A Deusa Taweret - Capítulo 7 - Banho Quente

Capítulo 7 – Banho Quente

Na manhã seguinte eu ligo pra minha esposa.

Conectando...

Conectando...

- Oi, querido.

A Sarah atende com uma aparência completamente destoante da sua versão febril e doente de ontem.

- Nossa. Você está bem melhor.

- Sim. Eu dormi e acordei sem dor da cabeça e sem aqueles calores.

Ela realmente parecia nova em folha.

Mas enquanto ela estava na chamada ela tentou levantar e arrumar a sua cama.

O corpo dela estala todo e ela para.

- Nossa. Dormir de mal jeito. Meu corpo está todo doído e cheio de câimbras.

A Sarah teve treinamento e estava acostumada a dormir em acampamentos no chão.

Como que agora ela fica toda quebrada se estava dormindo confortavelmente em uma cama?

E então eu lembro da cena bizarra de ontem a noite quanto estava bisbilhotando o quarto dela.

- Amor...

- Que foi, querido?

Eu não podia compartilhar o que eu vi na webcam, mas ainda sim eu tinha que tentar saber o que aconteceu.

- Alguém passou ontem na sua casa? Pra saber se você estava melhor? – Tomei todo o cuidado pra minha fala e meu tom não insinuar nada contra a fidelidade dela.

Sarah estreita os olhos pensativa e vai se lembrando.

- Olha. Não. Eu tomei o chá e o chefe disse que se precisasse de algo era só chamar. Aí você me ligou e conversamos um pouco. Mas foi só isso. Durante toda a tarde pra noite eu fiquei suando e respirando pela boca tentando me acalmar. Meu corpo estava desesperado em busca de algo e eu não conseguia entender o que era. E eu só me lembro de acordar agora toda doída. Devo ter me remexido tanto na cama que fiquei assim.

Remexido.

Eu lembro dela no Skype de joelhos na cama arfando e dando gritinhos curtos enquanto subia e descia e se tremia como se estivesse em um transe febril.

E a sombra dentro da sombra embaixo dela.

- Tudo bem. Deixa pra lá. E qual será as novidades do seu dia?

A Sarah fica vermelha como um tomate.

- Olha... Eu estou precisando é de um banho...

Eu caio na gargalhada.

Realmente nessas missões a minha esposa podia ficar dias sem poder se lavar por completo e ela sempre ficava puta com isso. Não é porque ela é inglesa que isso significa ser porca. Ela tinha herdado da mãe o hábito nipônico de banhos quentes em saunas japonesas.

- Relaxa. Faz sentindo. Você chegou em um lugar novo; organizou uma escola improvisada; ficou doente e tudo mais. Você não teve tempo.

- Pois é. Mas vou aproveitar hoje esse lago e me banhar nele.

Na hora eu imagino a minha esposa pelada no lago no meio da selva africana tomando banho.

- Amor. Esse lago é isolado de tudo mesmo?

A Sarah sorri.

- E o seu ciúme ataca novamente. Eu estou bem longe da vila. Essa é a missão mais confortável, segura e tranquila de todas que já fiz. Você está se preocupando demais como sempre. Os nativos já não deram sinais claros de que são carinhosos?

E essa era o problema com essa tribo em específico.

Antes eles eram hostis ou no mínimo neutros perante a presença dela e a Sarah tinha que se tornar amigável e ganhar a confiança e o amor dos indígenas gradualmente com o decorrer das semanas.

Mas porque dessa vez era diferente?

Nessa comunidade tribal eles já eram amigos e já adoravam a Sarah e faziam de tudo por ela.

Mas por quê?

Qual era o motivo disso?

Quando a esmola é muito o santo desconfia.

- Sim, amor. Você está certa. Vai lá cuidar da sua vida. E boa aula hoje.

- Beijos, querido.

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Pensei que ficaria sem nenhuma notícia dela por um tempo.

Mas poucas horas depois o Skype toca com uma mensagem.

- Amor, pra você não sentir a minha falta.

- SARAH.JPEG

Ela envia uma selfie nua na água em uma pose sexual. Um de suas mão estava tirando a foto e a outra tapando o mamilo direito.

Minha esposa é muito gostosa.

E eu já ia me tocar com a foto quando eu olho pro canto da foto.

Havia um par de pernas pretas cortadas na foto.

- Amor, quem é essa pessoa atrás de você?

- É uma criança. As mulheres tomam banho juntos com as crianças.

- Mulheres? Achei que você iria tomar banho sozinha no lago na frente da sua casa.

- E eu ia. Mas eu levei minha toalha, xampu e sabonete pro centro da vila e perguntei ao chefe da vila se era saudável me banhar no lago. Eu já viajei pra lugares onde peixes entram em uretra ou bactérias causam infecções mortais.

- Cruzes, entendi. E o que ele falou?

- Ele disse que tem um lugar aqui com uma fonte termal natural. E que as mulheres e as crianças tomam banho lá. A água tira as maldades da alma e prepara o corpo da mulher pra ter saúde e cumprir suas funções junto a tribo. Foi isso que o chefe da vila me disse.

Mais daquele Vodu religioso doido.

Contudo eu sabia que a minha esposa era louca por banhos quentes e ela só ignoraria aquele papo furado do líder tribal.

- E como você chegou aí?

- O Zabu me trouxe e foi embora. Quando eu terminar irei acompanhar uma das mulheres até o vilarejo e de lá eu vou pra minha casa. Revigorada pra aula.

- Tá bom, amor. Se cuida.

- Eu sempre me cuido. O final de semana dos indígenas é amanhã. Depois eu te explico. Portanto eu não darei aula e poderei falar com o nosso pequeno.

Era uma quarta-feira.

Mas ok.

Não vou discutir.

É melhor aproveitar essa folga futura dela.

- Tudo bem. Vou chamar o moleque amanhã. Até mais, amor da minha vida.

- Beijinhos, querido.