MEU AMOR É COR DE ROSA - Penultima Parte

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 2156 palavras
Data: 16/09/2013 22:35:40

Meus queridos, é com enorme satisfação que venho dizer que esta é a penúltima parte de mais um conto. Mais uma vez, agradeço a cada um, pelo enorme carinho e atenção. Obrigado meus lindos e lindas, por tudo! Dedico a cada um, todos os capítulos aqui postados. Beijos e boa leitura...

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O pai do Ricardo criou tumulto no corredor do hospital, não permitindo a entrada do Daniel. Só que a mãe do seu amado, interveio por ele.

- Ele vai ver o meu filho, porque o Ricardo quer vê-lo, e ponto final!

- Você vai ficar do lado deste pervertido? Se o meu filho escolher a este daí – ele apontou para o Dan – Eu o ponho pra fora de casa, do jeito que ele estiver. Eu não criei filho meu para demonstrar esta pouca vergonha.

- Aquela casa também é minha. Será que não percebe o sofrimento que o nosso filho está passando? Ele pode não voltar a andar mais! – ela gritou aos prantos.

O médico apareceu em seguida, pedindo para que o Daniel entrasse na sala. Antes mesmo da interrupção do Sr. Corrêa, o médico o obrigou a se afastar.

Daniel entrou, e viu o olhar do Ricardo distante... Como se ele estivesse olhando para o vazio. A dor que este sentia, era incalculável. E para ele, ver o seu grande amor, naquele estado, e sem poder fazer nada, o deixava ainda mais angustiado.

- Oi meu amor. – ele o chamou com a voz abafada, e o Ricardo olhou para ele, chorando. Daniel não se conteve, e chorou também. Ele se atirou sobre o corpo do outro, e ambos explodiram-se em lágrimas de dor e desalento. A vida naquele momento parecia estar sendo cruel para ambos.

- O que será de mim agora? Como eu vou jogar bola, dançar, correr...? A minha vida acabou. Eu me sinto sem chão. – o semblante dele, era de uma tristeza tão profunda...

- Eu estou com você meu amor. Eu sempre estarei com você. – Daniel acariciava o rosto dele.

- Eu não sirvo mais pra você, Daniel... Provavelmente, eu ficarei impotente – quando ele pronunciou a última palavra, veio a chorar de novo. – Não é justo com você... Não quero que fique a sua vida toda, cuidando de um cadeirante.

- Meu amor, eu te amo! Você é um pedaço de mim, da minha vida. Eu sei o quanto é doloroso pra você estar passando por tudo isso... Mais eu quero estar ao teu lado em todos os momentos.

- Um homem não é nada, sem a sua potência sexual. Eu nunca vou poder te dar prazer. Nunca!

- Não pense nisso Ricardo... Nós dois estamos juntos.

O Daniel sabia que no fundo, seria difícil para o Ricardo, não poder mostrar a suas habilidades na cama. Aliás, para qualquer um, seria difícil. Ele sempre foi um rapaz cobiçado e desejado. O Ricardo respirava sensualidade, e o seu maior medo, era passar uma imagem de frágil e inútil.

- O médico me disse que você ainda tem dez por cento de chances de voltar a andar. Acredite nesta chance. A vida pode nos surpreender, meu amor.

- Dez por cento? E você acha que isso é possibilidade de recuperação? Eu nunca mais serei o mesmo. Meu Deus! Até para tomar banho, eu vou precisar de ajuda. Acabou! A minha vida acabou.

- Não chora. Se eu pudesse, trocaria de lugar com você. – Daniel não sabia o que fazer, dizer, pensar. A situação era séria e triste. Palavras não eram o suficiente, para expressar o sofrimento que o Ricardo estava passando. Ele precisava buscar força, para vencer aquele desafio.

Daniel saiu da sala, dando a vez para a família dele. Enquanto isso, ele conversava com o Doutor, na lanchonete do Hospital.

- Doutor Fábio, quais são as chances reais de o Ricardo voltar a andar?

- Bom, Daniel... Eu serei sincero com você. São as mínimas possíveis. A coluna do Ricardo, ficou muito comprometida, e talvez ele nunca recupere os movimentos das pernas.

Daniel engoliu as palavras dele com dificuldade, e respirou fundo, para a próxima pergunta.

- E, em relação a...?

- Eu já sei o que você quer saber. Vocês são namorados?

- Sim.

- Ainda faremos mais exames, e só assim, poderemos saber se as vias nervosas que gera a sensibilidade sexual, foi comprometida. Eu te digo que é quase raro, um paraplégico ter uma vida sexual ativa. E sem contar que incontinência urinária ocorre na maioria dos casos.

Ele ficou sem chão. Tudo aquilo que estava acontecendo, era um pesadelo sem fim.

****************

Daniel voltou para casa, totalmente abatido. Não quis falar com ninguém. Atirou-se debaixo do chuveiro e as lágrimas se misturavam a água fria. As lembranças, do toque do Ricardo, do cheiro e calor do corpo dele, inundavam a sua alma. Nunca mais teria aquelas sensações com ele. Nunca mais seria invadido pela fúria apaixonante de louca do seu amor. Ele se sentou no chão do Box, e ficou ali, estático, deixando aquela água lavar a dor que ele sentia. Um vazio tomou conta do seu ser.

No dia seguinte, ele nem quis comer, e apenas cumprimentou os pais.

- Meu filho, você tem de se alimentar. Não pode ficar assim.

- Eu não sei se vou suportar mãe. – ele deu um abraço nela, e mais uma vez chorou.

