Escrito em Azul (capitulo 3)

Um conto erótico de Gatinha007
Categoria: Homossexual
Data: 13/08/2015 00:37:40

(Vontades não saciadas).

Anna-Lú abriu a maleta de maquiagem e passou os dedos por cada um dos batons que tinha, enfileirados com ordem, protegidos por suas capinhas. Pegou um deles, rosa fantasia, dizia a embalagem e o jogou sobre a cama, escolheu ainda blush, base, pó, corretivo, pincéis, um quarteto de sombras e lápis. Começou sua maquiagem e por um instante, ficou absorta refletindo sobre a decisão do pai, por mais que tentasse não conseguia concordar. “Ele não podia fazer isso, não comigo, não sem antes me consultar”, era o que ela repetia insistentemente em seu pensamento, julgava a decisão do pai como desonesta e no fim de tudo fora obrigada a aceitar com uma chantagem sutil.

Anna-Lú bufou. Depois sentou-se em frente ao espelho e continuou a fazer a maquiagem, precisava concentrar-se a noite era de grande importância para sua carreira e principalmente poderia esfregar o prêmio na cara do pai, pensou ela e sorriu maquiavelicamente com o cantinho da boca. Já pronta em seu longo vestido cor de vinho, Anna-Lú contempla-se, verificando os últimos detalhes antes de sair, quando Caio chegou tagarelando como sempre.

 UAU! Estás divina hein! – exclamou Caio entusiasmado.

 Obrigada bicha, eu sei – disse Anna-Lú esbanjando convencimento – E você também não está nada mal meu caro – continuou Anna-Lú elogiando Caio que assentiu com leve mexer de cabeça, ele vestido num terninho cinza bem moderninho com golas estreitas e claro uma gravata também estreita e cor de rosa, pra não perder o hábito.

 Então já escreveu o discurso da vitória? Porque eu tenho aqui ótimas ideias – falou Caio dando risinhos e tirando um pedaço de papel do bolso de seu terno.

 Sei bem que tipos de ideias você deve ter tido, mas obrigada eu já sei muito bem o que vou dizer e creio que a Mari jamais concordaria com as tuas ideias, ela já não concorda com as minhas e aposto que deve ter um discurso prontinho para mim – respondeu Anna-Lú sorrindo.

 Negativo, a Mari tem ciúmes de mim com você, por isso, ela não aceita minhas ideias, para ela sou o opróbrio em você e as suas ela não aceita porque você é petulante e muito teimosa – Caio riu, fazendo seu corpo sacudi.

Anna-Lú revirou os olhos e deu de ombros para as piadinhas de seu fiel amigo. Alguns minutos depois, Anna-Lú e Caio chegaram ao centro de convenções, logo os fotógrafos estavam subindo como numa nuvem na frente do carro enquanto paravam. Desceram e Caio entregou as chaves ao manobrista. Os dois olhavam ao redor, acenavam e sorriam, mas Anna-Lú estava diferente e Caio pode ver a ansiedade acrescer no rosto de sua amiga. Anna-Lú entrou na frente e Caio a seguiu, temia que a amiga, naquela festa, pudesse aprontar todas, afinal sabia muito bem que Anna-Lú estava furiosa com o pai e num piscar de olhos, levaria tudo a perder ou a outro escândalo só pra afrontar o pai.

Percorreu o lugar com os olhos e logo avistou Mari que veio ao encontro dos dois, Mari cumprimentou Caio com um sorriso alegre, depois Anna-Lú inclinando a cabeça para dar dois beijinhos na amiga. Anna-Lú retribuiu o gesto como quem diz, “já estou aqui, fique tranquila”, ela sabia o quanto Mari preocupava-se com ela muito mais do quê Relações Publicas, Mari cuidava de Anna-Lú como quem cuida de uma criança, mas isso já não incomodava mais Anna-Lú, com o tempo acostumou-se com o jeito superprotetor de Mari, que além de tudo já tinha livrado Anna-Lú de muitas roubadas.

 Que bom que vocês chegaram! – disse Mari aliviada.

 Como prometi – respondeu Caio sorrindo.

 E eu agradeço Caio, só você pra ficar de olho nela pra mim! – falou Mari sorrindo.

