Dividindo casa, depois a cama – Final

Um conto erótico de JorginhoG
Categoria: Homossexual
Data: 10/05/2020 22:33:04
Última revisão: 10/05/2020 23:09:50
Nota 10.00

Primeiramente, você que acompanhou esta história desde o começo devia estar crente que eu nem voltaria ao site para terminá-la. Peço desculpas por isso!

Agora, se você acessou ela pela primeira vez, as outras partes estão disponíveis no meu perfil. Espero que goste, avalie e comente! Obrigado.

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Tentei resistir, ser racional, me afastar. Me desvencilhar dos braços fortes que tanto me atraíram desde o primeiro dia... Ou imaginei ter tentado e simplesmente sucumbi. Como uma vadia? Como uma destruidora de namoros? Como o que for, ora. Não tive força alguma para não cometer aquela traição. Agora sim. A neura de Vandersson havia se tornado a mais pura realidade!

Juliano me beijou com vontade, com aquela fome reprimida de sexo bem feito. Nossas línguas matavam a saudade uma da outra, enquanto nossas mãos lutavam com nossas roupas. Nos entregamos aquele desejo louco ali mesmo, no sofá.

Juliano me pegava com força, empurrava o meu corpo com o dele e lambia meu pescoço e minhas orelhas com vontade, me dominando mais uma vez. Pensando melhor, por mais que eu tentasse fugir, seria em vão.

“Tem que ser a última vez”, argumentei comigo mesmo em pensamento. “Não vou virar puta de cara que não consegue largar o namorado! Vai ser a última e tem que ser perfeita”.

- Pega gel. – ordenei.

- Eu não tenho! Vai no cuspe. – retrucou ele.

- Não sou o arrombado do seu namorado! Vai no meu quarto, que tem na prateleira de dentro do guarda-roupa.

Ele me apertou muito, crente que me convenceria:

- Mas...

- Vai logo, - não dei chances – ou eu vou parar, Juliano.

Ele entendeu e foi correndo, se tropeçando todo. De quatro, empinei bem meu rabo e gritei:

- Pega esse óleo de amêndoas aí também!

Juliano voltou rápido. O encarei. Gel numa mão, óleo de amêndoas na outra. O pau apontando pro teto, olhos meio atônitos e a boca aberta, encarando minha bunda pra cima. Estava um tesudo infiel realmente irresistível. Desabafou:

- Cara, você me deixa louco... – e caiu de língua no meu toba, deixando os dois recipientes caírem também, só que no sofá. Sua fome me levava ao delírio e me fodia por dentro das pregas. Eu as piscava forte, revirava os olhos, gemia alto.

Me virei de frango assado, pois queria encará-lo e realizar meu fetiche. Juliano deu mais algumas chupadas no meu cu, saco e pau. Se afastou rapidamente para pegar o gel e uma camisinha escondida na roupa (canalha e prevenido, eu sei). Ao mesmo tempo que ele a vestia e nos besuntava com o gel, eu lambia seus músculos. Peguei o óleo. Ele riu, entendendo:

- Essa tua mente pornô é igual a minha, caralho...

E passei demoradamente em seu peitoral, bíceps, tríceps, coxas, panturrilhas. Tentei alcançar as costas, mas ele me segurou contra o sofá, urrando grosso e pulsando a pica. Depois, pegou o óleo, jogou um pouco na minha barriga e peito e se esfregou em mim. Quase gozei ali mesmo! Nos beijamos e nos abraçamos profundamente. Me perdi naquele momento. Senti minha alma se desprender e nossas peles se fundirem em uma só. Juliano me comeu gostoso, mas, pra mim, estava sendo muito mais que sexo. Eu estava me entregando totalmente, pela primeira vez na vida. Amava aquele homem. Sim, amava. Ao ponto de perder a cabeça, de contrariar minhas novas convicções. Eu não estava transando com um cara compromissado só por putaria, como fazia tempos atrás. Estava entregando meu corpo ao macho que meu coração burro escolheu. É cafona, eu sei, mas é como se eu estivesse fazendo amor... Ainda que fosse errado, sim, era amor.

