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► Na noite do dia seguinte...
— Menino, se tu ficar olhando direto para esse texto, você vai ficar mais nervoso ainda.
— Eu só quero dar uma revisada, Bel! – Falei sentindo minhas mãos tremerem.
— Ela está certa, Lucas! – Edson concordou — Você já estudou, gravou o que você vai apresentar lá na frente. Além do mais, se você ficar lendo o texto assim, vai ficar ainda mais nervoso do que já está.
— Pior que é mesmo, Lucas! – Carol acariciou o meu braço — Eu vi na internet que minutos antes de uma apresentação, seja ela de escola, faculdade ou trabalho, as pessoas nunca devem ficar revisando o que vai falar, você pode ficar mais ansioso e o nervosismo pode acabar prejudicando na hora H. O certo é aproveitar esse momento para dar aquela relaxada. Não se preocupe, eu sei que você vai arrasar! – Sorriu.
Relaxar? Acho que é meio impossível.
— Eu vi isso em algum lugar também – Izabel parecia pensar — Por isso que nem toquei na minha fila, mas se me der um branco, infelizmente eu irei contar com a ajuda do meu fiel papelzinho.
A amiga de Lucas tirou um papel bem amassado do bolso traseiro da sua calça.
— Vocês estão me ajudando bastante. Obrigado pela força, galera! – Disse ironicamente.
— Deixa disso, homem! Vamos botar para quebrar – Edson sorriu para o amigo.
Finalmente o dia da apresentação do trabalho de Filosofia chegou e, com isso, o meu nervosismo também. Eu posso estar afiado, sabendo de tudo, mas quando chega no dia, parece um pesadelo. Que inferno!
— Ninguém aqui na sala é melhor que o outro, todos estamos no mesmo barco – Carol me tranquilizou.
Ainda bem que não sou o primeiro e nem o último a sentir o famoso frio na barriga antes de encarar uma multidão ou apenas meia dúzia de pessoas. Eu vou dar o meu melhor de mim, custe o que custar.
— Sim, menino! – A loira chamou a minha atenção — Eu queria até contar um babado.
— O que foi? – Olhei para a minha amiga curioso para saber.
— Outro dia eu tinha chegado cedo lá no estágio, porque aproveitei uma carona do meu pai, daí eu vi que a vaca lá – Se referia a Kelly — já tinha chegado também, nem olhei muito para a cara dela, mas falei bom dia, até porque minha mãe me deu educação.
— Nossa, que moça educada! – Debochei.
— Foda-se! – Me xingou — Então como eu fui à única do setor que tinha chegado àquela hora, abri a porta, liguei a luz, ar condicionado e, por fim, eu iria ligar o computador que estava usando, mas antes deixei a minha bolsa lá (Departamento Financeiro) e fui direto ao banheiro, porque minha pepeka não queria esperar mais um segundo. Aí vê só...
De repente as pessoas começam a aplaudir na sala de aula.
— Próximo grupo! – A professora chamou.
— Ai Jesus – Carol se benzeu — Depois desse grupo é o da gente.
Minha barriga deu uma cambalhota ao saber que logo mais estaria lá na frente.
— Sim, continuando. Quando chego à minha sala, sabe quem estava do lado da minha mesa e olhando para a minha bolsa, pelo que eu vi, ela estava olhando para ela. Sabe quem? Quem? Quem? – Perguntou.
— A Kelly? – Eu disse de uma só vez.
— BATATA! – Bel gritou chamando atenção de todos — Desculpem! – Pediu sem graça.
— Ela mesma! – Confirmou — Aquela quenga mãe ficou toda sem graça quando eu limpei a garganta, ainda soltei um Perdeu alguma coisa, fofa? – Disse sorrindo discretamente.
— Sério? – Um monte de teorias surgiram na minha cabeça, fazendo até esquecer o nervosismo.
— Seríssimo! Então ela arranjou a pior desculpa que alguém poderia dar. O famoso fulano já chegou?.
— E aí? – Perguntei ainda mais curioso.
— E aí que eu fechei a cara, claro. Fui quase correndo até a minha bolsa e abri na frente daquela loira de farmácia. Sabia que ela ainda soltou gracinhas para cima de mim?
— O que foi que ela disse?
— Nossa, eu não sabia que tinha cara de ladra- Disse imitando a voz da técnica administrativa.
— Vocês dois, hein? – Carol nos repreendeu— A professora já está olhando em nossa direção.
— Me deixa terminar de contar o babado, vou falar mais baixo agora. – Disse sussurrando — Sim, Lucas! Aí eu respondi na hora para ela. Sei lá, não é? Quem vê cara, não vê coração. Aí ela me olhou com nojo e saiu bufando. Eu pensei até que ela iria pegar uma vassoura e sair voando pela janela – Disse rindo.
— Sério que você falou isso? – Inquiri totalmente embasbacado.
