trem desse tamanho coubesse em mim ou que eu fosse sentir tanto tesão sendo comida do jeito como você me comeu…

Ela viu que eu não entendi e ainda estava magoado.

— Murilo… a gente transou onde as meninas preparam as refeições, se elas souberem que esfreguei a bunda ali, que gozei no chão da cozinha, vão me expulsar daqui.

— Faz sentido… - disse rindo do drama dela.

Dormimos abraçados e pela primeira vez, quando acordei, ela continuava ali.

E o drama começou na manhã seguinte.

Deixei a Beatriz dormindo e desci para preparar o café da manhã.

Adriana foi a única que me deu um sorriso discreto, o resto delas saíram sem falar comigo, algumas nem me olhavam na cara e a Mikiko parecia ter chorado, mas como estavam me ignorando, por mais que tentasse falar com elas, fiquei sem saber o que estava rolando.

Beatriz acordou tarde, quando todo mundo tinha saído, apenas Simone estava em casa, mas ela nem desceu para o café.

— Bia… acho que fiz alguma coisa que as meninas não curtiram… nem um “oi” falaram para mim hoje.

— Esquenta cabeça, não, Mumuzinho… eu descubro o que tá acontecendo.

Com aquela promessa ela me deu um beijo tão gostoso que perguntei se ela não queria matar o serviço naquele dia.

— Para de graça… - disse ela me soltando e pegando a bolsa antes de sair - Não quero me apaixonar… não saberia dividir você com elas… então, para de me tratar tão bem. Faz alguma coisa para eu te odiar um pouco.

— Vou providenciar. - respondi chateado sem saber por quê.

Só depois do almoço ela me mandou mensagem explicando qual era o problema com as meninas.

Estavam chateadas porque eu não estava respeitando a escala.

A Isadora ter sido a primeira estava “ok”, só que depois disso a Kate furou a fila, aí, quando fiquei com a Estefany foram duas noites, na sequência fiquei com a Thais que não estava na lista, e enquanto isso a Mikiko estava esperando e se sentindo enganada, na noite anterior reclamou disso, no meio de um milhão de lágrimas e por isso, estavam todas contra mim, até aquelas que nem estavam na escala.

Isso porque não souberam que eu tinha ficado com a Adriana e com a Bia.

Pensei naquela bobagem por um tempo, rapidamente conclui que organizar a escala não era problema meu, então, mandei uma mensagem para a Mikiko, a gente conversou, fiz uma proposta bem sacana para ela, a menina que é mais doida que a Carminha, topou na hora, dali a meia hora ela chegou, arrumamos umas roupas nas mochilas, escrevi um bilhete esclarecendo que estava indo passar uns dias no litoral, que elas cuidassem da casa e que se quisessem fazer drama que achassem um motivo justo para isso.

Prendi o bilhete na porta da geladeira, desliguei o celular e deixei numa gaveta da cômoda e saímos, a Japinha já pendurada nas minhas costas, me segurando pelo pescoço e rindo feito uma criança.

— Amo praia, Murilo. - disse toda feliz.

— Você sabe que não tinha a intenção de te magoar, não sabe, Kiki? - perguntei quando já estávamos no carro.

— Eu fiquei mais chateada porque juntou um monte de coisa que estava acontecendo, passei uns dias meio doente, nada sério, mas eu odeio ir ao médico, minha mãe quer que eu faça um curso de administração para cuidar das clínicas que eles têm e… minha mãe faz umas chantagens complicadas, sabe…

— Aí é foda…

— Ontem a noite eu tava meio carente também, e tinha discutido com a Mônica porque ela queria dormir com a Josie lá no quarto e eu falei merda pras duas, então, nem era com você que eu tava chateada e mesmo que você tivesse me chamado, com a cabeça cheia do jeito que eu estava, de repente nem ia curtir o lance.

— Conversou com as meninas?

— A gente se acertou… pedi perdão e elas aceitaram de boa. As meninas são uns amores. Nosso quarto é o melhor da casa.

— As outras sabem disso? - perguntei rindo.

— Sabem, mas não admitem… são tão tolas.

