A Deusa Taweret - Capítulo 9 - Taweret
Capítulo 9 – Taweret
No mesmo dia dessa festa eu ligo de tarde pra bisbilhotar a casa dela.
Conectando...
Conectando...
Conectando...
Quando conecta eu vejo um quarto vazio. Só que dessa vez eu consegui enxergar melhor porque era lua cheia e isso estava realmente fazendo a diferença.
Eu já ia desligar quando eu olho pro chão.
Havia as roupas da minha esposa jogadas ali nas tábuas de madeira.
As peças de cima, calcinha, sutiã. Tudo. Era a muda que ela estava vestindo da última vez que eu conversei com ela. Como se a Sarah tivesse se trocado pra estar na festa.
Isso não me soa bem.
Acho melhor eu ir dormir.
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Eu estava em uma cabana de madeira na selva de noite.
E quando eu vejo a minha esposa em roupas tribais dos nativos entra. A Sarah estava com pano de algum couro marrom nos seios como uma fita. E uma saia de palha curta.
Só que ela não veio sozinha.
Atrás dela vinha um guerreiro da tribo a acompanhando pra dentro do barraco de madeira.
- Tawe... Taw... Taw... Taw...
A minha esposa só balbuciava isso com uma respiração pesada. Como se ela estivesse febril e passando mal. O rapaz abriu a porta e ia guiando a minha esposa cambaleando como se estivesse bêbada ou doente.
Aquilo no sonho me soava familiar. Eu já havia visto isso antes em algum lugar. Quando foi mesmo?
E me vem o estalo.
- Caralho!! Foi quando a curandeira deu aquele chá e curou a dor de cabeça dela!
Eu não possuía corpo e nem presença física pra falar. Era como se eu fosse uma alma presa dentro de um jarro mágico. Então meu grito no pesadelo não foi escutado pelos dois. Minhas súplicas eram inúteis.
E então o negro indígena para na frente da Sarah.
E começa a beijá-la.
- Pare com isso!! Seu maldito selvagem!!
O guerreiro da tribo começa a tirar a roupa da minha esposa e ela não resiste. Os olhos dela estava semiabertos e parecia que seu corpo reagia aos estímulos externos de uma forma automática. Como se ela estivesse em um transe psíquico de um feitiço.
- Isso não pode ser real! Alguém me tira daqui!
Ao terminar de tirar a roupa da Sarah o homem tribal a joga na cama e sobe em cima dela com determinação. O nativo então força as coxas dela e abre completamente as pernas da minha mulher em uma posição com os joelhos altos e dobrados.
O selvagem começa a meter e a comer a minha mulher enquanto eu sou obrigado a presenciar esse inferno astral.
- Eu quero acordar!!! EU QUERO ACORDAR!!!
Mas não dava.
E pra piorar, como se uma mão maligna pegasse o meu pote de vidro onde eu estava trancado e me levasse a outros pontos, em uma feitiçaria sádica que me faria ver a cena em vários ângulos.
E eu me movo até finalmente parar perto do rosto da Sarah. Eu já não conseguia ver o guerreiro da tribo selvagem, só o rosto da Sarah e seus seios balançando com as estocadas dele.
Eu já estava certo de que aquilo não era mais só uma das minhas alucinações baseadas em ciúmes e preocupações como nas missões anteriores. Dessa vez era real demais. Eu via o amuleto com todos os detalhes; eu conseguia olhar as gotículas de suor na pele dela e sentir o hálito denso enquanto ela respirava forte naquele frenesi.
Eu sabia que isso não era um sonho ou pesadelo.
Seja lá quem for, desde o início estavam me transportando pra esses momentos. Não eram como premonições do futuro ou revelações do passado. Esse vodu sinistro me forçava a ver o presente da minha esposa. Eu sabia que nesse exato instante esse guerreiro tribal africano estava fazendo sexo com a minha Sarah em uma casa tosca de madeira no meio da selva.
- Taw... Taw... Ta...
A minha mulher ainda gemia e tentava falar algum nome.
- Tawe... Tawe...
E ela finalmente consegue.
- Taweret.
E como se aquele nome fosse a senha que abre um cofre de banco ou o gatilho que o dono da magia negra queria me mostrar, a minha jaula espiritual me vira pro teto e começa a girar.
- AH!!!!!!!
E eu acordo.
Eu estava na minha casa em Londres deitado e encharcado de suor e tremendo de frio.
Mas a mensagem deles foi recebida.
Taweret.
Eu preciso saber o que é isso.