— Claro, meu amor! Quem afronta está aqui – Apontou para si mesma. — Com tudo isso, uma coisa acendeu na minha cabeça – Disse olhando para o teto — Lembra da história do roubo que você foi acusado?
— Claro que lembro né? Jamais vou esquecer o dia que eu fui tão humilhado em toda a minha vida
Disse me lembrando daquele pesadelo e já imaginando onde Izabel queria chegar.
— Pois é, miguxo! Agora eu tenho para mim que tem o dedo daquela demônia nessa história.
— Meu Deus! Nunca esperava isso de você, Lucas!
— Mas Lucas, só nós estávamos na sala. Quem faria uma coisa dessas?
— Vo-você foi demitido, Lucas? – Kelly perguntou quando eu tinha chegado da sala do Max
— Olha, notei que você tem uma mania de deixar seu celular em cima da mesa enquanto resolve algumas coisas fora da sala. Não confia, tá? Por mais que a gente esteja aqui, não estamos ligados 100% em tudo na nossa volta, qualquer um pode entrar aqui e colocar o seu celular no bolso e ninguém ver. Lembra que tem algumas catitas por aqui que roubaram um Iphone e uma câmera fotográfica aqui no prédio. Então toma muito cuidado com os seus pertences.- Leonardo avisou.
— Ele tem razão, Luquinhas! Todo cuidado é pouco – Disse sorrindo.
— É bom você dar uma olhadinha na sua bolsa, Lucas! Eu vou dar uma olhada na minha para ver se não sumiu nada. Agora temos um ladrão aqui dentro.
— Meu Deus! – Tapei a boca com uma das mãos.
— A ficha caiu, não foi Lucas? – Bel disse com deboche.
Será mesmo que a Kelly seria capaz de tudo isso? Mas é claro! Ela podia armar tudo isso para me ver longe do Max, onde ela alimenta uma paixão pelo bonitão, coisa que ela deixou muito bem clara. Não! Não é possível. Isso é fantasioso demais. Aqui não é ficção, e sim, vida real. Chega a ser cômico.
— Ei, menino! – Izabel chamou minha atenção.
Quando a loira iria falar mais alguma coisa, uma salva de palmas soou pelo ambiente, alertando a finalização de mais uma apresentação, fazendo me tremer dos pés a cabeça.
— Próximo grupo! – A velha ranzinza gritou.
Todos nós levantamos e meu coração começou a bater como se fosse bateria de escola de samba.
— Boa noite, Pessoal! Eu me chamo Izabel...
Minha colega de sala de aula e também de trabalho, ficou incumbida de abrir a apresentação, em seguida Carol, mais outros três componentes do grupo seguiria o curso do seminário, logo depois chegaria a minha vez de apresentar e, por fim, quem encerraria era Edson. Por falar do meu amigo colorido, o mesmo percebeu o meu nervosismo e apertou a minha mão, se assustando com a quão gelada ela estava.
— Cara, você está bem? – Cochichou no meu ouvido.
— Na medida do possível – Sussurrei olhando para frente e com um sorriso nervoso nos lábios.
— Respira fundo, se acalma se não você vai ter um treco aqui – Murmurou preocupado.
Respirei fundo, fechei os olhos e encostei-me ao quadro, pois era bem capaz das tremedeiras nas minhas pernas já está bastante visível para os outros. Para a minha sorte ou não, Eliane concluiu sua fala e chegou a minha vez. Meus olhos procurava alguma cadeira vazia na sala, mas estavam todas lotadas. Os olhares de cada um pareciam que queria me julgar de alguma forma, fazendo me esquecer completamente do que eu iria falar, então respirei pela milésima vez, olhei para o data show que continha alguns tópicos que eu falaria, até que um dos ombros do Edson encosta no meu, como se fosse uma espécie de apoio. Após olhar o primeiro tópico, veio na minha cabeça tudo que eu iria falar, mesmo gaguejando, despejei tudo.
(•••)
— Eu vi a hora de Lucas ter um troço ali mesmo e cair no chão duro – Edson dizia em meio a gargalhadas.
Uma parte do grupo estava reunida numa minúscula pizzaria, que, aliás, o sabor era melhor que muitas pizzarias de nome, para comemorar a conclusão positiva da nossa apresentação que, graças aos céus, finalizamos com sucesso com direito até elogio da velha, quero dizer, professora.
— Eu nunca vi esse menino – Izabel se referia a mim — tão branco como ele estava lá na frente.
— Pois é! – Carol se virou para mim — Menino, o que você sente quando vai apresentar seminários assim? Parece que está indo para a forca do que apresentar um simples trabalho.
— Não sei, eu não gosto. – Falei — Isso acontece desde a época colegial. – Disse me lembrando daquela época — Deve ser por causa da minha timidez.
— Você? – Edson apontou para mim — Tímido? – Gargalhou me fazendo ruborizar.