— Beleza… então, temos só três dias, que a gente também não tá com essa bola toda, aproveita para pensar bem sobre esse lance da faculdade e de repente a gente bola uma forma de convencer a sua mãe a parar de encher o saco, mas relaxe e se divirta e, se você quiser, a gente até transa.

— Murilo! - exclamou ela, rindo - Tô querendo dar para você desde o dia que apareceu na piscina exibindo o pintão. Diferente de umas ou outras que moram com a gente, não tenho o menor problema de trepar com você só porque a gente não tá namorando ou apaixonados um pelo outro. Imagina, eu cresci numa casa de gente super doida, meus pais não estão nem aí com essas besteiras, esses preconceitos e essas ideias atrasadas… tipo assim, os caras me deram toda liberdade, eles sabem tudo da minha vida, agora menos, mas… para você ter uma ideia, eles aconselharam o menino que tirou minha virgindade sobre lubrificantes e sobre as preliminares…

— Tá me zoando… - comentei rindo.

— A minha mãe estar nessa de embaçar o meu lado com o curso, é que ela quer que eu seja “a herdeira” das coisas que eles conquistaram, eu não falei com o meu pai ainda, que ele tá meio adoentado e eu não queria perturbar o homem, e acho até que a minha mãe tá toda azeda por que tem medo que ele morra, toda vez que ele espirra ela entra em desespero.

— Você é igualzinha as outras, pelo menos no exagero.

— Então, Murilo, eu transei com todos os meus namoradinhos desde os quinze anos, gosto de chamar os ficantes de namoradinhos, dá um ar mais sério pras minhas trepadas, e é legal você estar disponível porque com essa coisa de faculdade, faz tempo que ninguém se esfrega em mim, então, se você parar no acostamento, a gente trepa aqui dentro do carro mesmo.

Ela falava aquilo num tom que eu não sabia se era sério, mas me deu uma ideia.

A praia ficava a uma hora e meia de casa e como conhecia aquele caminho praticamente desde criança, paramos para fazer um lanche no alto da serra e um km depois sai da estrada e tomei a direção de uma estradinha de terra que subia pela mata atlântica até um mirante - não oficial - de onde dava para ver o mar e várias cidades litorâneas.

Por ficar no meio da floresta e num lugar muito alto a temperatura, quando chegamos, estava bem confortável, era um lugar que pouca gente conhecia e numa quinta-feira, perto da hora do almoço, estava obviamente deserto.

Nem bem puxei o freio de mão e a japonesinha puxou minha bermuda para baixo, e pulou no meu colo, com a buceta ainda longe do meu pau.

Ela era esperta, sacou qual era a ideia quando entramos na estradinha de terra e a medida que subíamos a ia tirando a roupa.

— É tranquilo dispensar a camisinha, Murilo? - perguntou ela bem humorada, pegando no meu pau e fazendo um delicioso sobe e desce com a mãozinha que nem fechada na circunferência.

— A Drica foi a única com quem transei sem camisinha.

— Então, se você não se incomodar, gostaria de experimentar sem… eu tomo pílulas, só preciso que você garanta que não vai dar problema.

— Garanto.

Ela riu e chegou com a buceta mais perto, e enquanto me beijava ia esfregando a cabeça na entrada.

— Eu já tava doida para dar para você desde o dia na piscina, mas depois do que a Isa falou de como foi a noite de vocês, eu só não arrumei briga com a Driquinha porque tinha mais coisa acontecendo na minha vida.

Ela falava enquanto me beijava, beijo de moleca, de menina feliz, que está mais interessada em confusão que em despertar tesão, mas que, apesar disso, era um beijo gostoso e a medida que subia o corpo, de leve foi forçando meu pau para dentro da bucetinha depilada e fechadinha.

- Nunca fiz nada tão maluco na vida. Tô achando o maior barato essa coisa de a gente poder trepar apenas pelo prazer de trepar… - mais beijos, risos e a cabeça quase toda dentro - Sempre achei que para tirar a roupa com alguém tinha de estar apaixonada. E eu gosto de você, do jeito como gosto de todo mundo, talvez um pouco mais porque você é o cara que me alimenta antes da aula… mas depois daquele dia na piscina, comecei a pensar em você, como um pintudo que eu queria experimentar.

