Recordações - Diário Gay Parte 14

Um conto erótico de Fabioo
Categoria: Homossexual
Data: 19/12/2015 23:50:15

É tão engraçado quando nôs pegamos perdidos em pensamentos vagos, recheados de lembranças gostosas como um flash de pequenos trechos de filmes da nossa própria vida.

A mancha de vinho, o corpo forte, os pêlos aparados, o sorriso e a imensa vontade de ligar para o Ricardo.

Eu explicando tudo para a Michelle enquanto a gente devorava nossos lanches na cantina.

Ela tentando me convencer de que tudo daria certo, mas eu fiquei muito nervoso e preocupado com o tal romance do Ricardo.

Meu Deus como pode uma coisa dessas? Eu não o via de maneira sexual e não o desejava, mas a partir daquele momento as coisas começaram a mudar.

Eu fechava os olhos e via sua imagem sem camisa, queria estar com o Ricardo, mas era tarde demais e o máximo que eu podia fazer era rezar para que com essa menina também não vingasse, assim como todos os relacionamentos anteriores dele.

Eu não conseguia falar com o Dimas para entregar o trabalho e por isso fui até a vila que ele morava.

Pedi que um dos vizinhos avisasse o Dimas que o material estava pronto e que ele fosse buscar quando pudesse.

O garoto me olhou dos pés a cabeça e me intimou.

E esse material é puro? Da boa? Limpo mesmo?

Eu não entendi a primeiro momento, mas ele continuou.

Se o Patrão souber que neguinho ta passando a vez, ele some com você cara.

O que tu ta repassando pro Dimas?

Agora eu havia entendido sobre o que ele estava falando e me assustei com as ameaças do garoto e me expliquei.

Olha garoto eu não mexo com drogas, eu fiz um trabalho de faculdade pro Dimas e ele precisa ir buscar na minha casa.

Pra minha sorte eu estava com o material na minha mochila e mostrei a ele.

Aquele garoto olhou desconfiado, mas se convenceu de que eu estava dizendo a verdade.

O Dimas realmente não tinha uma fama muito boa e fazia jus ao que as pessoas diziam sobre ele.

Pelo menos foi o que eu achei naquele primeiro momento.

Sai correndo daquela vila, morrendo de medo (um rojão e eu melava minhas calças, escorregava na merda e caia de costas no chão).

Ele foi na minha casa buscar o trabalho e naquela noite eu me recusei a receber aquele dinheiro sujo e ganho de maneira errada.

Fiquei extremamente impressionado com aquele garoto.

O Dimas me falou sobre o JJ ter desconfiado de que eu fosse traficante.

JJ era o apelido de João Júnior que tinha apenas 16 anos e já era membro importante do tal Patrão.

Aquele assunto me assustava e não era da minha conta, quanto menos eu soubesse, melhor pra minha vida!

O Dimas estava barbudo e totalmente sujo, usava outra roupa, mas parecia estar com fome e precisava de outro banho, era incrível que a direção da faculdade o deixassem entrar no prédio, era mais incrível ainda, ele estar cursando o último semestre.

Dimas sei que não somos grandes amigos e não quero ser evasivo, intrometido, mas fique a vontade, se quiser conversar sobre qualquer coisa, se quiser tomar um banho?

Estou fazendo uma jantinha, se quiser se juntar a mim, vou ficar contente.

Ele sorriu de maneira diferente dos anteriores, esse era verdadeiro, tinha alegria, não era obscuro e intimidador igual aos que ele estava acostumado.

Foi para o banheiro, tomou um banho, se barbeou e vestiu uma roupa minha.

A janta estava pronta: arroz, feijão, bife e batata frita, ele comeu de repetir e eu fiquei maravilhado de alguém comer minha comida e não fazer cara feia rsrs.

Dimas posso te fazer uma pergunta?

Se não quiser responder não tem problema, mas não precisa sair correndo como fez outro dia beleza?

Ele me olhou e disse que responderia.

Porque você está sempre desarrumado e com essa cara de cansado?

Fábio eu morava com minha mãe, meu padrasto e meus cinco irmãos.