— Vocês ainda reclamam que eu quase enfartei, mas pelo menos eu falei tudo que tinha para falar – Disse mastigando uma fatia de Pizza sabor Frango com Catupiry — Na época que eu estudava na minha adolescência, tinha algumas vezes que sequer eu completava, porque os retardados dos outros alunos começavam a ficar me zoando, resultando no aumento do meu nervosismo e não falava porra nenhuma.
Todos gargalharam.
— Que drama, homem! Tadinho de você – Izabel jogou uma azeitona em mim.
— Se a turma é tranquila, eu fico tranquilo, mas quando é agitada, já me dá um negócio no coração.
— Aquela turma da gente, pode ser tudo, menos tranquila – Carol revirou os olhos.
— E imatura também, qualquer coisa faz algazarra, nem parecem universitários – Izabel falou.
— Começando com você, fofinha! – Zombei jogando azeitona nela.
— Não fica jogando a azeitona fora, infeliz! – Carol deu um murro no meu ombro.
— Ai! Isso dói – Disse a verdade.
— Já vi que você não gosta dessas belezuras – Se referia ao fruto da oliveira — eu quero todas.
A morena ficou catando as azeitonas do meu pedaço de pizza.
— Se nós tirarmos menos que nove no trabalho, eu mato aquela velha gagá – Izabel anunciou.
(•••)
— Vai agora? – Edson me encarou.
Nós estávamos próximo um do outro na entrada da pizzaria, enquanto os outros estavam mais para dentro.
— Vou sim, já são mais de dez horas da noite, daqui a pouco fica esquisito por aqui e eu não quero ser assaltado – Sorri — Vou pagar a minha parte e lavro – Falei.
— Eu te dou uma carona – Se prontificou.
— Valeu, Edson! – Agradeci — Seu caminho é totalmente ao contrário do meu, não precisa.
— Você está com medo de mim? – Questionou.
— Medo de você? – Estranhei — Por que eu teria medo de você, Edson?
Ele se aproximou e olhou diretamente a minha boca, sem vergonha alguma.
— Porque a gente poderia fazer um pit stop antes de eu te deixar em casa sã e salvo.
Engoli em seco com essa proposta.
— JÁ ESTÃO TENDO DR, MINHA GENTE? – Izabel gritou fazendo todos rirem.
— Cala a boca e não se mete nos relacionamentos dos outros.
Edson entrou na brincadeira fazendo todos gargalharem.
— Tá, desculpa! Não tá mais aqui quem falou. – Bel fez uma cara de ofendida.
Pouco depois, nós pagamos o que devíamos, foram duas pizzas grandes e um refrigerante de dois litros, o que deu no total de quase R$ 60,00, mas dividimos o valor entre nós, onde deu uma quantia razoável para cada um e pagamos tudo, como diz o bom velho linguajar nordestino, de bucho cheio.
— Tem certeza que não vai aceitar a carona? – Edson sussurrou bem junto de mim.
— Agradeço do fundo do meu coração, Edson! Mas não se preocupe comigo, o ônibus passa logo.
— Relaxa! Eu te dou a carona sem segundas intenções, a não ser que você queira – Disse malicioso.
— Pode ir sossegado, não é justo você ir para outro extremo da cidade só para me levar em casa – Falei.
Ele bufou.
— Você, hein? Pense num doce – Gargalhou.
— Outro dia eu aceito – Sorri um pouco sem graça.
— Só quero ver, hein? Só quero ver. – Disse dando duas tapinhas no meu ombro.
Após me despedir de todos, caminhei até a frente de uma loja de sapatos, onde era o ponto de ônibus. Começava a chover moderadamente, mas por sorte, a frente da Luci Sapatos, que era o nome da loja, era totalmente coberta, onde servia de estacionamento, podendo fugir da chuva sem tirar a atenção da avenida. Esperei cerca de 10 minutos, junto com as poucas pessoas que largaram posteriormente da faculdade que ficava em frente ao comércio.
— Que sus... Max? – Olhei assustado.
— Desculpa! – Sorriu — Eu não queria te assustar.
Senti uma pessoa me abraçando de lado, óbvio que eu tomei um susto, já que não estava esperando, mas para minha surpresa, estava aquele homem alto, forte, bem arrumado e com um perfume que destacava a sua presença naquele ambiente. Sim, é ele mesmo, Maximiliano Albuquerque.
— Eu não esperava você por aqui – Fui sincero.
— Na verdade eu estava passando e vi você aqui esperando o seu ônibus – Falou.
Porque será que eu não estava acreditando nesta história de que estava passando?
— Pois é! Ainda estou aqui. – Disse dividindo atenção do belo exemplar de homem e a avenida — Na verdade eu apresentei um trabalho bastante cabuloso na sala, daí nós resolvemos comemorar a finalização.
— Nós quem, Lucas? – Max ficou sério de repente e se aproximou de mim.
Me deu vontade de dizer que não era da conta dele, mas resolvi ser pacífico.
— Eu, Carol, Izabel, Edson, Marcelo e a Duda. Por que a pergunta? – Inquiri.
