💎😇Anjo de Vidro😇💎 capitulo 3
Sheila estacionou seu carro, na garagem do seu prédio, pegou o elevador exausta, pensando em que dia horrível foi aquele, estava cansada, de aturar as grosserias de Eduardo.
Ela entrou em seu apartamento e foi direto, tomar um bom banho. Saiu enrolada numa toalha branca e trocou de roupa. Estava sem fome, fez apenas um chá bem quentinho de camomila pra relaxar e ficou tomando aos poucos olhando da sua sala, para a varanda, tendo a vista da praia da Barra.
Relembrou, enquanto lutou e batalhou em sua vida pra chegar até onde chegou.
Lembrou-se de todo o seu começo, quando ainda era uma moça pobre do interior do Pára. Gravida e sozinha, por sua família ter lhe expulsado de casa. Encontrou abrigo, na casa de uma vizinha, que lhe ajudou e amparou. Mas ela queria mais, tinha o sonho de conhecer o Rio de Janeiro, trabalhar e estudar muito, e dar uma vida digna aos seus filhos gêmeos Joanilson e Junilson.
Ela então, saiu pra fazer um biscate, deixando as crianças de quase dois anos com a vizinha.
Quando acabou, e com o dinheiro que recebeu, ela pegou um ônibus até o centro e de lá pegou outro ônibus para o Rio de Janeiro. E deixando assim as crianças com essa vizinha sem nada avisar.
O tempo passou, aqui no Rio, ela fez de um tudo, trabalhou de empregada domestica, trabalhou até de camelô, e estudava feito louca a noite. Conseguiu terminar seu primário e seu ensino médio. Fez prova e passou pro curso de administração de uma faculdade pública aqui do Rio. E foi outra batalha, até conseguir aos trancos e barrancos terminar essa faculdade. Logo conseguiu seu primeiro emprego dentro de sua área e sua vida deu já um pequeno salto, melhorando.
Mas ela pensava nos filhos sempre, eles deviam estar naquele momento com seus 10 anos e ela assim que teve férias, foi atrás deles, mas o pior tinha acontecido, a vizinha se mudou, Sheila procurou desesperada por ela, mas naquele tempo não teve uma resposta certa. O que Sheila não sabia até então é que sua vizinha não teve condições de criar os dois meninos, um ela entregou pra adoção num orfanato e o outro ela ficou. E assim anos mais tarde ela voltou novamente em busca do paradeiro dos filhos dela e descobriu que Junilson cresceu dentro de um orfanato e depois já com 20 anos foi embora para o Rio.
E Joanilson aos 18 anos foi embora para os Estados Unidos. A sua vizinha que criou ele, morreu dois anos depois quando Joanilson estava com 20 anos e morando a dois anos nos Estados Unidos, com visto de trabalho.
Sheila chorou, olhando o mar calmo e longe da vidraça do seu apartamento.
Já se passaram 35 anos, sem ela nunca mais ter visto seus filhos.
Junior foi pra casa, sua mochila nas costas. Soltou do ônibus e foi subindo na comunidade. Ele mora na Rocinha.
O dia não foi nada fácil. Apesar dele trabalhar com a Juliana na limpeza, os dois tinham que se virar pra conseguir dar conta do serviço, pois a concessionária era muito grande. Eles não eram contratados da concessionária, logo não eram funcionários direto de Eduardo. Os dois eram funcionários de uma empresa de limpeza, da qual prestavam serviço para o Eduardo. O próprio Junior, trabalhava na limpeza de um hospital e gostava de trabalhar lá. Mas transferiram ele pra concessionária do Eduardo. E lá ele conheceu sua nova amiga de trabalho. E ele e Juliana se dão super bem. Ela é uma menina branca um pouco mas nova que ele, tem 32 anos, é gordona e super divertida. Muito alto astral, todos adoram ela na concessionária, o único que claro a ignora é o maravilhoso Eduardo. Mas isso, pra ela não fede e nem cheira, ela sabe que ele simplesmente ignora todos os funcionários mesmo. Só fala o essencial quando precisa e isso quando fala.
Juliana já trabalhava lá a quase 5 anos e Junior tinha acabado de completar dois anos trabalhando na concessionária, porém na empresa de limpeza, ele já tinha um total de 6 anos.
Ele juntou um dinheirinho depois que saiu do orfanato, fazendo biscates na sua terra natal e chegou no Rio com 20 anos, assumiu seu nome de Junior, todos no orfanato já chamavam ele assim, afinal seu nome verdadeiro de Junilson, era horrível, ele odiava seu nome. Agora com 37 anos, já tinha trabalhado em muitos lugares, foi porteiro, e até feirante, e hoje era auxiliar de serviços gerais nessa empresa de limpeza. Era homossexual, mas não do tipo assumido, só os mais próximos dele é quem sabia, como sua amiga Juliana. Devido a ser usado inúmeras vezes pelos garotos mais velhos do orfanato. Ele cresceu sabendo da sua condição, sabia que seu negócio era homem, era o que ele curtia.
