CASAMENTOS ABERTO - COMO TUDO ACONTECEU
Mais do que um relato, o que vamos contar abaixo é uma espécie de confissão. Somos Lene e Carlos, um casal da classe média paulistana, profissionais liberais, maduros, temos filhos criados que já não mora conosco, estamos na faixa dos 50 anos, saudáveis, dispostos ao trabalho e a viver a vida com tranquilidade. Esta é a nossa história e de como passamos a ter um casamento aberto.
Esperamos que nosso relato ajude outros casais a encontrarem nesse caminho um novo modo de encarar a sexualidade, especialmente na maturidade. Esta é uma narração a dois, portanto, vamos ora ter trechos que Carlos narra e outros que a Lene narra. Os fatos narrados são de certa forma modificados, para mantermos nosso sigilo, mas em essência são reais.
Carlos narrando:
Tudo começou comigo, há uns 5 anos. Acabei me apaixonando por Sonia, que estava se separando, foi uma paixão dessas que só os que são flechados por cupido podem entender.Tudo aconteceu de repente, numa viagem de negócios que fiz, pelo destino eu e Sonia sentamos no avião lado a lado e foi natural uma conversa, íamos para a mesma cidade, ambos por razões profissionais e estaríamos hospedados no mesmo hotel. Chegamos ao final da tarde, tínhamos compromisso no dia seguinte e foi natural nos convidarmos para jantar juntos, no hotel mesmo. Podem imaginar o que aconteceu. Fisgados pela paixão tivemos uma noite de amor louco. Depois de retornarmos a São Paulo, passamos a nos encontrar, de minha parte eu sempre tinha um álibi, em função de viajar muito a trabalho.
A separação da Sonia era litigiosa, o marido dela não aceitava a separação e viviam tempos tumultuados. Ele passou a segui-la e não foi difícil nos flagrar juntos entrando num motel. Eu estava com meu carro e não foi difícil para ele, pela placa, conseguir o telefone de casa. Ligou para a Lene, nesse dia quando chego em casa encontro Lene no sofa, tinha chorado muito e me contou tudo. Meu mundo caiu, o marido da Sonia estava me ameaçando de morte. Foi o fim da relação com a Sonia, somente depois dela se separar definitivamente, após dois anos de um processo judicial voltamos a nos ver, mas eu havia prometido à Lene que jamais iria traí-la de novo. Nunca deixei de amar a Lene. Alguns anos se passaram, sem novidades. Eu mantinha um contato com a Sonia, mas sem encontra-la pessoalmente, era mais uma amizade, é claro que carregada de desejos que nós reprimíamos.
Lene narrando:
Foi um duro golpe para mim, saber da traição do Carlos, fiquei desnorteada, felizmente conseguimos poupar nossos filhos do envolvimento na situação triste que vivemos. Eu perdoei o Carlos, sei do amor dele por mim. Mas não escapei de procurar uma psicóloga. Nas sessões com a psicologia fui entendendo o que tinha acontecido conosco. Ela me falou da paixão, um sentimento em geral trágico, me fez assistir um filme Tristão e Isolda, e me deu para ler o livro WE, de Robert Stanford, que trata da paixão que vem do grego - pathos - ou seja doença. Assim, tudo que aconteceu de ruim, acabou fazendo com que eu e o Carlos crescêssemos melhor como pessoas.
A vida foi voltando ao normal e nos tornamos um casal mais afetuoso, mais aberto a discutir nossos desejos. Passamos a viajar mais sozinhos e ter momentos de amor e carinho.
Mas a vida é imprevisível. Um dia no Facebook, num grupo de amigas de colégio, acabei reencontrando o Edu, um ex namorado de adolescência, por quem tive uma paixão. Ele estava separado, após ter sido traído. Passamos a conversar por e-mail, eu mais procurava consola-lo do sofrimento que estava passando, mas foi inevitável surgir entre nós um sentimento mais forte e sem percebermos, a paixão de adolescência ressurgiu. Entrei em parafuso e mais uma vez, fui para a psicóloga, agora uma outra, pois, não tinha muita coragem de voltar à anterior. Após saber de tudo que tinha acontecido, me disse que talvez o Carlos ainda tivesse sentimentos pela Sonia que provavelmente estavam sendo reprimidos e que eu não devia reprimir meus sentimentos pelo Edu. Ela me fez ler artigos e alguns livros da Regina Navarro, psicanalista que fala do CASAMENTO ABERTO.