— Porque eu quero saber quem são as pessoas que andam com o meu na... – Respirou fundo — amigo.
Percebi que estávamos só ele e eu ali, me deixando um pouco amedrontado, não por ele, mas por conta de assaltos ou alguma coisa pior. Max não perdeu a chance de segurar o meu braço esquerdo.
— Você continua com a pele tão macia, tão... Tão boa de acariciar – Ele levou o meu braço até o seu rosto.
Senti sua barba, que estava um pouco crescida, arranhar minha pele, me fazendo cócegas.
— Para com isso, Max! – Tirei meu braço rapidamente das suas mãos.
— Já ficamos tempo demais aqui. Vem! Eu te deixo em casa – Disse pegando novamente no meu braço.
Acho que tiraram o dia para me deixarem entrar em nenhum ônibus. Para alguns, isso seria ótimo.
— Precisa se incomodar não, Max! – Toquei em seu braço simpaticamente. — Eu me viro aqui.
— Me incomodo sim e não saio daqui sem você na minha cola – Insistiu sorrindo.
Respirei fundo, olhei em volta e vi que alguns comerciantes que tinham barracas próximas, estavam se recolhendo, além das outras duas pessoas um pouco distante, possivelmente esperando o ônibus.
— Vai ficar aqui mesmo se arriscando? – Perguntou.
Passavam várias linhas de ônibus, mas a que eu costumava tomar, passar que é bom, nada.
— Quem vai ser assaltado sou eu, então pode ir – Falei num tom ranzinza.
— Para de ser infantil, Lucas! – Disse num tom de repreensão — Eu já disse que te deixo em casa sem problema algum, uma carona sem compromissos – Falou sem tirar os olhos do meu.
(•••)
► Alguns minutos depois...
Eu não acreditava no que estava vendo!
— Você... Você veio buscar alguma coisa para você comer?
Questionei observando ele desacelerar o carro cada vez que se aproximava do restaurante fino
— Na verdade não. Eu tomei a liberdade da gente sentar um pouco e conversar. Você deve estar com fome.
— Max – Respirei fundo — Você me disse que era apenas uma carona sem compromissos e me trouxe num restaurante? E outra, eu acabei de comer uma pizza com os meus amigos, lembra? – Proferi.
Falava enquanto abria a porta do carro junto com o Max, que já estava dando a chave do automóvel para um dos manobristas, estes que estavam disponíveis para esse tipo de serviço.
— Calma, Lucas! – Disse — Era o único jeito de tentar conversar a sós com você.
— Com certeza eu não entraria naquele carro se eu soubesse a real intenção. – Falei irritado.
— Eu preciso muito colocar os pingos nos is. Só preciso ouvir tudo que você tem a dizer e eu preciso que você escute o que eu tenho para dizer. Eu não consigo nem sequer dormir direito. Por favor, Lucas! Eu juro que não vamos demorar muito. Vamos resolver esse caso mal resolvido?
Bufei totalmente incomodado.
(•••)
Estávamos em um dos restaurantes mais finos do Recife, quiçá do Nordeste, um garçom bastante cordial logo se apresentou assim que sentamo-nos à mesa.
— Uma água mineral, por favor!
Disse após me assustar com os preços exorbitantes do cardápio delicadamente fino.
— Igualmente! – Maximiliano sorriu para o garçom ao mesmo tempo em que olhava para mim.
– Com licença – O Garçom, que era bem bonitinho, deu um sorriso para a gente e saiu.
— Lucas! – Rapidamente, Max segurou as minhas duas mãos — Eu precisava muito desse momento.
— Pois vamos logo direto ao ponto que já está tarde e preciso acordar cedo amanhã – Fui sincero.
— Nossa – Max fez uma cara espantada — Você fala como se eu fosse um nada.
— Claro que não é isso, Max! – Disse a verdade — Não seja dramático, eu só estou falando para a gente se adiantar, já são quase onze horas da noite, ainda tenho que chegar em casa, fazer algumas coisas da faculdade e entre outras coisas e por fim, dormir. Além disso, a minha mãe deve estar bastante preocupada. Eu não sei como ela ainda não ligou – Disse olhando para o aparelho.
— Entendi! – Max suspirou — Eu não consigo sequer respirar sem você, Lucas!
— Max, eu...
— Eu já sei o que você vai falar! – Me interrompeu — Eu só quero que saiba de uma coisa – Disse olhando para mim — Eu te amo incondicionalmente, você é a minha alma gêmea que dizem por aí, não tem um dia que eu não acorde pensando em você, não tem um dia que eu não tomo café ou janto pensando em você, quando eu vou dormir, vem a sua imagem, vem os seus lábios, os seus olhos na minha cabeça.
— Aqui estão as suas águas – O garçom colocou as duas garrafas em cima do móvel.
Max respirou fundo e continuou.
