Herança - parte 2

Um conto erótico de L.S
Categoria: Homossexual
Data: 21/03/2017 14:24:56

Quinze minutos, o bastardo estava atrasado há quinze minutos. Minha terceira cerveja já esquentava quando o vi passar pela porta. Estava de polo azul, combinando com os olhos do meu pai, quer dizer, com os olhos dele. Não sorria, nem demonstrava tristeza. As chaves do carro balançava em sua mão esquerda quando sentou à minha frente.

“Oi.”

“Oi.” - respondi sem ter muito o que falar.

“Você pediu pra me ver. “

“Pedi.”

“Então?”

Admito, eu não sabia muito bem o que dizer. Só queria olhar dentro daqueles olhos mais uma vez, ou queria desviar dele. Certeza era muito cara naquela situação. Ele tinha minha idade, mas fios brancos já cresciam na sua barba. O Cabelo liso estava bagunçado o fazendo parecer mais novo. Bem mais novo que eu, bem mais bonito que eu, com o mesmo pai que eu.

“Minha mãe me contou que há um condição pra herança ser passada pra quem for de direito.”

“Sim.”

“Olha, …”

“Matheus.”

“Matheus, ok. Olha Matheus, eu e minhas irmãs não temos nada contra você. Mas também não queremos envolvimento algum. O que podemos fazer é…”

“Por que?”

“Por que o que?”

“Por que não querem nenhum envolvimento comigo?”

“Por que deveríamos ter?”

“Não devem.”

Dez segundos, vinte, trinta, cinquenta. O silêncio era desconfortável, nenhum de nós movia o olhar. Mas eu podia ver que ele não encarava apenas meus olhos. Ele tentava não mostrar, mas...

“Miguel, eu não quero de forma alguma tomar um lugar na família de vocês.”

“Isso já é alguma coisa.”

“Só não quero viver o resto da minha vida sabendo que tenho irmãos, que não fiz absolutamente nada pra ter algum tipo de contato com eles. Que não gravei seus aniversários, ou suas cores favoritas e tudo isso.”

“Mais alguma coisa senhor? “

“Sim,” - respondi o garçom sem desviar daqueles olhos azuis. - “vamos querer seis doses de conhaque por favor.”

Aquele silêncio maldito continuou, nossa guerra sem palavras e gestos também. Alguém que não percebi colocou as doses a nossa frente. Tomei a primeira dose e esperei que ele fizesse o mesmo.

“Não vai beber?”

“Pediu pro garçom cuspir no meu copo?”

Sem responder virei mais duas doses de copos aleatórios, o bastardo (Snow pros mais íntimos) virou as três a sua frente sorrindo.

“O que vai fazer domingo?”

“Ver series, ficar em casa.”

“Podemos sair, ir pra um bar qualquer, ver o jogo do…”

“Não gosto de futebol.”

“Como não? “

“Quando eu era pequeno meu pai estava ocupado demais pra me inserir no universo masculino, acho que ele estava ocupado levando você aos jogos.”

Foi desnecessária minha conduta? Talvez. Mas eu precisava mostrar pro Snow o por que da minha resistência em aceitá-lo. Tudo sempre me lembraria do que meu pai deu a ele sem dar a mim. O bastardo parecia o hétero perfeito, eu parecia o gay heteronormativo aceitável. Era impossível não imaginar as comparações que o falecido fazia, do quanto ele devia amar o filho hétero bem mais que o filho viado. Sem perceber eu trincava os punhos por debaixo da mesa, mas meu rosto permanecia vazio.

“O que gosta de fazer?”

“Ler, beber, fumar e dormir.”

“Eu sou mais do esporte…”

“E provavelmente de assistir lutas e falar sobre academia. Sobre os peitos das meninas e tals.”

“Temos um problema por eu gostar de mulheres?”

“Não” – mas eu queria dizer que sim. - “Você tem mais dele que eu.”

“Se nos vissem, com certeza diriam que eu sou mais parecido com ele. Mas se nos conhecerem, não haverá dúvidas de que você tem muito mais dele do que eu.”

“Por que diz isso?”

“Seu jeito de andar, de falar, de coçar a barba, de como olha pras pessoas, como as trata, suas respostas ácidas e suas expressões contidas. Nosso pai me rejeitou no início também. “

Sempre me disseram que eu tinha as características do Eli (meu pai), no jeito de ver o mundo e interagir com ele, mas ouvir de um menino que eu só havia visto duas vezes na vida só me dizia duas coisas; 1 – eu realmente era parecido com o Eli; 2 – Meu pai tinha passado tempo o suficiente com o Snow pra que o garoto o conhecesse bem.

“A mim também. Se for parar pra pensar. “

“Ele não foi o melhor pai do mundo né?”