 Ei! Eu ainda estou aqui sabiam?! – protestou Anna-Lú – Parem de tratar-me como se eu fosse criança, ok!

 Pois então, trate de se comportar como adulta, ok?! – respondeu Mari – Vamos indo que o tio Edu quer falar com você e quer te apresentar para a senhorita Vandré – disse Mari já puxando Anna-Lú pelo braço.

 Opa! Eu acho que desta vez não, Mari – parou Anna-Lú abruptamente.

 Como assim, não?! – questionou Mari alarmada, pois sabia que a negativa de Anna-Lú não significava boa coisa.

 Não, simples assim. Não vou falar com meu pai e também não quero conhecer a “talzinha” da senhorita Vandré! – respondeu Anna-Lú enfática.

 Não seja criança Anna-Lú! Eles estão logo ali, é só jogar um sorriso nesse seu lindo rostinho e tentar ser simpática – Mari bufou estreitando os olhos. Anna-Lú fez uma careta.

 Não me olha assim, Mari. Pensa comigo... – começou cautelosa. – Você não vai querer que eu faça escândalos, não é? Então, é melhor eu não falar como o senhor Eduardo Garcia agora, certo? – tentava convencer Mari.

 Certo – respondeu soltando o braço de Anna-Lú e revirando os olhos – Ai, Anna-Lú! Às vezes, você é impossível viu.

Anna-Lú deixou-se acalmar, porque não fazia o menor sentido começar a discutir com a melhor amiga e Reações Publicas em meio a uma festa. Enquanto isso, Caio apenas escutava a pequena discussão, em seguida Anna-Lú pegou o braço de Caio e decidiu que o melhor era ir para direção oposta ao pai e a “senhorita-sei-lá-o-quê” olhou de relance para onde o pai estava e encontrou um par de lindos olhos azuis, límpidos como o céu e por segundos sentiu àquela sensação de intensa doçura e ao mesmo tempo uma pontinha de desejo, definitivamente eu preciso transar, pensou e riu-se do pensamento inconsequente e nenhum pouco pudico que teve.

Certamente seu pensamento refletiu em um sorrisinho malicioso, tivera certeza disso porque os olhos azuis baixaram e se desviaram submergidos e restou a Anna-Lú voltar seu olhar para o pai e novamente ficar furiosa com ele. Seguiu com caio até a mesa e assentou-se, a solenidade de premiação iniciou e Anna-Lú começou a dar goles cada vez maiores em sua bebida, esvaziando em poucos segundos sua taça e a do amigo também. Esse comportamento logo chamou atenção de Caio. “Lá vamos nós de novo” pensou.

 Hey! Vai com calma ai amore, isso não é água não mocinha! – tentou alertar Caio que já demostrava preocupação como o que estava por vir.

 Não esquenta bicha e para de bancar a babá, por favor! – respondeu Anna-Lú irritada.

 Ok! Não está mais aqui quem falou – respondeu Caio contrariado.

A cerimonia de premiação transcorria com sucesso e devagar os prêmios iam sendo entregues, e Anna-Lú continuou a pedir mais drinques aos garçons. Devagar a bebida foi deixando-a cada vez mais altinha a cada minuto que passava toda aquela excessiva quantidade de álcool era mais do quê seu sangue de “filinha de papai” poderia suportar.

E então chegou finalmente o grande momento havia chegado, e não foi surpresa alguma ouvir o nome Anna Luiza Garcia como a vencedora do prêmio. Bem no momento em que Caio ia ver se ela estava em condições de subir à plenária, ouviu o som da cadeira ao ser arrastada, ergueu os olhos e viu Anna-Lú trôpega levantar-se e sair sem que nada pudesse fazer para impedi-la. De onde estava o senhor Eduardo pode ver o estado de embriaguez em que Anna-Lú se encontrava, olhou para Marina, alarmado, como quem “O que está acontecendo?” Marina piscou rapidamente incapaz de explicar. Anna-Lú subiu as escadas e recebeu o troféu e depois se virou na direção onde o senhor Eduardo estava sentindo os olhos de todos os convidados sobre ela.

