As descobertas de uma ninfomaníaca (parte 2)

Um conto erótico de Clara
Categoria: Heterossexual
Data: 18/07/2018 12:28:02
Última revisão: 26/11/2018 04:10:52

Parte 2 – O prazer é a minha religião

Lembro da minha mãe falando dos pecados do mundo, do cansaço dos seus sermões, e do hábito de ir ao culto dentro de vestidos brancos, longos e fechados. Eu tinha que viver dentro do mundo que a minha mãe havia costurado para mim. Naquela época, de infância e início da adolescência, não havia muitas escolhas.

As palavras do pastor eram incessantes, como se parar de falar fosse alguma espécie de abertura para o pecado. Eu, sentindo-me completamente impotente, desejava que Deus mandasse novamente as águas do Dilúvio. Queria que tudo fosse coberto pelas águas de Deus para que meu corpo pudesse navegar, novamente, em paz, como uma arca que traz dentro de si todas as espécies de animais. Eu queria todos, machos e fêmeas, limpos ou sujos, mamíferos ou rastejantes, nenhum poderia ser esquecido. E todos dentro de mim, no meu corpo, como partes de mim. Eu seria a arca que atravessa montanhas com um simples toque, e imita o grito dos pássaros, e sente dentro de si a presença de antigas cavernas. Eu era a menina dos dedos descontrolados, e que deseja gritar baixinho como as aves do céu, e rastejar de leve como as serpentes da terra.

Deus disse para Nóe: “Leve com você sete casais de cada espécie de animal puro, macho e fêmea, e um casal de cada espécie de animal impuro, macho e fêmea”. Deus amava, sem distinção, os animais puros e impuros e, por isso, eu queria todos. No meio do sermão do pastor, a minha vontade maior era a do toque, queria sentir a inundação das águas do dilúvio. Eu queria o meu corpo. As palavras só possuíam concretude se se aproximassem do meu corpo. Minha mãe, o pastor, aquelas falas que se repetiam incessantemente, como se não tivessem dono, tudo aquilo estava muito distante de mim.

Talvez, por eu estar no início da adolescência, a minha mãe achasse que me levando ao culto permaneceria tendo total controle sobre mim. Mas eu seguia a lição de um filósofo antigo. Ele dizia que diante das imposições da igreja é preciso dobrar o corpo para não precisar dobrar o próprio pensamento. Eu me dobrava diante da rotina do culto, mas, debaixo das roupas que a minha mãe me obrigava a vestir, eu colocava uma minúscula calcinha de rendas, fio-dental, com um pequeno pingente de coração no centro.

Enquanto o pastor falava que as mulheres deveriam se manter submissas aos seus maridos, eu roçava as minhas pernas com o objetivo de me sentir viva, senhora de mim, dona do meu corpo. Eu representava a submissão que me pediam, como quem, sem escolha, tem que adentrar um drama antiquado e medieval. Mas, escondida em mim, estava uma peça de roupa que indicava a lascividade das mulheres modernas. Eu possuía a minha arca e junto com ela estava disposta a atravessar todos os cultos, imposições e regras maternas.

O pastor falava de submissão e eu me imaginava tendo que fazer todas as vontades sexuais de um marido imaginado. Um homem misterioso me obrigava a vestir calcinhas de renda, e a deixar as partes intimas sempre lisas, puras, prontas para o mínimo toque. A calcinha fio-dental não me deixava esquecer que, no meio das nádegas, eu possuía um anel rosado e reluzente. O meu corpo, mantido sempre livre de pelos, ainda esperava o momento em que seria exaltado por uma outra pessoa. Em mim, a palavra submissão do pastor adquiria sempre novos significados. A submissão só teria sentido se partisse de mim, de um desejo quase animal de me entregar para um outro, uma vontade imensa de deixar o corpo falar os seus prazeres.

Com o meu corpo-arca eu seria capaz de atravessar todos os dilúvios. Por isso, ao chegar em casa, depois do culto, eu retirava depressa as costuras brancas e fechadas da minha mãe, e tentava ao máximo sentir o meu corpo, não esquecê-lo, fazê-lo flutuar mais leve do que as circunstâncias, mais vivo que os sermões do pastor, mais puro que a brancura daquele vestido que me prendia. Eu precisava me vestir apenas com a maciez e a delicadeza da minha pele, o deslizar do hidratante de amêndoas, a delicada massagem que me ajudava a não ter medo do mínimo toque.

