Dar a bunda é muito bom!
Eu confesso que dei meu rabo. Antes gostaria de fazer um esclarecimento: Sou homem, macho, adoro mulher, adoro beijar, dar e receber carinho em mulher, ou seja, tenho plena consciência da minha sexualidade. Mas houve um momento em que tive algumas dúvidas em função do desejo apenas sexual (eu disse apenas sexual) que passei a sentir por pessoas do mesmo sexo.
Sentia um prazer muito intenso na região anal do tipo fogo no rabo. Tive a oportunidade de conhecer o tal do “fio-terra” com algumas mulheres que transei e quando elas me penetravam com o dedinho durante o sexo, isso me deixava maluco de prazer, um prazer muito intenso, diferente.
Hoje sei que temos terminações nervosas na região do ânus e que esse prazer é sentido tanto por mulheres quanto por homens héteros ou homossexuais, ou seja, isso é normal.
Mas minha dúvida era sobre mim: o que eu era, afinal, por sentir esse prazer? Bicha, viado?
Essa dúvida me incomodava e eu não aceitava a possibilidade de ser uma bichinha. Pensei que poderia ser bissexual mas esse conceito também não se aplicava a mim pois eu não sentia vontade de ter casos com homens, de receber ou dar carinho em homens, beijar homem na boca então, nem pensar.
Então comecei a ler sobre esses assuntos em literatura seria e pude tirar minhas dúvidas.
Hoje sei que sou homem macho e que uma determinada parte do meu corpo, no caso o ânus, representa uma fonte muito forte de prazer. O homem tem que ter o ânus intacto, fechado a qualquer contato externo, caso contrário, será considerado viado – essa é a norma social.
Os homens, no esporte, principalmente, abraçam-se, beijam-se na face após um gol e isso não quer dizer que sejam bichas, mas então por que no campo sexual, a simples entrega de uma parte de seu corpo causa tanta polêmica sobre sexualidade? E o prazer que se sente não conta? Estou falando apenas do prazer, que é meu caso em particular pois não sinto tesão na figura masculina, apenas em seu membro, em seu pênis. Ora, eu poderia introduzir objetos em meu ânus mas o prazer não é o mesmo quando o “equipamento” introduzido é de verdade. Gosto de tocar no pênis, chupar (não entendo uma coisa: adoro chupar e não sinto nojo em fazer isso, sexo oral no homem, porém sinto grande repulsa, nojo mesmo só em pensar em beijar a boca de um homem).
Dou minha bundinha sempre que posso mas antes aviso o parceiro que não quero receber carinhos ou beijos na boca, apenas quero que ele me empreste seu pênis para que possamos, ambos, sentir prazer: ele me penetrando e eu me sentindo penetrado.
Feito esses esclarecimentos, quero aqui nesse espaço dar meu incentivo, principalmente aos homens que se dizem machões mas que no fundo adorariam dar o rabo, que o façam sem culpa. Não vou dizer que devam sair do armário pois eu mesmo não saí e nem pretendo sair enquanto a sociedade ainda nos julgar como pervertidos, como se fôssemos criminosos.
Mas se existe um prazer diferente, intenso, explosivo, esse é o prazer que sentimos no momento da penetração.
A penetração tem dois estágios: O primeiro estágio é aquele momento em que a cabeça do pau encaixa bem na entrada do buraquinho. Caramba! nessa hora o cu contrai, aperta e nao deixa entrar mas com jeito e paciencia, o esfíncter, o músculo do ânus vai cedendo, esticando, abrindo, alargando, dando passagem para a glande, a cabeça do pau bem lisa entrar.
Quem tem o cuzinho muito apertado sabe que esse é o momento mais delicado. Sentimos um misto de dor e prazer desde que o parceiro seja delicado no momento da penetração.
O segundo estágio é quando a cabeça consegue romper a resistência natural do ânus. Nesse ponto é conveniente dar uma paradinha só para nos habituarmos com aquele volume invadindo nosso buraquinho. Passado um possível desconforto inicial deixamos agora o tronco deslizar bem suave até o fundo. Esse é um instante mágico de intenso prazer onde o gemido sai naturalmente do fundo da garganta no momento em que sentimos que todo o pênis está totalmente alojado dentro de nós.
A dor pode até acontecer, mas se no início for feito com paciência e certa técnica, garanto que o cidadão irá descobrir uma forma de prazer alternativo que nunca experimentou nas suas relações sexuais e certamente desejará repetir muitas e muitas vezes.
A posição em que ficamos durante o ato também representa a dominação pelo parceiro. Nós, homens, durante o ato sexual com mulheres sempre mostramos o nosso lado dominador através das posições sexuais e elas gostam muito disso.
Quando assumimos a posição passiva, na verdade, isso representa o sentimento e a vontade de também querermos ser dominados. Imagine, por exemplo, um homem quando se posiciona de quatro, com a bundinha empinada, aberta, só esperando o momento de ser possuído por outro macho, isso não mostra a exata dimensão do deixar-se dominar?
Ou quando um homem, na cama, deita-se de bruços com as pernas ligeiramente afastadas e em seguida permite ser coberto por outro macho, não é uma forma de deixar-se subjugar?
E que tal a posição de frango assado? Nessa posição em que arreganhamos nossa bundinha de frente, nem sentimos vergonha em olhar diretamente nos olhos do parceiro e ver que ele está olhando bem o local da penetração, segurando e abrindo nossas pernas pra cima. Podemos até sentir o prazer que ele está sentindo em ver seu pênis dentro daquele buraquinho já com as bordas avermelhadas de tanto ser roçado pelo movimento de entra-e-sai.
Gostamos de ser dominados. Quando fazemos sexo com outro homem, na verdade, é exatamente isso que queremos: deixar nosso lado dominador e passarmos a ser apenas dominados.
Quem já deu sua bundinha e se viu através do espelho fazendo isso, com certeza deve ter sentido um puta de um tesão, pois a visão de nós mesmos dando a bunda, sendo dominados, enrabados, possuídos, penetrados por outro macho só potencializa esse tesão.
Por tudo isso é que aconselho a todo macho de verdade: Dê seu cuzinho sem culpa, o corpo é seu e aproveite o fato de termos essa outra opção de prazer, e que prazer. Deixemos de lado esse preconceito bobo e vamos aproveitar o que a vida tem de bom, vamos todos dar nossos rabinhos com responsabilidade. O resto é só correr para o abraço e gozar horrores.