 Esse troféu eu dedico ao senhor Eduardo Garcia! – falou Anna-Lú em alto e bom tom e depois continuou – Nunca consegui agradá-lo, não é papai? Por isso ele contratou uma substituta para mim! Mas não sintam pena da Anna-Lú...coitadinha...que se esforçou tanto para ser notada. É não sintam pena, porque afinal, parei de tentar agradá-lo. E não o culpem, pois ele sempre fora um homem absorto demais em seus negócios! Então esse prêmio é pro Senhor...querido pa-pa-i...aplausos para ele pessoal – terminou Anna-Lú já com Caio e Mari a puxando pelo braço e pedindo desculpas.

Abrindo caminho entre as pessoas, os dois conduziram Anna-Lú por um corredor decorado com papel de parede caro, algo que parecia camurça, depois subiu por uma escada acarpetada e, enfim, chegaram a um amplo salão.

 Senta aí, não sabe mesmo participar de algo importante sem transformar tudo em vexame...não é???!!! – disse Mari bem irritada.

 Não grita comigo Marizinhaaa – choramingou Anna-Lú completamente jogada com as pernas descobertas em dos sofás que havia ali.

Logo em seguida, aparece o senhor Eduardo, completamente alterado seguido de Carol e Miguel.

 Está feliz com o showzinho que deu Anna-Lú?! Olha o estado em que você está minha filha??!! – vociferou o senhor Eduardo balançando a cabeça em reprovação.

 Calma, tio não adianta falar nada com ela agora – tentou amenizar Marina.

 A senhorita Monteiro tem razão senhor Garcia, deixe pra conversar com ela amanhã – concordou Carol.

 Desculpe por tudo isso senhorita Vandré – respondeu o senhor Eduardo.

 Não há o que desculpar, mas se me dão licença, acho que por hoje já deu, vou indo e nos vemos amanhã na agencia despediu-se de todos e saiu com Miguel para procurar Alicia. Mas, que garota irresponsável,

 Tio não se preocupe, deixa que nós levamos ela para casa e amanhã vocês resolvem tudo com mais calma – Marina tentou tranquiliza-lo e o senhor Eduardo apenas assentiu com a cabeça deu dois beijinhos em Marina, apertou a mão de Caio e saiu.

Algum tempo depois, Anna-Lú já se encontrava em seu quarto, envolta em seus lençóis. Despertou com leves batidas em sua porta, o sol nascera e já estava alto, e brisa fresca esvoaçava as cortinas na janela. Ela levantou-se e foi até a porta, destrancou e não pode negar que seu coração exultou de alegria, ao abrira a porta.

 Você?! – exclamou sendo surpreendida.

 Achei que abriria os olhos para um bom dia – respondeu Carol sorrindo.

 Nós?! Quer dizer...o que está fazendo aqui? – Anna-Lú embaraçou-se um pouco.

 Passei pra ver como você estava – respondeu Carol.

 Mas...mas..como...

 Seu amigo Caio me deixou entrar – completou Carol como se lê-se os pensamentos de Anna-Lú.

Puxou o blusão que vestia para baixo, sem jeito. Nem se lembrava de ter se trocado.

 Você está linda, não se preocupe – disse Carol ao perceber o gesto de Anna-Lú e os olhos de Carol cruzaram com os dela por um breve desconfortável momento.

Aquilo pareceu um pouco demais para Anna-Lú, de repente, as duas sozinhas em seu quarto quase se beijando, era realmente um pouco demais.

 Se você veio porque está com pena do meu estado lastimável de ontem, saiba que não preciso de sua pena – disse Anna-Lú tentando parecer indiferente.

 E você espera que eu aja como se estivesse com pena? – questionou Carol inclinando a cabeça, com maior cara de pau, na opinião de Anna-Lú e continuou – Porque eu não estou – e antes que Anna-Lú pudesse protestar, Carol inclinou ainda mais o rosto par frente e...

Subitamente Anna-Lú acorda sobressaltada e inundada com aquela forte sensação de um quase beijo da mulher, que por mais que Anna-Lú tentasse reprimir, invadia seus pensamentos e agora até seus sonhos.


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Comentários

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16/08/2015 18:03:25
Ta mto bom!!!:)
13/08/2015 14:28:13
Você me surpreende! Cada cap. fica melhor que o outro...parabéns meu amorzinho!
13/08/2015 12:46:36
Perfeito como tudo que escreves
13/08/2015 08:46:31
Eita que ta muito bom,parabéns continua...


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