O Terceiro Corpo - Parte 07

- O que você está fazendo nesta casa, Vanessa? – ele disse firme e percebeu o clima tenso. Ela tinha o dom de irritar e causar o maior inferno. Era a sua tentativa de ter o Douglas novamente.

- Calma! Eu só vim visitar o Mateus. – ela olhou seria para o Douglas, como se ameaçasse dizer algo.

- Já viu? Ok! Pode ir embora.

- Nossa, você está cada dia mais lindo! – ela fazia questão de provocar o Christian, elogiando o seu marido, nem se importando para o que eles diziam. A sua intenção mesmo era provocar.

- Eu vou arrebentar a cara dessa vaca! Saia daqui sua piranha.

- Vanessa, por favor, vai embora. – Douglas pedia com maior tranquilidade.

- Acho melhor você me tratar melhor, ouviu Douglas? Ou senão, eu conto...

- Conta o quê? – Christian franziu a testa curioso, e automaticamente, a lembrança do bilhete que ele havia encontrado se associou a frase dela.

- Você vai dar ouvidos ao que a Vanessa fala? Ela adora provocar. – Douglas segurou firme os braços dela, e a fulminou com os olhos, para que ela se controlasse.

- Eu quero saber o que ela está escondendo. Por acaso vocês...

Vanessa ria debochada, enquanto o Douglas tentava acalmar o marido.

- Você quer parar com isso? Não há nada. Essa mulher é louca! Doente!

- Ahhhhh... Não é isso que você pensa, quando está em cima de mim na cama! – ela disso aquilo, rindo para o Christian.

- Isso é demais pra mim. Sai minha frente Douglas! – Chris o empurrou, e com o caminho livre, ele deu uma bofetada na cara dela, e quase a enforcou com as próprias mãos.

- Vai vadia, agora fala o que ele fazia com você. – ele apertava ainda mais.

- Socoo... – ela tentava pedi ajuda.

- Para Christian! – Douglas gritou, o segurando.

- Você vai ficar do lado dela? Hein? Então é isso mesmo! Vocês estão tendo um caso? Você voltou pra essa vagabunda, depois de tudo?

- Calma Christian...

- Calma uma porra! Não me peça pra ter calma. – ele gritou tão alto, que a Maria saiu desesperada da cozinha, e retirou o Mateus da sala. Ela nem quis se meter.

- Vanessa vai embora! – Douglas perdeu a paciência e a expulsou a força.

- Ouve seu viadinho otário. Ele gosta de buceta! Ele gosta de me comer. Idiota. – ela ainda esboçou aquelas palavras diante do Chris, antes do Douglas a empurrar porta a fora.

A paz estava perdida novamente...

- Então tá explicado o bilhete... – aquela altura, ele já chorava. Por quê? Eu pensei que você tivesse mudado...

- Vamos conversar no quarto da minha mãe. Eu não tenho nada com a Vanessa. Ela esta inventando tudo isso. Será que não consegue ver?

- Bem que as pessoas me diziam que nunca ia dar certo o nosso relacionamento... Eu, um burro! Idiota que sou, acreditei cegamente que você não me trairia nunca mais.

- Mais eu não traí você. Você está me julgando errado. Eu te amo meu amor.

- Você não me chama de meu amor, ou eu sou capaz de enfiar uma faca no teu pescoço. – ele já havia perdido o controle. – Eu briguei com o meu pai, até mesmo com alguns amigos, tudo por você; pra você!

- Você está equivocado Chris. Esta louca entrou aqui pra te provocar, e pelo visto ela conseguiu. Poxa, caralho! A gente tava tão bem... Você reclamava tanto que eu chegava atrasado do trabalho que não te dava atenção... E quando mudo,quando me esforço pra te agradar, você me julga no primeiro ato insano de uma louca?

- A louca que você namorou por muito tempo. – ele se sentou no sofá, com as mãos na cabeça. – Os dias que você estava cansado, que nem me procurava na cama, era porque aquela vagabunda já tinha satisfeito você, não é? – ele olhou sério para o Douglas.