Eu, estava dividida, o amor que tenho pelo meu marido e a paixão pelo Edu, depois de muito refletir, resolvi conversar com o Carlos.
Procurei preparar uma ocasião especial, fomos num fim de semana para nosso apartamento na praia, preparei um jantar romântico, um peixe ao forno, uma champagne.
Carlos narrando.
Nesse tempo em que eu me relacionava por email com a Sonia, que vivia uma vida com mais liberdade, saindo com amigas, viajando e até mesmo se relacionando com outros homens, eu acabei descobrindo que, o fato da Sonia se envolver com outras pessoas me excitava. Passei a imagina-la namorando, transando com outras pessoas. Foi uma descoberta que a principio me chocou, mas que fui aceitando e passei a fantasiar situações, aos poucos, acabei envolvendo a Lene nessas situações. Eu estava descobrindo o prazer de ser um marido liberal. Passei a assistir filmes eróticos em que casais se envolviam em swing, ménage, em que maridos até mesmo estimulavam as esposas a terem amantes fixos.
Mas mant8ve esses desejos, só comigo, nunca comentei com ninguém.
Lene narrando:
No jantar que preparei a sobremesa seria eu revelar ao Carlos que estava apaixonada pelo Edu. O fato dele saber o que é uma paixão me deu segurança para me abrir com ele.
Contei tudo que tinha acontecido a partir do reencontro com o Edu, contei que até agora tínhamos somente nos falado por email, mas eu tinha desejo de encontra-lo pessoalmente.
Não foi surpresa o fato de Carlos ter compreendido os meus sentimentos e a situação. A champagne parece que teve um efeito de soro da verdade.
Carlos me confessou que estava tendo desejos de ser um marido liberal e chegara mesmo a fantasiar situações em que eu tinha relações com outra pessoa.
Fiquei chocada, surpresa, tive uma descarga de adrenalina, sei la o que. Fui percorrida por enorme excitação, e senti que Carlos também, não falamos mais nada, simplesmente nos entregamos à mais louca transa de nossas vidas. Deixamos a mesa como estava, carregamos a champagne, bebemos as ultimas taças e nos amamos. de um modo diferente.
Nos entregamos a fantasias, eu e o Edu sendo amantes e a Sonia entrou em cena, pois acabamos nos imaginando os 4 juntos, como se eles fossem marido e mulher.
Tínhamos quebrado todas as barreiras, adormecemos depois de exaustos de tanto nos entregarmos um ao outro totalmente.
Carlos narrando. O day after.
Acordamos ainda embalados por tudo que tinha acontecido, tivemos a conversa que jamais esqueceremos. Abrimos nosso casamento foram mais de 3 horas de conversa, sem sairmos da cama, e ao final, transamos mais, nos entregamos às fantasias, parecia que éramos dois jovens alucinados pelo desejo.
Durante o dia caminhamos pela praia e parece que uma nova vida tinha começado para nós.
A Lene iria encontrar o Edu e eu iria procurar a Sonia, aceitamos que cada um tivesse um relacionamento amoroso sem que isso abalasse nossa relação, que ao contrario, parecia mais forte do que nunca.
É isto que temos a contar, esperando que, nosso depoimento ajude alguns casais a abrirem seus casamentos, quebrem os tabus que a sociedade nos impõem e sejam felizes.
isto não que dizer que vivemos num paraíso, existe um ciúme latente entre nós, mas transformamos esse ciúme em combustível para nossa relação. Tem dias que nos sentimos mais amantes do que marido e mulher.
Não sabemos qual será a reação dos leitores, estamos ansiosos por comentários, dependendo deles seguiremos com os relatos das nossas aventuras de um casal aberto.