— Acho que se eu disser mais uma vez que eu te amo não vai adiantar muita coisa, não é? – Disse me olhando — Também não vai adiantar muito se eu disser que nunca te traí, tudo que aconteceu não passou de um mal entendido. Eu juro! Juro por tudo que é mais sagrado que eu te amo tanto que eu não consigo olhar para outra pessoa.
Max colocou seus dois cotovelos em cima da mesa de vidro, juntando as suas mãos, ficando entrelaçadas formando uma espécie de triângulo e não tirando os olhos de mim.
— Lucas – Seu rosto se aproximou de mim — Eu só consigo ficar de pau duro olhando para você e mais ninguém. Só você, Lucas! Só você – Disse apontando para mim.
Tá bom, isso tá ficando psicótico!
— Eu vou respeitar seu espaço, seu tempo, mas, por favor, me peça de tudo, menos ficar longe de você – Seus olhos ficaram marejados — Você me conquistou de uma forma tão... – Pareceu pensar — tão especial que o seu desprezo é o pior castigo para mim.
— Longe de mim, querer te desprezar, Max! – Disse a verdade — Até porque não tem como, além de você ser um cara gente boa, também me ajudou nas piores horas e dentro desse nosso namoro relâmpago, você demonstrou ser uma pessoa bastante atenciosa e também carinhosa, pena que a gente não deu certo.
Resolvi não mencionar as cagadas que ele cometeu.
— Vamos tentar de novo, Lucas! – Max mais uma vez segurou em minhas mãos.
— Eu acho que já tentamos e veja só no que deu nesses poucos dias de namoro – Falei.
Max continuava a apertar as minhas mãos que chegou num ponto de começar a doer.
— Volta para mim, Lucas! – Disse com a voz embargada. — Eu não quero ser seu amigo, na verdade eu não sou seu amigo, nunca vou conseguir ser. Eu só sei ser seu namorado, noivo, marido e seja lá o que for.
— Max...
Senti-o apertar as minhas mãos cada vez mais, eu estava começando a ficar assustado.
— Deixa eu te provar que eu posso te fazer feliz – Disse olhando para mim sem piscar.
— Max, eu acho que é melhor eu ir embora...
Tentei me levantar, mas o Max agarrou o meu braço, com certa brutalidade e me fez sentar de novo.
— Max... Não vamos piorar as coisas – Me expressei tentando não me assustar mais.
— Desculpa – Pediu prontamente olhando para o meu braço, este que eu alisava sentindo dor.
— Eu... Eu te levo em casa – Disse com pesar.
— Não precisa, eu me viro daqui – Falei já querendo me livrar de problemas posteriores.
— Não, eu insisto! Eu te levo em casa e não aceito não como resposta – Disse chamando o garçom.
(•••)
Lá estava eu dentro da Ranger Rover do meu patrão que, para a minha surpresa, até agora estava calado.
— Eu... Eu não transei com a Kelly – Começou.
— Vai começar de novo, Max? Se for, prefiro que pare o carro e faço o resto de caminho de ônibus.
Disse já começando a ficar mesmo irritado, entretanto, eu quis falar.
— Como você pode ter certeza que não transou com ela se eu vi várias camisinhas cheias de... Enfim, usadas. Quando eu entrei e vi vocês... – Tentei não relembrar — E de acordo com o que você disse, tinha bebido muito aquela noite e não se lembrava de nada, ou seja, como você diz com 100% de clareza que não aconteceu nada entre vocês dois?
— Camisinhas? – Ele perguntou surpreso olhando para mim e ao mesmo tempo para a pista.
— Sim, eu vi com os próprios olhos naquele dia que você me enviou aquele SMS me pedindo ajuda. Além daquele dia que eu flagrei vocês dois fazendo não sei o que na sua sala. Quer que eu acredite que tudo foi mesmo um mal entendido? Porque seria muita, mas muita coincidência.
— Eu não transei com ela, Lucas! Eu não tive nada com ela – Disse esmurrando a direção me assustando — Quer saber de uma coisa? Kelly sempre foi apaixonada por mim – Revelou me deixando em alerta — Não vou mentir que já ficamos algumas vezes, antes de te conhecer, claro.
Será?
— Eu não sei o que porra ela sente por mim que a torna obsessiva demais, a ponto de cometer loucuras e até mentiras. Naquele dia que você apareceu na sala, você pode até não acreditar, mas ela tentou me agarrar, mas ela puxou a minha camisa. – Explicou.
Claro que eu não estava acreditando nem um pouco no que ele estava dizendo.
— Sério? Nossa, que menino indefeso. Querido, isso é assédio, porque você simplesmente não demite?
— Lucas...
— Vocês dois se merecem! – Disse com raiva — Se ela realmente é obsessiva e faz essas coisas com você, outra pessoa no seu lugar tomava algum tipo de providência, mas ela pinta e borda com você, e você não faz absolutamente NADA? É muito estranho, Max! Muito estranho mesmo – Disse a verdade — Para mim, com toda a sinceridade, acho que ainda rola alguma coisa muito forte entre vocês dois. Já está na hora de viverem isso, pare de enganar os outros e principalmente a si mesmo. – Fui sincero.