- Para com essa paranoia! Esse teu ciúme doentio não vai te levar a lugar nenhum!

- Agora eu que sou o louco? – ele gritou! O nosso casamento está se deteriorando aos poucos, e por sua culpa! Eu me dediquei tanto a você. Mal curtir a minha juventude... Meu Deus! Burro, burro, idiota! – ele batia no próprio rosto. Vocês deviam rir de mim por trás. Enquanto você comia ela, eu estava chorando feito uma mulherzinha por você. Que ódio! – ele arremessou um vaso na parede, e nem se deu conta de que, estava na casa dos pais do Douglas.

- Para! – foi à vez de o Douglas gritar. – Para com esta palhaçada!

- Me solta! – Christian saiu dali, e abriu a porta, sem dar a menor satisfação. Antes que o Douglas o alcançasse, ele foi mais rápido e entrou no carro do marido, e deu a partida. Douglas chutou uma planta na rua, com muita raiva.

Christian seguia em alta velocidade. As lágrimas tomaram conta dele. De repente, várias vozes se misturavam em sua cabeça, e sempre com a mesa frase: este cara não é ideal pra você. Sai fora! – foi o que ele sempre ouviu de seu pai e dos amigos. Mas ele quis acreditar no amor que sentia pelo Douglas. Quando resolveram morar juntos, várias promessas haviam sido feitas, e como um raio de destruição, tudo estava acabado. Ele ainda conseguia em seu consciente, ouvir a voz da Vanessa dizer o que ela e o Douglas faziam na cama. Que nojo! Que nojo! Era o que ele sentia naquele momento.

Parou o carro num atelier, e comprou duas garrafas de vodka e uma carteira de cigarros. Havia muito tempo que ele não bebia e nem fumava mais, só que naquele desespero e dor, não quis saber.

Em poucos instantes, ele já estava na areia da praia, golando da bebida e fumando o seu cigarro! Ainda era de manhã, e o álcool descia queimando por dentro. Algumas pessoas olhavam pra ele, e resolveu terminar de afogar suas tristezas em casa. Trancou todas as portas para que o Douglas não entrasse, permitindo apenas a entrada do Anderson, que naquela altura, parecia pressentir o que o amigo estava passando e surgiu na casa.

- Me dá esta garrafa. Você vai se arrepender depois.

- Quer parar de ser chato Anderson? – ele já falava embolado. Eu vou beber muito. Hoje é o meu dia! Eu quero me libertar de tudo.

- Você está bêbado amigo. Olha pra você... Me prometeu nunca mais fumar e beber. E se o Douglas chega...

- Não repita o nome deste desgraçado aqui dentro! Ele é um idiota! Cachorro! Filho da puta! – ele desabou no choro, e tudo se misturou.

O Anderson o abraçou, e tentou acalmá-lo. Aos poucos, ele ia tirando aquela garrafa das mãos dele. O Christian estava totalmente inerte e fraco.

- Vem, eu vou cuidar de você. Vou tirar essa roupa e lhe dar um banho.

- Eu não quero ficar bem Eu não merecia isso. Justo eu que sou tão bom! Você acha que eu merecia tudo que ele fez?

Anderson tentava levá-lo para o banheiro, com maior dificuldade, enquanto o Chris desabafava suas mágoas.

- Tira essa roupa. – Anderson se arrepiou só de imagina vê-lo nu. Era o amor da sua vida, que estava diante de seus olhos, sofrendo, chorando... Ele sempre fez o papel do amigo cuidadoso e ouvinte, mas a sua paixão pelo Chris aumentava ainda mais.

- Você é o único homem que eu amo, sabia. – ele se jogou nos braços do amigo.

- Eu também te amo Chris.

Os dois se abraçaram, com o Christian de cueca, e o Anderson sentindo o calor do sue corpo. Ele não queria se aproveitar da situação, mas foi mais forte do que ele. Acabou tocando os lábios na orelha dele.

CONTINUA...

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Queridos, desculpem a demora. Meu tempo está curtíssimo. Quero mandar beijos para todos e dizer que curto muito vocês. Espero que estejam gostando deste conto. Um beijo enorme em cada um.