O Primogênito. 35
Enquanto não estamos dançando ficamos próximo ao bar conversando e ele me falava de sua vida e eu da minha, bom ele disse que era professor e tinha vinte e seis anos, morava com os pais e mais dois irmãos, não era assumido ate aquele momento, enfim a conversa fluiu bem, nós tínhamos assunto para tudo, era impressionante a nossa sintonia, mas tenho que dizer que ele é um pouco safado, pois enquanto dançávamos ele dançava sensualmente e de vez em quando rolava uma mão boba na minha bunda, no começo fiquei um pouco tenso porque eu não gosto muito de atitudes assim logo no inicio.
Nem eu e nem ele tinha o hábito de beber muito, tanto que quando começávamos a ficar um pouco alegre agente freava um pouco e partia para o refrigerante, no final da noite quando decidimos ir embora por causa da hora que era quase quatro da manhã ele queria me levar pra casa, e o pior é que ele pediu de um jeito tão meigo que quase deixei, mas por questões de segurança eu disse que estava de carro o que não era verdade pois nem carteira eu tinha, eu já estava com o processo aberto, mas ainda não tinha feito a prova.
Cheguei super cansado e fui direto para cama e só fui acordar por volta de duas da tarde varado de fome, então preparei algo rápido e fiquei pensando naquele cara estranho que foi o único que de um jeito diferente consegue me cativar.
Quando terminei de comer fui ligar para a Jake para saber se estava tudo bem, mas o celular dela só chamava até cair na caixa de mensagem, então resolvi deixar para ligar mais tarde, e por volta das seis da tarde recebi uma mensagem do Adriano dizendo que ele acabou de acordar e que tinha sonhado comigo, nem preciso dizer que fiquei que nem bobo, pois eu gosto muito quando a pessoa demonstra o que sente, eu logo respondi que gostei muito da nossa noite e bla bla bla, e ficamos nessa de troca de mensagen até por volta das nove e então nos despedimos e depois tentei falar com a Jake novamente e só dava a mesma coisa até que o Deivison já vai entrando como sempre sem bater.
D:Eai Kadu
K:Fala pentelho.
D:Me empresta aquele CD do Queem?
K:Pega la no quarto na mesa do computador
D:Ei quando é que a minha Deusa de ébano volta?
K:Amanhã de tarde, porque já esta com saudade?
D:Claro... Que não.
K:Deivison é dois V... Vai e volta.
D:Ta ta tabom, valeu kadu.
Depois que o Deivison saiu ainda troquei algumas mensagens com o Adriano e por falar nisso eu precisava arrumar um apelido pra ele, chama-lo sempre de Adriano é tão formal o que não condizia com a sua personalidade, mas na hora eu estava com tanto sono e que deixei para pensar nisso depois.
No dia seguinte que era domingo acordei por volta das nove da manhã com alguém tocando a campainha, mas não ouvi o interfone tocando para eu autorizar a entrada então devia ser alguém do prédio e quando eu abri a porta vejo uma cesta enorme de café da manhã e logo depois a pessoa que segurava a cesta abaixou-a um pouco e eu vi que era o Adriano.
K:Seu doido pra que isso.
A:Vim tomar café com você to até de pijama ainda olha só.
Gente ele tava mesmo, mas era um pijama tão engraçado, parecendo de criança era uma calça comprida branca cheia
de ursinhos estampados e uma blusa estampada do mesmo jeito e um gorro e por fim não menos importante com pantufas do Mickey, galera não sou de muita frescura, mas ele tava muito fofo, e na hora que eu vi nós dois caímos na rizada.
K:Fala serio, você não dorme sempre assim?
A:Só quando eu durmo sozinho.
K:E quando tem alguém do lado?
A:Ai já não precisa de roupa né, um esquenta o outro.
K:A entendi rsrsrsrsrs.
Acho que a cada momento que passávamos ele ocupava cada vez mais espaço em meu coração, se for fazer uma comparação esdrúxula eu diria que o sentimento que crescia em meu coração era do tamanho de um grão de arroz e o que eu sinto pelo Digo seria milhões de grãos, mas esse quadro iria mudar em breve se as coisas continuasse assim, porque o Adriano me tratava de um jeito que ninguém nunca tratou, seu jeito de olhar, seus gestos de carinho eram tão bom e me deixava com uma sensação de ser amado e protegido.