Meu padrasto é alcoólatra, é violento e usuário de drogas, quando chega em casa zuado, ele violenta minha mãe, bate nela e nos meus irmãos.

A gente se pegou e por isso eu não estou mais vivendo lá, a minha mãe ficou do lado dele, por gostar ou estar acostumada com tudo que tem vivido, não sei.

Só sei que agora eu vivo por aí, durmo em pensão, em casa de amigos ou onde tiver abrigo.

Não tenho tempo de estudar e por isso que vim pedir pra você fazer essa merda de trabalho pra mim.

Eu morri de dó dele e tentei me colocar em seu lugar, apesar de que nossas histórias eram parecidas.

E onde você vai dormir hoje Dimas?

Arrumo um barraco por aí e já era.

Dorme aqui em casa! Tenho dois quartos e você pode ficar no outro.

Ele ficou constrangido: nossa cara, se eu imaginasse que você era assim, eu nunca teria feito nada de errado com você, você está sendo muito legal comigo.

Ele dormiu na minha casa aquela noite. Mesmo sabendo do perrengue que ele sofreu eu tranquei a porta do meu quarto por receio.

No outro dia me levantei e a grana estava em cima da mesa com um bilhetinho escrito com o garrancho.

Fábio esse foi o último, muito obrigado por tudo que fez, fica tranquilo que essa grana é do bico de serviço de pedreiro que fiz, é grana limpa e esse dinheiro não paga sua bondade.

Fui caminhar ouvindo minha playlist maravilhosa, sorridente pelo bilhete e esperançoso que o Ricardo me ligasse para avisar que iríamos treinar a tarde.

Trabalhei sem olhar no relógio, fazendo várias coisas para que o tempo passasse rápido.

A tarde eu recebi a ligação do Ricardo me avisando que ia se atrasar, mas que eu pudesse ir começando que ele já chegaria lá.

Fiz meu aquecimento, minhas séries individuais e logo ele chega com uma mulher morena, aproximadamente trinta a trinta e poucos anos.

Corpão sexy, toda estilosa, um cabelo negro até as costas e um sorriso devastador.

Não era possível que.....

Fábio, tudo bem? Essa é a Mariana minha namorada.

Eu perdi meu sentido, fiquei estarrecido, sem graça e não omiti minha indignação, mas fui o mais simpático possível.

Olá Mariana, muito prazer em te conhecer!

Você veio nos ver treinar?

Ela sorriu simpaticamente e disse: não Fábio, eu só vim entregar o Ricardo e já estou indo embora, mas foi um prazer te conhecer pessoalmente, você é ainda mais fofo ao vivo.

Eu senti trincar e despedaçar minhas bochechas de raiva, enquanto eu tentava abrir um sorriso de simpatia em meu rosto, mas foi muito difícil.

Fofo era o caralho!

Ela foi embora e deixou o Ricardo comigo.

Tudo bem Fábio?

Está sim, tudo perfeitamente bem, porquê?

Nada não, é que você me pareceu desconfortável ao lado da Mary.

Mary?

Nossa já tem até apelidinho? Ela te chama como? Ri, Ricardão, Rick?

Ela me chama de Ricardo e se eu não o conhecesse muito bem eu diria que você está com ciúmes.

Você está com ciúmes da Mariana Fábio? Agora eu não entendi?

Eu me declarei a você, mas você não quis e agora que estou namorando uma mulher linda, você tem crise de ciúmes?

Ricardo deixa de ser tonto, eu não estou com ciúmes, só achei estranho você já estar tão assim com a moça, afinal tem só alguns dias que estão juntos.

Eu estava com ciúmes sim, estava com medo de perder o amor do Ricardo e só me toquei que gostava dele quando vi ele com aquela oferecida.

Nem consegui treinar direito, fui embora totalmente desmotivado, triste e sem vontade de nada.

Ele estava feliz com a menina, sorridente, deveria estar metendo muito, esfolando a raxa dela com aquele senhor volume e eu mais uma vez iria ficar na punhetinha.

Passei num mercado e comprei um fardinho de cerveja para beber e me lamentar da burrada que havia feito.

O Dimas estava sentado na frente do portão me esperando.

E ae Fabião, tudo na paz? Posso dormir aqui novamente? Se não atrapalhar?

