Pé de Moleque (Caçula) - Parte 7

AVISO: ESTE É UM CONTO GRANDE!

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ASCENSÃO

Enquanto Renan e Didi se reencontravam no sul do país para matar as saudades acumuladas no peito, a manhã de terça-feira também foi bastante diferente do que João esperava, a partir de tudo que aconteceu no dia anterior. Deitado na cama de casal, ele mal abriu os olhos e teve que lidar com o maravilhoso peso de uma aliança dourada e bastante simples no dedo anelar. Assim que se lembrou de que agora era noivo, rapidamente vieram à mente as lembranças do bar, do encontro com Ota e da defesa feita por Jennifer, nova melhor amiga de sua ex-mulher. Automaticamente veio a memória de um sargento aparecendo e reagindo com extrema violência ao descobrir o que estava acontecendo naquele beco externo do estabelecimento em inauguração. Mas o desfecho acabou sendo muito positivo, até porque, foi por conta de todas as situações vividas nas últimas semanas que aquele anel dourado estava presente ao redor do dedo, enchendo seu peito e seu corpo de responsabilidades, amores e prazeres de uma vida que começaria a ser vivida de acordo com o planejado: junta. O professor João despreguiçou o físico magro, esticou os braços para cima e gemeu conforme a canseira foi sendo eliminada da cama de casal.

- Huummmmm!

Suspirou profundamente, se preparou para jogar o corpo para o lado e sentir o enorme peitoral rígido e quente do amante, agora noivo e futuro marido, oficialmente falando. De casório programado e tudo mais, com aliança no dedo e até padrinho e madrinha em mente. O pai de Aurora chegou a sorrir por conta de tantas sensações boas logo pela manhã, mas foi só nesse momento que, jogando o braço para o lado onde Ângelo dormia, João se deparou com um espaço não somente vazio, como também frio, ou seja, além de não estar por ali, seu marido certamente já havia saído há algum tempo, caso contrário o espaço deveria estar ao menos morno, então não pareceu uma simples ida ao banheiro.

- Anjo? - ele chamou.

E aí sentiu um cheiro leve, mas ao mesmo tempo denso ao redor do quarto. A parte mais próxima da porta estava com bastante fumaça branca e concentrada, que foi fazendo aquele maravilhoso balé e se diluindo, transformando vapor em algo que os olhos não podem ver, mas os pulmões e narinas captam de longe. Um odor natural e misturado a algo queimando. Além da fumaça, o sopro vindo diretamente de trás dela, onde havia um poltrona, bem no cantinho do cômodo do quarto do casal. Nesse assento estofado, uma figura de silhueta bem marcada, grande, com a perna jogada pra cima do braço do sofazinho, bem à vontade, largado como se tivesse sido jogado ali e deixado daquele jeito, naquela posição desleixada e sem qualquer educação, pudor ou respeito.

- ANJO? - o professor aumentou o tom de voz. - Isso é..

Aspirou pesado, fez a cara de desgosto e levantou devagar, tentando desfazer os vapores à sua frente com as mãos em movimento. Sem pressa e querendo entender o que estava acontecendo ali, João abriu as janelas e permitiu que o ar ficasse pouco mais limpo, só que o militar sentado no canto do quarto prosseguiu fumando e exalando mais e mais fumaça densa e de odor caracteristicamente natural e orgânico, apesar de carbonizado pelo fogo aceso na ponta do cigarro.

- Maconha? - a voz de Ângelo saiu um pouco grossa, de repente pelo fato de ter acordado há pouquíssimo tempo e ido fumar aquilo que soube que o marido não gostava.

O professor ia caminhar até ele, mas o militar respondeu rápido e o impediu.

- É sim. Por que tu não senta aí pra gente bater um papo?

Respondeu falando tão normal que deixou o noivo sem entender, mesmo com o timbre ainda de poucos amigos. João se preparou para desobedecer e andar até ele, o rosto já fechando e reunindo as forças necessárias para contestá-lo e tentar entendê-lo.

- Anjo, eu não acredito que-

- Tô mandando tu sentar, Fessô. Vai me fazer falar duas vezes? Senta de volta nessa cama que a gente tem que ter uma conversinha.

O corpo magricelo não soube o que fazer, mas sentiu que a melhor escolha era obedecer, nem que fosse para tentar compreender. No automático, mas ainda cheio de questionamentos e um frio certeiro na barriga, João sentou de volta ao colchão e continuou com os olhos focados na imagem escurecida e apagada do marido no canto do quarto. Ao perceber que a ordem foi cumprida, Ângelo finalmente preparou as pernas grossas e se levantou devagar, vindo em direção ao amado. Quando chegou à luz incidente pela janela aberta do cômodo, o gigante se fez totalmente visível. Veio com uma cadeira de madeira e a colocou na frente do professor, porém com as costas viradas para ele. Sentou-se todo marrento nesta mesma cadeira, cruzou os braços por cima do encosto dela e nem parece que teve dificuldade de caber num móvel tão minúsculo ante ao poder e corpulência de todo o físico concreto e trabalhado dentro do quartel.

- Anjo, você-

- Shhhh! - o sargento usou o grosso dedo indicador nos lábios para exigir o silêncio.

Os olhos pequenos e vermelhos, mas não menos taxativos e ditadores. Pareceram armas fuzilando o corpinho do pai de Aurora, que não soube como sairia daquela situação, daquele impasse que já fora motivo de brigas no passado. Pra completar, estava descalço, com os pezões no chão, porém vestindo uma calça do quartel, com a típica camuflagem em tons verdes e outras cores para lembrar a mata.

- Eu tô de licença até semana que vem, Fessô. Por isso tô fumando um, que nem antigamente, e isso não vai me viciar, pode ficar suave.

João tentou compreender, mas foi difícil, já que detestava qualquer tipo de droga, principalmente as ilícitas. Quando ele conheceu o ex-aluno rebelde que se tornou seu atual marido, o moleque ainda era um viciado que precisava de ajuda, por isso o comportamento era rebelde, de alguém revoltado com a vida e que por isso se entregou ao uso de substâncias. Qual era o motivo de agora?

- Mas pra te passar a visão legal? - fez tom de pergunta. - Tô fumando pra não ficar pistola contigo, porque tu é um vacilão!

Só então o pai de Aurora percebeu que o milico estava usando o linguajar de cafuçu mandão, e não o de macho disciplinado com o qual já havia se acostumado. Ou seja, Ângelo estava não somente falando sério, como seu motivo para fumar era autêntico, ele realmente não se sentia contente e estável.

- O que e-

- Shhhhh! Hoje tu não fala nada, Fessô! Tá me escutando? - aí puxou mais fumaça, tragou e o timbre da voz mudou, por conta dos enormes pulmões carregados. - Hoje tu só vai ouvir, seu puto!

Fez a mão em formato de arma e apontou o dedo no meio da testa do amado, como se pudesse mesmo matá-lo ou oferecer qualquer perigo aparente à vida dele. O contato da pele grossa e negra com o tecido fino e claro do corpo de João foi como um raio rasgando os céus e perfurando as nuvens acima deles. De fato, as luzes do sol foram bloqueadas e os dois olharam pela janela ao mesmo tempo. O vento soprou frio e violento, carregando dali a fumaça da maconha e levando para o longe. Ângelo, sargento experiente da infantaria e da cavalaria, olhou para a própria mão e imaginou um revólver, entregue ao efeito inicial da erva. A onda trouxe um gosto doce à boca, uma vontade de fazer uma atrocidade qualquer com aquele que estava diante de si. Ele tava chapado, mas tinha um ponto.

- Trec! - ainda fez o som como se puxasse o cão da pistola, que é aquilo que todo mundo costuma pensar que é o gatilho. - Tu tá muito perdido, Fessô!

Gatilho na verdade é o que se puxa para disparar, enquanto Ângelo apenas simulou ter preparado a arma para executar o disparo. Outro relâmpago do lado de fora, mais vento passando e o tempo fechando de verdade.

- Primeiro que tu me deixou dormir quando voltamos pra casa. - começou a explicar, deixando o marido com cara de dúvidas. - Segundo que já pisou na bola.

O pai de Aurora não conseguiu se segurar.

- Ué, o que você queria que eu fizesse? Até parece que eu ia t-

- Shhh ! Shh! Ô! Já não mandei tu fechar essa matraca, João? - interrompeu. - Tu não tem direito de resposta!

Puto, o professor cruzou os braços e franziu a testa.

- Que brincadeira é essa, Ângelo?

O outro fechou ainda mais a cara de pouquíssimos amigos. Os clarões continuaram a refletir no céu escuro, gerando dois contrastes: o do céu negro com os flashes brancos e o das sombras temporárias dos homens discutindo dentro do quarto. Os flashes ainda iluminaram a silhueta do sargento em alguns momentos, completando o clima amistoso dentro do recinto, cada vez menor a ambos.

- Brincadeira, Fessô? Tá pensando que eu tô de caô contigo, seu puto?

Ele puxou mais uma carga grande de fumaça, deixou que os alvéolos realizassem as trocas gasosas e sentiu o calor da maconha se espalhando pelo corpo, arrepiando a pele e trazendo um milhão de relaxamentos diferentes. Do corpo, da mente, da alma, do espírito, das responsabilidades, de tudo. Ao redor, mesmo com a tempestade se armando no céu escuro, o mavambo sentiu total resiliência, aí decidiu brincar com isso.

- Levanta e tira a roupa, João! - mandou.

O outro ia começar a resmungar, mas Ângelo bateu o pé firme no chão e ainda gesticulou com a mão, exigindo ser obedecido.

- LE-VAN-TA e tira logo essa roupa, Fessô! Não vou mandar outra vez! - quase grunhiu. - Se eu tiver que levantar pra tirar, vou rasgar essa porra toda, tá me escutando?

Muito contrariado e nervoso, João não quis que ele aumentasse ainda mais o tom de voz, então consentiu e foi tirando a blusa devagar.

- Anda logo, porra! Tá demorando por que?

O pai de Aurora acelerou o processo e em seguida se desfez da samba canção que usou para dormir, ficando completamente nu e exposto diante do marido. O corpo franzino e todo no lugar, meigo aos olhos de seu macho, que teve que sorrir ao se deparar com a pele fina bem próxima. Ele até mostrou os dentes, fazendo questão de apalpar a mala entre as pernas e girar o dedo no alto, feliz com o que era seu bem diante de si.

- Dá uma voltinha pro teu homem, dá?

Só então João começou a entender até onde aquilo ali estava se dirigindo, ciente das reais intenções do marido. Na verdade, parando para pensar, ele só não entendeu de começo porque acordou e não encontrou o amado ao lado, então a imagem de paz e equilíbrio estabelecida no reencontro da noite anterior pareceu temporariamente afetada. Mas não, ali estavam ambos, um induzindo o outro a se entregar, se permitir por completo. O professor então foi girando devagar, fazendo questão de empinar um pouco o corpinho e mostrar o que Ângelo tanto queria ver.

- Você gosta? - perguntou manhoso.

- Eu me amarro! - a resposta foi como um rugido. - Teu homem se amarra!

De costas, João sentiu o militar soprando a fumaça da maconha em seu corpo, como se estivesse entrando num batismo para o mundo dele. Não fumaria o baseado, mas estava indiretamente em contato com o THC, tanto na respiração quanto na pele. O hálito quente o deixou arrepiado, então não quis reclamar do uso da droga, apenas aproveitar seu efeito no físico do noivo.

- Mas tu sabe do que eu tô querendo saber? - Anjo continuou a falar.

E antes de deixá-lo dar a volta completa, levantou e usou o corpo para empurrar João contra a parede atrás deles. O movimento repentino fez João se assustar de leve, mas Ângelo o imprensou contra o cômodo e impediu que saísse de seu comando profissional de macho chapado. O cheiro de erva dominando a ambos, a tensão sexual latejando, a mão em forma de arma apontada na cabeça do professor e a boca falando no canto da orelha, ora incitando, ora mordiscando e grunhindo palavras indecentes.

- Andei batendo um papo com aquele putinho do Caçula antes de voltar pro Rio, Fessô! E ele disse umas coisas que eu não gostei nem um pouco, tá ligado?

