Império - Parte 10 - Parte 4.

Um conto erótico de Mr. Grey.
Categoria: Homossexual
Contém 1659 palavras
Data: 21/10/2014 12:07:59
Última revisão: 26/10/2014 02:25:36

Império - Um final para nós dois é um grande talvez - Parte 10 - Parte 4.

* * *

Abro os olhos e levanto minha cabeça do travesseiro, ficando sentado na cama com os lençóis cobrindo minhas pernas. Inspiro fundo e sinto o cheiro de óleo queimado novamente, estou sonhando? Mas sei que não, acabei de acorda. Meus pulmões ainda ardem, mas não estou mais rodeado por água, estou em um quarto que não faço ideia de quem seja. Percebo que estou tomado banho, mas não faço ideia como, ou foi só a água do rio? Ela não cheira a baunilha, cheira?

Vejo algo se move na sombra a minha frente, e pergunto quem é, não tenho respostas, quem quer que seja não é muito bom nisso. Ouço o som de de quem quer que seja a pessoa suspirando fundo e em seguida ouço a sua voz, cortando o silêncio que se formará.

- você acordou, está se sentindo melhor? - perguntou. Era uma voz masculina, suave.

- aonde estou? - pergunto me arrastando para a beirada da cama e se sentando topando meus pés nus em chão frio.

- você teve muita sorte. Eu no seu lugar, estaria morto.

- eu quero saber aonde estou - falo impaciente.

- você faz pergunta demais. Não responderei nenhuma delas, sinto muito.

- você me deve isso não deve? Se eu estou aqui você pelo ao menos me deve o seu nome.

- não, não te devo nada, você é que me deve, senão fosse por mim você estaria morto.

Engulo seco, ele tem total razão, seja quem for ele não quê me mata já que salvou minha vida. Levanto-me com calma e vou caminhando até onde a sombra está, quero vê-lo, sou teimoso o bastante para que ele não me dê respostas das quais eu quero saber. Sinto uma tontura e desabo no chão de joelhos, ele corre até mim, pois vejo alguém parado ao meu lado, sua mão toca meu ombro e ele me ajuda a se levanta do chão.

- quem é você? - pergunto sem encará-lo. Não sei porque, mas sinto medo, medo que seja o Miguel.

- está com fome? - pergunta ele ignorando a minha pergunta com outra pergunta. Idiota.

Ele me senta na cama novamente e finalmente crio coragem para encara-lo. Sinto um alívio imediato, não é quem eu pensava ser, mas é claro que não, a voz é totalmente diferente, só não a voz como a aparência. Seu cabelo é encaracolado na cor castanho claro, seus olhos são verde esmeraldas e possui uma barba por fazer sobre a pele branca, ele me lembra o Alex Pettyfer.

- você está bem? - pergunta ele.

- por quê? Por que se preocupa tanto comigo? Por que comigo? Eu sou um estranho.

- não é não - diz ele rindo. - eu te conheço a muito tempo Kleber, você pode não se lembra de mim, mas eu lembro de você.

- você conhece o meu namorado? Quem é você? Como sabe meu nome? - pergunto desesperado. Não lembro dele de lugar nenhum.

- ah, você namora. Não se lembra mesmo de mim cara de bolacha?

- Gus... Guga? - pergunto surpreso.

- finalmente. Já estava ficando triste, como é que alguém não se lembra de um dos seus melhores amigos de infância.

- meu Deus - levanto da cama e abraça-o - achei que nunca mais o veria, o que aconteceu lá em Londres?

- eu voltei pra São Paulo assim que me formei, sabe, quando soube que estava em Minas, pelo seus pais, eu me mudei imediatamente para cá.

- você é louco, faz tanto tempo. Me diz a fórmula, como você de feio ficou tão lindo assim?

- não humilha, não parte pra agressão que isso é muito feio, só por que você sempre foi bonito? - pergunta ele sério.

- não foi isso que eu quis dizer - falo com um pouco de receio, não sabia que iria magoá-lo.

- estou brincando tapado - diz ele rindo. E eu faço o mesmo. - agora pode me larga por favor, assim vou denunciá-lo por assédio.

Ele mudou tanto, o tempo foi muito generoso com ele. Ele era horrível na infância, coisa que eu nem preciso comentar né, olha lá em cima que a beleza dele já foi descrita, não quero traumatizá-los.

- vou fazer algo para que coma, não pode fica com fome e eu sei que está, não é um bom mentiroso. Nunca foi.

- não estou com fome.

- está sim, está mentindo, sempre que mente morde o lábio inferior por dentro da boca.

- afez. Todo esse tempo e ainda me conhece bem? - pergunto me sentando na cama de novo.

Ele não responde, apenas se vira e sai do quarto, me deixando lá sozinho com as sombras ao meu redor e a luz do teto que ilumina o local onde estou - ao redor da cama e a cama. O resto é pura escuridão.