A cada estocada que meu rabo levava, cada apertão que ele me dava e a cada gemido que nossas bocas coladas impediam, sentia que aquele sentimento aumentava. Não quis parar de beijá-lo, pois tinha medo de escutar outra frase do tipo “Cara, você me deixa louco” ou “Essa tua mente pornô é igual a minha”. Aquilo só reafirmaria que eu era uma fraqueza carnal pro Juliano, enquanto, pra mim, ele era tudo.

Do nada, ele interrompeu o beijo, mas continuou a penetração. Tentei puxá-lo de volta:

- Não para!

- Não vou parar! Só quero respirar, lindo...

“Não faz assim”, pensei. “’Lindo’ é coisa de quem gosta.”

- Vontade de ficar assim a noite inteira!

“Não, chega!”, imaginei e disse:

- Né... Vem cá!

Voltamos a nos beijar, enquanto a gente fodia e eu repetia mentalmente mil vezes que o amava, que era dele, que nunca tinha feito tão gostoso com ninguém. Que ele era único pra mim, mesmo que eu não fosse pra ele. E durou muito. Sem querer me gabar pela elasticidade do meu esfíncter ou enaltecer em excesso o fôlego do Juliano, nós transamos por muito tempo naquela noite.

O sofá acabou imundo de óleo, lubrificante, suor e porra. Nos encaramos exaustos, perdidos, meio envergonhados. Mas acabamos nos beijando carinhosamente quando acabou. Dormimos um pouco, ali mesmo, desajeitados, porém abraçados. Jamais vou esquecer desse momento.

Acordei antes, meio enjoado. Levantei, peguei meu óleo, meu gel, minhas roupas e fui pro quarto. Em seguida, tomei banho. Minha bunda ardia com a água, minha cabeça latejava de dor e eu... sentia um vazio enorme. Chorei um pouco. Por que doía tanto? Não o meu rabo. Digo, meu rabo doía também. Mas aquele sentimento, que tanto tinha reprimido, e que agora era tão óbvio, doía forte dentro de mim. Eu sabia que Juliano não deixaria o Vandersson da noite pro dia. Ela já tinha tido essa oportunidade e deixado passar. E isso me machucava.

Terminei o banho rapidamente, engoli uma dipirona e caí na minha cama.

Na quarta, amanheci outro. Livre, leve. Liberto daquele sentimento que, até poucos dias, negava até a morte. Havia colocado um chifre na cabeça de alguém, o que me incomodava, mas havia sido fiel comigo mesmo. Engraçado que, em algum momento, eu havia cogitado que seria divertido cornear o Vandersson. Enfim.

Recebi o convite pra uma entrevista bem interessante no dia seguinte, o que me fez rir sozinho enquanto tomava café. Olhei ao meu redor. Notei que Juliano tinha limpado o sofá. Vi o sol batendo nas janelas. Aquele apartamento era tão perfeito...

Na horas seguintes, Juliano puxou assunto comigo via Whats, o que me deixou desconfortável.

“- Tá tudo bem com você??

- Está, sim. E com você?

- Tudo bem... Nos vemos a noite?

- Acho que sim.

- Blz!”

Não era normal ele surgir do nada perguntando se eu estava bem. Como colegas de apartamento, nossas conversas costumavam ser mais diretas. Constatei que a gente deve ter muito cuidado com o que deseja, pois se apaixonar pode ser bem complicado. Aquelas mensagens vagas só confirmaram a decisão que, horas antes, eu havia tomado.

- Se mudar daqui?! – foi a reação de espanto de Juliano, quando nos encontramos à noite.

- É.

- Mas... por quê? Você gosta daqui, certo...? Tá pesado o valor?

- Não, imagina... O valor é superacessível pra região, Juliano, mas é que...

“Eu te amo, cara. E não posso suportar a ideia de você só me ver como o roommate que você fode quando seu namorado nega fogo.”, pensei rapidamente. Continuei falando:

- ... vai fazer mais sentido se eu morar na região central e...

Ele me interrompeu:

- Mas você disse que tem um monte de agência na região do Itaim, que não é longe daqui...

- Pode ser. É que...

Eu estava me enrolando e ele percebendo. Juliano se aproximou:

- Diz que não é por causa do que rolou ontem...

- E se for?

