Maurício não se contentou em ficar calado após a agressão de Júlia, tomou um banho, ligou para seus contatos no bairro descobrindo que ela estava em um bar.
Pegou sua moto, foi para o bar. Chegou em tempo de ver Júlia entrando em um carro importado com um linda moça ao volante. O beijo no rosto foi muito próximo à boca de Júlia, fez ele duvidar sobre a sexualidade delas.
"- Droga! Será quê você é lésbica, Júlia?" - Pensou Maurício com nojo.
Resolveu seguí-las.
Bianca dirigiu para um parque localizado saindo da cidade, quem frequentava aquele parque com árvores copadas só tinha uma intenção em mente: Sexo.
Maurício estacionou longe delas no estacionamento, andando à uma certa distância, sendo cuidadoso para não ser visto.
Em lugar distante mata à dentro Bianca parou, tirou um lençol da mochila estendeu no chão, colocando o restante de coisas compradas em supermercado no caminho para o parque.
- Piquenique, tô me sentindo uma criança de novo. - Sorriu Bianca.
- Eu amo estar junto à natureza, se eu pudesse faria um curso na área ambiental. Fechar os olhos sentir esse vento no rosto, à sombra de uma árvore, com esse tempo maravilhoso e ao lado desse riozinho.... Estou muito feliz!
Júlia ainda estava com os olhos fechados, Bianca lhe deu um selinho rápido. As duas sorriram, sentando para conversar.
Maurício fez cara de nojo, seu ego ficou mais ferido do que seu rosto com a latada de cerveja que levou.
- Júlia, você já era. - Foi embora.
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Bianca resolveu entrar no assunto, já que Júlia fingia esquecer o beijo de ontem e o selinho de hoje.
- Bem, precisamos falar sobre o beijo, Júlia. Eu sou lésbica e você me atrai é claro. Não quero perder sua amizade, o que você decidir eu aceito.
- Decidir?
- Sim.
- Sobre o quê?
- Seus sentimentos por mim. Olha, veja, nossa noite ontem foi legal, mas eu não aceitaria outra mulher te levar no fim da noite.
- Por isso me beijou? Sensação de posse.
- Não! Bem... É, mas não no sentindo ruim da palavra. Entende?
- Explica melhor.
- Eu gosto muito de você apesar do pouco tempo que nos conhecemos, não podia deixar uma mulher qualquer te agarrar naquele banheiro. Bom, não sou muito boa com palavras, então vou falar de uma vez... Estou apaixonada por você.
- E a sua ex onde fica nessa história?
- Exatamente onde está, longe da minha vida.
- Já que estamos sendo sinceras, tenho que te dizer algumas coisas sobre mim que talvez a faça mudar de ideia. Sou órfã, morrei em Orfanato até completar 18 anos, saí no dia acidente. Agora eu moro em um barracão e trabalho pra um senhor vendendo doces no sinal.
- Te vi quando saí do hospital, você estava no sinal vendendo balas.
- Então... E tem um rapaz interessado em mim marcando em cima o tempo todo, tenho até medo do que ele é capaz de fazer sabendo que me envolvi com... Uma...
- Sapatão?
- Eu ia dizer, mulher. Ele é super preconceituoso, mencionou o fato de eu não o querer por ser isso. Na verdade eu quero sair daquele lugar, mas não tenho emprego. Te liguei porque preciso de ajuda.
- Se Débora tivesse feito isso, me pedido ajuda, as coisas seriam diferentes. Me desculpa, Júlia.
- Não por lembrar sua ex. Então, será que pode me ajudar?
- Claro, tenho vários contatos, mas adoraria te ter comigo. Quer ser minha segurança particular?
- Segurança? Será que eu sirvo?
- Vamos fazer um teste de uma semana. Pelos golpes de luta seu que eu vi, não há perigo. Agora chega de coisas ruins, vamos dançar.
- Dançar sem música?
- Já ouviu falar em celular, Júlia?
Bianca colocou música em seu celular, puxou Júlia para dançar, juntando os corpos, beijando o pescoço de sua mais nova guarda-costas.