Thithi et moi, amis à jamais! Capitulo 142
Oi, gente! Não publiquei as 22h por que eu estava suuuuuuuuuuper enrolado com a minha dissertação, com filho, casa, etc... O único tempinho que eu consegui foi agora. Tô fazendo um esforço danado para não deixar mais de publicar e até agora tem dado certo. Um super beijo! Até sexta! Boa leitura!
PS. se tiver alguma coisinha errada, por favor desconsiderem (kkk), não deu tempo para revisar o texto.
###########
- Boa tarde! – Eu cumprimentei o porteiro da escola
- Boa tarde, professor? Cadê seus seguidores?
- Pois é, seu José, ainda não vi nenhum moleque ali na frente... Vou indo para a minha sala.
- Boa aula, professor!
- Obrigado!
Eu fui entrando na escola e realmente ninguém apareceu. Eu achei super esquisito.
- Professooooooooor!!! – Carlos veio gritando da sala
- O que foi, Carlos?
- Professor, me ajude!
- O que foi, menino? – Eu comecei a ficar preocupado.
- Eu estou com um probleminha...
- E qual seria?
- Venha comigo! – Ele pegou minha mochila e meus livros e saiu me puxando.
- Carlos, o que foi? Eu estou ficando preocupado.
- Venha comigo, só o senhor vendo para entender.
- Ah, meu Deus!
Ele foi me levando para o auditório 01.
- Venha! – Ele me puxou para dentro do auditório
Lá, estava tudo escuro.
- O que está acontecendo, Carlos? Vamos lá, pode me explicar...
Do nada, as luzes foram acesas, e minhas turmas do primeiro ano estavam reunidas, quatro turmas no total. Era moleque que não tinha fim. Eles começaram a bater parabéns e eu sem saber o porquê de tudo aquilo. Eles cantavam, assobiavam, gritavam, pulavam. Eu não fazia a mínima ideia do que aquela molecada estava aprontando. Foi quando eu ouvi, após os parabéns: “VIVA O MELHOR PROF! VIVA O PROF ANTOINE! ” Foi só ai que eu entendi o que eles estavam aprontando.
Eu entrei na onda e fingi que era meu aniversário. Eles ficaram felizes da vida.
- “DISCURSO, DISCURSO, DISCURSO!” – Eles começaram a gritar
- OK! OK! OK! – Eu disse gritando e rindo como eles – MENINOS, MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO OBRIGADO PELA FESTA! VOCÊS SÃO DEMAIS! AS MELHORES TURMAS DO 1º ANO!
- Professor lindo, - Cleize começou a falar - nós fizemos isso tudo para lhe dizer que nós lhe amamos. Amamos suas aulas por que o senhor faz essa língua estranha entrar na nossa cabeça. Parece que o senhor valoriza o que a gente sabe e isso a gente acha muito legal. Os professores têm mania de achar que somos burros, mas nós não somos e o senhor ensinou isso pra gente. Nós nos unimos e fizemos essa festa para comemorar seu aniversário. Agora, eu falo pela minha turma, nós juntamos um dinheirinho e compramos isso aqui. – Ela me entregou um presente
- Meninos, não precisava gastar o dinheiro de vocês com presente, né? Só essa festa já deve ter saído caro...
Eu me senti um pateta falando isso para um bando de meninos riquinhos, mas falei do mesmo jeito.
- Para o senhor a gente faz, e sem cobrar nenhum pontinho extra.
- Os outros professores vão ficar com ciúmes... – Eu disse
- E é para ficar mesmo! – Vários alunos falaram juntos
- Bom, vamos comer?? – Eu disse
- Tem que ter o primeiro pedaço! - Um gritou
- Isso é maldade com o prof, gente.
Graças a Deus um me defendeu.
- Não, tem que ter o primeiro pedaço!
- Ah, é? Ok, vamos ao primeiro pedaço. Me passa essa faca pra cá, Joana.
Ela me entregou a faca e eu cortei um pedação de bolo e fui repartindo em vários pedacinhos e fui entregando para cada um, claro que não deu para todos, mas eles entenderam o recado.
- Bom, o meu primeiro pedaço vai para todo mundo, pois todos são muito especiais para mim.
Após eu ter entregado os pedaços para os meninos eles começaram a me abraçar e a me felicitar. Eles começaram de um por um, mas em um determinado momento um grupo atentado veio me abraçar em conjunto... pra quê? Todo mundo resolveu me abraçar em conjunto, eu quase fiquei sem respirar com tanto moleque em minha volta.
