Amor militar - Cáp. 8 - "Por onde anda o Rafael?"

Olá a todos! Quero agradecer todo os comentários e pelo carinho que vocês vem acompanhando minha história, Divirta-se! Boa leitura!

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Quinze dias antes de Rafael sumir...

“ Meio cambaleante cheguei a rua. Uma lágrima boba insistiu em rolar do meu rosto. Me sentia mal. Já havia fantasiado minha primeira vez com aquele cara, e não era nem de perto o que tinha imaginado…”

Cheguei em casa atordoado com tudo que havia acontecido a pouco. Passei pela minha mãe na cozinha. Em questão de segundos ela notou que não estava bem.

- Jotha? Aconteceu alguma coisa?

Sua face estava contraida, em sinal de preocupação.

- Não. - Apenas o que conseguia responder.

- Você bebeu?

Minha sorte e que minha mãe sempre foi tranquila enquanto o fato de eu sair e beber. Caso meu pai estivesse em casa, de ressaca e bebedo mesmo, ouviria um sermão de horas.

- Um pouco. - Continuava quase monossilábico.

- Esta tudo bem mesmo, meu filho?

- Está mãe, apenas muito cansado. - Me esforçei para falar.

- Toma um banho e venha jantar, está quase…

Não esperei ela terminar a frase. Realmente precisava de um banho. Retirar o cheiro do Rafael impregnado na minha pele. Me despi o mais rápido que pude e entrei no banho. O banho só terminou quando senti minha pele quase em carne viva. Mesmo assim ainda não me sentia limpo.

Reparei algumas manchas roxas no meu braço. Manchas de dedos. Quando sentei na cama, senti um desconforto. Estava exausto. Exausto fisicamente e emocionalmente.

“Como você pode ser tão escroto Rafael…”

O pensamento não foi muito além. Acordei com um barulho chato e insistente. O barulho foi crescendo até torna-se insuportável. Meu celular marcava categoricamente seis horas da manhã. Insistia em avisar que era a hora do trabalho.

Levantei lentamente da cama, o corpo não respondia muito bem. Tomei um banho longo e demorado. Refazendo os acontecimentos do dia anterior. Incrível como em um espaço de tempo tão pequeno, várias situações haviam se desenrolado. A pior delas foi o sexo brutal entre eu e o Rafael. “Ele vai me ouvir, e como vai”.

Sai do banheiro com um buraco no estômago. Ja estava a quase doze horas sem me alimentar. Vesti meu uniforme e fui para a cozinha. Meus pais ainda dormiam. Comi feito um traça, devorei tudo que vi. Ainda absorto em pensamentos e conversas hipotêticas que teria com Rafa, me atrasei para o trabalho.

Passei em frente a casa de Rafael. Um silêncio reinava. Aquele era basicamente o harário que ele saia para trabalhar. Achei estranho não ouvir movimento nenhum.

Apertei o passo e cheguei na loja de sapatos. A loja já estava aberta. Meu gerente veio logo “puxar minha orelha” sobre meu atraso. Apenas o ignorei. Não tinha cabeça para aquilo no momento.

Sinceramente não tive cabeça para nada ao longo do dia. Curiosamente não vi o Rafael passar para o serviço. No final do meu expediente, também não o vi chegar em casa. “Muito estranho…”

Do trabalho para minha casa notei que a casa de Rafael continuava sem vida. Ainda era dia e pude ve as lâmpadas de fora acesas. Ele nunca as deixavam acesas. Indo para o curso constatei a mesma situação. O silêncio sem fim na casa. “Deve ter ido a academia, na volta do curso paro e falo com ele”.

Já não estava tão aborrecido com o episódio passado. Na verdade após muita análise, tive um misto de conclusões e sentimentos. Inicialmente me senti sujo. Depois culpado por saber que eu mesmo provoquei a situação. Culpei ele completamente em um dado momento. “Estavamos bêbados, ele triste e eu morrendo de vontade ter ele…”

Claro que isso não justificava a forma de como o sexo aconteceu. Porém era compreensível. Ele puto da vida, bêbado… Apenas se exedeu…

- Jotha? Jotha? O tempo acabou. Me entregue o simulado por favor!

O professor da sala que havia me trazido para a realidade. Estavamos na semana dos simulados no curso. Sabia que iria muito mal no qual acabará de fazer. Minha mente não estava ali. Quando sai da sala o curso estava quase fechando. Tiago me esperava do lado de fora.

- Fala Jotha!

- Boa noite Tiago!

Definitivamente não queria conversar. Ainda mais com o Tiago.

- Cara sobe aquele lance qua aconteceu no sábado na praia…

- Tiago, na boa esquece isso… Já passou. Cara estou com um pouquinho de pressa…

- Juro que serei breve.