A mente do professor pareceu uma âncora sendo puxada violentamente do chão do oceano, trazendo consigo tudo que estivesse no meio do caminho, metida em muitas milhas de profundidade, além do que permite a realidade. Puxada com tanta força do fundo, a memória veio tão rápido que quase saiu da boca para fora. Renan com certeza havia contado da massagem feita em seus pés. Ângelo sabia da massagem, essa informação doeu em seu corpo e também na mente, ele quase gemeu.

- Mas eu não fiz na-

- Shhhh! - o cafuçu insistiu em cortá-lo. - Tu não vai se defender, seu viado!

Sorriu mostrando as presas e mordeu o pescoço dele com força, arrancando gemidos de dor e prazer, arrepios e mais nervosismo. A ponta do dedo suspendendo o queixo do amado, ainda na forma de revólver para baleá-lo a qualquer momento. No céu, duas massas de ar prestes a entrar em colisão. E desse choque, viria a queda de toda a água precipitada, resultando na chuva.

- Não vou te dar direito de resposta, porque foi isso que tu fez comigo. - riu debochado e agora beijou o marido na boca, para que ele não tornasse a falar.

As línguas se cumprimentaram e João cedeu ao beijo, entendendo que era um preço justo, muito embora Ângelo tivesse parecido mais complacente na noite anterior. Então ele ainda guardava ressentimentos, mas pelo visto eram sensações físicas, não tanto sentimentais. Ou de repente o sentimento estivesse.. no ciúme? Não pode ser!, pensou o professor.

- Só de pensar que tu me enganou e foi na casa do Renan entregar esse corpinho pra ele..

Tampou a boca do marido com uma das mãos e a outra permaneceu o fazendo de refém, numa deliciosa imprensa contra a parede do quarto. Aquilo tinha tudo para ser um acerto de contas final, porém os rumos que os levaram ali conduziram, na verdade, para a completa ascensão de todas aquelas peças dispostas no tabuleiro, independente de em qual posição estivessem. O jogo tinha que continuar, então foi isso que foi feito, o baile seguiu.

- Eu tô ligado que tu vai dizer que foi só uma massagem, Fessô. Mas pra mim foi o meu mundo querendo ser invadido por outra pessoa. Tu sabe como eu defendo o que é meu, né? - afirmou, grunhindo nas orelhas do amante. - Mas não tem caô, não. Pra tudo tem um preço!

O trovão cortou as nuvens e foi dando energia aos céus para fazer chover. Não somente isso, parece que as descargas elétricas também exaltaram o comportamento do cafuçu em terra. O baseado já havia acabado, a corrente sanguínea era puro THC sendo transferido ao seu organismo, mas a mente estava em chamas, doida para pôr as mãos naquilo que estava diante de si. Brincar não era apenas prazeroso, também requeria controle e calma para se chegar no objetivo, Ângelo soube bem.

- Não tô gostando disso, Anjo! - João tentou deixá-lo na dúvida.

Mas sentiu a coxa sendo suspendida pela mão exigente do marido mandão, ao mesmo tempo que o ombro foi mordido e ensopado de saliva quente e doida para ser inserida em sua pouca carne. O dedo indicador da outra mão ainda mantendo a ponta do queixo suspensa, preparado para disparar a qualquer momento.

- E não é pra gostar mesmo, Fessô! Se fosse pra gostar, eu já tava montado nesse lombo, seu puto! - a erva o deixou mais sincero do que o usual. - Eu tô pistola porque tu não botou fé em mim. Tu num falou que eu era teu macho, João? Se o teu macho diz uma coisa, tu tem que acreditar e ponto final. Se esqueceu das vezes que falei que odeio ser o maluco que diz que em casa a gente conversa? E que não gosto de falar duas, três vezes?

O noivo ficou incrédulo com aquela reclamação.

- Mas eu..

- Eu tô ligado, Fessô, tô ligado. Tu ficou aqui no Rio sozinho, passou uns maus momentos e foi atrás de mim. Tá certo, nunca vou reclamar disso. Só que quando tentei te dar o papo, tu não quis escutar. Virou as costas pra mim e saiu batendo o pé que nem criança. Isso que me irritou!

Só então o cafuçu suspirou e fez uma pausa, que ainda assim durou pouco tempo, bem breve, não deixando o marido se defender.

- Eu perdôo tudo, já disse que sou amarrado na tua, sabe colé? - mudou o semblante para o ameaçador e franziu as sobrancelhas. - Só que hoje..

Apertou o queixo do magrelo com o a ponta do dedo, obrigando a suspender ainda mais a cabeça. Imprensou o corpo no ventre dele e sarrou de um lado para o outro. Disse enquanto afundou o nariz em seus cabelos, aspirando todo o odor de quem está em apuros, sem saber o que dizer, acuado que só.

- Hoje o meu papo contigo vai ser sem amor e sem sentimento, Fessô! - apertou o rosto dele e mordeu a orelha pra machucar mesmo, enfiando o linguão pela pele morna do amado e sentindo seu gosto levemente açucarado, como se fosse uma sobremesa, um doce. - Então tu se prepara pra rodar e comer na minha mão, seu viado!

A piroca envergada na calça pulsou, atritada na marra contra a perna de João, que chegou a ficar bambo com aquela pressão quase que engolindo sua presença e existência ali, entre o mavambo e a parede. O suor começou a escorrer, até que as massas de ar colossais colidiram nos sete céus acima das cabeças dos dois ali. Da descarga proveniente, o trovão rasgou a atmosfera e veio quebrando o ar em várias camadas verticais e horizontais de ar, uma penetrada por dentro da outra, abrindo espaço em direção ao solo, onde a carga elétrica era oposta. As moléculas, tanto as do corpo do professor quanto as de oxigênio e hidrogênio dispersas na estratosfera, foram atravessadas drasticamente por uma diferença de potencial existente entre o céu e a terra. Já dizia a ciência que os opostos se atraíam, então ali estavam dois sujeitos preparados para si. Ângelo apertou o gatilho e o raio caiu bem próximo.

- BOOOOOM!

No mesmo balaio, tiroteio ou apenas o tempo nublado? João se sentiu no país das maravilhas, prestes a pegar.. FOGO!

- Olha pra mim, Fessô!

Usou as mãos para segurar o rosto fino e observá-lo bem de perto, nariz com nariz. Os dedos brincaram de escorregar, puxar e agarrar aquela pele sedosa como se fossem rasgá-la a qualquer momento, tal qual um papel facilmente manipulável e em seu domínio.

- Marca bem a minha cara, porque essa é a cara do teu homem, tu tá vendo?

João quis beijá-lo naquele momento, mas se controlou e nem se preocupou em responder, já que sabia a intenção real do marido. A rola ainda ereta na perna, mexendo devagar de um lado para o outro, ficando cada vez mais rígida e incabível dentro da calça de estampas camufladas. Até que o movimento se tornou de baixo para cima e vice-versa, com direito ao saco comportando duas bolas enormes sobre a coxa do professor, atritando e mostrando o que ele poderia esperar para daqui a pouco.

- Hoje eu não respondo por mim, João! - alisou novamente a face do magrelo e mordeu-lhe o pescoço, bem no encontro com o ombro. - E muito menos pelo que pode te acontecer, tu tá ligado?

Fincou os dentes na pele do outro e mordeu com vontade, penetrando com força na carne amornada por sua própria baba e hálito. Os sais minerais da dentição promoveram um choque térmico quando encontraram com a diferente temperatura das entranhas do professor. O sangue vazou no maior ato de violência carnal e intrusão passional, ao mesmo tempo que as unhas de João percorreram as costas musculosas e torneadas de seu sargento preferido e lhe arrancaram as milhões de células num caminho da nuca até o cóccix.

- SSSSSS!

- Hmmm!

Os corpos se encaixaram e mexeram no mesmo movimento sinuoso e harmônico, a boca de um com o gosto do ferro do organismo do outro, enquanto os vários meses de rotina militar eram fisicamente rasgados por sob os dedos apaixonados e intrusivos de um professor perdidamente apaixonado, mais agora do que nunca.

- Vou te lembrar quem foi o moleque marrento que tirou tua virgindade, Fessô!

As línguas se encontraram e deram início à violência usual de sempre, agora nutrida pela vontade demasiada de se possuírem, em corpo, mente e alma. Espírito, se é que dá. Os dois abraçados e se redescobrindo lentamente, o cheiro de maconha ainda empesteando o ambiente e deixando João muito à vontade para que tudo que Ângelo quisesse fazer fosse, de fato, feito.

- O milico disciplinado que te fez andar na linha!

O sargento cheirou o cangote do amado e o fez obedecê-lo naquele mesmo sentido, suspendendo o braço para que lambesse suas axilas torneadas de cima a baixo.

- Tu esqueceu quem era o teu mestre, foi esse o meu mal. Mas fica tranquilão que hoje vai ser só pra tu se lembrar disso, Fessô! Pode apostar!

Os dedos se entrelaçaram assim como as línguas, numa deliciosa dança de escorregar, deslizar e roçar entre as peles e carnes. O toque foi quase tão úmido quanto as bocas, as coxas entraram também no meio das outras e ambos os colos encontraram sintonia, virilha com virilha, corpo colado no corpo. O movimento, a imprensa contra a parede, a respiração ofegante, tudo isso só aumentou o tesão e a paixão incandescente escorrendo entre os dois amantes. Um mar de lava quente que foi produzida como se ali existisse um vulcão, estando este rodeado por carregadas nuvens de uma futura tempestade.

- BOOOOM!

Raios. Trovões. Colisão de massas de ar. Ou erupção? Talvez as ciências biológicas precisassem de uma nova definição para a ascensão natural que ali estava acontecendo. A ordem do que era conhecido como fenômeno da natureza até então não conseguiria fazer jus ao tamanho envolvimento explosivo e crescente no encontro entre aqueles dois corpos tão diferentes e acumuladores de experiências opostas. A mão do sargento desceu pelas costas do professor e os dedos foram se instalando entre as nádegas suadas e úmidas, bastante quentes, procurando espaço e abrigo no lugar pertencente a si. Com pressa, João liberou o membro ereto do futuro marido e permitiu que a vara emperrasse bem no meio de suas pernas, colocando a glande em contato com o aperto das coxas e da carne acalentada pela sarração.

- Ssss! Assim tu me enlouquece, Fessô! Já disse que não respondo por mim!

- Você disse que não era pra eu gostar, ein? Hmmm!

As bocas unidas e se mexendo de um lado para o outro, acompanhadas pelo atrito entre corpos e físicos em total envolvimento. Ângelo e João pareceram peças unidas de um mesmo quebra-cabeça, formando, juntos, a imagem uníssona do que era a mais perfeita ascensão em conjunta do mesmo casal que todos já conheciam. A renovação, um novo sopro de ar fresco. Antes de tudo ficar bem, foi necessário que todas as coisas quase se perdessem no nada, para que só então o gostinho doce da compensação realmente fizesse valer a pena. O relacionamento não era o mesmo de antes: ainda bem! Ele estava mais forte do que nunca, capaz de superar mais desafios. Isso significaria que dali para frente seria tudo mais fácil? Não, viver jamais é pedir por facilidades. Viver, na mente daqueles amantes, era simplesmente ser resistentes. Estar junto ajudava muito nisso. O militar mordeu o lábio inferior e virou o professor de costas para si, colando novamente o físico preparado nele. O pênis entrou entre as nádegas e escapuliu por cima, deixando o saco cheio encostado na entrada do ânus.

- SSSS!

- Safado, tá doido pra matar a saudade, né? - o milico ainda ousou perguntar. - Vou te mostrar o quanto eu senti a sua falta, Fessô!

Apontou a mão na cabeça dele e os dois sorriram ao escutar o barulho da chuva caindo forte do lado de fora, externo ao apartamento onde era o lar do casal até ali, a cama funcionando como o verdadeiro ninho da paixão e do prazer, onde ambos estariam acalentados muito em breve, já que estavam de pé e imprensados na parede. O pau do sargento roçando na pele escorregadia de suor e temperatura elevada, o rosto do mais velho contra a tinta branca do cômodo e as pernas bambeando um pouco pelo nervoso do tranco do quadril impaciente de seu amado, doido para consumi-lo, consumá-lo, sumi-lo e em seguida somá-lo. A paixão se mistura à metáfora e perdem-se os sentidos.

