Um Adolescente Totalmente Comum - Prelúdio
Caio abriu a porta do quarto, sem parecer se importar com o casal transando loucamente na cama, e se jogou no sofá encostado na parede.
- Estou deprimido – ele disse, bufando.
- Ahhnn, e eu tenho uma leve impressão de que você se esqueceu dos bons modos para se viver em sociedade – eu afirmei, diminuindo o ritmo das estocadas na morena (cujo o nome eu não fazia a mínima idéia), que estava de quatro na minha frente, olhando perplexa para o estranho que acabara de invadir o santuário sexual dos dois.
- Como? – perguntou, com uma expressão de que não fazia a mínima idéia a que eu estava me referindo – Ah, mas é claro! Onde está a minha educação? Muito prazer, eu sou o Caio – disse ele, estendendo a mão para a menina, que o fitava como uma pessoa normal olharia para alguém que abaixasse as calças e cagasse no meio da sua sala de jantar.
- Isso é sério? – ela perguntou, perplexa.
- Acredite, é melhor você apertar a mão dele e acabar logo com isso – eu disse, metendo com força em sua buceta e a fazendo gemer, ao mesmo tempo que ela cumprimentava meu amigo – O que houve dessa vez? Você acabou levando um fora daquela japonesinha em quem estava investindo?
- Não, eu comi ela. Depois que ela gozou, eu coloquei o pau na boca dela e...
- Não, não, não, me poupe dos detalhes, por favor.
- Mas eles são importantes para entender como eu cheguei a esse ponto! Eu fui e gozei na boca dela, mas ela se recusou a engolir minha porra, que começou a escorrer nos peitos e no abdômen dela. – ele disse, tirando um chiclete do bolso, abrindo-o e começando a mascar- Aí eu comecei a ver aquilo e a refletir...sabe, como um dia todos nós já fomos aquelas pequenas sementinhas?
Silêncio.
- Caio.
- Oi, Jô.
- Você fumou maconha de novo? – perguntei, preocupado. A última experiência chapada do amigo não tinha sido muito agradável de se assistir.
- Não! – ele disse, com veemência – Mas aquilo realmente me fez pensar. Na vida, na nossa amizade, em nossa sede desvairada por mulheres...tipo, qual o nosso objetivo, afinal de contas?
- Bom – eu disse, apontando para a garota com quem estava transando, que ouvia, atentamente, ao diálogo de nós dois – Esse é o objetivo.
- Eu estou falando de algo mais duradouro, de um objetivo final por trás de toda essa superficialidade.
- Cara, você está soando aristotélico demais para o meu gosto. Estou ficando assustado.
- Eu não sei se estou entendendo bem onde é que você quer chegar com tudo isso – se manifestou a garota, claramente confusa.
- Minha querida...
- Camila.
- Sim. Isso. Camila. Me responda uma coisa, qual o grau de escolaridade você tem mesmo?
- Como? – ela perguntou, sem entender.
- Caralho, Jô, sério? Você não poderia ao menos ter tentado transar com um golfinho? Eles são seres inteligentes, pelo menos.
- Ei!
- Vamos simplificar para você, minha amiguinha. Posso te chamar assim? Ah, não importa. Em que ano da escola você está?
- No terceiro do ensino médio! – disse ela, tentando mostrar alguma superioridade.
- Terceiro ano do ensino médio? Mas que bonitinho. Então faz o seguinte para o titio aqui: se vire para o Jô e chupe o pau dele, para manter essa sua boquinha linda ocupada. Enquanto isso, deixe os adultos aqui conversarem. – ele se voltou para mim – Onde eu estava mesmo antes de ser interrompido? Lembrei, um objetivo final! Mas a gente nem precisa ir tão longe. Onde tudo isso começou? Qual foi aquele momento único que nos trouxe até o ponto onde estamos hoje?
Essa era uma ótima pergunta.