Ela soltou um gritinho quando a cabeça passou inteira pela entrada e a menina continuou gritando, meio gemendo a medida que se espetava no meu pau, pois, diferente de como uma pessoa normal se comporta numa situação como aquela, a louca, quando a cabeça passou, simplesmente soltou o peso do corpo todo de uma vez, completamente sem noção do que tava fazendo, e só parou quando não aguentava enfiar mais nada.

Ver a buceta da Mikiko esticada quase como se estivesse a ponto de rasgar me teu um tesão louco.

Para meu espanto, depois que ela viu o quanto de pau cabia nela, Mikiko gemendo e dando aqueles gritinhos, beijando minha boca e mordendo meu ombro, cavalgou no meu pau, usando quase ele todo, com uma naturalidade deliciosa, beijava minha boca, jogava a cabeça para trás e falava indecências sem o menor pudor.

Os líquidos que saiam da sua buceta escorriam pelo meu saco e quando vi que acabaria com o estofamento do banco, abri a porta, botei as pernas para fora e sem tirar o pau de dentro dela, levantei e fomos até o capô do carro onde a deitei de costas.

A Japonesinha era brava, aguentou a meteção num ritmo alucinado por bem uns dez minutos, mas quando começou a gozar parecia que queria me enfiar inteiro dentro dela, sua buceta me apertava o pau com força, a menina me puxava para dentro dela com os calcanhares e fazia um barulho estranho como se gemesse e risse tudo junto.

Da mesma forma como fiz com a Adriana, continuei metendo para ver se ela gozava sem parar como a outra, mas depois de um tempo ela relaxava em claro sinal de que a onda tinha passado, e mesmo que não me tirasse de dentro dela, ficava naquela zona em que o entra e sai é gostoso, mas tranquilo.

Peguei um cobertor no banco de trás do carro e estendi no chão, botei a menina de quatro e meti nela dando tapas na sua bunda, fazendo a menina gozar aos gritos.

Estava quase gozando quando ela pediu.

— Deita aqui, deixa eu montar em você. - disse ela me beijando quando enjoou da posição.

Dito e feito, foi a menina se posicionar, começou a sentar e rir como se estivesse se divertindo um monte, por estar nua, trepando no meio de uma floresta, e dessa vez rapidinho ela gozou de novo.

— Olha que barato, Murilo, desse jeito é maior fácil gozar. - disse ela lambendo minha boca e rindo.

E lá foi a menina se esfregar em mim e gozar.

Era um barato, pois ela gozava, relaxava, dali a um minuto voltava a se esfregar, gozava, relaxava… e ficou nisso o maior tempão.

Kikinha gozava como se cada vez fosse uma surpresa e um presente, a felicidade na cara dela era evidente e a maneira como sua buceta me apertava o pau, os gritinhos felizes que soltava e o jeito como relaxava toda vez que a onda de orgasmo passava era muito legal.

Sei que perdi as contas de quantas vezes a menina gozou se esfregando em mim e quando avisei que a minha vez estava chegando, ela meteu rápido e forte e quando me sentiu gozando dentro dela só soltou o corpo e deixou que meu pau entrasse fundo nela.

Deitados olhando as nuvens que passavam, começamos a conversar.

— Você sabe que vai ser um inferno quando a gente voltar, né… elas não vão perdoar essa coisa de você ignorá-las desse jeito.

— As pessoas são decepcionantes por natureza, e talvez eu tenha bajulado demais vocês todas, então, elas que se virem para lidar com a raiva, decepção ou qualquer coisa que sentirem por eu não estar lá para ouvir a encheção de saco delas.

— Elas vão te achar um insensível…

— E eu quero que se foda. Amo vocês, dando para mim ou não, mas não preciso de esposas. Já tive uma e não quero outra.

Eu sabia que ela relataria a conversa para as outras.

Só esperava que não tivessem posto fogo na minha cama quando voltasse.