A:Prova esse.
K:Não chega não aguento, vou ficar parecendo uma baleia se continuar assim.
A:Não tem problema eu adoro baleias.
K:Ta loco, eu já ou meio gordinho, se eu engordar mais nem você vai me querer.
A:Nem se você fosse o cara mais feio da terra eu ia deixar de gostar de você...To falando serio.
K:Você me conhece a tão pouco tempo e fala como se já me conhecesse a tanto tempo.
A:Acho que desde aquele dia lá na loja do shopping eu passei a acreditar em amor a primeira vista... De verdade... Desde
aquele dia eu penso em você vinte e quatro horas por dia.
K:Eu nem sei o que dizer... Estou um pouco assustado.
A:Sei que ainda não me ama e até acho que o seu coração pertence a outro, mas eu estou disposto a lutar para ter um lugarzinho ai dentro.
K:Queria ter te conhecido a muito tempo atrás, quem sabe teria sofrido menos.
K:Mas não vamos falar de coisas tristes...
A:Concordo, vamos falar de coisas boas, então vamos falar de mim.
K:KKKKKK palhaço.
K:Mas eu estou precisando desabafar um pouco, sabe quando você sente que esta carregando o mundo nas
costas.
A:Eu sei bem como é... Mas não precisa falar se não quiser.
K:Tenho medo do que você vai pensar depois que eu contar.
A:Nossa, mas foi tão grave assim?
E então vendo que ele estava disposto a me ouvir comecei contando de como tudo aconteceu desde criança, a forma como o Digo me tratava, enfim toda a historia que vocês caros leitores conhecem e a cada fato importante que eu contava dava para ver a cara de surpresa e em nenhum momento ele me interrompeu para comentar ou perguntar alguma coisa, e foi bom assim por que quando você esta com problemas e quer conversar com alguém parece que você tem que por tudo pra fora de uma vês e assim é mais fácil de lidar e quando terminei de contar com os olhos cheio de lagrimas ele me abraçou e chorei um pouco e logo fui acalmando com o cafuné que recebia enquanto eu me acalmava, e quando estava mais calmo ele segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou de uma forma tão carinhosa que só ele sabia fazer.
A:De verdade eu nem sei o que dizer... Sinto tanta raiva pelo seu irmão que nem tenho palavras para descrever o que estou sentindo agora.
K:Não precisa falar nada não, só não sai do meu lado. Fica comigo e não me deixa sozinho.
A:Não vou te deixar... Eu vou te proteger viu, ninguém vai te machucar... E assim passamos o resto do dia em casa, assistindo filme ou jogando no Playstation e o mais engraçado era quando ele ficava revoltado por perder em um jogo que ele se dizia profissional e eu estava jogando há apenas algumas horas e já tinha ganhado dele varias vezes, é engraçado como coisas tão simples torna o tempo em que ficamos juntos tão bons, não precisávamos de muita coisa bastava ter um do lado do outro e com pequenas ações e gestos fizemos nosso dia maravilhoso e olha que estava fazendo frio naquele domingo e nenhum de nós estávamos afim de sair.
A:Quando é que eu vou conhecer o Alan e a sua amiga?
K:Eles devem chegar mais tarde, como sempre.
A:Nunca pensei em ser pai, mas deve ser bom.
K:Eu também não, mas fiz o que fiz por causa da minha amiga, mas agora me afeiçoei com o guri que não me importa se ele não é meu filho de sangue, mas de coração já o considero como meu.
A:É uma responsabilidade grande.
Sempre gostei de crianças e por falar nisso depois de nós casarmos vamos fazer uns cinco.
K:Vamos fazer? Cinco?
A:Claro... Com o avanço da medicina logo logo eles dão um jeito de o homem gerar um filho. E eu quero uma família
grande.
K:KKKKKKKKKKKKKKK doido. Se for assim você vai ser a mãe.
A:Eu não, você que vai.
K:E porque eu?
A:Porque meu pinto é maior que o seu então eu sou o macho alfa da casa.
K:KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK bebeu foi?
Rizadas e zoações a parte quando chegou a noite ele foi embora e depois eu descobri que ele trocou de roupa dentro do elevador só para fazer graça com o pijama rsrsrsrs.
