O Primo Desconhecido Cap.4

Cap.4

Ele se deitou, começou a mexer no celular. Durante alguns segundos o silêncio perdurou no quarto. Porém, logo ouvi novamente a sua voz.

- Você não se importa, não é ?

- O que ?

- Que eu durma sem camisa... - obviamente que eu Não queria que ele dormisse daquela forma, ou então eu iria demorar para dormir. Porém, para fazer ele se sentir melhor.

- Não, você pode dormir como quiser - ele sorriu.

- Ah que bom, eu já desacostumei a dormir de camisa - falou, logo mostrando todo aquele abdômen bonito - e então, já terminou os estudos ?

- Já... Terminei esse ano - falei, tentando não olhar para a tentação que estava ao meu lado.

- E o que pretende fazer agora ?

- Eu não sei... Estava pensando em seguir carreira na aviação - ele me olhou, surpreso.

- Igual eu ? Nossa, 2 pessoas na família trabalhando na aviação, que legal... Mas, eu espero que isso seja realmente o que você goste, afinal ninguém merece um funcionário que não cumpre bem as suas funções.

- Eu sei... Mas eu amo aviação... Acho que vou me dar muito bem nessa carreira - ele sorriu.

- Sabe porquê nao vou ficar um mês aqui ?

- Não... Porquê ?

- Vou viajar para o caribe, e conhecer o Aeroporto de St Marteen ( fãs de aviação entenderão a animação)

- Sério ? Não acredito, que inveja de você...

- Vai ficar bem mais barato, já que eu tenho o benefício da companhia... Acho que vai ser inesquecível - sorri.

- Como eu queria ir...

Nos próximos minutos começamos a conversar, contar coisas um para o outro. Parecia que os 8 anos de idade que nos separavam não faziam diferença nenhuma. Gostávamos das mesmas coisas, e sorriamos das mesmas coisas.

- Aí, certa vez, estava fazendo um vôo de Guarulhos para Brasília. Chovia na hora da decolagem, o avião deu uma chacoalhada Monstra. Tinha uma senhora de idade na primeira fileira, que estava pálida, quase desmaiando.

- Meu Deus, e aí ?

- Ah, aos poucos foi passando. A gente acaba se segurando para não rir, porquê e engraçado. E é comum, vemos muito isso. Pessoas mortas de medo, sendo que estão correndo muito mais riscos no chão do que no ar, nos dias de hoje...

- É verdade... - comecei a passear pelo menu do meu celular, em busca de um aplicativo, quando de repente ele fala.

- Espera... Isso é Mário ?

- Sim, é o emulador...

- Meu Deus, eu amo Mário... Vamos jogar ? Por favor, vamos jogar ! - era engraçado ver ele se comportar como uma criança, mesmo sendo um marmanjo enorme.

- Você não acha que está muito velho para fazer birra ?

- Nunca se é velho para fazer birra... - disse, rindo - vamos jogar ?

- Tá bom - meu Deus, abrir aquele jogo só me causou mais problemas. Ele se aproximou de mim, e seu corpo ficou colado enquanto jogávamos. Estava tão perto, que eu podia sentir claramente a forte fragrância do seu perfume nas minhas narinas. Tudo estava conspirando para que eu ficasse ainda mais tentado...

TEMPO DEPOIS

Já na madrugada, eu continuava jogando, animado, pois havia chegado no quinto mundo, quando viro o olhar para o lado, e percebo que ele havia dormido. Como já estava com sono, decidi parar de jogar. Coloquei o celular para carregar na mesa ao lado da cama e Fechei os olhos, me acomodando para dormir. Porém, não demorou muito para meus olhos abrirem, e como se tivessem vontade própria, admirarem aquele corpo lindo, não extremamente sarado, mas na medida, extremamente bonito. Aquelas pernas lindas, sem nenhum sinal, como se tivessem sido desenhadas por anjos... E aquele rosto, fofo e bonito, mesmo dormindo. Realmente, Não seria fácil ficar esses 14 dias com aquela tentação ao meu lado.

NO DIA SEGUINTE

Acordei lentamente, com a movimentação dentro da casa.

- O que está havendo ? - perguntei eu, com aquela voz de sono característica de todo mundo.

- Ah Lucas, te acordei ?

- Não... Eu... Acordei com esse monte de gente andando.

- Eles já estão arrumando as coisas para levar para a praia.

- E que horas... - eu não consegui terminar, quando vi aquela camisa branca justa ao corpo dele, e aquele short verde curto e cavado, que o deixavam ainda mais valorizado.

- O que você disse ?

- Não... Esquece... Esquece... - faltam 13 dias apenas, agora.

MINUTOS DEPOIS

Levamos comida pronta e a churrasqueira para assar as carnes, e então partimos para a praia. Parecia que o Senhor lá de cima queria fazer de tudo para que eu ficasse ainda mais sem jeito ao lado do meu primo.

- Poxa, mas não vai caber todas as coisas aqui - dizia a minha tia, vendo que os dois carros que iriam nos levar até a praia estavam lotados.

- Só se a gente levar o outro carro.

- Mas aí vai sobrar espaço...

- Mas pelo menos tudo que a gente precisa levar poderá ser levado - então ela olhou para ele.

- Você trouxe a sua carteira Bruno ?

- Trouxe, porquê ?

- Então pega a chave, você vai levando aquele carro ali... - falou, apontando.

- Mas eu sozinho ? Poxa... - e então ele me cutucou - Lucas, você não quer ir me acompanhando no carro ?

- Mas eu ?... Eu...

- Ah, por favor, eu Não gosto de dirigir em estrada sozinho... - quando que eu iria negar um pedido dele ? Nunca... Minha prima sorria e ao mesmo tempo fingia uma cara de raiva, porquê eu estava conseguindo fazer intimidade com o primo desconhecido em pouco tempo...

MINUTOS DEPOIS

Já estávamos na estrada, com todas as coisas no carro, indo em direção a praia. Apenas nós dois, aquele silêncio no carro...

- Quais bandas você tem na sua playlist ? - ele perguntou.

- Coldplay, Queen, Jessie J, tem muitos nomes, porquê ?

- Trouxe o cabo USB ?

- Sim, junto com o carregador...

- Então coloca para tocar alguma aí... - peguei o cabo e liguei com o aparelho de som do carro. A primeira música que começou a tocar foi For You, do Coldplay. Fizemos a curva, nos livrando da Rodovia Fernando Guilhon, agora na PA-457 - e então Lucas... Namora alguém lá em Manaus ?

- Eu ? Não... Acho que as pessoas não gostam muito de mim, enfim... E você ?

Continua

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