Amando O Cara Errado 16.3
Eu – Nós vamos conversar agora!
Ele continua a bater no saco de pancadas.
Xande – Cadê seu namoradinho? Já foi embora?
Não sei como um homem dessa idade consegue ser tão infantil.
Eu – Você é meu namorado Alexandre.
Digo também serio.
Xande – Verdade... Ele é apenas seu amante.
Eu – Para de ser tão babaca Alexandre!
Xande – Babaca, eu? Eu vou a casa do meu, do MEU namorado, vejo ele agarrado com outro homem e eu que sou babaca? Deixa de ser cínico Lucas!
Ele gritava.
Eu – “Agarrado”? Eu não estava agarrado com ninguém?
Xande – Não, não. Eu que estou cego. Eu estava alucinando, tendo um surto psicótico que vi você e ele aquele cara... Me dar nojo só de lembrar!
Eu – Talvez estivesse alucinando mesmo. Aquilo não foi nada demais!
Xande – “Não foi nada demais”? Você sabe como eu me senti vendo aquilo? Sabe o quanto aquilo me doeu Lucas?
Eu – Ver você de conversinha com a Renata também não foi nada agradável.
Xande - O quê que...
Eu – Ver ela agarrada em você enquanto iam não sei lá pra onde... Onde diabos vocês foram?
Disse o interrompendo.
Xande – Fomos pra casa dela.
Ele fala como se fosse a coisa mais natural do planeta.
Eu – Inacreditável. Você é mesmo inacreditável Alexandre...
Disse com os olhos já cheios de lagrimas.
Eu – Quer dizer que você fica com raiva de mim, por algo sem motivo... E no dia seguinte já sai pra comer uma piranha qualquer? Nossa, agora percebo o quanto você gosta de mim Alexandre.
Xande – O que?! Que comer o que, garoto! Eu só a deixei em casa e fui embora. Nem na casa dela eu entrei.. E não foi por falta de convite, acredite!
Eu – Tá certo...
Digo de forma irônica.
Xande - Você tá pensando que eu sou o que? Que eu sou algum puto que só espera o namorado dar as costas pra ficar se esfregando em outros machos?
Ele diz bravo.
Eu – Então porque você demorou tanto pra chegar em casa?
Xande – Fui almoçar com minha mãe. O traidor aqui não sou eu.
Eu solto um longo suspiro e falo:
Eu – Xande, por favor, me escuta. Aquilo que você viu foi só...
Xande – Você consolando o amiguinho...
Eu – Isso mesmo!
Xande – Resta saber se o “consolo” parou no abraço ou se continuou na cama!
Ele ironiza.
Eu – Agora você tá me ofendendo Alexandre.
Xande – Estou? Para de fingimento Lucas! Ele tá solteiro, tudo o que você mais queria. Agora não tem nada impedindo vocês de ficarem juntos... Há não ser... Eu.
Ele diz querendo chorar.
Xande – Mas não se preocupe, Não vou ficar no caminho de vocês. Não vou ficar entre você e o amor da sua vida.
Eu – Porra Alexandre! Você é o amor da minha vida! VOCÊ!
Digo segurando seus braços.
Ele se solta e vai até a mochila, pega uma garrafinha e começa a beber.
Eu – Vai ser assim agora? Você vai querer apagar nossos problemas se afogando em bebida?
Xande – O que faço ou deixo de fazer não é um problema seu Lucas.
Diz dando outro gole.
Eu perco a cabeça. Pego a garrafa da sua mão e a arremesso do outro lado do quarto.
Eu – Tudo o que você faz e que eu sei que vai te prejudicar depois, é um problema meu, sim!
Xande – Não precisa ser... Não mais.
Não consigo nem descrever a sensação que tive naquele momento. Foi a pior da minha vida.
Eu – Você tá terminando comigo Xande?
Dizia entre choro e soluços.
Xande - ...
Ele permanece calado enquanto lagrimas já descem sobre seu rosto.
Eu – Xande, aquilo que você viu foi só um abraço, nada demais...
Xande – Você já disse isso Lucas. Eu não quero ouvir mais nada...
Eu – Você quer terminar Alexandre, tudo bem. Como essa provavelmente é a ultima vez que iremos nos falar, me escuta e depois disso eu vou embora, por mais que doa, eu não vou atrás de você. Então só me escuta.
Ele continua me olhando.
Eu – Xan... Alexandre. Eu não sei o que eu fiz de errado, o que eu fiz pra você me tratar dessa forma, o que eu fiz pra que você não confiasse em mim. Eu sempre fui sincero contigo, em relação ao Junior e em todo o resto. Eu te disse que já fui apaixonado por ele, mas que tudo isso mudou quando eu te conheci...
Vou me aproximando dele.
Eu - É a você que eu pertenço Xande. É com você que eu sonho todas as noites. É com você que eu quero passar o resto da minha vida... É você que eu amo. Ficar sem você não vai fazer que volte a gostar do Junior. Nunca vai existir “Junior e Eu”. Terminar só vai causar sofrimento pra você e pra mim...
Ele não fala nada. Só fica chorando de cabeça baixa.
Eu - ...
Também não falo nada.
Saio de seu quarto e saio correndo pela rua, sem destino, sem rumo. Correndo até onde minhas pernas agüentassem me levar.
Então é isso, vou ficar sem o amor da minha vida por causa de ciúmes, melhor, por insegurança. Mas o que posso fazer? Já disse pra ele o que eu sinto varias e varias vezes, mas parece que o que eu falo não é o suficiente.
“Eu te amo”. Perdi as contas de quantas vezes eu já disse que o amava e ele nunca respondeu de volta. Sempre que eu dizia, ele me beijava. Talvez se eu dissesse em publico, era capaz de me beijar mesmo assim, só pra não ter que dizer também. Não que fosse uma obrigação, não queria que ele dissesse se não fosse de coração.
“Puto”, “Traidor”, talvez seja isso que ele realmente pensa de mim. Talvez o único motivo dele ter ficado comigo esse tempo todo, era porque não queria ficar sozinho.
São muitos “talvez” pra um garoto solitário. A solidão feat. amargura tá fazendo eu duvidar do que ele sentia por mim ou está apenas abrindo meus olhos?
Continua.
Está aí meus caros, mais um “pedacinho de capitulo” pra vocês.
Próximo capitulo vai ter narração do Alexandre. Alguém pediu pra eu fazer um conto com o ponto de vista dele, mas não lembro quem foi, desculpa. Mas enfim, ele vai narrar também, mas não vai ser o capitulo todo.
Queridos, muito abrigado pelos comentários de vocês e é isso por hoje.
Continuem votando e comentando. Grande abraço a todos e até a próxima.