Eu não podia ter medo do meu corpo. Eu havia nascido assim, sem explicações, ou sermões, ou vestidos longos. Apenas a nudez do corpo. Tudo no corpo deveria poder ser tocado, cada parte deveria ser sagrada, tudo no meu corpo deveria estar em harmonia com todos os meus sentidos. O olhar, o olfato, o tato, o paladar, a audição: todos os sentidos deveriam poder penetrar no meu corpo ou se deixar penetrar por ele. O meu corpo era a minha religião.

Todas as partes deveriam ser sagradas. Tudo era sagrado. Tudo que fazia parte do prazer era sagrado. Por isso, quando eu começava com movimentos circulares no meu clitóris, era como se eu iluminasse o meu corpo com imensas vibrações sonoras. Elas fluíam em mim, fortes, vibrantes, delicadas, como conchas marítimas, como verdadeiros movimentos de ondas, tudo isso apenas enquanto os meus dedos descobriam a minha bucetinha. A beleza do corpo. A beleza dos movimentos do corpo. Não, isso não deve ser pecado. Sentir-se um pequeno animal, um ser aquático,ou mesmo uma pequena cadela, abraçar todos os animais, isso não deve ser pecado.

O meu corpo era a morada de todos os prazeres. Corpo-sagrado, corpo-arca, corpo-mar, corpo-navio, corpo-animal. Até o cu, ao se deixar eriçar por um simples toque, como um pequeno bichinho desprotegido, era sagrado. Eu amava o meu pequeno anel. Adorava vê-lo limpo, depilado, livre. Eu tocava nele como se ele fosse uma parte essencial de mim.

Eu sabia que se tivesse coragem de tocar nele, de fazer do meu ânus o meu objeto de prazer, nada me atingiria. Eu fazia do meu cu uma espécie de instrumento musical. Dele, sairiam as notas de uma canção corporal, difícil de compreender, e estranhamente bela.

Eu dedicava um tempo precioso ao meu pequeno animalzinho do prazer. Entrava no chuveiro, pegava a mangueirinha do banho, fazia com que o meu peixinho abrisse a sua boca anelada devagarinho, e o enchia de água. Através do meu pequenino peixe, eu sentia um jorro de água quente entrando dentro de mim, limpando as minhas partes, deixando o meu corpo pronto para as mais variadas sensações. Era através do cu que o meu corpo se esvaziava de todas as suas impurezas, num abrir e fechar incessante, até que de dentro de mim eu sentisse sair apenas água e um pouco de muco.

Livre de excrementos, ou livre por conta dos excrementos e dos rituais que eles exigiam, o meu anelzinho rosado era inteiramente meu, como uma parte sexual do meu corpo. Por conta dele, eu me sentia completamente solta, libertina. Eu possuía toda uma filosofia que emanava do meu corpo, uma maneira de pensar completamente carnal, livre das palavras do pastor. O meu anelzinho falava a linguagem dos animais, da inocência, da submissão, da entrega.

O cu é um ser estranho, porque exige de nós que enfrentemos todos os nossos nojos e medos. Beijar o cu é quase beijar a boca da serpente que tirou Adão do paraíso. O cu é a parte censurável do prazer, o lugar que não deveria ser tocado, o animal desprezado e frágil, relegado a uma posição inferior. O cu até hoje me faz pensar: ele é o centro das minhas tempestades. Devo limpá-lo antes do sexo, ou devo mantê-lo como é, para que não esqueçamos que o prazer é também uma espécie de nascimento? No meu adorável e temido anel, eu sinto a curvatura conjunta dos meus pequenos dedos, os segredos do corpo, as suas profundezas, os dedos entrando sempre mais, e sempre novamente, uma e outra vez, sem nunca se cansarem, reinventado o movimento, livre de pudores.

O cu me ensinou a falar palavras obscenas. Sim, eu gosto de sentir o pulsar do meu ânus e de enfiar três dedos lá dentro, e repetir tudo isso como se estivesse dentro de um pequeno ritual. Sentir-me aberta, livre, arrombada, sem tabus. E adoro fazer isso com o corpo cheirando a amoras, e tendo na pele a delicadeza lasciva de uma pequena calcinha de rendas com um pequeno pingente de coração no centro.