Então ele se aproximou mais, me segurou pelo ombro. Me estremeci, desejei que ele dissesse que também me amava, que tinha largado do Vandersson de uma vez por todas. No entanto, ele apenas disse:

- Fica, Guto...

- Cara, a gente traiu teu namorado. Você acha isso certo?

- Lógico que não! Só que... - ele ficou ofegante, olhando pra minha boca – o que rola entre você e eu é tão... tão gostoso, Guto!

- Mas é errado! – exclamei, me afastando.

Fiquei de costas pra Juliano, pois senti meus olhos arderem, a voz embargar, e não queria que ele percebesse.

- Você tem razão... Mas não é motivo pra você se mudar daqui! Eu sei que não é certo o que a gente fez ontem...

O xinguei horrores mentalmente, me recuperando do quase choro. Voltei a ficar de frente pra ele, que terminou:

- ...então..., é só a gente não se pegar mais, Guto! Prometo não te procurar pra falar de sexo, nem fazer nenhum tipo de provocação... – Juliano olhou no fundo dos meus olhos - Se você não tem nenhum motivo além desse, não vai embora! Guto, você não percebe o quanto eu gosto você...?

“Como amigo”, pensei.

- Como amigo... – ele disse, meio sem jeito - Você é importante pra mim, cara!

Enxerguei tristeza genuína naquele olhar. Todavia achei melhor enfeitar um pouco a narrativa:

- Eu tô indo embora porque... eu gosto de... – empaquei.

- De alguém? – ele me questionou desconfiado.

- É! – arrematei – Gosto de alguém e morar com você, sendo que a gente já trepou várias vezes, não é boa ideia. Melhor eu me mudar! E é isso. – fui saindo, rumo ao meu quarto - Boa sorte na busca por outro morador aqui.

E fui, sem olhar pra trás. Fechei a porta do quarto e comecei a chorar, resmungando sozinho:

- Porra, que saco essa choradeira, hein, Guto... Que saco amar você, Juliano!

A entrevista foi um sucesso. O aviso da contratação veio logo na sequência! Eu começaria no início do mês seguinte, o que foi muito positivo na minha vida naquele momento, principalmente na decisão de me mudar. Edinho e outros amigos mais chegados tentaram ao máximo me fazer mudar de ideia.

- Conta pra Juliana marombeira que você a amaaa! – declamou a poc, num bar da Rua Augusta, quando saímos beber naquele final de semana.

- Jamais! Vou levar esse segredo na mala pro apartamento em Santa Cecília.

- E tem homem bonito lá também?

- Não! Vou morar com bichas iguais a você!

- Tá me chamando de feia?

- Não. Mas é melhor garantir que a história não vai se repetir, né!

- Seu ridículo!

Rimos alto.

- Ah, não... – Edinho mudou de feição, olhou por cima do meu ombro e cochichou – Qual a probabilidade disso acontecer...?

Percebi na hora e o encarei cochichando também:

- Juliano e Vandersson tão aqui?

- E a Rique também.

Suspirei fundo. Edinho forçou um sorriso.

- E aííí? – era o Rique.

Nos cumprimentamos muito. Juliano e eu fingindo naturalidade – e, putaqueopariu, como ele tava gostoso -, Vander com falsa simpatia e os outros dois viados salvando a noite. Felizmente, após algumas frases, Juliano e Vandersson apenas pegaram um litrão, dois copos e saíram. Senti meu olho arder, mas passou rapidamente, tomando outra golada de cerveja barata. Rique sentou com a gente, esperou eles se afastarem e me encarou:

- Eu sei de tudo, Guto!

- Eu também sei... – disse Edinha, mais afeminada e bêbada que o normal.

Fiquei mudo e vermelho.

- Já fiz minha parte. Dei um sermão de mãe no Juliano! E digo mais: – ele também estava alto – Você devia insistir. Lembra de uma vez que eu fui lá no apê, com o Samuel? A gente já tava cantando essa pedra. Caras legais como o Juliano costumam namorar caras chatos como o Vander. É um equilíbrio quase natural. Só que ele só valoriza o Ju quando percebe que eles estão se afastando! E o Vander te odeia desde sempre porque vocês dois juntos têm muito mais a ver...