Max começava a bufar com mais frequência.
— VOCÊ NÃO ENTENDE! – Gritou dentro do carro — É VOCÊ QUEM EU AMO, CASSETE!
Disse esmurrando a direção.
Eu queria dizer tudo que estava preso na minha garganta, tudo que a Kelly me disse sobre os dois, mas isso só levaria a prolongar o assunto ainda mais e queria tudo, menos isso.
— Pode me deixar aqui, Max! – Pedi vendo que estávamos bem próximo ao Largo Dom Luiz — Eu vou andando mesmo, num instante eu chego – Disse.
— Não, eu vou deixar você na frente da sua casa – Disse sem olhar para mim.
— Não precisa! – Disse sinceramente — Fica até mais prático para você.
Ele não disse mais nada e em silêncio, subiu o Morro da Conceição parando em frente a minha casa.
— Fique sabendo que eu não vou desistir de você – Disse puxando o freio de estacionamento do carro.
— Obrigado pela carona, Max! – Fiz de conta que não tinha escutado.
Quando eu iria abrindo a porta do carro, em um só movimento, Max me puxa com tudo para cima do colo dele, me agarra e pressiona a sua boca contra a minha que fechei de propósito, mas ele continuou a esfregar a dele na minha até que eu timidamente abri a minha, deixando sua língua me invadir. Senti meu corpo tremer quando senti seus braços me envolverem e o cheiro do seu perfume entrar nas minhas narinas.
— Está vendo como a gente ainda se gosta? Vamos mudar essa página manchada na nossa relação.
— Não torne isso ainda mais difícil, Max! – Disse saindo do colo dele rapidamente.
— Olha isso, Lucas! – Disse pegando em seu pênis ereto que enchia a sua mão — Só de tocar em você ele fica assim. Eu sou louco por você, não consigo seguir a minha vida sem você ao meu lado.
— Eu não vou conseguir ficar com você, Max! – Disse a verdade — Desculpa, mas a minha confiança em você está abalada desde que a Kelly disse que vocês ainda se gostam. – Soltei — Não ficou ficar com uma pessoa que nutri sentimentos por outra. Eu não quero entrar numa barca furada e sofrer mais adiante.
— Tudo bem! – Disse voltando a olhar para a rua.
— Tudo bem? – Estranhei.
— Mais uma vez eu digo. Eu te amo tanto, mas tanto que, mais uma vez, vou esperar e respeitar o seu tempo. Mais saiba de uma coisa, eu vou tirar cada pessoa que se atrever a entrar no nosso caminho. Ninguém vai atrapalhar o nosso amor. Já prejudicaram demais o nosso relacionamento, não vão mais.
Arrepiei-me dos pés a cabeça com essa decisão do Max.
— Obri... Obrigado pela carona, Max! – Agradeci um pouco amedrontado com o seu olhar raivoso.
— Por você eu faço tudo, Lucas! Coloque isso na cabeça – Disse sem me olhar.
— Tcha-Tchau – Gaguejei saindo do carro rapidamente.
Só que Lucas não imaginava que estava sendo observado por duas pessoas.
(•••)
✪ Narrado pelo AUTOR
► Alguns minutos depois...
— Max?
Gleyce Kelly abriu a porta com um sorriso de ponto a ponta ao ver o grande amor da sua vida na sua frente.
— Eu preciso falar com você definitivamente, Kelly! – Disse frio e seco.
— Pode entrar e ficar a vontade, Max! – Disse sorridente. — Vai querer alguma coisa? Uma água, suco, café... Uma dose de Whisky... Ou... Ou você vai me querer? – Disse com uma voz sedutora.
Kelly, que estava com os seus cabelos longos e loiros soltos, também vestia uma camisola bastante sensual que, sem vergonha alguma, levou as suas mãos para trás do pescoço e tirou a parte de cima da roupa, ficando apenas de calcinha, exibindo seus seios fartos.
— Eu sei que você resolveu seguir os meus conselhos e viu que eu sou uma mulher perfeita para você.
Dizia enquanto se aproximava cada vez mais.
— Olha esses seios – Falou enquanto se tocava
— Olha esse corpo. Você o terá todos os dias em suas mãos, da forma que você quiser.
O empresário a olhava friamente, sem qualquer tipo de reação.
— Olha isso!
Kelly ficou de costas para o homem e retirou lentamente sua calcinha, acabando de ficar nua.
— Agora eu sou toda sua!
A loira pulou em cima do corpo do Maximiliano desesperadamente, mas o mesmo a empurrou, fazendo a megera cair de bunda no chão, estranhando o comportamento do ricaço.
— Você está louco? – Se exaltou — Isso doeu, sabia? – Disse se levantando.