E assim vivia sua vida na sua casinha simples na comunidade que ele comprou com muito sacrifício e luta. Era algo pequeno, um pouco mais que uma kitinete. Mas como ele era sozinho, e era uma pessoa simples, aquilo estava de bom tamanho, além dele ter um teto pra se abrigar e não precisar pagar aluguel.
Quando chegou em casa se jogou no pequeno sofá-cama que tinha em sua sala e ligou sua tv. Abriu a mochila pra tirar o saco com sua marmita. Estava vazia e limpa. Ele não levou comida pro trabalho hoje. A marmita continuava do mesmo jeito do dia anterior em sua mochila. Ele não se lembrava de nada do que aconteceu no dia anterior, olhou para suas roupas, e nem mesmo sabia de quem era as roupas que estava vestindo. Dentro da mochila ele ainda pegou o anjinho de vidro e ficou olhando admirado. Como aquilo foi parar na bolsa dele?
O que ele não sabia é que no dia anterior o que aconteceu foi...
Um dia antes após Junior sair do trabalho:
Junior se despediu de Juliana e tomou seu caminho indo em direção ao ponto de ônibus, estava bem e tranquilo, era por volta das 6hs da tarde. E ele só queria chegar em casa para descansar. Mas do nada uma forte dor de cabeça veio em sua mente, Junior fechou os olhos e abriu, sua visão ficou turva, e veio um silêncio, onde ele não escutava mais o barulho dos carros passando na rua, e então sua visão foi escurecendo, enquanto ele ainda conseguia segurar sua mão em um ferro de uma placa na calçada, ele inclinou seu corpo para baixo e ergueu seu corpo novamente dando uma gargalhada feliz e sorridente.
Sua fisionomia mudou completamente. O corpo era o mesmo, mas as expressões faciais eram outras. Ele deu sinal a um taxi que vinha, o rapaz parou, e ele entrou dizendo o endereço. O motorista acelerou e seguiu viajem, puxou um assunto falando: - O dia hoje esta quente, são seis e meia e ainda parece três horas da tarde de tão quente.
Pelo retrovisor o passageiro viu o rosto do motorista e se interessou pelo novinho moreno que dirigia, achando ele muito gato. E respondeu empolgado:
- Já estou acostumado, em minha terra é mais quente ainda, o que eu nunca vou me acostumar é com o frio dos Estados Unidos.
Motorista: - Você conhece os Estados Unidos? (Ele perguntou, pois achou extranho o rapaz de roupas simples dizer aquilo como se conhecesse, aquele país).
Passageiro: - Eu moro mais lá do que aqui, se bem que vivo na ponte aérea. Tenho negócios lá.
O motorista achou aquilo esquisito. E resolveu mudar de assunto dizendo:
- Hoje o dia foi apertado, não parei nem pra almoçar.
Passageiro: - Pois nem eu, não estou num ótimo dia, mas logo vou relaxar em minha casa!
- Qual o seu nome mesmo?
Motorista: - É Everton!
Passageiro: - Prazer Everton, eu sou Jhonatan! - Me diga, o que é esse lindo objeto no painel de seu carro?
Everton: - Esse anjinho de vidro aqui! - Ele me dá sorte, foi um presente de um amigo meu que já é falecido!
Jhonatan: - É lindo, onde será que posso arrumar outro igual?
Everton: - Receio que não consiga, é muito antigo!
Jhonatan: - Uma pena, e o senhor não me venderia este? - Eu sei que tem um valor sentimental para você, mas é que realmente fiquei interessado nessa peça. Lhe ofereço 500 reais!
Everton tomou um susto, aquilo só podia ser brincadeira. Uma pessoa dar 500 reais num objeto daquele que se muito podia ser comprado por 20 reais. E além disso aquele cara não tava com cara de que tinha 500 contos sobrando pra esbanjar. Mas é claro que o dinheiro subiu a sua cabeça afinal 500 reais, não é um dinheiro pra se jogar fora. Então ele resolveu dar corda e ver até onde aquilo ia dizendo:
- Se você tiver o dinheiro, eu lhe vendo.
Jhonatan: - Dinheiro aqui eu não tenho, ninguém sai com 500 reais na mão por ai atoa. Mas você tem maquininha de cartão, é só digitar o valor quando chegar na minha casa e vai estar pago o valor do objeto.
Everton: - Tudo bem, pode ser dessa forma também!
Jhonatan, abriu a mochila e pegou o celular de Junior e fez uma ligação, uma mulher atendeu e ele disse:
- Cícera minha bichinha, estou de volta mulher!
Maria Cícera sua empregada se assusta e responde: - Mas como, o senhor esta aqui no Brasil?
Jhonatan: - Estou e a caminho de casa, entrando no condomínio. Pegue meu cartão e me espere na porta, preciso pagar o motorista do táxi.
Maria Cícera: - Oxê, e eu lá sei onde tu bota suas coisas?
Jhonatan: - Na gaveta do crido mudo de meu quarto, tem um dos meus cartões lá!
Maria Cícera: - E porquê, não paga com um cartão ai? - Viesse dos estrangeiro sem nada é?
Jhonatan: - Largue de frescagem, que num lhe pago pra indagar minha vida. - Só faça o que to lhe pedindo! - E seja rápida, porque estou quase na porta de casa!