- A gente já sabe disso tudo – Edinho se meteu -, só que o maromba só tem atitude na cama... Na vida, ele vem com esse mimimi que o Vander é o cara certo, que traz segurança... Sendo que, pra quem tá de fora, é óbvio que não!

- Por isso o Guto devia insistir! – interrompeu Rique.

- Parem de falar de mim na terceira pessoa! – me impus, enfim - Eu não vou me humilhar pra boy compromissado, gente... A atitude teria que partir do Juliano em terminar o namoro, não deu fazer alguma coisa. Chega desse assunto e vamos pra alguma balada!

- Agora eu gosteeei! – berrou Edinho.

- Tá bom. – respondeu Rique - Vem comigo que é sucesso!

Música alta, drinks gostosos, homens fortes e viris, outros nem tão viris assim, mas igualmente tesudos. A noite estava ótima! Dançamos e curtimos. Rique e Edinho já chegaram passando o rodo. Eu não estava muito a fim, mas trocava olhares e batia papo com vários boys. Cheguei a pegar o Whats de dois deles. Quando Rique terminou de se pegar com um cara, voltou pra falar comigo no bar. Inocente, eu exclamei:

- Valeu por deixar seu casalzinho de amigos pra vir com a gente!

- Mas quem disse que eu deixei eles?

Ele começou a rir da minha cara.

- Eles estão aqui?! – me toquei.

- Sim! E eu fiz isso de propósito! – ele estava trêbado - Espero que você e o Juliano se resolvam, se peguem na frente da Vander e fiquem juntos de uma vez!

- Você anda assistindo muita Netflix, Rique! – falei irritado, me afastando.

Fui parar num dos banheiros da casa. Só tinha eu de cliente ali, junto ao faxineiro que estava dando um trato no local. Me observei no espelho, pensando em ir embora... quando Juliano apareceu ali:

- Olha só! – ele agia naturalmente.

- Eu não sabia que vocês vinham pra cá também...

- Nem eu! Mas que bom... Nossa segunda e última balada morando juntos.

- É...

- O cara de quem você gosta veio também?

- Veio – fui sincero -, mas não estamos curtindo juntos.

- Entendi.

Fiquei meio reflexivo:

- Confesso que apesar de curtir caras como você... na cama...

Ele riu, me cortando:

- Defina caras como eu...

- Você sabe! Fortões, personais... sei lá! No cotidiano, eu tinha um pouco de preguiça.

- Caras que malham demais são chatos, né? Eu reconheço.

- Mas você estava sempre com pressa e de bom-humor ao mesmo tempo. Me deu várias dicas sobre o bairro, a cidade ou até do que assistir... Você é um autêntico paulistano, mesmo não sendo de nascença.

- E mesmo você depois de você descobrir que, por trás do meu corpo, existem sentimentos, uma personalidade paulistana e um cérebro também, você quer se mudar lá de casa...

“Porque eu te amo, seu cego!”

- Mas já que estamos bêbados e abrindo nosso coração – ele continuou -, saiba que eu também achava caras como você uns chatos.

Eu ri de nervoso:

- Como assim?

- Publicitários, formados em comunicação... Rolê de nerd!

- Nerd? Publicitário adora festa, bebedeira...

- Cantar Legião Urbana numa noite de sexta... – ele interrompeu.

Voltei a rir.

- Vou sentir demais a sua falta, Guto! Vê se não some da minha vida...

Eu estava tremendo. Ele emendou:

- Eu... te adoro, cara! Me dá um abraço?

O encarei e não reconheci aquele olhar. Ao mesmo tempo que tinha safadeza, tinha algo... algo que eu não podia traduzir naquele momento. Achei melhor evitar:

- Sem contato físico é melhor, não acha?

- Droga! – ele fechou os olhos, coçando a cabeça - Se eu fosse solteiro, te agarrava aqui mesmo!

- Banheirão é crime! Eu chamo o segurança, hein? – era o faxineiro.

Tinha esquecido dele ali:

- Me desculpa, moço. Ele só tá brincando!

Juliano ficou de olhos arregalados. Eu saí dali rapidamente. Não nos vimos mais por alguns dias.

No dia da mudança, eu corria contra o tempo. Malas feitas, objetos pessoais socados na mochila junto com o note. Juliano ofereceu ajuda, mas neguei o quanto pude.