- PROFESSOR ANTOINE??? – Eu ouvia alguém gritar – PROFESSOR ANTOINE!!!!
Quando eu consegui responder, a diretora já estava puxando os moleques de cima de mim.
- Professor, o senhor está bem?
- Oi, professora Rosana! Estou, sim! Os meninos se empolgaram um pouquinho.
- Eu vim lhe desejar os parabéns também! – Ela me abraçou – Que o senhor continue sempre sendo esse amor de pessoa, sempre solicito, sempre disposto a ajudar todo mundo. Isso aqui é só a prova da pessoa, fora e dentro da escola, que o senhor é.
- Poxa, obrigado, Rosana! Faz o seguinte, chama todo mundo lá da coordenação e secretária para comer. Esses meninos trouxeram comida demais.
E realmente havia muita comida, cada aluno ou cada dupla ficou responsável por alguma coisa, e como eram 4 salas, era comida que não tinha fim. Eu só não entendia como aquela molecada havia conseguido ser liberada das outras aulas.
- Rosana, essa molecada não era para estar em sala?
- Hoje é dia do projeto, lembra?
- Eu sei, mas projeto a gente dá aula também. Dá aula sobre a temática do projeto.
Projeto era um espaço no currículo escolar onde se fazia um trabalho inter/multi/transdisciplinar. Todas as disciplinas trabalhavam em conjunto para a realização desse projeto que geralmente era cultural também.
- Sim, mas foi mais fácil liberar os alunos.
- Atah!
Ah se eles soubessem que não era meu aniversário... E como eu iria dizer isso para eles?
Todos os funcionários da escola vieram fazer uma boquinha, só quem não veio foram os professores que estavam em sala de aula, é claro.
- Que história é essa de aniversário? – Thi apareceu ao meu lado comendo salgadinhos
- Eu também queria saber...
- Tu não vais falar para eles que teu aniversário é só tipo... no final do ano? – Ele disse rindo
- Como eu vou falar isso para eles, Thi? Não dá!
- Hum...hum... – Ele dizia mastigando
Todos os funcionários foram me desejando os melhores votos possíveis. Eu ainda queria saber como eles “descobriram” o dia do meu aniversário. Essa foi, de longe, a situação mais cômica que eu passei na vida. Os meninos tiraram fotos logo do início e minha cara não era a das melhores, eles me mostraram depois.
Os meninos tinham sido liberados somente no primeiro tempo, então, logo todo mundo voltou para as suas salas. Mas antes as turmas se amontoaram e nós tiramos uma foto, e a tenho até hoje. Às vezes eu encontro a molecada, que hoje já está na faculdade, e eles ainda vêm me abraçar e falar comigo. É incrível como o professor tem o poder de marcar a vida dos alunos, seja positiva ou negativamente.
Eu acabei não dando aula após a festa, pois o Alexandre se recuperou e ele pegou uma aula minha. Eu só fui dar aula após o intervalo, nos últimos períodos da tarde. Enquanto eu esperava, eu resolvi ir lá no conselho pedagógico saber sobre uma aluna que tinha desaparecido. Mas, no meio do caminho, a secretária me chama para resolver um probleminha com meus documentos. Eu estava devendo a cópia de alguns há algum tempo e eu sempre esquecia de deixar lá, só que dessa vez a secretária me pegou pelo braço, literalmente, e saiu me levando.
Ela foi até a sala dos professores comigo, pegamos os documentos na minha mochila e depois fomos para a secretaria. Lá, ela sentou em frente ao computador e começou a refazer meu cadastro. Papo vai papo vem, ela olha minha data de nascimento e percebe que meu aniversário não era naquele dia.
- Antoine, essa data ta certa?
- Que data?
- Do teu nascimento.
- Como que tá aí? – Eu já estava curioso mesmoNão, é isso mesmo!
- Mas... aqui diz que o senhor faz aniversário em dezembro
- É isso mesmo, Ana!
- Sério?
- Sim! – Eu disse sorrindo
- Mas por que fizeram festa para o senhor, hoje?
- Eu também adoraria saber... Eu não sei como os alunos descobriram o dia do meu aniversário falso.
- Eles devem ter olhado no mural de aniversários da escola.
- Que mural?
- O senhor ainda não viu?
- Eu não!
- Nós o colocamos no inicio da semana.
- Ana, às vezes eu só entro e saio dessa escola, nem olho para murais. – Eu falei rindo da minha completa falta de atenção
- Depois tu passas lá no corredor da biblioteca, tá lá o mural.
- Mas gente, pra quê esconder o mural? Por que não colocaram na sala dos professores?