O carro parou e Everton viu a bela e imensa casa, e pensou em como aquele cara simples podia morar alí. Enfim... Ele só queria receber seu dinheiro da corrida!
No portão da casa, Maria veio ao encontro de Jhonatan e entregou o cartão a ele que estava saindo do carro. Jhonatan entregou o cartão para Everton e disse:
- Não esqueça de acrescentar o combinado de meu anjo.
Everton sorriu e acrescentou os 500 reais também, e depois de Jhonatan teclar a senha. O valor foi efetuado para espanto de Everton. Ele então sorriu e entregou o anjo de vidro para Jhonatan que agradeceu e colocou o anjo dentro da mochila enquanto entrava em sua casa.
Dentro de casa sua empregada indagou:
- O que houve com o senhor? - Se vestiu de medingo pra viajar?
Jhonatan: - Largue de suas bestagem mulher e prepare um bom banho de banheira pra mim que eu to de volta e pretendo ficar por um bom tempo aqui no Rio, só vou me embora descansar de vez quando achar o paradeiro do meu filho!
Cícera: - Esse menino, mas a mãe dele sumiu a tanto tempo, que só Deus pra saber do paradeiro deles.
Jhonatan: - Faz 5 anos já, desde que brigamos e ela descobriu tudo.
Cícera: - Também uma moça correta daquela, era até cristã e o senhor mentindo pra ela, dizendo que tinha coisa de petróleo lá pelos Esteites. Se tivesse contado a verdade, desde o começo, que o senhor fez sua a vida lá fora como ator de pornô. E que tava bem porque tinha sua produtora de video de safadeza lá, ela podia até lhe perdoar!
Jhonatan: - Ê, perdoava era nada! - Ela se achava a santa melhor de que todo mundo. Se a Gleice quisesse ir embora, que fosse, mas não podia era dá sumiço com meu filho. Eu tenho direito de ver ele, eu sou o pai, num sou?
Cícera: - Lá isso é! - Isso não se faz não!
Jhonatan: - Prepare lá meu banho!
Cícera: - Ta bom, com licença!
Jhonatan ficou sozinho na sala e sozinho falou pra sí mesmo: - Mas eu acho ela, nem que seja nos quintos dos infernos e depois preparo minha vingança contra o safado do Smith Perry meu sócio. Antes de morrer ele descobriu pelo seu assassino, que foi amando de Smith.
Naquela noite Jhonatan se banhou por muito tempo relaxando em sua banheira, depois jantou uma comida rápida e foi para seu quarto descansar. Pegou seu celular que ele usava aqui no Brasil, e deixou carregando por uns minutos e depois ligou para seu sócio falando com ele em inglês...
- Smith tudo bem?
O homem surpreso do outro lado da linha chega respondeu gaguejando:
- Jhonatan?
Jhonatan sendo irônico: - O que foi meu amigo, achou que estivesse morto?
- Ainda não foi desse vez. - Estou apenas passando uma temporada aqui no Rio, estou resolvendo umas coisas aqui e não tenho data para voltar. Preciso que você cuide de tudo ai por mim!
Smith: - Você desaparece por 4 dias, e me liga a essa hora para dizer que está no Brasil?
Jhonatan: - É que a 4 dias atrás eu estava morto, mas agora estou de volta vivinho!
Smith: - Que brincadeira é essa?
Jhonatan: - Não estou brincando, e você bem sabe disso.
Jhonatan desligou o telefone na cara de Smith e tornou a ligar dessa vez numa chamada de vídeo. Smith atendeu e viu assombrado o rosto de Jhonatan com ele dizendo:
- Hello, sir Smith! - Bay! (E desligou o celular novamente na cara de Smith. Junior e Jhonatan eram idênticos, por isso ao ver a imagem de Jhonatan no corpo de Junior, Smith tremeu de susto acreditando ser o verdadeiro Jhonatan).
E foi pela manhã bem cedo que Jhonatan sai pelo condomínio apé caminhando até o ponto de ônibus mas próximo, pegou a condução e soltou na porta do trabalho de Junior e disse baixinho:
- Desculpe meu irmão por ter que se apossar do seu corpo, mas agora que depois de morto descobri que você existe e é meu irmão gêmeo, vou precisar usar você muito mais vezes. Prometo lhe deixar em paz assim, que tudo for esclarecido.
Vai lá viver sua vida novamente.
E Jhonatan deixou o corpo de seu irmão.
Junior voltou atordoado, sentindo uma dor de cabeça que foi passando aos poucos, ele viu a concessionária mas a frente e caminhou até ela tentando intender o que houve. Só dentro do seu trabalho, quando foi trocar de roupas no banheiro é que percebeu estar com outras roupas que não eram dele!
Estava assombrado sem saber de nada e tentando lembrar de qualquer pequena coisa que fosse, mas sua última lembrança era ele saindo do trabalho e sentindo uma forte dor de cabeça!
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E no próximo capítulo:
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Junior saiu com Juliana para se divertir na feira dos Paraíbas em São Cristóvão, mas quem chega com ela é Jhonatan.