“Não, mas também não foi o pior.”

Mais um momento de silêncio. Ele pega o menu e aproveito pra mandar mensagem pras minhas irmãs, perguntando se estávamos certos do que eu iria fazer. Elas confirmaram, seria melhor daquela forma. Bem melhor pra minha mãe, nem tanto pra mim.

“Posso admitir uma coisa?”

“Pode, claro” – respondi desviando os olhos do celular.

“Acho que ele já falava de vocês pra mim, ou de partes de vocês.”

“Pensei que não sabia da gente.”

“Eu não sabia, mas uma vez ele estava conversando comigo sobre sexualidade e disse que tinha um amigo que sabia que o filho era gay, que nunca o pressionaria a dizer, que nunca o julgaria por isso, mas que também não conseguia pensar que o amigo dele não era obrigado a saber. Me perguntou o que eu achava de uma relação daquelas. “

“O que você disse?”

“Chamei o amigo dele de egoísta. Pais devem ser melhores e mais fortes que os filhos, pra aguentar a barra deles. Ele falou algo sobre mim?”

“Se falou, não percebi. “

“Certeza?”

“Uma hora você vai perceber que presto muita atenção nas pessoas. Eu saberia se ele tivesse falado algo de você.”

“Ok. “

Mais silêncio. Mais doses, menos comida, mais doses, mais três fases do jogo no celular, mais uma vez ele encarava meu rosto.

“Por que encara tanto meu rosto?”

“Você lembra ele quando estava com raiva. “

Não levantei o rosto, nem ao menos parei de jogar, continuei clicando nos botoes e pensando numa resposta, que não veio.

“Isso é normal, Miguel. Sempre te vejo encarando meus olhos também.”

“São idênticos aos dele. “

“Acha que isso nos vai deixar presos no luto, enxergar o Eli um no outro.”

“Provável.” - respondi prestes a passar pra nova fase. Ele não falou nada, o senti respirar fundo e levantei o rosto. Matheus estava estático, como se eu tivesse acabo de falar que seria destrutivo ter algum contato com ele. Não foi o que eu tinha dito, foi?!. - “Mas pra sua sorte, eu sou o cara mais auto destrutivo da cidade. “

“Eu tenho primos?”

“Sim.”

“Quantos?”

“Quatro homens e uma mulher. “

“Eles são legais?”

“Depende de você. “

“Como assim.”

“Se um dia conhecer eles, vai entender.”

“Miguel?”

“Oi.”

“Vocês decidiram o que fazer em relação a Herança?”

“Sim, decidimos que não queremos a Herança.”

Vi o rosto dele contrair, a mandíbula ficou rígida e engoliu a seco. Seus olhos ficaram marejados. O que ele esperava? Que eu simplesmente esvaziasse um quarto da minha casa e o tornasse meu melhor amigo? O que meu pai esperava? Que ele podia simplesmente ser covarde e esconder o Matheus pra contar só quando não estivesse aqui pra enfrentar as consequências? Era exatamente isso que eles esperavam. Como era de costume, eu tomaria pra mim as consequências.

“Vamos entregar ela para minha mãe. Por isso eu já separei um quarto pra você no meu apartamento. Pode se mudar assim que quiser.”

“Serio?” - coçou os olhos sorrindo. Eu podia sentir todo o corpo dele emanar felicidade.

“Sim. “

“Pode ser agora mesmo?”

“Pode.”

Todos olharam pra nós quando ele levantou quase derrubando a mesa e dando a volta pra me abraçar. Levantei e retribui o gesto.

“Obrigado cara, você não vai se arrepender, eu juro.” - sussurrou no meu pescoço.

Ele era mais alto, então fiquei com cara no pescoço dele, já que se abaixou pra sussurrar. O perfume amadeirado me invadiu e de leve o impulsionei. Eu não devia reparar nessas coisas ou no quanto ele era quente ao toque. Também não devia ignorar a ligação do meu namorado, mas foi o que fiz antes de pedir a conta e entrar no carro do Matheus, filho do meu pai.

Era bom que eu não me esquecesse disso.


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Comentários

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22/03/2017 14:04:11
Interessante...
22/03/2017 03:19:26
Incesto
22/03/2017 03:19:14
Muito interessante, investe à vista?!?!
21/03/2017 21:54:02
AS EMOÇÕES ESTÃO COMEÇANDO A APARECER. VEREMOS... UMA FAMÍLIA MUITO FECHADA. NÃO PERMITEM ESTRANHOS EDENTRANDO NAS RELAÇÕES. MAS UMA HORA ISSO VAI TER QUE OCORRER.
21/03/2017 16:03:31
Acompanhando


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