Sendo assim, basta que nós mesmos os encontremos e os redefina. Entre a estante de livros e o armário de roupas do casal, que ficava sazonalmente vazio, por conta da ausência de Ângelo, ambos ascenderam. Juntos. Conectados. Com as mãos insistentes prendendo as ancas, ajeitando o ângulo ideal para o amor e a ponta da glande sendo arrastada, pressionada, tragada, inserida lentamente no botão que era a marca anal do professor João, retorcido em seu próprio eixo de rotação, ao mesmo tempo que se encontrava praticamente enterrado na parede, só para dar o máximo possível de si à situação.

- SSSS, isso! Hmmmm! - gemeu.

Ele sabia que dar prazer aquele macho militar significava alimentar chamas da fogueira que esquentava a si mesmo. Assim, em questão de segundos poderia ter que correr das labaredas avançando violentamente. As mãos quentes e os dedos inflamados do sargento não paravam de tentar atravessar a carne, impor ordens, condições e modos relacionados à satisfação, à consumição, à consumação, ao sumiço e à soma. A paixão se mistura à metáfora e refazem-se os sentidos. Nesse mesmo calor da forja férrea, o ânus cedeu e as pregas cumprimentaram, num delicioso atravessar e acirrar, a tora preta que Ângelo chamava de pau e guardava entre as próprias pernas. O aperto VEIO intenso, forte e repulsivo, mas o amor, a vontade e a paixão, tava tudo ali somado. Então o elástico mostrou porque tinha esse nome e começou a ser contraído, repuxado, em seguida relaxado. Pulsando devagarinho, indo do quase nada até às contraídas mais concentradas, capazes de permitir que o corpo de Ângelo voltasse para dentro do corpo de João.

- Eu tô todinho dentro de você, Fessô! - dançou, pulsou com a rola e mexeu de um lado para o outro, explorando a jovialidade não tão grande assim que o marido possuía no próprio físico, carregado de experiências de vida. - Tá me sentindo? Tá sentindo o teu homem te mexendo, te alargando?

Não o deixou responder, deu um beijo forte e prendeu o fôlego para compartilhá-lo em seguida. A primeira estocada veio firme e envergou o corpo franzino do professor para trás, tendo que ser escorado pela mão impávida, certeira e forte do militar.

- Hmmmm, caralhoo! Sssss!

- Tu falando palavrão? - ele ainda conseguiu rir. - Que delícia, João!

Sincero. Dedos entrelaçados novamente, o ar carregado pelo restante da brisa da erva ali fumada. O assunto veio à tona entre os beijos.

- Lembra quando eu fumava um e tu ficava pistola comigo, Fessô? Lembra do que eu fazia contigo quando tava chapadão?

O outro fez que sim com a cabeça, sentindo o esfíncter se alargando para comportar um sargentão de quase dois metros de altura dentro de si. A passagem foi dada, então a força estava sendo feita.

- Hoje eu te quero bem puto comigo, pra tu se lembrar de tudo que eu quero que tu lembre!

As mãos nos ombros desceram pelos braços e arrepiaram os pelos no caminho. Pararam em volta das finas ancas do professor trintão, ali seguraram a pouca carne e usaram a silhueta como apoio para ir adiante. O quadril faminto do militar torceu para frente, cobrindo a traseira toda do amante, que só fez relaxar e parar onde estava.

- SSSSS! Delícia de atrito, parece um fogo!

- Tu gosta muito dessa queimação, né? Pra tu me sentir todo dentro de você, ó!

Pulsou a caceta e fez a grossa uretra marcada abrir mais espaço pelas pregas pouco enrugadas, todas dando seu máximo para permitir a penetração, a intimidade, a visita íntima e interna de uma tora de dimensões inimagináveis. João poderia jurar que ela era menor quando se conheceram anos atrás, sendo que agora aquele corpo duro e preparado diante de si era constantemente bombardeado por exercícios e diversas rotinas militares seguidas, sem descanso, debaixo de sol e chuva. E agora estava bem ali, atrás de si, ao alcance e ao enlace de suas mãos, luxúria, vontade, coxas e paixão. O fogo! Ele piscou o rabo, de tão real o momento. Carne, ossos e músculos. O ambiente ideal à entrega, por isso João forçou o corpo e se abriu ao marido, jogando os braços para trás e encostando a cabeça no peitoral dele. As mãos do cafuçu entenderam o sinal e foram por baixo do peitoral do professor, subindo em cheio por seus mamilos e brincando de os esfregar, como se pudessem sumir do corpo magricelo a qualquer momento. O toque entre peles de diferentes texturas arrepiou João e o fez ofegar, o rabo lotado de caceta indo e vindo, socando no fundo de suas entranhas para tirar de lá de dentro, à força, o prazer passional e possessivo. No auge dessas sensações, Ângelo puxou o noivo pelo rosto e o encarou fundo, sem deixar de foder um instante e gemendo cara a cara com ele.

- Tá gostando, tá? Eu vou comer esse corpo todo, Fessô! Hmmmm! - rebolou a cintura e foi com tudo dentro, deixando que o coroa sentisse a tora por completa dentro, centímetro por centímetro, pedaço por pedaço. - Caralho, SSSSS! Orhhh!

- Come, vai! - os dentes do outro agora percorrendo pela nuca, lambendo os poucos pelos do pé da cabeça e mordendo o mesmo lugar de onde o sangue escorreu há poucos minutos. - Pode usar que é tudo teu, Anjo! Eu sou todo seu!

Os olhos nos olhos.

- Tu é de quem, João? Não escutei!

- EU SOU TEU, ANJO! Eu sou todo teu!

- Então me promete, vai? - respirou no cangote do outro. - Promete de novo que tu não vai mais duvidar de teu homem! Promete enquanto fode comigo, promete? Assim eu sou capaz de tudo, Fessô! SSSSSS

Os dedos fincaram as carnes proveitosas de João, embora este fosse magro, e injetaram nele seu fogo racional e ao mesmo tempo passional. O desejo, a vontade, a consumação em cima de toda a confiança entre dois amantes, tudo isso estava queimando pelas chamas criadoras acesas ali. Labaredas internas que contrastaram a todo instante com a pancada violenta de chuva do lado de fora do apartamento, só que nem assim eles pararam. Pelo contrário, o suor começou a escorrer e aí foram para a cama, um por cima do outro, corpo no corpo, libido alimentando tesão e vice-versa. A paixão, como uma flor, desabrochando e lançando longe seu pólen, justamente para garantir que mais flores brotassem ao redor. João deitou de bruços e o sargento veio por trás, se posicionando acima dele, sem deixar um segundo de sair do corpo mais velho. Com o peso de um brutamontes militar, o estrado de madeira rangeu e aí eles riram, como se lembrassem das vezes anteriores em que aquela mesma cama havia pedido arrego por causa dos limites sexuais extrapolados. O militar montou no lombo do marido e deu continuidade ao processo de consumação sexual, até o instante onde tombou o corpo para o lado, suspendeu o pé dele com uma das mãos e emendou uma foda bruta, feita agora de ladinho. Os pelos abaixo do umbigo ficaram úmidos pelo suor, até que foram imprensados nas nádegas vermelhas e suadas de João, que sentiu o tesão indo ao máximo, junto com o calor e o nervoso pelo corpo. O ombro queimando pela mordida, tanto quanto as costas malhadas e rasgadas do milico.

- Arhhh, Anjo!! - arqueou o corpo e inspirou fundo, como se tivesse saído de um mergulho de vários minutos seguidos. - SSSS, assim eu não vou aguentar de tanto prazer, caralho! Eu prometo qualquer coisa que você quiser!

O mais novo riu pelo palavrão tirado à força, mas não falou nada, só se ocupou de socar, bater e massagear a próstata do marido pelo lado de dentro, virando para cima os olhos do mesmo.

- Hummmn! Ffff!

- Tá gostoso, tá? Safado da porra, eu vou acabar contigo!

- Então acaba, vai! Acaba mesmo! Orhhh!

O cafuçu acelerou o tranco, segurou o mais velho pelo pescoço e mandou ver na malícia, mostrando o porquê de ser o moleque rebelde de outrora. Chegou a morder a ponta da língua, como se a força feita requeresse demonstrações de intensidade. Os pés de João se torceram e quase que a cãibra veio, os pelos subiram e o suor escorreu como se ambos estivessem prestes a concluir uma maratona, com a exceção de que ali não era disputa. O objetivo foi em conjunto. Dentro de si, o professor teve a sensação de que tudo ficou pequeno e o movimento foi travando. Em riste, as pernas foram obrigatoriamente enroladas nas coxas peludas e negras do amado, se enroscando e deslizando por conta da enorme quantidade de suor, que àquela altura já tinha deixado toda a roupa de cama bem umedecida.

- SSSS, ahnnn! Hmmm, caralho! Arh!

- Hmmmm, que foda gostosa! Que delícia!! Acho que eu nunca mais quero sair daqui, porra! SSSSS!

A glande inchada se alocou entre a parede interna e o pequeno órgão ponto G do coroa, emperrando como se tivesse chegado ao ápice da localização física do prazer. Ali, qualquer movimento pra cima, pra baixo ou pros lados traria ambos à tona em conjunto na paixão, talvez por isso tenham parado e, com muita dificuldade, se olhado mais uma vez antes de ir além.

- Tá preparado pra passar o resto da tua vida do meu lado, Fessô?

Os dedos aninharam a lateral dos cabelos e a boca sussurrou bem discreta. O mais velho sorriu antes de responder.

- Tô preparado pra isso desde o primeiro dia, Anjo!

Os lábios se enfrentaram em fúria e o resto do movimento se deu automaticamente, do jeito que nenhum dos dois havia planejado. A cabeça da tora desemperrou e, inchada e pulsante, se entranhou pela fina musculatura da próstata, dando a João a sensação de que o mundo todo acabou por fora.

- SSSSSSS, isso!!

Os sentidos, as sensações, os sentimentos, tudo isso se desfez. A visão morreu junto com parte da consciência, ele se sentiu temporariamente no espaço, quase à deriva galáctica, exceto pelo fato de que o leite daquela situação não foi cósmico.

- Ooooorhhh! Sssss, aaaarh! Caralho! Ffffff! - o sargento não conseguiu se segurar mais.

Travou o corpo, engatou a última marcha e largou o quadril pra dentro do ânus do marido, que contraiu pelo tranco e deu ainda mais aperto para o clímax.

- BOOOM!

Erupção. A caceta grossa deu a primeira cuspida porracenta de gala lá no fundo do ser de João, arrepiando novamente seu corpo e dando a impressão de que até a coluna vertebral havia sido, de alguma forma, deslocada com tamanha pressão. Ou, de repente, o caldo leitoso e incandescente tivesse sido lançado através de seus ossos, amornando toda a conjuntura e estrutura física que era conhecida até ali. Comunhão e ascensão em um único êxtase. Como se o momento não pudesse ser ainda mais catatônico, a colisão de mundos internos foi derrubando célula por célula daquela carne fina, obrigando o coroa a reagir com a completude de sua própria essência.

- SSSSS!

Entre tantas condensações e sublimações, mais uma vez o sentido SE QUEBROU. Do fogo na cama do casal, a consumação evaporou a umidade e trouxe água à visão de João. Devagar, os olhos retomaram entendimento, assim como o cérebro, e, sem entender nada, ele piscou, fazendo as primeiras lágrimas descerem.

- Ffffff! - o sargento travou o corpaço no dele e foi gozando em golpes fartos e bem gordos de esperma. - Hmmm! sss!

A mão pesada alisou as costas suadas e se preparou para puxar o marido e aplicar mais beijos. No encontro dos rostos foi que Ângelo percebeu o choro do amado, e aí ficou sem reação, apesar de ainda estar na sequência de queda de temperatura, tamanha carga de fluído corporal acabara de eliminar do saco. Os ovos, além de se mexido bastante naquele trabalhão todo, estavam até cansados, dispostos como se tivessem sido deixados ali por alguém preguiçoso. Um pouco surpreso, o sargento retomou forças e falou com o noivo.

- João, você.. Fui eu? Eu te machuquei, né?

Mas não obteve resposta, por isso a preocupação aumentou.

- Fala comigo, Fessô!

- Não! - o outro esperou um pouco. - Não, você não me machucou! É que..

