O Chamado de Lilith - Capítulo 6 - Marshmallow

Capítulo 6 - Marshmallow

Eu nunca pensei que conseguiria correr tão rápido.

Eu agarro os membros restantes do meu clan de excursão e empurro todos pra frente.

- Esse pólen são os ovos da Irina! Se vocês respirarem isso irão se tornar mais árvores vermelhas!! Corram!!

Nicholai, Natasha, Viktor, Lada, Mikhail e Karine correm na frente.

E o Vladimir acompanha eles um pouco atrás (literalmente do meu lado). Quase como se estes 3 casas restantes fossem as nossas ovelhas e o Vlad estivesse me ajudando com o pastoreio.

- Olha que bonitinhos, esses casais correndo. Hahaha. Agora eu estou solteirão como você. Hahaha.

O Vladimir estava completamente morto por dentro. Ele ria mas estava com um olhar frio e sem vida.

- Vlad, você está bem mesmo?

- Claro. Minha namorada está naquele hotel servindo de comida para estes alienígenas brancos. Então eu estou ótimo. Haha.

Céus.

Ele ainda vai me dar trabalho no futuro.

Eu acho uma caverna na frente e aponto para todos.

- Pessoal! Vamos nos esconder ali!

Todos os casais, eu e o Vlad vamos para essa caverna. Já lá dentro eu afasto todos e vejo o pólen branco caindo no chão e misturando-se com a neve no mato baixo da floresta.

- Vamos acampar. Já estava na hora mesmo. – Nicholai dá a ideia.

- Sim. Já estava ficando tarde. – A Natasha (namorada do Nic) complementa. – Vamos dormir aqui e então amanhã não terá esses ovos ou seja lá o que sejam no ar.

Era a primeira vez que esse grupo tem uma ideia que me soa boa.

E a positividade da minha impressão foi tamanha que eu falo.

- Tudo bem. Adorei a ideia. Eu vou dormir um pouco.

Eu fecho os olhos e deixo todos ali.

Dessa vez eu vou descansar e não irá acontecer nada de ruim.

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Eu durmo e sonho com os meus amigos se tornando massas disformes e cinzas de um material desconhecido (mas que lembrava muito os insetos e os vegetais mutantes). Em seguida eles se aglomeram e formam uma mulher alienígena branca com várias linhas de sangue e com duas manchas vermelhas na testa.

Quem seria ela?

E uma linha de fogo a cerca, como se outra entidade estivesse tentando a afastar com as chamas.

E uma figura feminina enorme surge no escuro, eu só consigo ver os chifres curvados e a face de uma sabedoria profunda.

Essa seria a Rainha do Submundo dos contos da cidade?

E ela fala.

- Dimitri, meu escolhido. Em breve você precisará assumir o seu papel junto a mim. Apenas você poderá impedir a falsa Deusa. Venha ao meu encontro, meu querido Dimitri. E que as Chamas sempre lhe protejam.

E eu acordo sobressaltado.

E incrivelmente havia um dos elementos do sonho na vida real.

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Era o fogo.

No caso uma fogueira.

- O que vocês estão fazendo? – Eu pergunto ao acordar.

- Nós estamos assando uns Marshmallows. – Nic responde.

Nicholai e Natasha estavam preparando alguns deles com espetos. O Viktor e a Lada estavam dormindo. E o Mikhail e a Karine se pegando em um dos cantos da caverna (que na realidade parecia mais uma toca curta, não havia saída ou uma rede subterrânea nem nada assim).

Está faltando alguém.

- Onde está o Vladimir?

- Saiu para respirar, sei lá. – Nat dá de ombros.

E nesse meio tempo aparece o Vlad de volta a lá Houdini.

- Opa. Voltei.

Porque o tom de voz dele me deixa em alerta? Eu me sentia falando com o Hannibal Lecter feito pelo Anthony Hopkins.

- Vladimir, evita sair. Não sabemos onde e quando estes aliens irão atacar.

- Calma, Dimitri. Eu só sai para dar uma mijada.

Ele senta com o casal Nic e Nat (ele parecia ser mais próximo deles do que de qualquer outro, era essa a impressão que eu tive na viagem de ônibus para a cidade) e passa a comer os Marshmallows também.

É impressão minha ou ele está azarando a Natasha? O Vladimir estava olhando direto para ela.

E em um momento (de forma bem disfarçada) eu o vejo pegar um marshmallow (apenas um) do bolso e jogar na bolsa de papel marrom perto do casal comendo.

Porque ele fez isso? É só mais uma massa de confeito açucarado como as outras. Qual a diferença daquele em especial?

- Amor, para de comer os Marshmallows sem esquentar. – Era o Nicholai comendo os seus bem pretos e tostados em uma ponta e falando com a sua namorada.

- Querido, são só docinhos. Não faz mal comer cru. Em alguns países é assim que eles são consumidos.

E ela pega exatamente aquele que o Vlad botou na bolsa.

E nessa hora o Vladimir dá um sorriso maléfico.

Droga.

- Natasha!!! Não come isso!!!

Eu grito pra ela. Mas no milésimo de segundo que eu faço isso, o doce ganha vida e pula na boca da garota e se força garganta abaixo dela.

E a Nat engole.

- Não!! Natasha, meu amor!!

O Nicholai entra em choque e eu acudo a namorada dele.

O nosso pavor agora era maior e multiplicado pelo nosso conhecimento e certeza do que aconteceria em seguida.

A tonalidade avermelhada da pele.

A gravidez mutante.

E os futuros filhos (ovos ou em outras formas bizarras) que a Natasha teria em breve.

- Hahaha! Deu certo! Deu certo! Deu certo!

Era o Vlad gargalhando. Ele tinha então saído e planejado tudo o que aconteceu. De alguma forma ele catou o pólen da Irina (ou outro inseto ou monstro mutante branco na floresta) e moldou em um formato cilíndrico como um doce e jogou no saco de Marshmallows para que a namorada do Nicholai comesse por engano. Ele além disso sabia que a Natasha os comia crus, porque se ela aquecesse aquele bicho teria morrido e denunciado o seu plano (eu já tinha dito a eles que as chamas do meu isqueiro eram efetivas, acho até que eles fizeram essa fogueira enquanto eu dormia exatamente como uma proteção noturna extra).

O Nic escuta a risada e saca na hora que a situação da namorada dele era por causa do Vladimir. Ele voa então no Vlad e começa a socar a cara dele. E o mesmo nem reage (nadinha). O Vladimir fica sorrindo igual um lunático enquanto tomava porradões e sua cara ficava toda ensanguentada e com muitos hematomas.

Os outros dois casais já estavam atentos e acordados, tentando entender a situação.

Eu não posso deixar mais ninguém morrer!

- Viktor e Mikhail! Parem o Nicholai de bater no Vladimir antes que ele o mate. Eu preciso das suas namoradas agora.

Eles me olham assustados e confusos. Enquanto o corpo da Natasha já criava uma verruga cor de sangue no pescoço e seu corpo ficava mais e mais vermelho nos meus braços.

- O que você vai fazer? – Um deles pergunta.

Está na hora de eu mostrar do que eu sou capaz.

- Eu sou salvar a Natasha.

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