Ok.Teria que deixar ele falar para seguir meu caminho até a casa de Rafael.

- Então, quero te pedir desculpas por desmarcar com você em cima da hora. Sei que você me ignorou hoje, mais queria sua amizade.

- Beleza, sem ressentimentos! - Estendi a mão.

- Fico aliviado. - Apertamos a mão. - Assim eu, você e o Juan voltamos…

O aperto terminou na hora.

- Vocês voltaram?

- É complicado está longe de quem você gosta, sabe?

Via um certo desconforto e vergonha estampando em seu rosto.

- Beleza cara. Podemos ser amigos sim. Te desejo boa sorte, boa noite!

- Boa noite também.

Se Tiago gostava de sofrer o problema não era meu. Tiago era um cara divertido e simpático. Acho que seu maior defeito era o raio de sua submissão a seu ex - atual - namorado. Não tinha tempo para isso naquele momento. Meu único foco era resolver tudo com Rafael.

Cheguei a sua casa e tudo parecia estar do mesmo jeito. Silêncio. Luzes acesas do lado de fora. Resolvi chamar. Chamei… Chamei… Chamei. Nada. Comecei a ficar preocupado. Fui para casa.

Naquela noite não consegui dormir direito. Rolei na cama o tempo todo. Tive até alguns pesadelos. Primeiro um acidente de moto, Rafael estava desmaiado coberto de sanque embaixo de uma carreta… Tudo ficou nebuloso. Agora um caminhão de mudanças estava parado em frente ao seu portão, o último item havia sido colocado. Vi Rafael de relance, não conseguia ver seu rosto. Estava de mãos dadas com Bete. Os dois sorriam. Entraram no carro. Corri para alcançar… Quanto mais corria, distantes ficavam.

Acordei assustado. Fui ao banheiro e lavei o rosto. Do banheiro ouvi meu celular despertando. Tinha que me arrumar para o trabalho.

Nada havia mudado na casa. Alguma coisa de fato havia acontecido. Tentei tirar todos aquele sonhos loucos da cabeça…

…

...

A semana foi passando e não obtive nenhuma notícia de Rafael. O estranho era como os dias estavam cinzas e sem graça. Como se parte do mundo perdesse seu encanto por um tempo. Fazia tudo no automático. Trabalho.Casa. Curso. Sempre que passava pela casa de Rafael, olhava a casa. Tudo sempre igual. Os dias foram iguais. Todos eles.

De certa forma comecei a me odiar por me apaixonar por aquele cara. Não havíamos nem trocado telefone. Estava ilhado sem nenhuma informação dele.

No início da segunda semana sem notícias. Uma surpresa. Um cachorro enorme, que já conhecia veio a meu encontro. Como de costume me jogou ao chão. Como aquelas lambidas no rosto me encheu de alegria. Alegria que durou pouco.

- Me desculpa rapaz! - Um senhor veio se justificando - Estou a pouco tempo com ele… Espera você não é o amigo do meu filho?

- Boa noite, sou sim. E já estou acostumado com essa demostração de carinho do Ted. - Levantei e fiquei acariciando o Ted. - Falando em seu filho… Por onde anda o Rafael?

- Ele não te falou não? Ele foi fazer um curso na Marinha… Deve voltar semana que vem. - Ele amarrou a coleira no cachorro.

“Filho da puta não me avisou…”

- Ele deve ter esquecido de falar… Bom eu vou indo, boa noite ao senhor!

- Boa noite meu filho!

Cheguei em casa revoltadíssimo. O babaca nem havia comentado nada comigo. Havia perdoado ele por conta daquela foda mal dada de domingo. Sentia meu rosto queimar de raiva.

Bom como não havia jeito, tentei desviar minha atenção. Aproveitei para estudar. Foi a semana que mais estudei. Final de semana não foi diferente. Livros, cadernos e exercícios. Um dos momentos em que parava para fazer minhas refeições, ouvir até meu pai me elogiando para minha mãe. No meu íntimo, uma expectativa crescia lentamente. Tomando forma e cor. Um frio gostoso na barriga.

Na segunda de manhã. Acordei com todo gás. O dia se arrastou, até pensei que toda aquela expectativa criada fosse em vão. Até que… Um dia tranquilo no trabalho, ouço aquele ronco tão familiar.

Rafael estava com uma mochila enorme nas costas. Fardado, desceu da moto. Entrou na loja.

- Boa tarde, Jotha! Depois do trabalho será que você poderia passar na minha casa? Preciso conversar com você!

Apenas acenei com a cabeça de forma afirmativa…

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Espero que tenham gostado. Vote, comente… Aquele abraço!

Jotha ;-)