Os olhos do pai de Aurora estavam caídos, mas repletos de felicidade. A visão para o futuro ficou afiada, além de sua posição ali ter feito explodir todas as sensações futuras e presentes de uma só vez. A certeza de João foi só uma: Ângelo. E vice-versa, por isso pareceu bonito pra caralho. E foi.

- Fala, João! Te fiz mal, não fiz?

O coroa não soube como dizer, então preferiu rir e usou a mão para segurar o rosto do marido.

- Eu te amo, Anjo! É só isso!

Os corpos não se soltaram por horas, já que ambos permaneceram deitados durante muito tempo após a transa necessitada e carregada de tensões sexuais latentes pelos últimos meses e semanas. Foi quase como se não tivessem transado no sul, apenas discutido, brigado e parado de se falar, talvez por isso o tamanho do poder daquele laço na cama própria do casal. Ângelo não saiu de dentro de João, ficou alisando o braço do marido com as costas de uma das mãos e admirando a integridade física daquele com quem tanto se preocupara recentemente. Viu a tranquilidade e calmaria no semblante do mesmo e ainda completou aquele vislumbre maravilhoso com a cena do professor também lhe acarinhando, mas o verso da aliança no dedo anelar fazendo parte da carícia. Que delícia de disciplina maravilhosamente bem aproveitada. O recomeço nunca esteve tão mais próximo de suas definições: estava logo ali, diante dos olhos e palpável às mãos.

Apesar de exaustos, nenhum dos dois amantes dormiu. O cansaço sexual foi tão bruto que eles ficaram naquele estado preguiçoso de continuar se olhando, respirando o mesmo ar e trocando algumas carícias, além de várias palavras pequenas, como num papo íntimo sobre o dali para frente. Entre meia e uma hora depois da transa, a porta da sala foi aberta à força e a voz feminina e animada tomou conta do ambiente, chegando fácil até o quarto.

- Ô DE CASA! Chegamos!

Ângelo levantou rápido e foi se vestindo para correr até à sala, como se só ele soubesse o porquê de tanta pressa. João observou aquilo e reconheceu a voz de Cíntia, saindo da cama primeiro e se dirigindo até à porta de entrada. Só quando viu a filha correndo em sua direção que entendeu o porquê do nervosismo do marido. Em suas lembranças, Aurora não havia reconhecido Anjo em uma fotografia, então o momento do reencontro tinha lá sua preocupação, magia e curiosidade envolvidos. O coroa cumprimentou a ex-mulher e Jennifer, beijou a filha na testa e se jogou no sofá. Do quarto, escutou a voz do marido se aproximando.

- Quem é a bebezinha do papai, ein? A mais linda princesa de todas, ahn?

O sargento ficou com os olhos cheios d'água, mas se controlou ao máximo para não transparecer, bem do jeito que mais gostava de fazer. Até a voz não chegou a embargar, de tão disciplinado e controlado. Aurora viu o pai vindo em sua direção e se deixou pegar no colo. Cara a cara, fez o semblante de dúvida e pareceu que ia chorar a qualquer momento, como se estivesse um pouco assustada por aquele contato repentino e aparentemente desconhecido. Cíntia olhou para João no mesmo instante e engoliu aquilo a seco, porém o professor ainda não havia aceitado o desfecho.

- Cadê a minha filha linda, ein? - Ângelo chamou e sorriu, jogando a garota no ar e pegando em seguida.

Mais velha, ela estava maior e consequentemente mais pesada, porém isso jamais seria empecilho para divertir um paizão militar cheio de saudades da família no peito. A mesma família que servia de alicerce para motivar sua disciplina, responsabilidades e motivações para estar no sul. A causa de todo seu crescimento. Para a surpresa de todos, Aurora abriu o berreiro e começou a gargalhar de felicidade, rindo bem alto e com vontade, numa energia tão boa que contagiou quem viu.

- PAPAI! PAPAIIIII! Para! HAHAHAHAHAHA!

- Claro que é o papai, filha! Sentiu minha falta, né!? Eu também senti a sua, Aurorinha! HAHAHAHA

Cíntia e João respiraram aliviados, ambos notaram os olhos do sargento cheios de água e riram juntos, deixando Jennifer sem entender o motivo real daquilo. O professor cruzou um perna por cima da outra e, deitado no sofá, observou o cafuçu jogando a filha para o alto. Aquela era a bebê deles, não somente dele. As mesmas mãos que normalmente apontavam em sua cabeça no formato de arma, como se quisessem alertar de algo, lembrar de quem ele era e a quem pertencia. No momento, usadas para lançar a criança ao alto e recebê-la, agora mais alto do que nunca, por conta do tempo evoluindo e se desdobrando sobre todos, intencionalmente cercado de afeto e dedicação. O mais importante, acima de tudo, era quem o mulato era e o que ele passou a representar para o coroa, diante de tudo que passaram nos últimos dois anos.

- É a filha do papai, é? - brincou com a menina.

Ela era a cara do pai biológico, por sinal, os mesmos olhinhos apreensivos e o semblante naturalmente sério, com bochechas finas e a boca bem marcada, cabelo curto e castanho escuro. Na sala de estar do apê, estavam João, Ângelo, Aurora, Cíntia e Jennifer. A atendente, cheia de bolsas da filha, começou a deixar algumas pelo sofá e foi até à cozinha se servir de água. No caminho, comentou sobre a pancada de chuva repentina e aí chamou Jenny.

- Quer beber alguma coisa, gostosa?

Ainda com a filha no colo, o sargento então se admirou e fez questão de dar ênfase ao momento.

- Hmm, gostosa, é? - desconfiou, até levantou uma das sobrancelhas.

Ao passar pela loira, Jennifer então sorriu e beijou Cíntia de leve na boca, chocando João e Anjo juntos. Os dois arregalaram os olhos e a cafuça não resistiu.

- Ué, logo vocês surpresos?

- Eu não acredito! - o professor foi o primeiro a dizer. - Você é muito maluca mesmo, né, Cíntia?

Debochada, a moça cruzou os braços e foi tomando a água devagar.

- Qual o problema? Meu primo também me chama assim, então pode ser que vocês tenham razão, Jão. - sorriu.

- Vocês duas são.. um casal? - o militar tentou ser conciso na pergunta, sem enrolação. - É só curiosidade, desculpa perguntar!

Jenny olhou para a ficante e esperou, segurando o riso.

- Não sei, somos? - perguntou à ela.

Sem graça, a loira a abraçou pela cintura e puxou para si, dando outros beijos em seguida.

- É você quem tem que me dizer isso, não acha?

O pai de Aurora levantou os olhos e se jogou de volta no sofá, com cara de nervoso por aquela cena.

- Não posso acreditar nisso!

Cíntia escutou e veio até à sala questioná-lo, os braços cruzados e a atitude de quem queria mais respeito, até mesmo na brincadeira.

- E eu não posso acreditar que você é professor, casado com outro homem, meu ex-marido e não consegue entender uma coisa tão simples. Como pode?

Ao perceber que era consigo, deitado no sofá de braços abertos, João focou os olhos nela e se viu sem ter o que responder. Talvez tivesse preferido apenas pensar alto, mas falou e agora estava contra a parede. E o pior: ele tava errado mesmo.

- Desculpa, Cíntia. É que tem muita coisa acontecendo e..

A rapariga sorriu e pulou no colo dele como se fossem adolescentes.

- Não tem problema, Jão! Tome o seu tempo!

Passou os braços ao redor do pescoço do pai de sua filha e o beijou forte no rosto.

- Mas até lá você vai ter que aguentar a gente se pegando! HAHAHAHA

Outra vez o coroa levantou os olhos e resmungou.

- Eu mereço!

No canto da sala, Ângelo não conseguiu tirar os olhos de Jennifer, ciente de que precisava ainda de fazer uma coisa antes de começar o novo laço com mais uma possível integrante da nova família. Ele pôs Aurora no chão, cercada por alguns brinquedos, caminhou até à companheira de Cíntia e estendeu o braço.

- Satisfação, Ângelo!

A cafuça fez cara de dúvida e quis rir. Cumprimentou de volta e se apresentou.

- Jennifer.

Sem rodeios, ele foi direto ao ponto.

- Eu tô em dívida com você por ontem. O que você fez pelo meu João foi muito corajoso, ainda mais que aquele otário tava com uma navalha. - suspirou fundo e foi o mais educado possível. - Obrigado, de verdade!

Cíntia começou a rir alto e zoou de longe.

- Ah, corta essa, né?

Jenny também não resistiu e riu, porém aceitou o sinal de respeito e disciplina.

- Eu aceito o agradecimento, mas você escutou a moça, né? Corta essa!

Como forma de respondê-lo à altura, ela fechou a mão e deu um soco no ombro do cafuçu, deslocando sua estrutura superior um pouco para trás, sem necessariamente tirá-lo do lugar. Foi mais como um simples empurrão, por assim dizer, que fez Ângelo olhar para o local onde foi atingido e fazer o semblante de quem não havia entendido.

- Que abusada, bicho! - ele riu. - Agora tu vê? Chegou agora e já quer sentar na janela!?

Todo mundo começou a rir, até Aurora, que nem entendeu, mas gargalhou junto quando percebeu que os pais estavam felizes, bem animados e bastante radiantes com a nova realidade alcançada. Durante toda a tarde e até pelo começo da noite, os quatro ali conversaram e foram se conhecendo melhor, ficando mais à parte da vida de Jennifer. Ela e Ângelo ainda inventaram de disputar queda de braço, entrando numa espécie de identificação que garantiu papo para qualquer hora, ambos majoritariamente falando sobre forças armadas e pessoas que conheceram que pertenceram ao exército.

- O que foi que a gente.. - o professor começou a se perguntar.

- .. fez? - a ex-mulher completou, ambos desacreditados, observando o divertido e inesperado entrosamento entre seus parceiros.

João comentou com Cíntia sobre os planos de se mudarem para o sul e a loira fez questão de se incluir na somatória, incapaz de abandonar a própria filha por tanto tempo.

- Pode apostar que vocês não vão se livrar de mim tão fácil! - eles riram dela.

- A gente nem quer! - Ângelo respondeu. - Você é nossa família, o João sabe bem disso.

- Bom, às vezes eu esqueço. - João disse.

Depois que Aurora dormiu, o sargento ainda fez questão de enrolar outro baseado, deixando o marido novamente com aquela mesma cara de desaprovação, acuado por sempre ser remetido ao passado rebelde de seu ex-aluno, que já foi viciado em drogas.

- Fica tranquilo, meu amor. - sorriu. - Eu sou um homem maduro e responsável, fora que tô de licença até semana que vem. E você lembra do que acontece quando eu fumo, né?

Mordeu o lábio e deixou o amante constrangido, porém animado.

- É, fica suave, Jão! - Cíntia debochou e o defendeu por motivos pessoais. - Andei fumando uns desses lá em Cerejinhas! - revelou.

Os três riram à toa, enquanto o professor preferiu só acompanhar, tomando algumas cervejas que buscou na geladeira. Da varanda do apartamento, eles ficaram revezando o baseado, sentados em quatro dessas cadeiras de praia reclináveis, com os pés para cima do parapeito da sacada e admirando o céu poluído do entardecer. Cheiro de maconha, gosto de cerveja, ar pesado de cidade grande e quatro pares de pés namorando o céu alaranjado, meio acerejado do fim de tarde e começo de noite. Várias estrelas já davam o ar de suas presenças, iluminando com uma controversa graciosidade a deliciosa complexidade da vida urbana, banhada no caos do gás carbônico e construída no concreto citadino do Rio de Janeiro. Quatro pessoas admirando o quão estranho era o encontrar e o desencontrar de tantos elementos dispersos num mesmo tabuleiro. Eles planejaram as mudanças futuras e o que fariam a partir dali, todos juntos, confabulando da melhor maneira possível para manter a coesão do presente, garantindo assim a coerência dos próximos passos. Já era tarde da noite quando Ângelo, chapado, puxou João pelo braço e o levou de volta à cama de casal, de onde eles não queriam ter saído. Fizeram amor bem baixinho, sem o menor ruído, dor ou incômodo, com o cuidado necessário para não acordar ninguém.

