O Primo Desconhecido Cap.19 (ÚLTIMO CAPÍTULO)

Cap.19

Bruno olhava para nós dois com os olhos arregalados, sem acreditar.

- É... Bruno... Eu - de repente então Márcio se aproximou do meu ouvido.

- Já vi que não... - e então beijou o meu rosto. Eu o olhei, ele sorriu. E então saiu. Eu fiquei lá, escorado na parede sem saber o que dizer, com o coração na mão depois daquilo.

- O que foi isso ? Porquê você o beijou ? Você gosta dele, é isso ?

- Que gostar dele o que... Ele é bem bonito, mas quem me beijou foi ele. Você acha que eu tenho tempo para ficar gostando de alguém ? - falei, me escorando na cômoda. De repente então ele me puxou, e me empurrou contra a parede.

- EI, me escuta ! Olha, eu não sei o que está havendo comigo... Eu não consigo explicar, como algo que aconteceu em tão pouco tempo, a tanto tempo pode mexer tanto com alguém. Você não tem noção do quanto eu fico com raiva cada vez que você dá atenção a ele, porquê eu consigo ver nos olhos dele o interesse por você ! Por favor Lucas, não fica com ele. Você lembra ? Lembra da época que nós ficamos e que era tão legal e inesquecível ? Eu... Eu quero repetir aquilo. Quero sentir aquilo de novo ! - falou, pegando no meu rosto. Bastou alguns segundos, e eu não pude falar mais nada, era beijado por ele. Tinha o mesmo gosto, a mesma essência, a mesma emoção que anos antes. Era idêntico. Era bom. Era incrível. Cada beijo dele era uma opera. Um espetáculo.

- Eu não vou ficar com ele - falei, assim que nos separamos - prefiro ficar com você ! - falei, o abraçando fortemente mais uma vez. Era como nos velhos tempos. Meu coração se enchia de bons sentimentos, a cada abraço dele. Ele trazia algo bom consigo. Algo que me atraía instantaneamente. Eu não conseguia explicar o que era.

- Então ficaremos - falou sorrindo - de novo...

MINUTOS MAIS TARDE

Estava feliz novamente, e não mais conseguia parar de pensar nele depois daquilo. Olhava as fotos dele no meu celular, era extremamente emocionante te-lo para mim novamente. Ele estava no banheiro tomando banho, quando de repente a porta foi aberta. Márcio entrou. Quando me viu , sorriu. Fechou a porta, deitou-se no colchão. Se ajeitou, e então abriu a boca.

- E ai ?

- O que foi ?

- Vocês se pegaram ? - arregalei os olhos.

- Como você sabe ?

- Já imaginava. Na verdade eu não tenho nenhum interesse em você. Só fiz isso porquê... Já tinha percebido os sentimentos dele e ele precisava de um empurrãozinho para assumir o que sente - olhei para ele, e sorri.

- Quantos anos você tem mesmo ? - ele riu.

- Acabei de fazer 18... Mas para essas coisas, não é necessário idade. As vezes, basta reparar um pouco. E então, se nota...

MINUTOS DEPOIS

Já tinha apagado as luzes do quarto e esperava ansiosamente o sono bater. Já estava quase dormindo quando senti uma movimentação na cama. Não demorou muito e aquele perfume invadiu as minhas narinas, enquanto ele me abraçava. Logo, beijou a minha nuca e então recostou a cabeça no travesseiro. Apenas sorri. Era bom ser abraçado mais uma vez. E então, dormi

DIAS DEPOIS

Voltamos a sair sozinhos. A tirar fotos loucas juntos. A andar de mãos dadas. A sorrir. A viver em sintonia.

- Olha, você não acha bonito ? - perguntava, agarrado ao braço dele enquanto apontava para um colar.

- É lindo... Você gosta de colares assim ?

- Gosto. Eles são muito bonitos - falei, voltando a andar.

- E que tal se eu comprar um europeu para você ? - não entendi naquele momento o que ele queria dizer.

- O que você quer dizer com isso ? - ele sorriu.

- Você deixa eu te acompanhar na sua viagem a Europa ? - fui pego de surpresa. De nenhuma forma eu esperava ouvir aquilo.

- O que ?

- Eu quero viajar com você para a Europa.

- Sério ? Mas... Mas... Tem certeza mesmo que você quer ir ?

- Sim... No dia que você for, eu vou com você.

- Então tá... Nós vamos juntos para a Europa.