Mikiko deitou no meu peito e ficou assim um tempinho, mas dali a pouco me olha de cima e fala.

— As meninas comentaram que com você a gente só faz o que sentir vontade… é sério isso? - perguntou ela me beijando.

— Sim. Nesse lance ninguém faz nada que não sentir vontade de fazer.

— Então, deixa eu te confessar uma coisa. Nunca gostei de ter um pinto na boca. Faço anal se a pessoa me deixar louca, mas não curto chupar pinto, não.

— E se não curte, não chupa.

Ela sorriu e voltou a deitar no meu peito, e como parecia cansada, peguei-a no colo e coloquei-a sentada no banco do carona, ajudei a vestir a camiseta e a bermuda, que a pobre já estava fechando os olhos, e como suspeitava, antes de pegarmos a estrada asfaltada de novo a menina dormia a sono solto.

Ela só acordou quando chegamos na pousada.

A menina deu uma espreguiçada, puxou minha cabeça e beijou minha boca, mas de alguma forma senti que algo não estava bem certo com aquele beijo.

— Tá tudo bem? - perguntei quando percebi que o beijo estava estranho.

— Acho que tô me sentindo um pouco culpada…

— De onde saiu isso, Kiki…

— Ah, Murilo… eu praticamente violentei você, gozei feito uma doida e depois fiz igual os caras, virei de lado e dormi, nem troquei ideia com você enquanto dirigia, ou seja, fui péssima trepando e pior ainda sendo companhia de viagem.

Quase me acabei de rir com as conversas dela que, vendo que eu não dava tanta importância para aquele detalhe, me acompanhou no riso, pulou no meu colo e ficamos nos beijando um tempo antes de sair do carro.

Uma vez instalados fomos almoçar e andar pela orla.

Como a tarde estava muito quente, ficamos de bobeira num quiosque vendo o mar, bebendo cerveja e falando da vida até que lá pelas quatro, a temperatura ficou mais amena e fomos para água.

Brincamos como duas crianças e ríamos feito dois bobos, até que “meio sem querer” peguei no seio dela. Como ela estava de costas para mim, vi que se assustou quando não tirei a mão imediatamente, mas se refez rápido e pegando minha outra mão levou-a ao outro seio e esfregou a bunda em mim… Nisso tratei de pegá-la no colo e fomos para a parte mais funda, para o caso de ela querer que algo acontecesse ali.

Mikiko tinha um metro e meio, se tudo isso, provavelmente tinha menos, por isso estávamos na parte rasa, ela era bem gostosinha, com seios de bom tamanho, perninhas gostosas e uma bundinha simpática.

Tinha potencial para ficar muito melhor?

Tinha.

Mas do jeito que estava já “causava” para caramba.

Quando ela botou a minha mão no próprio seio, na hora meu pau começou a dar sinais de vida, ela, ainda no meu colo, botou a mão por dentro da sunga e a medida que ele endureceu na mão dela, aumentava o espanto em seus olhos.

— Você tá arrumando uma dor de cabeça, Murilo… você nem imagina.

— Como assim? - perguntei curtindo para caralho a punheta que ela batia.

— Se você não trancar sua porta, vou invadir seu quarto sempre que não estiver comendo nenhuma delas.

Era tão legal estar com alguém que levava aquilo de boa, com leveza, sem drama e sem histórias complicadas, que eu me surpreendi quando me percebi que com ela, eu me sentia com a metade da idade.

Ela saiu do meu colo apenas para passar os braços pelo meu pescoço e as pernas em volta da minha cintura, apenas puxou a calcinha do biquíni de lado e se encaixou em mim.

A menina até começou comportada, subindo e descendo discretamente com a ajuda das minhas mãos, mas dali a cinco minutos começou a gozar e a fazer escândalo.

— Dá para você parar de fazer barulho, Mikiko?

— Vai ser possível, não… - disse cansada depois do primeiro orgasmo.

Andei para longe das pessoas, mas não adiantou muito e toda vez que percebemos alguém nos olhando, caíamos na gargalhada.