- Não coube lá, aí o jeito foi ir para o corredor mesmo.
- Eu hein! Eu vou até passar lá para ver o mais novo dia do meu aniversário.
- Quer dizer que tu ganhaste festa, presentes e nem é teu aniversário... sacanagem!
- Não tive culpa! – Eu disse rindo – Bom, já sabes de toda a minha vida, deixa eu ir lá na coordenação ver a situação de uma aluna.
- Tá bom! Agora eu já sei como te trazer até aqui...
- Engraçadinha!! Fui, beijo!
- Outro!
Eu fui até a secretária, mas antes eu passei pelo mural e de fato a data do meu aniversário estava errada. Tadinho dos meninos...
- Oi, oi, meninas! – Eu disse entrando na coordenação
- Oi, Antoine!
- Cris, preciso ver a situação de uma aluna...
- Tá, mas primeiro deixa eu te dar parabéns, né?
- Posso te falar uma coisa antes?
- Pode! – Ela disse se levantando
- Hoje não é meu aniversário. – Eu dei um sorriso amarelo para ela
- Mas como não? Para de brincadeira, Antoine! Fala que tu não queres que eu te parabenize que é mais fácil.
- Cris, não estou brincando, hoje realmente não é meu aniversário.
- Não?
- Não! – Eu sorri
- E por que os alunos fizeram aquela festa?
- Por que enganaram os pobrezinhos.
- Enganaram?
- É! Aquele mural que vocês fizeram, meu aniversário está errado lá.
- Mas como? Nós fizemos de acordo com o que está no sistema.
- No sistema tá certa a data! Acabei de vir da secretaria.
- E o que aconteceu, então?
- Ótima pergunta!
- Eu não acredito que eu tenha errado no mural...
- Bom, mas eu acho que erraste sim... Dá uma olhadinha lá no mural, meu aniversário é só em dezembro, Cris.
- Ai, meu Deus... E os alunos fizeram toda aquela festa.
- Pois é, eu fiquei com pena de falar que meu aniversário não era hoje, eles me deram até presente, Cris. Olha minha cara para encará-los, agora.
- Não, mas nem é bom falar mesmo... tadinhos...!
Depois de ter esclarecido o que aconteceu, ela viu a situação da minha aluna que tinha sido transferida de turma e ninguém havia me falado nada. Eu fui para a sala dos professores e fiquei lá esperando dar a hora da minha aula. O sinal do intervalo soou e os professores vieram para a nossa sala. Muitos ainda me parabenizaram e comeram bolo e mais algumas guloseimas que havia sobrado.
Eu vi o Fernando quietinho num canto e fui falar com ele. Ele estava encostado em uma parede olhando pela enorme janela de vidro que tinha na nossa sala, dava para ver o movimento na rua. Ele era professor de matemática, era o maior gatinho. Ele fazia muito sucesso com as meninas, mas algo me dizia que ele gostava mesmo era de meninos. E eu geralmente nunca me enganava! Ele tinha 26 anos, era moreno, musculoso, tinha uma carinha de safado e anjinho ao mesmo tempo, o que seduzia muita gente. Ele aparentava ser tímido, mas ele só era quietinho mesmo, quando ele precisava se impor, falar em público, ele fazia isso muito bem.
- Oi, Fernando!
- Oi, Antoine!
- Por que estás aqui isolado, rapaz?
- Nada, não!
- Que nada o que? Vem pra cá com a gente comer bolo?
- Depois eu vou lá...
- Aconteceu alguma coisa? Tu não me pareces muito bem!
- Não, tá tudo bem!
- Olha, olha... Bom, se não queres falar, ok. Vou te deixar quieto, mas se precisar é só chamar, viu?
- Ok! Obrigado! Ah – ele desencostou da parede e me abraçou – parabéns pelo teu dia! Felicidades!
Além de lindo ainda era cheiroso, aaaaah se eu não fosse casado.
- O que tu estavas falando com o Mauricinho lá? – Thi perguntou
- Te enxerga, Thi!
Ele nunca foi com a cara do Fernando, o pobre uma vez derrubou café no Thi e isso fez o Thi pegar abuso do menino. Coisa besta! Fernando era super gente boa!
- Sério, o que tu foste falar com ele.
- Fui oferecer bolo para ele.
- Foste oferecer teu bolo pra ele? – Ele me olhou de maneira esquisita
- Foi!
Ele me olhou com cara de sacana.
- Seu filho de uma quenga – eu falei baixinho – não fui fazer isso que estás imaginando, não. Foi oferecer o bolo, de comer.
- E o teu bolo não é de comer?