Quando eu escuto uma vez mais as censuras da minha mãe, coisas de mulheres da vida, não diga isso, minha filha, então, eu desejo sorver a vida com a inocência de uma criança que sorve o leite do peito da mãe. O meu corpo tem fome e me ensina que não devem existir proibições. Se, por acaso, um dedo volta dos recônditos do meu corpo com cheiro de merda, assim é a vida, eu não nasci com cheiro de amoras. Limpa-se o dedo, mas não perdesse os prazeres. O mesmo dedo que deixou-se envolver pela merda, num risco necessário, é o que toca agora uma siririca e faz o meu sexo ficar molhadinho. A minha xoxota grita as suas cavernas. O meu sexo tem fome. O meu desejo produz as suas próprias regras.

Diferente do cu, a buceta é espontânea, evidente, aceitável. A buceta é como uma noiva prestes a casar e, por isso, não me faz refletir muito. Eu apenas não respeito a sua condição de noiva, quero que ela seja minha antes de tudo. Minha, parte do meu prazer. Sempre soube que eu deveria sempre experimentá-la e tocá-la para ter a plena consciência de que eu era a principal posseira de todo prazer que dali emanasse. Os outros deveriam tocá-la, prová-la, não para se apossarem de mim, mas para levarem consigo a força de uma lembrança. O corpo nada mais é do que a raiz que nutre a nossa memória com a vivacidade de que ela necessita. Uma sociedade sem corpo, sem sexo, sem toques, é uma sociedade sem raízes. Ao condenarem o corpo e seus prazeres, senhores moralistas, você estão nos condenando ao esquecimento. O meu corpo é adubo, é força. Eu faço sexo para lembrar.

Naquela época, e no momento em que agora eu escrevo, o que eu queria - e ainda quero - era ser penetrada, arregaçada, comida, possuída. Eu queria chupar um pênis, um pau, um caralho. Desejava, na minha boca, o sabor quente e viscoso de uma porra. Queria ser puta, Madalena, vadia. Queria fazer tudo isso, e depois poder voltar a ser a menina-santa que assistia a missa com uma calcinha de renda, fio-dental, por baixo do longo vestido branco. Uma calcinha fio-dental ficava cravada no me anel rosado, com um pingente de coração balançado no seu centro, enquanto o pastor proferia as suas palavras de submissão. O pastor não sabia como era intenso o meu desejo de submissão. Será que eu deveria tê-lo contado? Ou quem sabe deveria procurar um fiel que me ajudasse a seguir as purezas impuras do meu corpo?

Leia também o capítulo 3, intitulado Ejaculação feminina.

(Clique no nome Clara, logo abaixo do título do conto, para ter acesso à parte 3).


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Comentários

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24/07/2018 00:19:56
Atenção: esse conto foi totalmente reescrito. Quem já leu e gostou procure lê-lo novamente, se quiser ter grandes surpresas.
21/07/2018 21:01:38
Adorei as intertextualidades com o texto bíblico. Realmente, diante dos moralismos evangélicos e seus dilúvios, precisamos construir nossas arcas.
19/07/2018 09:17:11
Foi até necessário justificar suas ações com passagens bíblicas, mas que tal avançar um pouco nas suas tendências? Apenas uma dica. Se estiver com tudo em mente e precise de mais esclarecimentos, vá em frente
18/07/2018 19:32:26
Tenho uma teoria de que quanto maior a repressão, maior é o desejo. Quando mais se exige pureza, maior a vontade de macular o corpo. Assim, somos forçadas à hipocrisia, dama social e devassa entre quatro paredes. Com certeza, Clara, já sei para qual lado vai pender a submissão. Rs. Adorei a narrativa até aqui. Nota máxima para o primor de texto. Beijos.
18/07/2018 18:34:37
Boa noite clara q tal nos falarmos no whatsapp ou este seu conto melhou do meio para o final, espero q o próximo seja muito melhor q este,até o próximo e quem sabe um contato pelo whatsapp .
18/07/2018 13:18:54
Não esqueçam de votar!
18/07/2018 12:57:45
Nossa q delicia .. É desse jeito mesmo q imagino as irmãs das igrejas e nas igrejas .. Ouvindo os sermões e por dentro se queimando de desejos de fazer loucuras sexuais .. Aquelas bucetas loucas por pau por língua e tudo mais .. Aqueles cuzinhos piscando querendo pica dedos e uma língua quente lambendo o rabinho delas .. Fico louco c isso .. Imagino muita coisa q fazem em casa e mantém segredos da sociedade ... Mande seu zap


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