Meu novo Pai (Parte 05)
Os dias iam passando e estávamos cada vez mais próximos, pior para mim que não sei o que estava acontecendo mas ele me atraia, e ele só queria um porto seguro que era exatamente o que estava sendo para ele naquele momento, um protetor.
E lá vem ele usando uma blusa vermelha minha, sua pele branca realçava ainda mais com aquela blusa, o cabelo loiro bagunçado... Ele era muito lindo!
Eu: Nick, amanhã você começa a escola e hoje a tarde a Dani vem para comprar suas coisas, roupas, materiais etc.
Ele: Estou com medo.
Eu: De que?
Ele: De ninguém gostar de mim, de todos tentarem me bater, sei lá...
Eu: Olha, se algo acontecer, se te maltratarem liga para mim está me ouvindo, se algum imbecil te maltratar me liga! Ah isso me faz lembrar uma coisa...
Ele: O que?
Eu: Te comprei isso. – Comprei um celular para ele, caso ele precisasse se comunicar comigo, estava muito preocupado, só de pensar em algum garoto batendo nele me subia um ódio...
Ele abriu e viu o celular...
Ele: Não precisava...
Eu: Precisava sim, prometa que se alguém te maltratar você me liga!
Ele: Prometo!
Eu: Ótimo.
Ele correu e me abraçou, me deu um beijo no rosto, aquele jeito inocente dele me encantava, sentei para assistir tv e ele deitou no sofá colocando a cabeça no meu colo, dobrou uma perna e deixou a outra estirada descendo a blusa sobre sua coxa...
Eu alisava seus cabelos penteando-os para trás e tentava me concentrar na TV.
A tarde a Dani veio, levou-o para comprar suas coisas, finalmente ele conheceu a Clarinha...
No dia seguinte era o primeiro dia de aula dele, quis leva-lo pessoalmente, queria falar com o diretor da escola... Não entendia mas enquanto passava todos olhavam...
Nick narrando...
Era o meu primeiro dia de escola e estava muito apreensivo, Mauricio resolveu me levar, ele com aquele poder todo, usando aquele terno, aqueles óculos escuros, todos olhavam, passávamos pela escola e todos viravam a cabeça...
Entramos na diretoria...
Mauricio: Bom dia, você é o senhor Pedro, diretor da escola, nos falamos ontem por telefone, vim falar pessoalmente sobre meu filho.
Nossa, ele me chamou de filho?
Diretor: Pois não...
Mauricio: Expliquei ontem as condições, ele é meu filho adotivo, todos podem criticar, fazer brincadeirinhas, você sabe como são adolescentes, quero um certo cuidado com ele, se ficar sabendo de algo do tipo acontecendo com ele, processo a escola, escolhi essa escola por ela ter educação de ponta, para isso estou pagando, quero o melhor para ele, espero que não me decepcionem.
Diretor: Não senhor, pode ter certeza, vou falar com todos os professores e funcionários, ele vai ter toda a proteção e melhor ensino, não se preocupe.
Mauricio: Assim espero!
Diretor: Vou leva-lo para a sala.
Mauricio: Vamos!
Diretor: O senhor vai?
Mauricio: Acho que você não me entendeu, quero ficar por dentro de tudo aqui.
Eu: Mauricio, não precisa, você tem seu trabalho...
Mauricio: Não se preocupe meu anjo, eu sou o dono, eu mesmo faço meu horário!
O diretor o olhou como quem olha uma pessoa poderosa, a empresa dele era conhecida ali e seu sobrenome também, então todos demonstravam respeito, e também o porte de Mauricio de poder ajudava para todos baixar as orelhas, ele exalava poder e respeito.
Fomos até minha sala de aula, o diretor entrou e eu entrei logo atrás, ele me apresentou a turma e o Mauricio entrou e ficou do lado, todos olhavam para a gente, segui para onde tem uma cadeira vazia, Mauricio foi atrás de mim...
Mauricio: Vou indo, você vai ficar bem?
Eu: Sim.
Mauricio: Qualquer coisa me liga ok?
Eu: Tá bem.
Ele me abraçou e me deu um beijo na bochecha... Saiu em seguida.
Menino ao meu lado: Oi?
Eu: Oi.
Menino: Ele é o seu pai?
Eu: Sim.
Menino: Cara ele é Mauricio Cooper.
Esqueci de dizer mas o pai dele é inglês, por isso o sobrenome e a mãe dele brasileira, morro de medo de conhece-los.
Eu: E daí?
Menino: Eles são da alta sociedade, todas as vezes que pegamos as revistas de fofoca ele está lá em eventos, em colunas sociais...