Lhe dei a mão e o ajudei a se levantar do chão com um impulso, logo estávamos sentados no sofá vendo um filme na TV e bebendo cerveja com uma tigela de pipoca.

Bebi cinco latinhas e fiquei totalmente relachado, ele só tomou uma e me acompanhou na sessão até eu pegar no sono.

Acordei no outro dia em minha cama, me recordei do tempo de criança em que eu dormia na sala e acordava no outro dia em meu quarto.

Eu estava sem camisa, com shorts e sozinho.

Meu Deus ele abusou de mim!

Não, ele não havia feito nada, me levou até meu quarto e me colocou na cama, enquanto eu reclamava da namorada do Ricardo para ele.

Levantei com um cheiro de café novinho sendo passado, fui até a cozinha e o Dimas estava terminando o café, com a mesa posta, pão, margarina, frios, frutas e um suco de laranja.

Eu rindo falei: bom dia mestre cuca, belo café da manhã.

Ele respondeu: bom dia cara, achei que você iria gostar.

Depois de uma noite de muito chororô por causa da tal Mariana rs.

Eu nem tinha bebido de ficar louco, mas serviu pra eu falar demais rs.

Aquele café estava convidativo, e eu gostei muito, gostei de tudo. Ele não era aquele monstro que as pessoas rotularam na faculdade, que a Michelle gritou aos quatro ventos quando o viu em minha casa.

Na realidade eu acho que ele se aproveitou da fama que ganhou, mas era gentil, educado e muito atencioso, além de cozinhar super bem.

Tomamos o café naquela manhã de sexta feira, a última sexta feira de estudos, e estaríamos formados.

Dimas até você se resolver com sua família, você pode ficar aqui em casa se quiser.

A gente divide as despesas, os dois se ajudam, o que você acha?

Ele gostou da ideia, e se propôs a me ajudar com o aluguel, água e luz, o mercado faríamos de acordo com a necessidade de cada um.

Minha única objeção era que não levasse nenhum tipo de porcaria pra dentro da minha casa.

Ele concordou!

Nesse mesmo dia dois policiais o viram saindo da minha casa e o abordaram sem nem perguntar o nome dele.

Eram exatamente oito horas da manhã, o algemaque e se eu não estivesse saindo pra correr naquele momento o Dimas teria sido levado pra delegacia.

Corri em direção ao carro e gritei perguntando o porque estavam fazendo aquilo e a resposta que tive foi:

O meliante foi visto circulando pelo quintal da residência, como não o conhecemos do bairro, estamos levando para que se explique na delegacia.

Seu policial ele mora comigo naquela casa, o nome dele é Dimas e ele não fez nada de errado, soltem ele por favor?

O policial insistiu: senhor? O senhor tem certeza que conhece esse rapaz?

Eu fui até próximo e novamente respondi: ele mora comigo, se chama Dimas, estuda naquela universidade, se quiserem ir até lá, nós podemos ir para resolver esse mal entendido.

O policial fez uma cara de derrota, de alguém que não aceitava estar errado, mas soltaram as algemas do Dimas e antes de saírem deram o recado:

Rapaz estamos de olho, ouviu?

Fiquei com muita pena dele naquela manhã, os olhos vermelhos escorriam lágrimas, e definiam seu semblante em medo e tristeza.

Mais uma vez ele me agradeceu.


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Comentários

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20/12/2015 13:25:03
A cada conto vc nos surpreende! Espero que esse namoro do Ricardo ñ de certo! Adorei o capítulo! Abraços!!!
20/12/2015 13:05:51
ESTÁ SE SUPERANDO.
20/12/2015 06:28:26
que estupro mesmo? nem lembro mais kkkk
20/12/2015 01:12:32
Cada vez melhor *-* Continua
20/12/2015 00:21:05
Coitado cara, mas você ainda tem que cobrar o estrupo, volte logo...
20/12/2015 00:14:29
hum, ou essa namora do ricardo é um engodo pra fazer ciumes ou é serio, bem feito quem madou chutar o cara, vai te pov deles ou nao
20/12/2015 00:06:15
Volta logo!
20/12/2015 00:05:49
Muito bom!


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