Da varanda, Cíntia também chapou o coco e ficou deitada, os olhos completamente vermelhos e ela totalmente entregue ao brilho da lua no céu. Ao seu lado, Jennifer sem parar de observá-la, sentada e virada em sua direção, preparada para consumi-la a qualquer momento, tal qual uma predadora à espreita, esperando apenas por algum movimento que desse abertura para o pulo felino.

- O que foi? - a loira perguntou e sorriu.

Levantou também, segurou o rosto da ficante e deu vários beijos na boca carnuda, estalando propositalmente. No terceiro ou quarto, lambeu e puxou o lábio com os dentes, brincando de seduzi-la, querê-la devagar.

- Acho que é uma boa ideia ir pro sul!

Cíntia riu animada.

- Você não trabalha, não?

Antes de responder, Jenny deu um pulo e deitou na mesma esteira na qual a rapariga antes estava sozinha, então ficaram lado a lado. Ciente de onde aquilo terminaria, a mãe de Aurora voltou a se encostar como estava e permitiu que a cafuça encostasse a cabeça em seu ombro.

- Trabalho, e trabalho muito bem!

A atendente fez que sim com a cabeça e concordou, completando com vontade de quem sabia disso.

- Trabalha mesmo, né?

Elas se olharam e, devagar, a moça foi sentindo o hálito quente da outra percorrendo o pescoço e começando a arrepiar a pele. A boca morna parou na altura do ombro e os lábios carnudos desceram pelo tronco, beijando a parte sedosa e externa do corpo magro de Cíntia. Ela ficou pouco nervosa pela temperatura, mas a sensação só fez aumentar o desejo, exigindo a mesma entrega de antes. E por falar em mesmice, a lua estava ali bem diante delas, banhando e dando energia ao amor latente entre mulheres. Uma das mãos foi direto na flor, com o cuidado de seduzi-la pelas bordas e só depois massagear de leve seu botão, trazendo as células de Cíntia à tona.

- Hmmmm!

Os ombros até balançaram pelo toque, que veio junto com a lambida do mamilo e a leve e concentrada massagem no outro seio, enquanto o hálito quente não parou de banhar a pele. Ela abriu as pernas e deixou a mão dar continuidade à festa de seu corpo, sendo que alguns dedos foram entrando em si e testemunhando novamente o aperto, sua temperatura agradável e convidativa.

- Jenny, sua safada! - gemeu. - Sssss!

- Tu gosta que eu sei, boneca! - mordeu a boca. - Por isso que eu faço com gosto!

A loira contorceu o corpo e ficou arqueada feito uma gatinha manhosa, sentindo o grelo sendo mexido e lentamente atritado pela mão experiente e fina de outra mulher, tão boa e feminina quanto ela. Entre as coxas, a intimidade deslizando e brincando de escorregar por entre dedos abusados e intrusivos, porém deliciosamente safados, inteligentes no que estavam fazendo. Ora friccionando, ora escorregando por uma ou outra lambida, ora também entrando pelas beirolas apertadinhas da vulva quentinha. Os curtíssimos pelos até fizeram um pouco de cócegas em Jenny, que foi se abaixando e não resistiu em usar a língua para melhorar a diversão. O músculo atravessou o clitóris, enrolou no grelo durinho e foi sugando por cima e por baixo, de cara na abertura e chupando a zona sensível do físico de Cíntia. A rapariga, por sua vez, agarrou a cadeira e se segurou para não desfalecer de prazer, hesitando ao máximo para não acabar agarrando a cabeça de Jennifer com vontade, de tanto tesão que estava sentindo. As peles banhadas pela luz da lua, enquanto as entranhas eram visitadas pela fêmea curiosa e sexualmente esclarecida, até que um pouco dominadora, só pelo conhecimento e pela curiosidade somados.

- SSSS! Isso! Anhhhhh!

As pernas se contraíram e até tiraram os pés do chão, tudo para tentar segurar o tranco. O corpo dela pegou fogo por completo, com a total facilidade que a amante teve para trazer o clímax do prazer. A umidade aflorou como uma mina de fluídos, deixando o trabalho da cafuça ainda mais gostoso de provar, mais ainda de engolir e saborear. A fonte do que era ser o que elas eram estava ali, ao alcance dos dedos e ao deleite dos olhos, porém deveria ser trabalhada. E como ela trabalhava bem, tinha o porquê de testemunhar o resultado do próprio empenho, de tantas carícias e deleites entre duas mulheres bem resolvidas e entregues em essência.

- Hmmmmm!

A cintura mexeu, mas o rosto de Jenny não abandonou a vulva, muito menos parou de dar linguadas por um só instante. Cíntia continuou se segurando e torcendo para não cair da esteira, toda esticada, os mamilos sendo mexidos e intumescidos de tesão. O excesso de lubrificação fez as coxas escorregarem, enquanto a ficante continuou dando conta do recado sem ceder, aproveitando ao máximo dos fluídos da loira e também do encontro de sua carne quente e acolhedora. Os dedos todos melados, a boca babada e o rosto suado. Elas se olharam e riram por conta do cenário descabelado e mais do que excitante. Até o cheiro de maconha com sexo tomou conta do ambiente, mesmo se tratando de uma varanda à luz da lua. A mãe de Aurora acendeu de novo o baseado, tragou e ficou observando Jennifer.

- Que foi, mulher? - a cafuça perguntou.

- Tô aqui pensando..

Pausa.

- Em que?

Ela riu antes de responder.

- Você trabalha tão bem que eu fico até com medo do Temer continuar no poder, Jennifer!

A mão de uma veio em cheio na cara da outra, seguida das risadas sinceras em plena madrugada, nuas na varanda de um apartamento do subúrbio do Rio de Janeiro. Só elas, a lua e a calmaria da madrugada. Feminilidade essencialmente compartilhada, porque, felizmente, a lua também era mulher, assim como Deusa. Cíntia e Jennifer cansaram de fumar e fazer amor na sacada do apartamento de João naquela noite. Elas sabiam que poderiam subir para o apê da loira, porém ficar à mercê da luz da lua pareceu muito mais justo, então assim fizeram. De repente, o amor era mais bonito naquele esquema natural de voyeurismo astronômico. Elas. As estrelas, as mulheres e a lua. Todas no feminino, bem à vontade para serem o que eram, mais do que preparadas para o que seriam depois dali. Conversaram por algumas horas antes do alvorecer, quando finalmente decidiram subir para a casa de Cíntia, onde finalmente dormiram juntas, uma no colo da outra, ambas cansadas pelo fogo inextinguível entre si.

Na quarta-feira de manhã, Diego acordou antes de Renan e levantou da cama na ponta dos pés, na intenção de não fazer qualquer barulho para não acordar seu amado, já que este dormia feito um moleque, todo largado na cama. Calmo e aliviado pelo reencontro e pela intensa noite de muito amor e paixão, o mais velho saiu do meio das coxas de Caçula bem cuidadosamente, tendo todo o cuidado de não despertá-lo de um sono tão tranquilo e bonito de se ver. Didi ainda observou aquele cafuçu todo jogado e dormindo bastante à vontade, além de enorme e corpulento para um colchão de solteiro tão pequeno. A respiração pareceu pesada por conta dos pulmões de molecote, trabalhados dentro do batalhão militar, talvez por isso ele estivesse roncando alto, feito um bom macho que comeu a noite toda e depois tombou para descansar e dormir, se recuperar de tanto amor feito, tanta transa em tão pouco tempo. O coroa atravessou a porta, saiu do quarto e caminhou tranquilo até à cozinha, despreguiçando o corpo pelo caminho e contente por dar início à uma rotina por quem pensou valer a pena se dedicar, talvez por isso ele estivesse feliz e sorridente, agora vivendo, finalmente, seu plano A. Perfeccionista que só e com mania de limpeza, ele avistou um saco de lixo pendurado na porta da sala e pensou rápido.

- Dois relaxados, eu mereço!

Em seguida, pegou uma frigideira no forno do fogão, abriu a geladeira como se fosse um conhecido da família e tomou alguns ovos e manteiga para fritar um café da manhã. Não que realmente não fosse amigo de anos do clã Caçula, mas caso o tenente Tiago estivesse por ali, com certeza chamaria sua atenção por tamanha intimidade com a organização familiar. Porém, como ele ainda não havia retornado do batalhão, Diego pôde ficar bem à vontade, só de samba-canção, relaxado para dar ao seu homem o melhor de todas as recepções matinais. Enquanto recapitulava na mente os péssimos momentos ao lado de Moreno, o macho cafuçu que o fez de plano B na vida por conta do próprio casamento, o coroa fez ovos mexidos na manteiga, preparou alguns pães na chapa e fez café com leite, como se tivesse na memória alguma lembrança de Renan comendo aquilo de manhã. Não, talvez fosse o que ele considerou necessário e essencial para manter um macho daquele tamanho e com aquela fome de pé por tantas horas do dia. Didi organizou tudo na bandeja e ainda colocou um pote de cerejas em caldas para dar o toque final de intimidade com o amante. Deslizou até à sala e sentiu que o caminhar estava bem sensível, talvez por conta da calorosa noite de fogo e fodelança à vontade com Renan. Riu de safado, porque as coxas estavam escorregando, e, quando tava prestes a abrir a porta do quarto, escutou a campainha tocando.

- Vish! - pensou.

Viu-se tomado pela bandeja de café da manhã e voltou um pouco atrás no caminho, retornando à sala pelo corredor que tomara para ir ao quarto. Colocou o objeto bem equilibrado em cima da mesinha de centro, secou as mãos úmidas na samba canção que estava vestindo para dormir e foi até à porta da sala, ciente de que, apesar de ver do que se tratava, teria que acordar o molecote dormindo para que ele, como irmão mais novo do dono da casa, lidasse com quem quer que fosse.

- Se eu puder resolver, não preciso acordar o Renan. Aí só chego lá com a bandeja e pronto! Surpresa! - ele até sorriu, planejando consigo os próximos passos.

Aí avistou novamente o mesmo saco de lixo pendurado na porta e se sentiu incomodado, já que a mania de limpeza sempre gritava mais alto. Desatento, Diego nem olhou pela portinhola para ver quem estava do outro lado, só abriu e se deparou com um rapaz de aparência mais nova, os traços do rosto sem qualquer pelos, cabelo cortado em corte de força armada e semblante de alguém que estava completamente sem jeito. Didi teve a impressão, inclusive, de que o dito cujo escondera rapidamente as mãos atrás do corpo assim que percebeu que a porta seria aberta, como se tivesse sido pego desprevenido. Não.

- Olá? - o coroa perguntou.

Experiente e bem vivido, seu instinto masculino ficou atento por qualquer razão. Aquele homem à sua frente pareceu familiar, mas de uma maneira indireta. De repente ele escutou falar dele, mas ainda não o conhecera, algo lhe disse isso tão nitidamente que foi quase um grito no cenário em silêncio.

- Bom dia, eu..

O mais velho soube exatamente do que se tratava. O cara não esperou que ele abrisse a porta, por isso a surpresa e a hesitação. E se ali só moravam Tiago e Renan, então com certeza ele tava esperando que um deles atendesse. Qual dos dois?

- Bom dia. - respondeu educado. - Gostaria de falar com quem?

A farda de marinheiro deixou ainda mais evidente o contexto inicial do diálogo. E, por falar em evidência, a bunda enorme na calça branca não fez por menos: Diego soube que era um viado, tanto pelo corpo quanto pelo jeito. Pode parecer impossível de afirmar, mas seu radar apitou.

- Tô procurando pelo Renan, ele está?

Didi franziu a testa e suspendeu de leve o rosto, encarando o cara nos olhos e mantendo o próprio corpo entre a porta e a lateral da entrada, bem no caminho por onde o dito cujo teria que passar para entrar. Isto é, se ele chegasse a ser convidado para tal, porque o coroa sentiu que estava quente, próximo da verdade. Lembrou-se da madrugada de sexo e bate-papo com Renan e um nome permeou sua mente, vindo diretamente das vivências do amado nos últimos meses de quartel.

- E quem gostaria de falar com ele?

O olhar fatal aflorou no rosto em seguida, como se pudesse matar na visão aguçada e perspicaz. Não. Ele poderia mesmo e, julgando pelas feições, MATARIA a sangue frio. Vingança desconhecida.

- Diz que é o Samuel que ele sabe do que se trata.

Diego abriu um pouco a boca, arregalou os olhos e tornou a franzir a testa, fazendo com que as sobrancelhas quase se tocassem.