- Cara, são várias malas. Eu desço com você e te ajudo a colocar no Uber. – insistiu.

Olhei pra quantidade de malas e pro tamanho dele. Afinal, aqueles braços perfeitos não serviam só pra fetiche:

- Ok. Já que quer tanto, pega a preta que é mais pesada.

- Eita... – ele se espantou ao pegá-la – Tem chumbo aqui?

- Tem meus novos alteres e uma caralhada de roupa pra inverno.

Descemos meio sem jeito. Evitei ao máximo ficar sozinho com ele desde a sessão desabafo na balada. Após colocarmos todas as coisas no Uber, Juliano se aproximou de mim, deu seu sorriso bobo, que eu tanto amava, e pediu:

- Desculpa por ter estragado tudo!

- Você não tem culpa de nada. Bom... Talvez da última vez, mas eu errei também e... vida que segue!

Então, ele me abraçou, desajeitado, apertado, sincero:

- Se eu pedisse, você não ia deixar.

Me afastei:

- Tem razão. Se cuida!

- Você também!

Entrei no Uber com a voz embargada, buscando na minha cabeça mil filosofias e frases feitas que pudessem me consolar naquele momento.

Era feriado de Corpus Christi. Aproveitei a emenda de sexta e passei dois dias com minha família, em Pontal do Sul, no litoral paranaense. Apesar das praias de Santa Catarina serem melhores, tínhamos parentes lá e promovemos um grande reencontro. Adorei ver meus primos e tios espantados ao saber que, em poucos meses, eu tinha arrumado um emprego numa grande empresa, na minha área, estava ganhando e morando bem em Sampa.

No sábado à tarde, resolvi ir sozinho pra Ilha do Mel. Sempre adorei pegar a balsa e ir admirando a paisagem... e as malas dos machos também, não vou negar. Como não estava muito quente, o movimento era fraco, o que também me agravada. Queria descansar sem o fervo da alta temporada.

O sol estava começando a ficar mais baixo, lindo demais. Lembrei de uma cena de novela e coloquei Same Mistake, do James Blunt pra tocar no Spotify. Pode ser cafona, mas o momento que a Marjorie Estiano reencontrava e perdoava o Dalton Vigh numa praia, no final de Duas Caras, tinha marcado profundamente minha juventude.

Lá estava eu, curtindo o sol e a bad vibes da música, quando o barulho de um violão meio desafinado atrapalhou meu momento. Olhei em volta, buscando algum grupo de pagodeiros, que sempre surgia pela ilha, e...

- Quais as chances...? – me perguntei, abismado.

Era o Juliano, sozinho, tentando afinar seu violão. Ele também me viu e reconheceu, mudando completamente de semblante:

- Ei! Guto?

- Ei! – respondi, tirando os fones, respirando fundo.

Ele deixou o violão na cadeira, levantou e correu até mim, me abraçando. Quase morri do coração sentindo aquele corpo, só de sunga. Pensei que nunca mais teria aquela sensação. Ele parou, sorrindo bobo, como sempre:

- Caralho! Quais seriam as chances da gente se encontrar numa praia do Paraná, sem nem combinar?

- Mínimas! – respondi rindo – Você tá bem?

- Tô bem! E você? Tá gato, hein!

Eu usava camisa de manga longa agarrada e uma bermuda que valorizava minhas coxas. Tinha voltado a malhar em academia, já que meu emprego dava direito a gym pass, e os resultados já estavam aparecendo. Minha barba estava em dia, mesmo sendo feriado.

- Valeu. Você também... - “Caralho, eu ainda te amo pra cacete...” completei em pensamento.

Antes que caísse em tentação ali mesmo, indaguei:

- E o Vandersson?

- Deve estar bem... na casa dele ou da mãe.

A cara de Juliano era natural, com uma ponta de deboche:

- Nós terminamos, Guto. Pra sempre. Eu juro!

Meu coração bateu forte na hora, igual de um adolescente romântico bobo. Entretanto, minha resposta foi hostil:

- Você não precisa me jurar nada, Juliano...

Ele ficou meio graça:

- Eh... E o cara de quem você gostava?

- De quem eu ainda gosto... – resmunguei.

- Tá com você aqui na ilha?

- Está. – fui sincero

- Legal...!