A:Claro você achou que eu ia sair na rua vestido daquele jeito?
Depois que ele foi embora eu tentei falar com a Jake e nada ainda e já estava preocupado então me lembrei que tinha o numero fixo da casa da amiga que ele foi passar o fim de semana, e então liguei e o telefone chamava uma, duas , três vezes e logo uma moça atendeu.
?:Alô!
K:Oi Claudia?
C:Sim quem fala?
K:Claudia é o Kadu, queria falar com a Jake, ela ainda tá ai?
Silencio do outro lado.
K:Alô...
C:Olha Kadu... Nem sei como te dizer, mas a Jake viajou...
K:Viajou?Como assim viajou Claudia que historia é essa ela só ia passar o fim de semana na sua casa.
C:Eu não sei te explicar direito só sei que ele reencontrou o cara que engravidou ela e ele fez a cabeça dela e
ela pegou o filho e foi embora junto com o cara.
K:Claudia pelo amor de Deus o que você esta dizendo?
C:O pai biológico do Alan é um italiano que estava de passagem por aqui, ele conheceu a Jakeline lá na boate #$%¨, ali eles tiveram um rolo e quando ela contou pra ele que estava gravida ele deu o pé na bunda dela e sumiu, lembra na época que você viajou para ajudar seu irmão lá que estava doente?
K:Sei...
C:Nessa época ele voltou e encontrou com a Jake e eles meio que voltaram, ela estava tentando fazer que ele assumisse a criança., não é nada com você Kadu o problema é que a Jake era apaixonada por esse cara, e ela sempre caiu na lábia dele, eu já pedi tanto pra ela ficar longe dele, até aconselhei que ela não estava sendo correta com você, que ela devia te contar, mas ela achava que você não ia aceitar enfim, resumindo desde antes do nascimento do Alan eles tem se encontrado e ai ele chamou ela para morar com ele lá na Itália, e ela foi ontem de manhã.
K:Mas como que ela levou ele, eu registrei o Alan ela não pode sair do país sem minha autorização?
C:Isso você sabe, ela me contou que chega coisas e você assina sem ler, ela colocou um formulário de autorização junto com um contrato do plano de saúde que vocês fizeram não entendi direito.
K:Eu lembro...ela me falou que era para renovar o contrato que a operadora do plano de saúde mandou e na hora
eu estava fazendo um trabalho da faculdade que nem li o que era que eu tava assinando...
K:Por que ela fez isso comigo?
C:Eu fiz de tudo para tentar mudar a cabeça dela, mas você sabe como ela é...
K:Ela só me usou então? Eu vou atrás dela...
C:Nessa hora ela já deve ter desembarcado.
K:Pra onde que ela ia Claudia? Me conta por favor eu sei que você sabe.
C:Juro por Deus que não sei, ela não quis me contar com medo de que você fosse atrás dela, ela só disse que ia deixar uma carta pra você e explicando.
K:Onde que ela deixou essa carta?
C:Ela não me disse, olha no apartamento dela. Você tem a chave de lá?
K:Tenho, vou lá procurar...
Nem esperei ela falar e desliguei fui correndo no apartamento para ver se ela tinha deixado a tal carta lá e eu já estava desesperado pela possibilidade de ficar sem o Alan... Mas nem queria pensar nisso pois eu ia achar ela de um jeito ou de outro.
Peguei uma cópia da chave e entrei no apartamento dela já chorando de desespero por pensar em não ter o Alan comigo e quando entrei fui ao seu quarto e a primeira coisa que fiz foi abrir o seu guarda roupa e não havia nenhuma peça de roupa lá, fui até a cômoda e abri todas as gavetas e nada foi encontrado, fui então no quarto do Alan e não havia nada lá nem os moveis nada o quarto estava vazio assim como o apartamento todo estava praticamente vazio, voltei pra casa e liguei o computador e estava disposto a comprar a passagem para a Itália o mais rápido possível e enquanto procurava uma passagem no canto da tela apareceu a janelinha do Hotmail mostrando que eu havia recebido um e-mail da Jake então logo o abri e naquele e-mail estava a carta que a Claudia disse que ela ia deixar me explicando tudo.