- Aaaaah, o Samuel! - devagar, foi saindo e tomando o espaço entre o recruta e a porta de entrada, de forma a definitivamente impedi-lo de passar dali. - Entendi!

Aí pegou o saco de lixo que tanto estava o incomodando, pendurado na maçaneta, e tomou consigo. Cruzou os braços na altura do peito, fez o melhor sorriso de quem tá à vontade e deixou que o outro percebesse que ele vestia apenas uma samba canção, ou seja, muito provavelmente dormira ali e era alguém no mínimo íntimo para fazê-lo. Até porque, estava atendendo a porta daquela maneira.

- Desculpa, é que Renanzinho ainda tá dormindo, sabe, Samuel? Ele foi deitar bem cansado ontem, e.. - a pausa foi tão proposital quanto o sorriso que veio em seguida. - Bom, ele tá bastante cansado, é isso. Mas fica tranquilo que eu vou avisar que você teve aqui. Pode deixar comigo!

O aspira não conseguiu acreditar na resposta, menos ainda na atitude do cara que o recebera na porta do apartamento daquele que passou os últimos seis meses injetando leite dentro de si, ajudando no processo de torneamento do lombo e cadelização comportamental. A cadela voltou ao canil como se tivesse lembrado do adestramento. Mas deu de cara com o novo cão raivoso, sendo que alguém esqueceu de pôr naquela porta a típica plaquinha de PERIGO!. Diego estendeu o braço e deu a ele o saco de lixo que antes estava pendurado na porta, como se ambos representassem o mesmo tipo de incômodo relativo para si. Outras pessoas teriam preferido uma facada num pulmão, inclusive Samuel.

- Será que você pode jogar fora pra mim quanto estiver saindo, meu bem?

Os punhos do aspira se fecharam, Didi percebeu isso e fechou com chave de ouro.

- É que eu tô meio assad-

Aí parou e se corrigiu.

- ..cansado e não quero andar até a lixeira!

O nerd fechou os olhos e quis chorar, mas tudo que sentiu foi raiva e arrependimento. Os pulmões se encheram e o descontrole o fez abrir a boca, incapaz de se deixar fazer desimportante, afinal de contas, foi ele quem esteve abrindo e fechando aquela porta no último semestre. Foi ele quem sabia, só de olhar, se Renan estava liso ou pentelhudo na virilha, de tanto que já conhecia e tinha intimidade com aquele corpo. Era ele quem sabia o quanto Renan estava comendo de legumes, verduras e frituras, principalmente frutas, com ênfase no abacaxi, só por sentir o quão doce, salgada, espessa ou aguada estava sua porra. Ele era aquele quem o tenente Tiago, apesar de disciplinado e focado em seus objetivos, permitia que frequentasse seu apartamento, por conta do irmão mais novo, e também livrava de várias situações que normalmente seriam constrangedoras dentro do batalhão. Então, na mente de Samuel, ele não poderia simplesmente ser enxotado, muito menos com um saco de lixo na mão, ainda mais por alguém que nunca nem tinha ouvido falar até então. Não, de jeito nenhum!. Ele exalou indignação ao falar.

- Você sabe quem eu sou pra falar assim comigo?

Só que, não avisado, Samuel, o aspira, encontrou seu fim nas últimas palavras às quais Diego, o coroa vivido e experiente, se deu ao trabalho de dizer, ciente de que poderia deixá-lo sem respostas, caso julgasse mais importante. Foi complacente, teve que responder com sinceridade.

- Não sei se digo que não e facilito pra você ir embora ou se digo que sim e pergunto como alguém conseguiu jogar no lixo a atenção de um cara feito o Renan.

Didi tornou a estender a mão, abanou o próprio ombro como se limpasse uma impureza qualquer, insignificante, e em seguida entregou a Samuel a sacola cheia de restos de comida, alimentos e outros dejetos que consumira junto do seu macho na noite anterior.

- E por falar em lixo.. - apertou o braço do aspira, sorriu e foi franco. - Xô, viado! O seu lugar não é mais aqui! Se adianta, vai?

O nerd nunca havia passado por uma situação daquelas, apenas abaixou a cabeça e se controlou para não permitir que as lágrimas viessem, caso contrário significaria derrota assumida. Não que ainda fosse haver algum embate, foi mais como uma força do orgulho em não querer se deixar abater. Mas, conforme o próprio coroa havia enunciado, Samuel estava oficialmente fora do tabuleiro. Fez o que quis, brincou o quanto pôde e acabou perdendo o possível futuro que teria ao lado de Renan, tornando-se uma mera existência em algum universo paralelo no qual Caçula ainda tinha qualquer interesse em permanecer do seu lado. Saco!. Ele tomou a sacola de lixo da mão de Diego e virou num único impulso, não muito afim de tornar a vê-lo. Caminhou apressado e pouco eufórico ao final do corredor, jogou o objeto com violência pela lixeira do prédio e apertou o botão do elevador, cruzando os braços e batendo o pé no chão com bastante força de vontade e resignação. Didi nem quis permanecer ali para vê-lo indo embora, apenas deu as costas, bateu as mãos como se as limpasse, esfregou os pés no carpete de boas vindas do apartamento e voltou para o lado de dentro, fechando a porta com total satisfação, tal qual um doméstico que acabara de deixar a casa brilhando, após se livrar do último dos lixos que ainda contaminavam o ambiente. Curto e grosso.

Depois de fechar a porta, caminhou com a mesma animação de antes até à mesa de centro e pegou a bandeja de café da manhã nas mãos, feliz por não ter que acordar seu amado e, no fim, ter se livrado pessoalmente daquele que sabia que tinha trazido dores de cabeça a Renan. Quando tornou a virar, escutou a risada e, de trás da porta que acabara de fechar, viu Caçula com um pé apoiado na parede, os braços cruzados e rindo como se não quisesse ter sido descoberto antes. O mais velho já ia começar a se explicar, mas o cafuçu impediu e disse em seu lugar.

- Quem diria que eu veria tu falando assim com alguém, ein? - pigarreou. - Bem que tu deu o papo que gente intrometida te tira do sério!

Manhoso, Diego segurou a bandeja e caminhou lentamente até o amante. Deu-lhe um beijo nos lábios e debochou.

- Gente intrometida? Não, Renan! Eu só tava.. - a ironia floresceu livremente, então ele riu e se conteve. - .. colocando o lixo pra fora!

Caçula não conseguiu segurar a tensão, mordeu o lábio e agarrou o coroa pela cintura, caindo em cheio com a boca em seu pescoço e dando vários beijos seguidos, fazendo questão de se esfregar bastante na pele dele.

- Ssss, já acordou animado, foi? - o mais velho sentiu a rola roçando na própria coxa e mexeu junto para acompanhá-la.

No impulso, a samba canção de Renan subiu e o saco pesado caiu por cima da pele de Diego, que ficou meio sem graça pela intimidade repentina, mas foi logo abraçado e beijado por um Caçula disposto a mostrá-lo que ali era o lugar ideal.

- Eu tô sempre animado, Didi! Ainda mais agora, contigo por aqui! - riu de mostrar os dentes. - E essa bandeja aí?

Observou o café da manhã e soube que era para si, mas quis escutar do outro a preocupação e a vontade de fazer uma surpresa logo pela manhã.

- Pois é, não esperei que você fosse acordar antes. Pra completar, a campainha ainda tocou.

O marinheiro fez semblante de quem estava gostando bastante de ouvir tudo aquilo, talvez até fazendo planos, conforme os olhos do mais velho brilhavam em direção a si.

- É, daí tu veio botar o lixo pra fora..

- Sim, sim! Isso!

Riram. Deram outro beijo gostoso e sem medo dos efeitos da manhã, até porque, um deles estava bem entre as coxas do guia de turismo franzino e de cabelos claros. Os olhos cor de mel de Renan fitaram Diego e os dois sorriram juntos, dando continuidade ao desenrolar da pegação pela sala. O mais velho colocou o café da manhã de lado e foi se abaixando pelo pescoço do amante, lambendo e sorvendo o gosto salgado e morno do suor dormido pela noite carregada de sexo. Não tão carregada ao ponto de não sobrar para a manhã seguinte, no entanto, então por isso ali estava Diego, pondo Renan sentado no sofá do tenente Tiago e se posicionando entre as coxas abertas, torneadas e peludas do molecote largado, que só fez assistir com atenção e zelo. Em sua mente, Caçula adorava se ver querido e desejado, lidado e controlado, então talvez sua diferença para o sargento Ângelo fosse essa, já que o militar preferia ser o dominador de João. Quando Diego finalmente se preparou para agarrar a tora em riste sob o tecido da samba canção, envergada como uma barra, Renan agarrou sua mão e o olhou com o par de bilhas cor de mel no lugar dos olhos. Sorriu para falar.

- É isso que tu quer, né? - agarrou firme a caralha e a amassou com os dedos, apertando com vontade, para dar ainda mais intensidade ao diálogo. - É disso que tu gosta, num gosta?

O tom debochado e meio puxado para o funk deixou o parceiro cada vez mais solto e desinibido, desejoso pela consumação do sexo, fazendo sim com a cabeça para confirmar a pergunta, para o caso de ainda restar alguma dúvida quanto a seu desejo, apreço e admiração por rola, principalmente a daquele moleque ali, sentado todo largadão e aberto diante de si. Inversão total de posições.

- Então abre a boquinha pro pai, abre? - pediu educado e foi prontamente atendido, tendo que lidar com o rosto de pidão do coroa ajoelhado à sua frente, posicionado entre as coxas torneadas e fartas de pelos negros.

A visão perfeita, totalmente encaixada com o par de sobrancelhas franzidas de Diego, que só fizeram fechar ainda mais o ar de quem tava precisando muito daquilo, por isso estava obedecendo. Ele abriu a boca, pôs a língua de fora e deixou que Renan alojasse a glande logo de cara pelas papilas gustativas, indo até à parte áspera do músculo quente e finalizando no céu da boca.

- Orhh, sssss!

A sensação do deslizar na ponta da glande deixou Caçula quase na ponta do pé, não fosse pelo fato de que estava sentado e todo esticado, para dar o máximo de envergadura para dentro da boca quente e abafada do parceiro. As amídalas lubrificadas ajudaram a preencher de carne os arredores da pele espessa e ao mesmo tempo sensível da cabeça inchada e lilás. Até que a garganta passou sem querer por ali e levou os dois aos extremos.

- Hmmmm!

- Arhhhh, ffff! Sssss! - o cafuçu não se segurou, suspendeu um pouco o físico todo torneado de exercícios e tampou as narinas do amante por alguns segundos, exigindo dele uma maior maestria e habilidade de concentração naquilo em que se mostrou bom. - Que delícia de boquinha, Didi! Ffff, seu safado da porra!

Renan usou uma mão para afundar a cabeça dele contra o próprio púbis, encarando o tempo todo o rosto pedinte do amante, que se controlou para não lacrimejar de nervoso, dando muito prazer a seu macho. Deixar um homem daquele porte naquele estado de entrega, exclusivamente pelas habilidades orais, não era perícia para qualquer um, principalmente quando se tratava de um mavambo enorme, cheio de energia e disposição para uma boa foda.

- Hmmm, caralhuuuu! - gemeu na ponta do bico, os lábios cheios de tesão e os olhos revirando para cima conforme a língua continuou escorregando e agasalhando todo o comprimento da vara sendo engolida e insistentemente sugada, chupada quase que no talo. - Que boqueteiro de primeira, viado! SSSS!

Aí usou outra mão para agarrar a ferramenta e se masturbar simultaneamente à mamada recebida, como se quisesse adiantar o trabalho e entregar ao mais velho o que ele tanto queria ver, sentir e engolir.

- SSSS!

As bolas ficaram batendo feito loucas no saco, ao mesmo tempo em que a cabeça da rola deslizou e brincou no céu da boca, os ovos namorando os lábios e o queixo de Diego, que se controlou para não tossir e atrapalhar o prazer intenso. A boca fechou exatamente no prepúcio e outra vez o talo grosso do caralho uretrudo selou por completo a passagem de ar bucal do coroa, que se contorceu para não acabar com o prazer de ser dominado e também de dominar. Fez tudo olhando nos olhos revirados de Renan, alisando os pentelhos do púbis e subindo as mãos pelo corpo malhado do cafuçu marinheiro, passando pela parte abaixo do umbigo e chegando até o meio do peitoral, onde se dividiram e a partir daí cada uma foi até um mamilo. Os dedos apertaram a pele e brincaram de massagear, arrancando de Caçula gemidos sinceros de quem estava literalmente às mãos do outro.