Sem perder tempo, Max se aproxima e desfere uma tapa na cara da Técnica Administrativa, que com o impacto, a mulher cai no chão novamente, colocando a mão onde o tapa foi desferido. Ainda tentando raciocinar, Kelly é surpreendida com uma mão puxando violentamente o seu cabelo para cima, fazendo seu ouvido ficar na altura da boca do empresário, atual dono de um dos maiores grupos do país.
— Você tinha dito uma vez que eu precisava de uma mulher de fibra para me fazer homem, não foi?
— Max... – Choramingou sentindo a mão do seu amante puxar seus cabelos cada vez mais.
— CALA A BOCA! – Disse totalmente fora de si — Você precisa de alguém para te ensinar várias coisas, isso inclui não entrar nos caminhos dos outros, coisa que você fez até demais. Também inclui a ser menos vadia, coisa que é muito difícil você deixar de ser, não é? – Puxou ainda mais os seus cabelos.
— Você está me machucando, Max! – Disse segurando a mão que puxava os seus cabelos.
— Eu vou te ensinar a não entrar mais no meu caminho. Como nos velhos tempos.
As mãos do empresário solta os cabelos da loira e em seguida puxa o cinto que prendia a sua calça jeans, com os olhos totalmente opaco, ele o dobra e se prepara para desferir vários golpes no couro da loira, mas antes disso, ela chama a sua atenção aos berros.
— Eu estou grávida, Max! – Disse aos prantos — Eu estou esperando um filho seu – Desesperou-se.
— Você pensa que eu sou otário suficiente para cair nessa conversa? – Disse levantando o acessório.
— NÃO! – Gritou — EU ESTOU GRÁVIDA! NÃO FAÇA ISSO.
Max felizmente desiste de golpeá-la e fica totalmente inerte no meio daquela sala.
— Eu não estou mentindo, Max! – Disse indo até uma gaveta de um móvel da sala — Eu estava criando coragem para te dizer – Chorava desesperadamente.
Kelly apontou os papéis do que parecia um exame em direção ao milionário.
— Você... Você acha mesmo que eu acredite que esses exames são verdadeiros? – Sorriu debochado.
— NÃO É FALSO! – Disse jogando alguns papéis em cima do rapaz — Olha aí! Eu tinha feito primeiramente o teste de farmácia, já que a minha menstruação tinha atrasado neste mês, deu positivo. Depois fiz o exame de sangue para confirmar e está aí. EU ESTOU GRÁVIDA SIM! – Falou.
O filho de um dos maiores empreendedores do país, agora falecido, não estava acreditando no que estava vivendo. Ele apenas olhou friamente para a mulher que sabia de muitas coisas sobre ele, que agora estava esperando possivelmente um filho seu.
— Eu... Eu tenho certeza que essa merda de criança não é o meu filho. Você é uma puta! Eu não confio.
Disse dando as costas para a mulher, abrindo a porta do apartamento e saindo em seguida.
— NÃO ADIANTA FUGIR! – Gritou — ESSE FILHO É SEU SIM. EU TE AMO, MAX!
A maluca, que estava totalmente pelada, vestiu uma roupa rapidamente, foi até uma das suas gavetas e tirou de lá o que parecia ser um canivete tático militar bem afiado.
— Está na hora de eu agir e acabar com tudo isso de uma vez por todas – Rosnou.
Totalmente fora de si, Gleyce Kelly enrolou a arma num lenço branco e guardou dentro da sua bolsa, em seguida sai em disparada do apartamento e aperta o botão do elevador várias vezes, mas nada do equipamento subir, fazendo a loira ficar mais irritada ainda.
— Kelly? – Uma senhora saiu do apartamento — Saindo a esta hora?
— Não é da sua conta, sua velha caquética! – Insultou.
Após descer os degraus da escada rapidamente, chegando até a quase tropeçar em alguns, Kelly destravou o seu carro, fazendo o mesmo soar um som de buzina, desativando o alarme, entrando rapidamente. O portão do prédio em que morava se abre lentamente, fazendo o ódio da loira crescer 90%, chegando a cogitar a avançar e derrubar o portão, o carro sai em disparada, fazendo outro veículo, que estava estacionado perto dali, acender os faróis e segui-la de perto.
(•••)
— Larilala ♫ – Kelly cantava uma música qualquer — Agora o caminho vai ficar livre para o nosso amor.
— Ai, Max! – Suspirava — O que um amante não faz por amor, não é? – Gargalhou.
Kelly entra numa via recém-construída para desafogar o tráfego de uma das vias arteriais mais usadas na capital, que ainda não tinha sido liberada, mas os cavaletes que impediam que os carros trafegassem por ali, não estavam mais, ou seja, o caminho servia como um bom e velho atalho para muitos.
— Merda de lugar! – Bufou — Quando que vão colocar iluminação nesta bosta? País de corno!
Gargalhou.
— A primeira coisa que eu irei fazer, assim que me casar com o meu gostosão, eu vou lavrar desse país.