Juliano mal disfarçou a decepção ao acreditar que realmente existia outra pessoa na minha vida. Imaginei que ele devia estar doido pra me comer, se aliviar e realizar alguma fantasia na praia. Questionei:

- Você veio sozinho?

- Vim. Tava precisando ficar só...

- Estou atrapalhando?

- Você nunca me atrapalha, Guto! – ele respondeu me encarando.

- Hum... – já criando esperanças, sugeri - Então dá uma passada na pousada em que eu vou passar a noite... Te mando o endereço no zap, pode ser?

- Manda! – respondeu animado.

Nos despedimos e nos afastamos. “Eu sou um idiota de ainda te dar moral, Juliano. Quando eu piscar, já vai ter me enrabado e voltado pro Vander, como sempre...”, me julguei mentalmente.

Era umas 19h. Tinha acabado de tomar uma ducha caprichada, após um banho de mar na água gelada. Coloquei uma roupa confortável, que, modéstia à parte, me deixava um gato. Queria mostrar pro Juliano que eu realmente estava bem! Logo, ele mandou mensagem dizendo que estava a caminho.

Saí na frente da pousada, ansioso. O vi se aproximando, gatíssimo como sempre, de shorts curto e camisa florida agarradíssima, trazendo cervejas numa mão e um saquinho de papel na outra.

“O safado percebeu que estou sozinho e tá trazendo camisinha? Bom, talvez seja maconha”, elucubrei um pouco. Afinal era praia!

- E aí? – falei de longe.

- E aí? – ele sorriu bobo.

Nos aproximamos e nos abraçamos. Seu perfume estava delicioso.

- Posso entrar ou você está acompanhado agora?

- Não estou, não. – achei graça mentalmente - Entra.

Caminhamos até meu quarto. Juliano abriu duas cervejas, me deu uma e bateu sua lata na minha:

- Ao nosso reencontro não planejado!

- Isso! – respondi, com um riso idiota.

- Te trouxe um presente.

- O quê?! – perguntei surpreso.

- Não vai rir... – ele disse rindo, me entregando o pacotinho.

Eu abri o pacote e o meu sorriso ao mesmo tempo:

- Um colar de artesanatovez você vi você compartilhar um meme de publicitários pensando em largar tudo e viver da arte aqui na praia! – ele bebia com afinco - Como as coisas estão dando certo no seu trabalho, acho que o máximo que você vai fazer, na verdade, é usar a arte feita na praia.

Eu ri feliz:

- Sim! Você tem razão... Obrigado... – completei em pensamento – “meu amor!”

- Imagina! – ele sorriu mais bobo que o normal.

Comecei a beber rápido também. O clima era completamente diferente. Não morávamos mais juntos, ele estava solteiro – mesmo que fosse temporariamente. Não dava pra saber exatamente o que ia acontecer, mas eu precisava de álcool pra me dar coragem pro que fosse.

Conversamos, rimos, nos atualizamos. Ele continuava morando sozinho. Após terminar a terceira lata, Juliano pareceu desconfiado:

- Não gostou do colar?

- Claro que gostei!

- Posso colocar em você?

“Pode colocar o colar, o pau, a boca... o que quiser em mim, Juliano. Eu te amo, não adianta!”, pensei rapidamente, já alegrinho. Respondi:

- Claro. Vem cá no espelho...

Ele ficou do meu lado, olhou pro meu reflexo, aproximou suas mãos cuidadosamente, abrindo o colar. Colocou no meu pescoço, agora observando minha orelha. Pude sentir sua respiração. Arrepiado, fechei os olhos.

- Você gosta mesmo de alguém, Guto?

- Gosto! – respondi abrindo os olhos, encarando pelo espelho – E a pessoa de quem eu gosto tá aqui, na ilha... comigo. Agora!

- Putz... – ele começou a rir, deixando seus braços descansarem sobre meus ombros – Era isso que você estava tentando me dizer... Eu sou um idiota! Como eu não percebi, caralho...

- Que a pessoa de quem eu gosto é você?

- Que a pessoa de quem EU GOSTO é você, Guto!

Ele nos virou de frente um pro outro. Nossos perfis frente a frente faziam reflexo no espelho. Fiquei atordoado.