- Hmmmm! Sssssss!

A cintura até mexeu sem querer, como num intenso reflexo da enorme excitação provocada. A pele morena escura se arrepiou e os músculos enrijeceram de uma hora para outra, entrando no efeito dominó que tomou conta de tudo ali. E como se soubesse o que fazer adiante, Diego lembrou-se rapidamente de muitos favores aos quais se submeteu com outras pessoas, como quando se ajoelhou nas pernas de Moreno, o ex-amante, e brincou de chupar seus pés. Se o puto do Moreno merecia aquilo, por que não o Caçula? A cabeça desceu repentinamente e, com a língua deslizando pela canela peluda e grossa do molecote, Didi alcançou um dos pés enormes, bem feito e com traços robustos, bastante rústicos, como se o desenho estivesse cheio de falhas, mas que lhe pareceram perfeitas, caindo completamente bem. Estendeu a perna para si e foi aí que Renan percebeu o que estava prestes a acontecer, porém assistiu tudo com calma e curiosidade. Olhos nos olhos, a ação começou. A língua saiu da boca e lambeu a ponta do calcanhar salgado e deliciosamente bem servido, subindo devagar para chegar ao topo do dedão, mas passando por todo o comprimento de sola de macho que pisa no chão o dia todo. O cheiro delicioso por conta dos sapatos da marinha e às vezes do coturno tomou conta das narinas, inebriando o coroa e o deixando levemente tonto por tanta testosterona exacerbada. A língua chegou então entre os dedos, dançou na quentura dos garranchos de um pezão grotesco de bonito e de masculino e em seguida foi escorregando aos dedos seguintes, tornando a voltar para o meio da sola, bem na planta de sustentação de Renan. O molecote sorriu, jogou os braços por trás da cabeça e ainda revelou os sovacos peludos, bem à vontade com toda a atenção recebida por parte do amado, literalmente ajoelhado em seus pés.

- Tá gostoso?

- Tá delicioso, Renan! Tem gosto de pé de moleque! - riu do trocadilho pertinente.

- Então vem cá!

Puxou Diego pelo queixo e deram um beijo suculento, com bastante língua passando contra a outra, só para transferir o gosto e o cheiro dos próprios pés de cafuçu a ele mesmo. De um lado para o outro, a pegação seguiu firme, com direito a Didi masturbando o mavambo enquanto se beijavam, alisando o freio da rola com o dedão escorregadio e babado, só para fazê-lo gemer enquanto se engalfinhavam intimamente. Uma das mãos de Renan desceu pelas costas do amante e procurou abrigo bem entre as nádegas, dois dedos as afastando enquanto o do meio rodopiou pela entrada do cuzinho tímido do coroa, que piscou em cumprimento ao macho que estava observando, desejando e quase babando em cima dele.

- Que delícia, ssss!

Ele chupou um dos dedos grossos de marinheiro e enfiou no meio da bunda de Diego, entrando lentamente e dando pequenos giros para fazê-lo sentir todo o trajeto inicial. Foi nesse instante que a maçaneta da porta girou, o trinco destravou e uma pessoa simplesmente entrou. Os dois amantes ainda tentaram disfarçar a gafe, mas o tenente Tiago deu de cara com ambos se preparando para transar em sua sala, bem em cima do sofá onde ele gostava de se sentar todos os dias para ver televisão ou ler algum jornal ou livro. A reação foi espontânea.

- Que putaria é essa daqui, Renan? Posso saber!?

O mais novo dos Caçula ficou completamente travado, usando uma almofada para esconder que estava nu. Tirou os dedos de dentro de Didi e se pôs de pé, sem saber o que dizer, pego totalmente desprevenido pelo irmão mais velho. Tiago, por sua vez, deu a volta na sala e não conseguiu diminuir o tom de voz, muito menos encarar o coroa diante de si.

- Você!? - o tenente não acreditou, até arregalou os olhos de tão espantado. - Você não é o Diego, amigo da nossa mãe? Você deve ter, sei lá, uns quarenta anos! E é viado!?

- Qual é o problema? - Renan interrompeu.

E só então se deu conta de que havia cortado a fala do dono da casa, ainda por cima com certo semblante e timbre de autoridade, como se não tivesse suportado aquela observação desnecessária por parte do irmão.

- Qual é o problema? - o outro repetiu. - Eu chego na minha casa cansado e pego meu irmão caçula metendo com o melhor amigo da nossa mãe, e você me pergunta qual é o problema!?

O dono do apartamento apontou para a porta da sala e olhou para Diego. Renan fez o mesmo, porém apontando na porta que levava até seu quarto. Antes do irmão mais velho falar, quem deu a próxima ordem foi ele.

- Me espera lá no quarto, Didi! Vai!

Tiago fez um bico enorme, se segurou para não intervir naquela quebra de protocolo, mas não disse nada. O coroa percebeu o desconforto de todos ali e, devagar, saiu da cena e obedeceu o amante, fechando a porta do quarto ao entrar. Sozinhos na sala, os irmãos se olharam e nada disseram. Pela primeira vez, o tenente percebeu que não estava olhando para baixo para encarar Renan, e sim reto, para frente, já que agora ambos estavam na mesma altura. No rosto bruto de cafuçu, Tiago viu um pouco da disciplina das forças armadas saindo pela boca dele, apesar de não ser exatamente o que estava esperando ouvir.

- Eu tô ligado no que tu vai falar. O apê é teu, eu tô de visita e já tô muito tempo por aqui. Eu sei, já tô sabendo! - fez que sim com a cabeça e o mais velho permaneceu só escutando. - Mas a real é que eu como o Didi desde antes de vir pra cá. Pra te dar o papo reto, a mãe me mandou pra cá porque já tava desconfiada da gente, se ligou? Mas parece que agora tudo mudou, Tiago!

Aí sim o tenente abriu a boca.

- Mudou? Pra mim tu continua fazendo as mesmas merdas, Renan! Não tô vendo mudança nenhuma!

Caçula ficou inconformado, quase tirou a almofada da frente do corpo na hora de gesticular e argumentar.

- Ah, para de caô, Tiago! Tu sabe bem que muita coisa mudou, começando pelo Samuel. E, por falar em Samuel, antes que tu comece com aqueles papos tortos de viado isso, viado aquilo, tu também comeu o Samuel, se lembra?

A pausa constrangedora foi tudo que Tiago não quis que acontecesse, mas aconteceu e só fez confirmar a falta de respostas da parte dele.

- Não tô querendo te emputecer, te desafiar e nem nada disso. Só quero um pouco de tempo até desenrolar o meu apartamento e meter o pé, só isso. E espero que meu irmão mais velho, que também já comeu viado, não fique pegando no meu pé enquanto isso.

Outro momento de hesitação em ambos, apenas os olhares se encontrando. O tenente foi até à geladeira, buscou uma cerveja e só então removeu o chapéu da marinha, retornando à mesma posição onde estava anteriormente. Bateu de ombros, suspirou fundo e relaxou, desabotoando a parte superior do próprio uniforme claro.

- Vocês têm duas semanas, moleque! - tomou dois goles da cerveja gelada e sentiu o frescor se espalhando pelo corpo. - Duas semanas, ouviu bem?

Renan sorriu e fez que sim com a cabeça, se controlando para não dar um abraço fraterno no irmão, ou quem sabe um aperto de mão de homem para homem. Foi menos trabalhoso do que imaginou que seria, mas mesmo assim ele não se sentiu menos constrangido por terem sido pegos no flagra. O cafuçu saiu dali e foi em direção ao quarto, mas antes de entrar olhou para o irmão mais velho e o provocou, como se não pudesse perder a oportunidade de ser o mesmo Caçula de sempre, apesar de crescido e pouco mais disciplinado.

- Depois que eu meter o pé, tu vai precisar colocar um viado aqui dentro. Sabe disso, né?

O outro se fez de desentendido e desviou o olhar, fingindo que procurava o controle do televisor.

- Do que tu tá falando, moleque?

- Tu sabe, Tiago. Esse apartamento vai ficar vazio e agora tu tá solteiro. Eu sou marinheiro, sei bem como é essa marra toda e..

O tenente atirou um objeto qualquer na direção do aspira e aumentou o tom de voz.

- Entra logo nesse quarto antes que eu mude de ideia e expulse vocês dois, Renan!

Caçula agarrou o que foi arremessado com uma mão, gargalhou e obedeceu prontamente. Abriu a porta e escorregou para dentro da escuridão do próprio universo, o cômodo que fez de seu durante o último semestre inteiro, o mesmo que servira de arena para todos os duelos travados contra o corpo de Samuel, seu ex melhor amigo e também parceiro de foda. Diante dos olhos, agora estava Diego, o primeiro homem com quem se deitou naquela vida, alguém muito mais velho e experiente que ele, capaz de ensinar coisas que de repente ele nem nunca havia ouvido falar. Em compensação, o mais velho também aprendia e aprenderia muito consigo, principalmente sexualmente, dada a liberdade com a qual ambos se entendiam e se comunicavam. Para a surpresa de Caçula, o coroa estava escutando toda a conversa passada na sala, de forma parecida com a qual ele também escutara Samuel ser dispensado, por isso estava rindo e disfarçando a graça, deitado na cama de solteiro onde transaram ao longo de todo o dia anterior, incluindo a noite.

- Seu safado! Tava ouvindo, né?

- Então você quer mesmo morar sozinho? - o mais velho retrucou. - Quem diria, você tá mesmo um homem feito, Renan!

O cafuçu resmungou e já foi abraçando seu amado, roçando o pau meia bomba nas pernas dele e deixando o prepúcio escorregar para baixo, deixando todo o cheiro de sexo e pica por ali, nas formas mais puras do tesão e da testosterona.

- Sozinho é o caralho, eu quero é morar contigo, Didi! Tu sabe bem disso! - resmungou pelos cabelos dele. - E tu, qual vai ser? Vai aceitar ou vai ficar me enrolando?

Diego riu e o olhou, ficando na ponta dos pés para beijá-lo. Sem parar de encarar, abraçou o corpo nu de Caçula e colocou a orelha em seu peitoral malhado, ficando no tempo e no espaço ideais para escutar o coração batendo. O momento poderia ser terno e durar mais, só que o pau roçando no corpo de Diego foi tomando vida mesmo sem querer, e aí ambos souberam que algo deveria ser feito.

- Eu vim pra ficar contigo mesmo, Renan! Você ainda não entendeu isso?

O cafuçu riu e mexeu insistentemente o quadril para os lados, dando mais energia à caralha ascendendo entre eles.

- Então quer dizer que tu vai ser meu namorado? - pela primeira vez na vida, o rosto começou a ficar avermelhado. - Vamo ter que fazer coisas de casal e os caralho a quatro?

Ele sentiu a queimação facial e teve a certeza de que estava descobrindo coisas novas em si, começando por ali. Diego pôs a mão no queixo e fez o semblante de curioso e bastante atraído pelo molecote todo jeitoso e marrento até na hora de se permitir sentir algo a mais.

- Quem diria mesmo, ein!

- Ah, para de caô, porra! - o mavambo tornou a abraçá-lo e ambos rolaram pela cama de solteiro, rola roçando na rola e corpo colado com corpo.

O coroa aguentou o peso colossal de um moleque titânico sobre si, sentiu a tora tomando cada vez mais vida contra a própria pele e entendeu que era melhor começar a se ajeitar para o que viria a seguir.

- Eu quero perder as contas de quantas vezes a gente fodeu, Didi! - ele assumiu. - Nem que eu vá te chamar de namorado pra isso, tá ligado?

O mais velho riu e virou de bruços, posicionando-se para receber a mesma vara que quase não saiu de dentro de si durante o dia e a noite anterior. Previamente preparado, afastou as pernas e viu Caçula montando em si, com os braços ao redor, tal qual um cão ou qualquer outro animal quadrúpede deitando seu parceiro antes da foda ter início. As mãos do mais novo fecharam no colchão e os pulsos cerraram. Mas antes da curra, o cunete. O hálito quente de Renan veio contra o anel do cuzinho e a reação foi de piscada, tirando o mavambo de sua paz sexual e fazendo a caceta estalar de tesão.