DIAS DEPOIS

E então as minhas férias acabaram. Pelo menos a primeira parte delas. Revi a família, tomei banho na praia. Porém agora era o momento de partir, conhecer outros horizontes. Enfim relaxar de verdade. E não iria sozinho. Não sabia o que esperar verdadeiramente daquela viagem, mas algo me dizia que ela ia ser marcante.

- Então quer dizer que vocês vão conhecer a Europa juntos ? - Márcio perguntava, vendo eu fechar a minha mala.

- Sim. Nós vamos - ele riu.

- Eu sabia que vocês dois combinavam. Espero que a viagem seja legal, e que você não esqueça de mim viu.

- Não se preocupe, eu não vou esquecer de você, primo. Espero que dê tudo certo, e que você consiga ser bem sucedido como dentista.

- Se Deus quiser ! - falava, rindo.

- Vamos Lucas, ou então a gente vai se atrasar - Bruno dizia, abrindo a porta.

- Já vou - dizia, colocando a mala no chão - até breve Márcio. Se cuide...

- Vou me cuidar... Boa viagem

- Obrigado - e assim ficou esse primo, que serviu para que tudo ficasse mais fácil na nossa relação. Sem ele, com certeza não haveria existido nós.

NO DIA SEGUINTE

Partimos então juntos para Paris, o primeiro destino. A viagem era longa, mas com certeza seria inesquecível. Chegamos pela manhã na capital francesa. Descansamos, e lá pelas 16 hrs saímos para conhecer a cidade. Visitamos alguns pontos turísticos e por último paramos num restaurante de Paris para jantar. A brisa batia no rosto. A energia que rodeava Paris nos deixava alegres. Eu já estava amando conhecer a Europa.

- E apenas isso - ele dizia, em inglês. O garçom logo voltou, com uma garrafa de vinho. Nos serviu e nós começamos a tomar.

- Sorria - dizia, fazendo pose com ele para uma selfie. Não demorou alguns segundos, e ela estava no face. Logo surgiram comentários. Agora já sei o porquê de Bruno ter adiantado a viagem. Era a irmã dele. De repente, enquanto eu mexia no celular, senti ele colocar a mão dele sobre a minha - o que foi ?

- Queria te perguntar uma coisa...

- O que ?

- Você quer namorar comigo ? - olhei para ele, sem acreditar.

- Namorar... Mas...

- Aceite por favor. Eu juro que vou te fazer feliz. Namore comigo - olhei para o celular, combinavamos tanto. Aquele clima de romantismo em Paris...

- Tudo bem... Eu aceito.

HORAS DEPOIS

Já no Hotel, sentindo o abraço dele, na varanda, olhavamos a bela Torre Eiffel, linda ao fundo.

- Como é que vai ser ? - eu perguntava, sentindo as Mãos dele fazendo cafuné no meu cabelo.

- Como vai ser o que ?

- O nosso namoro ? Você mora a 2000 km de distância de mim. Nossas jornadas não devem se cruzar muito. Vai ser um sacrifício para nos vermos.

- A gente dá um jeito. Não se esqueça que eu sou manauara, e não me importaria de voltar para Manaus.

- Ou eu de ir para Brasília - ele riu.

- Se a gente quiser, esse namoro dá certo. Mas temos que tentar.

- É, temos - falei, mais uma vez o beijando.

SEMANAS DEPOIS

- Atenção tripulação, preparar para a decolagem - e mais uma vez eu voltava a trabalhar. Depois de várias viagens, visitas as várias cidades, muitas fotos, eu estava de volta ao Brasil e voltaria a trabalhar. Olhei para o meu lado, e lá estava o meu co-piloto, de óculos escuros. Sim, ele era só meu - tudo certo ? - perguntava eu.

- Vamos lá ! - coloquei as Mãos nos manetes de velocidade. Já ia empurrar porém senti uma mão encobrir a minha. Quando olhei, era a dele. Parei, e reparei na aliança que nós dois usavamos, uma com o nome do outro. Sorri.

- Vamos, Bruno - e então mais uma vez começamos a correr pela pista. Bastou alguns segundos e o avião estava no ar. Voltava a fazer aquilo que mais gostava - recolher trem de pouso - fiz a curva manualmente em direção a Brasília, e logo o piloto automático guiava a Aeronave. Recostei minha coluna na poltrona. Olhei para ele, o puxei levemente e dei um selinho. Era assim que viveríamos. Nas alturas. Juntos. Mas sempre com o amor no coração.

FIM

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