De repente, dois faróis que estavam apagados, acendem e ilumina a traseira do carro que a Kelly dirigia, fazendo a mesma ficar assustada na mesma hora.
— Mas que mer...
Para o desespero da técnica administrativa, o veículo, que ela ainda não tinha identificado de quem era, cola na traseira do seu carro, a fazendo gritar e acelerar mais ainda o automóvel.
— O que está acontecendo? Que merda é essa? Esse cara está louco? – Gritava.
— Esse carro... Não, não é possível que seja...
Kelly acelerava ainda mais, no entanto, o motorista do outro carro também pisava no acelerador e conseguia emparelhar o seu veículo com o da megera, fazendo seu coração bater acelerado, só que de medo.
— O QUE VOCÊ QUER? – Berrava com a cabeça para fora do seu carro.
De repente o mesmo carro que estava a perseguindo, ultrapassa o seu em alta velocidade, fazendo o coração da psicótica bater mais aliviado, mas não por muito tempo, porque o carro, que parecia ser de alto nível, dá um rodopio na avenida, o famoso cavalo de pau, e acelera vindo de frente em sua direção.
— MEU DEUS! O QUE QUEREM...
Gleyce Kelly, prevendo que o outro veículo iria se chocar com o seu, roda a direção desesperadamente para a direita, fazendo o carro perder o controle e bater numa mureta que protege a pista de um barranco, mas não consegue impedir que o carro capote e role violentamente pela ribanceira até parar, fazendo a loira desmaiar na hora, mas não por muito tempo.
— Ai... – Kelly acorda logo e tenta mexer a mão, mas não consegue.
— SOCORRO! – Chora desesperadamente — Eu... Eu estou presa.
O carro, que alguns minutos atrás a perseguia, para próximo a um acostamento e em seguida alguém abre a porta lentamente, chamando a atenção da mulher que estava presa nas ferragens do carro destruído.
— Alguém, por favor...
Os passos, que se aproximavam ainda mais, foram ficando mais sensível aos seus ouvidos. Até que consegue identificar de quem era os sapatos que estavam bem próximos ao carro capotado.
— Ora, ora! – Uma voz fria e calma soou pelo lugar deserto — Sempre acreditei naquele ditado – Fez uma pausa — Mulher no volante, perigo constante . Só que eu nunca pensei que isso fosse tão verdadeiro. - Gargalhou.
— Por favor, me ajuda! – Chorava implorando.
— Te ajudar, Kelly? – Sorriu — Deixa-me pensar...
Tocou no seu próprio queixo com uma das mãos, fingindo pensar.
— NÃO! – Deu uma gargalhada estridente.
— Não faz isso, Max! – Chorou — Está vazando gasolina, esse carro vai explodir a qualquer momento, não brinca com isso.
— Eu sei! – Sorriu mais uma vez — E eu vou contribuir para ver o espetáculo o quanto antes.
— Co-Contribuir? – Gaguejou sentindo um filete de sangue sair de uma das suas narinas.
— Você acha mesmo que eu irei desperdiçar essa oportunidade? – Disse mostrando um isqueiro.
— NÃO, MAX! POR FAVOR. VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO! – Chorou.
Max deu outra gargalhada.
— Está com medo de morrer, amorzinho? – Ironizou — Eu te avisei, mas você não quis me escutar. Entenda uma coisa, eu amo aquele garoto, amo mais que tudo nessa vida – Disse com um olhar sombrio — E ninguém, eu disse NINGUÉM, vai me separar dele. Nem que para isso eu vire o próprio Lúcifer.
Um arrepio percorreu pelo corpo todo da meretriz.
— A gente pode conversar. Eu juro... Eu juro que... Eu juro que me distancio de você – Falou.
— Não me convenceu! – Disse se afastando do carro e acendendo o isqueiro prateado.
— NAAAAAAAAAAAAO!
— Que faça uma boa partida...
— EU NÃO ESTOU GRÁVIDA! – Gritou — EU FALSIFIQUEI TUDO! – Disse de uma só vez.
— Agora já é tarde demais. Adeus, Kelly!
O isqueiro cai no rastro de gasolina que o carro deixou quando rolava no terreno irregular, fazendo o fogo que saia do objeto seguir a trilha de combustível até chegar ao alvo e em seguida um estrondo, fazendo o veículo ir pelos ares, e um grito sofrido aterrorizante soar pela pista afastada.
— Puxa vida! – Max suspirou — O que a gente não faz por amor, não é gente?
Caminhando tranquilamente, o empresário olhou para a esquerda e depois para a direta, não viu sequer um sinal nem de um andarilho por ali. Depois de olhar pela última vez para o carro que pegava fogo, abriu a porta da sua Ranger Rover, entrou, deu um play na música Firework, cantada pela Katy Perry e saiu cantando pneu.
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► Continua no ÚLTIMO CAPÍTULO!
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Ufa! Esse capítulo foi bem cansativo, não foi? Então se preparem para o ÚLTIMO!
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