Eu não sabia que ele era tão importante assim, também, sempre morei nas ruas ou em orfanatos, mas claro que não iria falar aquilo para ele, também percebi que aquela escola era cara e só tinha gente rica estudando ali, então não sei porque o espanto!
Eu: Porque o espanto? Pelo que vejo aqui é todo mundo rico...
Menino: Sim mas a fortuna dele é maior que a de todos aqui.
Eu: Qual seu nome?
Ele: Rafael, e o seu?
Eu: Nickolas, mas pode me chamar de Nick. – Não quis falar ainda que era filho adotivo.
Ele era ruivo, branquelo, tinha sardas no rosto e olhos verdes. Gostei dele.
No orfanato...
Oi meu nome é Fernando, tenho cabelo preto, olhos castanhos, pele branca, cheguei aqui a algumas semanas, morei mais nas ruas que em orfanatos, não gosto de ninguém pegando no meu pé, sou bem forte e gosto de ser assim porque imponho respeito, só nessas semanas que estou aqui me tornei o líder, e é sempre assim. Nas ruas não é diferente!
Estava no pátio conversando com outros garotos quando de repente a Maria aparece...
Maria: Meninos, vim avisar que uma senhora vai vir aqui adotar, ela gosta muito de filantropia, seu nome é Renata Andrade, me disse que quer ajudar um de vocês a ter um futuro diferente, é uma boa mulher, já ajudou muito nosso orfanato. Ela vai vir hoje a tarde.
Fiquei pensando, será que seria uma boa ser adotado? Já tenho 17 anos, sei me virar, mas gostaria de ter uma família... Bem, de qualquer forma, se for para acontecer vai acontecer.
Na escola...
Hora do intervalo...
Rafael: Você está fazendo sucesso aqui, todo mundo está olhando para você, também sua entrada foi fenomenal.
Eu: E você?
Rafael: Eles não gostam muito de mim, pegam no meu pé, por isso a cadeira ao lado da minha estava vazia.
Eu: Mas porque pegam no seu pé?
Rafael: Porque sou gay.
Nossa, estava me sentindo lisonjeado, mal ele havia me conhecido já havia me contado...
Rafael: Se não te contasse você saberia por outra pessoa, vai se afastar de mim?
Eu: Claro que não! Odeio preconceito e discriminação, você é uma pessoa maravilhosa!
Rafael: Obrigado, você também. Sabe uma vez planejaram com a Priscila para tentar coisas comigo porque nunca havia ficado com ninguém, disse a ela que era gay e ela contou para todo mundo.
Eu: Que horror, quem é essa Priscila?
Rafael: Tá vendo aquela menina loira alí?
Eu: Sim.
Rafael: Foi ela. Ah e ela vai tentar algo com você, ela é a maior piriguete da escola e você é lindo.
Eu: Já ouvi muito isso.
Rafael: Ficou triste, não gosta de receber elogios?
Eu: Se você soubesse as coisas que já passei por ser “bonito”.
Rafael: Quando estiver preparado para me contar, sinta-se a vontade.
Ele estava se saindo um ótimo amigo, com certeza.
No orfanato...
Maria: Meninos, ela chegou...
Nem me importava, todos estavam bem vestidos e etc... Eu fiquei do mesmo jeito.
Ela entrou, passou um tempão falando com os outros no pátio, eu fiquei dentro do quarto, ela entrou...
Ela: Porque você não foi lá fora?
Eu: Não ligo!
Ela: Todos tomaram banho, se vestiram bem para me esperar...
Eu: Se for para você me escolher não vai ser uma roupa que vai decidir isso, quero que me conheça como eu sou!
Ela: Você é difícil.
Eu: Olha senhora já passei muitas coisas difíceis na vida, já fui espancado, os poucos centavos que ganhava no sinal vinham caras mais fortes e me roubavam, passei mais tempo vivendo nas ruas que aqui, tive que aprender a viver e ser forte na marra, aprendi a malhar para me defender dos outros, então isso aqui é o de menos para mim, gostaria sim de ter uma chance de mudar de vida mas se a senhora não me escolher paciência, vou continuar lutando por minha própria conta.
Renata foi a sala da diretora...
Renata: Me comovi com um menino, o nome dele é Fernando...
Maria: Ele chegou aqui a poucas semanas, falou do tiro?
Renata: Que tiro?
Maria: Entrou em uma briga de rua e foi ferido!
Renata: Vai ser ele.
Maria: Tem certeza? Ele é difícil.
Renata: Se alguém não o ajudar, o que vai ser dele? Entrar em gangues, roubar, morrer? Não, ele vai comigo.
Maria a abraçou: Obrigado Renata, por tudo que você já fez por nós e está fazendo.
Renata: Vou fazer mais uma doação ok?
Maria: Obrigado, e você vai mudar o futuro deste menino, pode ter certeza.
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