- Eu amo você, Guto! Amo, tá entendendo? Descobri isso logo que você saiu lá de casa e posso provar...

Ele pegou seu celular do bolso e começou a me mostrar anotações com data do final de abril e começo de maio:

- Eu ia te procurar! Eu juro! Só não sabia como. Olha... “Guto, sei que não é o melhor jeito de dizer, mas tenho medo de você não querer me ver pessoalmente e com toda a razão... mas eu te amo! Me apaixonei por você de verdade, muito mais do que um dia eu gostei do Vander”. Olha essa outra: “Oi. Guto, tudo bem? Passando pra dizer que é verdade aquele ditado manjado que diz que a gente só dá valor depois que perde... porque eu precisei perder você pra perceber que me apaixonei...” Chegava na hora de mandar e eu travava! E tem minhas conversas com o Rique e outro amigos também...

- Chega! – eu ri de nervoso – Não sou esse cara neurótico que precisa de provas... eu acho! Eu também fui um idiota de não perceber e não lutar por você antes. E, droga! Eu queria ter dito primeiro!

- O quê?! – ele estava bem perdido.

- Que EU AMO VOCÊ, Juliano! Amo você pra caralho, cara! Nunca fui um santo, tive um monte de caso com cara compromissado... com mulher, no caso. Não que faça diferença! Mas com você parecia errado e eu não entendia o porquê! Só que depois eu entendi... Me apaixonei por você no dia a dia da nossa convivência! Eu te amo, droga!

Então nos beijamos forte, encharcando nossas línguas de saliva, aquecendo ainda mais aquele quarto abafado de pousada, nos abraçando, nos tocando. Nos amando! Enfim entendemos que nossa química não era só carnal. Era o mais puro e genuíno amor, que agora podíamos sentir sem culpa.

Sem desgrudar um do outro, afastamos nossas bocas e nos fitamos com admiração.

- Caralho... – Juliano riu – Eu sou muito lerdo, né?

- Eu também não fui um gênio nessa história... Mas meu amor por você é sincero, Juliano!

- O meu também, Guto... Eu te amo, ouviu?

- Também te amo...

- Te amo! – ele gritou – Eu te amo, caralho!

Rimos juntos, meio emocionados, meio bêbados e totalmente apaixonados. Nos olhamos no espelho.

- Até que enfim, caramba! – ele cochichou no meu ouvido.

- Até que enfim, Juliano..., meu amor!

Voltamos a nos beijar e caímos na cama. Agressivo no melhor sentido, ele arrancou minha roupa com as duas mãos. Beijou meu corpo, lambeu minha pele, disse que era macia, deliciosa e que a amava. Fiz ele se livrar do shorts e arrebentei um botão da sua camisa. Exibido, Juliano se alisou, pegou minha mão e fez eu apertá-lo com força:

- Issso, meu Guto! Meu!

- Seu... Huuuum! – chupei seu bíceps direito - Só seu, Juliano! – depois, o esquerdo - Huuuum!

Continuei pelo seu corpo todo com loucura e entrega. Nossos paus estavam quentes, duros. Passei cabeça do meu pelo biquinhos dos mamilos dele. Depois, esfreguei nas suas axilas.

- Você é um pervertido, meu amor! – ele disse, me encarando.

- Sou! Aaaah! Sou teu amor pervertido. Quer?

- É o que eu mais quero na vida! Faz na panturrilha também, faz?

- Faço em você inteiro!

Passei meu caralho babando pelas panturrilhas dele e lambi e seguida.

- Issooo! Vem cá, Guto!

E me tascou outro beijo faminto, ficando por cima de mim. Chupou meu rabo demoradamente, quase me provocando um orgasmo anal. Pegou uma camisinha em sua roupa e perguntou:

- Tem gel?

- Tenho! Tá na minha nécessaire.

- Prevenido, hein?

- Olha quem fala!

Ele riu bobo pegando o tubo. Passou em mim delicadamente. Depois, enfiou os dedos sem dó. Gritei com a cara enfiada num travesseiro, de dor e prazer. Ele brincou muito com minhas pregas, me beijando na nuca, me dominando, como sempre.

- Eu te amo! – sussurrou no meu ouvido.