- Thi, vai-te pra puta que pariu!
Ele caiu na gargalhada.
- Sério, o que foste fazer lá?
- Só fui falar com ele, por que não posso?
- Deixa o Bruno descobrir...
- O que o Bruno tem a ver com essa história... Falas que tu estás com ciuminho do teu maninho aqui que eu entendo...
- Tu não és tudo isso não, viu?
- Se não sou, me deixa!
- O que é que vocês tanto cochicham aí? – Milena, professora de biologia, perguntou.
- Alunos... perólas de alunos! Acredite, é o que nós mais temos no terceiro ano.
- Aqueles meninos se passarem em uma faculdade particular vai ser milagre! Eles não querem nada com a história desse Brasil...
- Não mesmo! Eles escrevem cada coisa nas redações que passamos, que quando corrigimos é o mesmo que assistir a uma comédia.
- Um dia eu vou querer ajudar vocês a corrigirem, então. – Ela disse rindo
Nosso intervalo acabou e foi cada um para a sua sala. Eu iria entrar na turma de terceiro ano, aquela aula era uma tortura. Eu poderia levar a aula mais divertida, mais bem planejada, mais atrativa possível que aqueles moleques não se importavam. No inicio eu me preocupava em estimula-los, em orientá-los, em conversar, mas nada surtiu efeito. Eles não queriam saber de nada, por acharem que mamãe e papai tinham dinheiro, eles não queriam saber de cuidar do futuro deles. Meus moleques do primeiro ano eram totalmente diferentes... Claro que no terceiro havia alunos muito bons e que precisavam que eu desse o meu melhor, então eu me concentrava nesses alunos. A maioria desses alunos era os que tinham bolsa de estudo integral, eles estudavam como loucos, dava gosto de ver. Havia somente poucos que eram “riquinhos” e se preocupavam com o futuro. Os outros, só queriam saber de futilidades da adolescência, e como há futilidades nesse período.
Eu dei minha aula e às 18h o Bruno veio me buscar como de costume.
- Oi, amor! – Eu disse entrando no carro
- Oi, minha vida! Que bando de coisas são essas?
- Comilança do meu aniversário.
- Teu aniversário?
- É! Longa história, eu te conto no caminho da casa da Maman.
- Por que aquelas meninas ficam olhando pra ti?
- Quem disse que é para mim? Elas estão olhando para ti.
- Pra mim? – Ele ficou todo bobo
- Claro! Elas acham meu marido um gato, sabe?
O sem vergonha ligou o carro, deu partida e ainda deu um tchauzinho para as minhas alunas, eu já estava vendo, elas iriam fazer o maiores e melhores comentários na próxima aula.
- Ah, isso aqui é pra ti, foram elas que fizeram questão de arrumar para eu trazer.
- Eles não fizeram nenhum daqueles comentários, não?
- Até agora não, amor. São bem poucas pessoas que sabem que eu sou homossexual. E essas alunas só sabem por que elas me veem chegar e ir embora contigo.
- Hum...
Eu contei para ele a história do meu pseudo aniversário e ele morreu de rir.
- Oi, Papa! Oi, meu amor! – Eu disse pegando a Sophie do colo do Papa, quando ela me via ou o Bruno, ela fazia a maior farra. – Cadê a Maman, Papa?
- Ela saiu, foi ao shopping com a Anne e o Gui e mais a Joana.
- E não levou a Sophie? Que milagre é esse?
- Eu não deixei, eu sabia que tu vinhas busca-la e se ela não estivesse aqui tu darias uma de louco e eu não queria te dar umas palmadas, né filhote?
- Engraçadinho o senhor, né?!
- Estou brincando, ela ligou várias vezes para o teu celular, mas tu não atendeste, aí como ela não tinha tua permissão, a Sophie ficou.
- Glória a Deus! Eu estou morto, só vim buscar a Sophie mesmo.
- Tu só vens aqui em casa assim agora, filhote. Nem vem mais conversar conosco.
- Oooo Papa, desculpe-me, mas eu estou tão cansado que eu dormiria conversando com vocês. Eu prometo que no domingo nós vamos vir passar o dia aqui, tá?
- Isso é um a promessa mesmo?
- É, sim!
- Vou esperar, então...
- Tá bom! Bom, já vamos Papa! – Eu abracei meu pai
- Tchau, Carlos! – Bruno abraçou Papa também
- Vou separar aquelas cachaças pra gente, Bruno.
- Opaaaaaaa!!!! Que chegue domingo!
- Dois cachaceiros, senhor!
Nos despedimos mais uma vez de Papa e fomos para casa.