Logo ele voltou, com uma bandeja nas mãos, se sentou ao meu lado na cama e me entregou ela. Era algumas fatias de pizza com um copo enorme de suco de maracujá, coloco a bandeja sobre um criado-mudo e me endireito na cama, encostando-me na cabeceira e pegando a bandeja e colocando-a sobre meu colo. Mordo a pizza, é de um sabor bom, sabor do qual eu nunca provei na vida, bebo um gole de suco e percebo que ele me encara, seus olhos verdes estão brilhando sobre a luz, o deixando mais bonitos.

- por que me encara desta forma? - pergunto.

- porque eu te acho bonito, algum problema?

Me entalo com o suco, e ele se aproxima mais para perto de mim, levanta um dos meus braços e bate na minha omoplata nas costas. Peço para que pare, pois já estou melhor.

- não faz mais isso enquanto eu estiver bebendo suco.

- achei que gostasse de elogios. Sempre foi do seu feito.

- não enquanto estou bebendo suco. Você está sendo sarcástico?

- não, estou falando a verdade.

- você não está dando em cima de mim está? - pergunto. Sempre fui cara de pau. - porque... eu tenho namorado.

- não faço nada que não queira.

- não seja grosso. E não estou impedindo nada que você faça.

- não foi isso que eu quis dizer. Foi outra coisa, bobinho - diz ele franzindo o cenho e deixando suas covinhas a mostra. Por que ele tem que ser tão bonito e fofo desse jeito?

- então é o quê?

Assim que eu terminei de pergunta ele se aproximou de mim, tirou a bandeja do meu colo e coloco-a de volta no criado-mudo. Encarou-me por alguns segundos, depois colocou a mão atrás de minha nuca, não faz isso, tentei dizer, mas nenhuma palavra saiu da minha boca. Fiquei imóvel, enquanto ele me encara, ele passou seu nariz pelo meu pescoço, o que me arrepiou, e sussurrou em meu ouvi:

- você não deveria pergunta o porquê - ele inspira mais forte o cheiro do meu pescoço.

- não - tento ser firme, mas minha voz falha, sai como um sussurro sufocado. - por favor, eu tenho namorado.

- eu já disse: não faço nada que não queira, se você quiser eu não me importo com o seu namorado. Afinal, sempre fui afim de você, desde de pequeno - diz ele se afastando e passando a parte de trás da mão sobre a minha bochecha. - você está cada dia mais lindo. Achei que nunca fosse revelo novamente, por que acha que fui pra Londres? Pra tenta te esquece, eu tinha quatorze anos, e você nem sequer olhava pra mim, então seria melhor assim, mas percebi logo que isso foi erro, eu deveria ter ficado, feito com que se apaixonasse por mim - ele suspira. - ao invés disso... eu fugir, fui fraco - ele me encara nos olhos. - eu te amo Kleber. Sinto muito - ele fecha os olhos e se afasta. Quando penso em chamá-lo ele já não está mais na cama, está indo em direção à porta, grito por seu nome, mas novamente sai em forma de sussurro.

Ele sempre me amou? Todo esses anos. Se bem que eu nunca encontrei o sentido dele ter ido para Londres quando completou seus quinze anos de idade. Ele alegou ter quatorze, ele passou um ano me amando no sufoco? Sendo massacrado pelas atitudes que eu tomava, ele se torturava para fica perto de mim, aposto que passa noites e noites pensando em como seria o dia que me beijasse. Eu sou tão cruel assim? Sou, você é cruel, bicha má - grita minha voz interior.

- você tem que ouvir isso - diz ele entrando no quarto com um celular na mão.

Ele pára ao meu lado na cama e me entrega o celular. E não se senta, prefere se afasta.

- o carro encontrado capotado na BR 150, pertencente à Kleber Winter, foi encontrado totalmente destruído. Indícios de que o freio foi sabotado, e por isso o carro colidiu com um tronco de árvore no meio da estrada, indícios também de que nenhum corpo foi encontrado. Kleber Winter se encontra desaparecido, para mais informações sobre o caso, não perca a próxima edição do jornal - diz a reporte do jornal.

- tentaram te mata, se prepare, tentarão de novo e você terá que fica pronto. Assim que as tonturas pararem, te treinarei. Tem coisas que não sabe sobre mim, mas saberá.

- me treina? você está zoando né?

- não estou não. Se você que recusa tudo bem, não o treino e você morrerá assim que eles puserem a mão em você de novo.

- não sou um objeto para eles colocarem a mão em mim.

- não seja tolo, eles vão descobri que você está vivo e virão atrás de você. Não vou o manter aqui pra sempre, assim que melhorar pode ir pra casa.

- não precisa ser tão amargo.

- fala isso como senão fosse.

- eu... - não consigo completa a frase. Queria ter dito que não tive culpa, que não havia percebido que ele me amava.

- sim ou não?

- o que?

- já disse tudo o que tinha pra dizer, aceite ou morra.

- sim.

- então se prepare. Se que uma vingança bem feita, você terá isso - diz ele pegando o celular da minha mão e saindo do quarto, fechando a porta atrás de si.

* * *

Até a próxima...


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