- Eu também! – sussurrei beijando-o, enquanto ele continuava a me alargar.

Em seguida, veio a foda. A consumação do nosso amor! Juliano meteu igual um macho acasalando. Botou bronca mesmo, como se quisesse engravidar meu rabo. Fizemos comigo de bruços, depois frango assado, em cima da cômoda, contra a parede do quarto. Era muita vontade guardada. Muita lenha acumulada que botamos pra queimar naquela noite. Ele gozou duas vezes. A segunda, na minha boca. Bebi tudo sem medo algum. Era o leite do meu dono. Também esporrei gostoso na cara dele, e ele lambeu o que pode. Tive espasmos pelo corpo inteiro. Selamos aquilo tudo com um beijo, dividindo nossos sabores e trocando declarações de amor.

Acordei no meio da noite, sentindo sua boca envolver meu pau, já endurecendo novamente. Abri os olhos e Juliano estava me encarando, mostrando todo seu prazer naquele boquete gostoso. Gemi grosso quando ele passou a lamber e a engolir minhas bolas. Safado e absolutamente consciente do corpo que tinha, Juliano subiu em cima da cama, virou de costas pra minha cara e fez uma pose clichê - mas que eu amo - de bodybuilder. Deixou rabão redondo contraído, depois empinou e abriu com as mãos:

- Faz muito tempo que ninguém passa por aqui.

- O Vander era só passivo, né?

- Ahaaam – respondeu dando uma leve rebolada.

- Pega camisinha e gel.

- Tá, mas dá uma chupada antes, né?

Não precisou dizer duas vezes. Dei um banho de língua no bundão gostoso e suado do meu Juliano. Ele respirava fundo, se libertando, subindo e descendo. Meu pau parecia que ia explodir antes mesmo da penetração, porém me segurei como pude. Enfiei um, depois dois... E não coube mais nenhum dedo:

- Apertadinho, hein?

- Tá vendo? Tava esperando você, meu Guto!

- É...? Safado!

Dei uns tapas. Ele pegou a camisinha, o gel, me preparou e se posicionou. Senti a bunda do meu macho se abrindo toda pra mim. Ele reclamou:

- Caralho! Essa picona aumentou, é?!

- Calma, lindo. São só os 19 cm de sempre!

- Só? Aaai...

- Tem certeza que você quer?

- Tenho! Aaah... Acho que foi tudo.

- Foi sim.

- Mete, Guto!

- Meto...

Ele gemeu gostoso. Comecei o entra e sai. E não parei mais até encher aquele cu sarado de leite quente. Dentro da camisinha, obviamente. Isso só foi mudar depois de algumas semanas, quando fizemos exames. Enfim, tudo dentro dos conformes.

Como eu disse lááá no começo, esta história talvez não tenha nenhuma novidade. Se o Juliano fosse solteiro desde o começo, talvez tivesse sido tudo mais rápido e previsível. Não renderia uma lauda. Se a gente não tivesse ido pra praia no mesmo dia, talvez demorássemos mais ainda para ficar juntos. O modo como as coisas acontecem é que marcou a nossa vida.

Voltei a morar com ele, agora como namorado, em outubro de 2016. Passamos a dividir não só a casa, mas a cama e todo o resto. No começo do ano passado, resolvemos casar de papel passado, com festa e tudo. Chorei mais que qualquer noiva hétera ao vê-lo cantando Quase Sem Querer, todo desafinado, mas arrasando no violão, ao final da cerimônia. Com ajuda de um cliente da agência na qual trabalho hoje, fechamos uma balada. Comemoramos, dançamos e bebemos a noite inteira, com direito a sexo no banheirão - que não foi bem um banheirão, já que o lugar estava fechado e limpo pra nós. Ora, nem todo fetiche precisa ser realizado literalmente, né?

FIM


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Comentários

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11/05/2020 16:26:58
parabéns pelo final
11/05/2020 10:00:29
❤❤
11/05/2020 04:20:36
Muito fofo
10/05/2020 23:22:54
Aiiiii, Eu nunca imaginava que você ia voltar, mas fico muito contente e feliz que voltou, e que vocês deram super certo! Muita felicidade pra vocês ❤️
10/05/2020 23:06:45
Nossa achei que não teria continuação mas curti o desfecho


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