- SSSS, pisca pra mim, pisca, safado! Me chama, pede pra eu te comer com essa rabiola, vai?

Ele foi prontamente atendido, vendo o rabo fechar lentinho e abrir num piscar de olho de cuceta. As pregas brincaram de seduzi-lo, atraí-lo com aquele chamado sexual e erógeno, além de deveras tentador. O cafuçu lambeu os beiços, arregaçou as nádegas com os dedos em chamas e caiu de boca na rodela anal de Diego, enfiando a língua o mais fundo que pôde, com a maior vontade possível de comê-lo com a boca.

- Orrhhh, sSSSss! - o coroa quase engatinhou para frente, de tanto tesão.

O arrepio subiu pelas costas suadas, misturando universos diferentes e fazendo com que a liberdade de piscar fosse elevada, trazendo um descontrole safado, que deu mais poder ao Caçula. O queixo entrou junto na bunda e ajudou a dar mais equilíbrio para as mordidas e leves mordiscadas que o puto deu nas pregas, trazendo uma à uma consigo quando conseguiu pegá-las, na maior intimidade entre amantes prestes a se conectarem como tal. As mãos de Diego chegaram a repuxar o colchão, como se a qualquer momento ele pudesse fugir dali. Impossível!

Quando o mavambo cansou as mandíbulas de tanto atiçar e instigar o amado, tornou a deitar o corpo franzino dele no colchão e se posicionou de acordo com o que os desejos pediam naquele momento. A cabeça da piroca estava pulsando, virada para cima e tremendo no ar, expelindo cada vez mais baba, de tanto prazer alojado no saco. A caceta se alojou entre as nádegas fartas e vermelhas de Diego e aí só o jogo de cintura foi suficiente para fazer a magia da física espacial acontecer. Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço? Vai vendo! Renan mordeu o lábio e foi remexendo num suingue gostoso, abrindo mais caminho pelo rabo do agora namorado, muitos anos mais velho. O nariz afundou na nuca do mesmo e foi respirando enquanto dois físicos se uniram lentamente.

- Sssss! Nem parece que eu tive aqui recentemente, viado! Hmmmm!

As coxas se abriram ainda mais para dar passagem, até o ponto em que o escorregar para dentro colidiu com o empuxo das pregas contra a glande, que chegou a se arrepiar pelo delicioso atrito proveniente entre peles de texturas diferentes.

- Fffff, vai, Renan! Entra logo! - ele agarrou a roupa de cama e puxou com força, tomando impulso para encaixar rapidamente no amado. - Ssss! Fode, vai!

Arqueou o corpo, levantou a cabeça e não parou de gemer, parecendo um felino acuado pela cruza, aflito por ser dominado e sexualmente possuído. A mão do cafuçu travou seu pescoço brutamente, afundou o rosto na cama e o primeiro tranco veio violento no fim do rabo. Além de currar, Renan fez questão de mexer bem os ovos volumosos na entrada do cu, obrigando as pregas a se desfazerem até o talo grosso da pica. Ele quis conhecer a fundo, literalmente.

- SSSSS! Aahhr, caralhooo! Que aperto gostoso, Didi! Fffff!

A outra mão foi usada para descer ainda mais pressão no lombo do coroa, enquanto os solavancos de ida e volta não cessaram. Engatado, Caçula brincou de engrossar e latejar a ferramenta enquanto fodia, só para ter a certeza de que estava sempre em trabalho de alargamento daquela bunda. Deu alguns tapas também, só pra marcar aquilo que agora era oficialmente seu. Não resistindo, foi colocando Diego de quatro e aí sim se sentiu o dono de tudo num raio ao redor, começando pelo corpo se abrindo diante de si para fornecer prazer e satisfação sexual, alívio e relaxamento através da alteração física de um outro físico. Não era necessária metáfora para descrever a mecânica biológica homoafetiva, já que ali estavam dois homens feitos praticando a mesma. Pra que teorias nessa hora, não é verdade? A ponta da cabeça do caralho, num descuido, mexeu naquele pontinho interno que fez Diego amolecer por completo na bengala, quase que caindo de volta no colchão.

- Ssssss, achei! Ó!

Ele desfez o tranco e refez, socando gostoso no fundo e mexendo com a cintura ao bater, pra remexer bem por dentro, revirar tudo do avesso do melhor jeito possível. Soube que estava no ponto certo, porque cada estocada arrancou gemidos fortes e pesados do parceiro tão dedicado e entregue a si. Ainda usou as mãos para se prender às ancas dele, impedindo o mais velho de sair, não que ele realmente fosse.

- Caralho, Renan! FFFFF! Seu filho da mãe!

- Me chama de filho da puta mermo, viado! - ele se soltou, puxou o cabelo claro de Diego com os dedos e trouxe seu ouvido até à boca. - Me xinga, xinga o teu homem! Tu pode, só tu pode fazer isso!

O movimento intrusivo e o balé de se esfregar por completo na traseira do namorado não parou nem um segundo, alcançando o ritmo harmônico no qual ambos estavam em um êxtase contínuo.

- Seu filho da puta do caralho, me come todo! SSSSS!

As mãos habilidosas ainda massagearam os mamilos úmidos e amassados pelos dedos safados do cafuçu. A mudança de posição só ocorreu quando um preferiu cavalgar no outro, tomando o controle para fazer e acontecer, deixando a vara completamente mexida por dentro de um corpo que se alterou para permiti-la, deixá-la entrar e se divertir. Por isso a pele da glande tava toda molhada e escorregando pelas entranhas apertadas e massivas de carne quente, elasticidade de pele e músculos, principalmente o esfíncter, todo alargado para que o cu fosse tomado de pica. E no fim da cabeça, a próstata sendo bombardeada de cabeçadas insistentes, que trouxeram prazer tanto ao coroa quanto ao cafuçu novato e marrento. Cada tranco, cada cinturada de Diego, cada movimento deixou Renan aflito, suando bem caloroso, quase que pedindo para parar.

- SSSSS, caralho! Assim eu vou acabar gozando, Didi! Assim tu quer acabar logo comigo, porra! Fffff!

Deu-lhe tapas fortes nas coxas e prendeu os dedos para transferir não somente leite, mas também labaredas de fogo ao corpo do amante. Diego jogou a cabeça para trás e rebolou à vontade, ditando o ritmo com o qual a própria próstata seria desfeita e refeita pelo cacete grosso. Como negar o amor, a paixão, a beleza e a disciplina do amor e do sexo homossexual? Um homem sabe bem onde deve apertar o outro. A prova foi aquele aperto ali: o do esfíncter e o do abraço. Não foi mágica, foi biologia, física e química. Células em colisão, choque energético, produzindo atrito através de diferentes forças contundentes, numa explosão de substâncias internas do saco, capazes de gerar novas vidas, caso fossem utilizadas de acordo com a pré-disposição concedida pela natureza, no quesito reprodução. O coito, a cruza em si, a cópula estava ali acontecendo, inclusive em processo de ser concluída. Renan quase desacordou, o orgasmo pareceu imprevisível, os pés não conseguiram controlar os dedos em movimento rápido. As pernas esticaram, as coxas enrijeceram e o saco chegou a bater de tantos fluxos internos.

- SSSSSS! Arhhhh, hmmmmm!

Diego sentiu como se um pêndulo o quebrasse e demolisse por dentro, então se jogou de frente para o corpo do namorado, se entregando de braços abertos para ser recebido por ele. Os dois se beijaram enquanto as duas picas gozaram. Mexido por dentro, o corpo de Diego trouxe o orgasmo sem que ele precisasse de se tocar, tamanho impacto interno promovido pelo amado. A melhor maneira de perder a linha era aquela, definitivamente.

- Hmmmm, safado! Isso, me enche! Sssss!

A porra foi se acumulando em longas, bastante extensas mesmo, galadas e jatadas de leite quente que estufaram o lombo de Diego, de tão farto, grosso, pesado aquele esperma bem servido. Afinal de contas, foi feito sob muita pressão e vontade, além de aquecido por muita paixão e tempo passado, somados à distância não desejada. Nada disso era problema agora, não ali. O coroa deitou a cabeça no peitoral de Renan e voltou a sentir o coração agitado, tanto quanto as pregas do rabo queimando e tentando repeli-lo de dentro do corpo. Ele não queria, nenhum deles queria.

- Tu tá cheio? - perguntou e riu, alisando o cabelo claro de Diego. - Ainda tem mais, Didi!

O mais velho sorriu e se manteve na mesmíssima posição, sem tirar nem pôr.

- Aí quando eu digo que você não muda, você discorda!

Os dois riram e continuaram abraçados, compartilhando ritmo cardíaco, respiração, temperatura, suor e fôlego. Se olharam, ficaram algum tempo em silêncio e voltaram a se beijar. Renan parou só para observá-lo e sorrir sozinho.

- Que foi, garoto?

Ele esperou antes de dizer.

- Vendo agora, eu acho que senti mesmo a tua falta. Sabe colé, Didi?

O coroa sabia bem qual era a dele. De repente o molecote estivesse tão à vontade que se sentiu bem para falar abertamente dos próprios sentimentos, por isso estavam tendo aquele breve diálogo pós-sexo, apesar dos cuidados na fala. A visão disciplinada geral serviu para constatar o que Renan estava percebendo, ainda que de uma maneira diferente, já que as vidas em si, apesar de juntas e amantes, podem ser bem diferentes.

- Eu também gosto de você, Renan! - ele brincou de forma sincera e riu.

Se abraçaram forte na cama de solteiro, deitados dentro do quarto do apartamento de Tiago, o tenente que também era irmão mais velho de Renan Caçula. Acima deles, no sul do país, o plano de ascensão no tabuleiro de vidas finalmente se fez pleno. Após algumas definições e acertos de contas, era chegada a hora final que guiaria todos do presente ao futuro, independente do lado pertencente. No sentido de descobrir o que acontece depois, é necessário que seja dado o primeiro passo. E esse primeiro passo, de acordo com a passagem do tempo, começa cedo, seguindo rumo ao entardecer, ao crescimento. Os primeiros grandes passos dados por pés de moleques rumo ao futuro, agora com todos os sentidos refeitos em conjunto. Tudo estava de volta ao lugar, em ordem e com muita disciplina.

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Parte 7: Ascensão, penúltimo capítulo.

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Comentários

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10/08/2018 22:23:20
Ai quero um final feliz para o Samuel, tadinho
03/08/2018 12:08:24
Claro que já li. Eu leio tudo que você posta rs... minha saga preferida foi a do carnaval. Nossa, como foi bom. Mas gostei também muito de um conto que o rapaz tá na casa de veraneio dos pais de dois irmãos que ele transava e o pai fica tarando ele na piscina. Depois rola aquele gran finale. Que sonho <3
03/08/2018 03:25:28
Incrível, maravilhoso!
02/08/2018 23:34:05
Martins, não há nenhuma "caneta" que mexa mais comigo que a tua, por aqui. Tua narrativa me move. Anseio pelo próximo capítulo...
02/08/2018 17:08:12
Eternal Fallen Angel, obrigado pela visita! Eu tenho o desejo de transformar em livro, mas ainda estou planejando isso. Falta o último capítulo ainda, não se esqueça. :) / ierezende, infelizmente eu tenho uma "linha de criação" que preciso seguir, se não me perco. Quando eu só escrevia contos o meu maior desafio era fazer um livro, então me empenhei nisso e estou realizando o projeto. Sendo assim, só me permito começar algo novo quando terminar o que já comecei, senão não consigo sair do mesmo. De qualquer forma, tô sempre postando contos soltos. Já leu "Atiçado por um macho casado, marrento e caralhudo no mercadinho"??
02/08/2018 11:54:21
André, adoro que você esteja escrevendo contos longos e muito bem trabalhados na narrativas. Mas de vez em quando pode voltar a escrever alguns onde a submissão psicológica e sexual acontece mais rápido né?
02/08/2018 08:59:51
Oba! Vou ser o primeiro. Perfeito, ou seja, simplesmente vc. Já falei que precisa virar livro. Será que nenhum editor lê isso?! Parabéns!


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