E o final de semana foi exatamente desse jeito.

A gente trepou e deu risada, praticamente o tempo todo, trepamos no quarto com a janela aberta para assombrar um casal de idosos que fez cara feia para nós quando nos viu aos beijos, fomos para a praia de madrugada trepar na areia, trepamos de novo dentro do carro e de novo no mar.

A Japonesinha tinha um fogo que só por Deus, era capaz de transar durante horas… mas quando cansava, deitava, dormia e o mundo podia ruir do lado de fora que ela nem notaria.

Conversamos bastante e ela até ligou para a mãe para conversar, e parece que deu tudo certo…

Voltamos para casa no domingo no final da tarde, subi para o apartamento e tranquei a porta.

Só liguei o celular só na segunda de manhã enquanto fazia o café.

Com a Mikiko, Kate, Estefany e Adriana, pelas minhas contas, a cota estava completa, afinal, meia dúzia delas namorava, Simone e Marina estavam juntas, Heloísa e Mônica também eram um casal, além disso, Jéssica estava doida pela Isadora, mesmo sabendo que a outra não queria compromisso co ninguém, Rose alegaram não ter condições emocionais para participar daquela loucura.

— Homem de Deus, você não pode sumir desse jeito! - gritou Isadora entrando na cozinha na segunda-feira de manhã - Quer matar meia dúzia de donzelas do coração? Quase ficamos loucas…

— Achei que Kikinha tinha falado com vocês…

— Aquela japonesa é uma vaca! - gritou ela estapeando meu ombro - Fez o maior suspense, cheia a de informação pela metade, só sabe provocar aquela maldita, não esclareceu nada e só mandava mensagem pra dizer que tinha acabado de trepar de ponta cabeça, na praia, no mar, no chuveiro, debaixo do carro… e a mentirosa ainda alegou ter perdido as contas de quantas vezes gozou nesse final de semana

— Esqueci meu celular em casa. - provoquei.

— Esqueceu merda nenhuma! - disse me batendo de novo - Você queria sacanear a gente, isso sim.

— E o que você queria? - perguntei segurando seus pulsos e colocando-a sentada à mesa para tomar café.

— Eu também gosto de praia! - disse brava, fazendo bico.

— Depois daquele vexame que fizeram na sexta-feira, me ignorando como se eu fosse um criminoso?

Foi quando ela lembrou que eu tinha motivos.

— Putz… então, né, Murilo… putz… é verdade.

O arrependimento na cara dela era divertido e escolhi continuar botando complexo de culpa nela.

— Tem ideia de como me senti? - perguntei me mordendo para não rir - Ser tratado daquele jeito depois de tudo o que a gente viveu juntos…

— Murilo… a gente não queria te magoar…

— Quer saber, Isadora? - falei o nome dela inteiro, pois sabia que ela perceberia ter deixado de ser Isa e voltara a ser Isadora - Tô a fim de encheção de saco, não. Vocês podem alimentar a si mesmas. Vou sair.

Na verdade, lembrara que Simone e Josie fariam aniversário aquela semana, e teria de sair de qualquer forma para buscar os presentes que encomendara, mas fazer um drama e deixar a outra pessoa se sentindo culpada sempre deixava tudo mais divertido.

Como gostei de mantê-las no escuro, comprei outro número de celular e deixei o número antigo só para elas, mas desligado. Aproveitei para deixar o carro para lavar, almoçar com o Mateus e o namorado, ver um filme a tarde e voltei para casa quando estava começando a escurecer.

Quando passei pelo portão, a Mikiko vem correndo e quando chegou perto vi lágrimas descendo de seus olhos, ela me pegou a mão e disse soluçando.

— A mãe da Estefaninha morreu, Murilo…


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Comentários

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belo conto, vale a leitura

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cara que doido...gostei bastante... mas olha só vc avisou que era longo e realmente foi, só acho que poderia ter dividido em 2

partes..kkkk

e por falar em partes quando vai postar a continuação????

abraços

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Cara, que bom que gostou!!!

A segunda parte está sendo escrita, mas tentarei não abusar e farei menor. Valeu!!!

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