- Você ama tanto assim este rapaz? – ele balançou a cabeça em afirmativa, para o seu pai. – Nós estamos com você meu filho. E o que este rapaz precisar, é só me falar.

- Eu não sei o que seria de mim, sem vocês. Eu me sinto tão sozinho...

- Oh, meu amor... A sua mãe tá aqui.

Ele se sentiu amparado, e a vida continuava. Passaria no hospital mais tarde para ver o Ricardo. Quando ia saindo de casa, encontrou o Kadu. Este, tentou falar com ele.

- Oi. Eu já soube do que aconteceu.

- Pode soltar fogos, você conseguiu, com a sua fofoca, estragar com a vida dele.

- Eu nunca pensei que...

- Pois é, Kadu. A gente nunca pensa, quando quer prejudicar alguém.

- Não foi a minha intenção, Daniel. Eu só quis lutar por você.

- Não importa isso agora. O que está feito, não tem como voltar atrás. Mais uma coisa eu posso te afirmar... O meu amor pelo Ricardo, só aumentou.

- Amanhã eu retorno para Vitória. – ele estava com a voz tímida.

- Boa viagem! Agora, se me der licença, eu preciso trabalhar. – Daniel seguiu em frente, e a grande amizade de ambos, parecia estar quebrada.

*************

O Ricardo, finalmente recebeu alta, e seguia para casa. Os seus pais tiveram de gastar uma grana, para adaptarem toda a casa. Os banheiros ganharam barras de aço, e por todos os cantos tinham rampas e apoios.

A sua cadeira de rodas era automática, para facilitar suas movimentações. No fundo, ele não era o mesmo. Era como se uma página de sua vida, fosse arrancada de forma brutal.

Naquela sexta-feira, ele recebeu a visita de seus dois melhores amigos: o Mauricio e o Victor.

- E aí cara! Beleza? – o Mauricio tocou na mão dele.

- Eu pensei que meus dois brothers haviam me esquecido.

- Quê isso. Você é nosso parceiro, e estamos juntos. – disse o Victor. Era nítido o olhar de ambos para o Ricardo. Eles se sentiram maus, ao ver o amigo naquela cadeira.

- E como andam as coisas na faculdade? Eu devo voltar mês que vem. – ele parecia mais alegre.

- Tanta coisa acontecendo... – o Mauricio olhou para o Victor.

- O que foi? O que o Victor anda aprontando? – Ricardo deu um sorriso de canto.

- Você sabe Ricardo, que... Eu era um cara muito preconceituoso. Mais sabe quando cai a ficha da gente, que todos nós somos iguais, e que cada um merece ser feliz? – o Mauricio discursava sério. – Eu já sabia que você e o Daniel estavam juntos, mais não queria aceitar. Foi difícil no começo, imaginar que o meu amigo... Enfim, eu passei a enxergar a vida de um jeito diferente. Eu amadureci um pouco e quero que saiba, que estou do seu lado...

O Ricardo ficou emocionado com as palavras do amigo. Ele nunca podia imaginar que o Mauricio, que era tão homofóbico, fosse capaz de mudar tanto.

- Eu fico feliz por dentro de ouvir isso. Ao menos, o apoio das pessoas que eu amo, ameniza a minha dor de estar nesta cadeira. Mas eu não entendi a questão do Victor...

- É que...

- Deixa que eu explico. – o Victor interrompeu o Maurício. – Você sabe que eu sempre fui pegador de mulheres e tal... Só que, na verdade, eu sou bisexual, Ricardo. E escondi este tempo todo, de você e do Maurício. Eu me senti envergonhado e com medo de que vocês me julgassem e parassem de falar comigo. Mas como você assumiu para nós dois, o seu relacionamento com o Daniel, eu me senti no direito de expor isso.

O Ricardo ficou pasmo com a revelação, mas ao mesmo tempo, o apoiou em todos os sentidos.

- Ele e aquele nojentinho do Leo, estão namorando.

- O Leo, amigo do Daniel?

- Ele mesmo. – Mauricio ria da cara do amigo.

- Quer parar, filho da puta! O Leo é um cara bacana, e estamos nos conhecendo...

- Quem diria hein? E aí Mau? Quem é o teu macho? Porque só falta você. – eles riram alto.

- Tá maluco? Vocês são meus amigos, mas nem vem, que eu curto buceta!

- A gente também curtia... – o Ricardo zoava ele.

Aos poucos, ele ia se acostumando com a sua rotina. As dificuldades eram grandes, mas tentava driblá-las. O Daniel dava o maior apoio, junto com a sua família, em exceção de seu pai, que não falava com ele, devido a não aceitação do seu relacionamento.

*******************

QUATRO MESES DEPOIS...

- Amor, você precisa ir para fisioterapia. Deixa de ser teimoso! – Daniel insistia com ele.

- Poxa Dan! Eu queria ficar em casa com você. Já não suporto mais, ter de fazer fisioterapia. Já são meses fazendo isso, e não vejo resultado.

- O médico disse que é fundamental!

- Você ainda acredita que eu vou voltar a andar? Eu já aceitei a minha condição, meu amor.

- Não fala assim. A esperança é a última que morre.

- Pois é. A minha já morreu há muito tempo.

- Vou fingir que nem ouvir. Vem, vamos. – ele o levou para fisioterapia. O Ricardo era teimoso,e Daniel dava um dobrado, para ter paciência.

O Ricardo fazia as suas sessões, e o Daniel observava tudo com muita fé em seu coração. Todos os dias, antes de dormir, ele pedia a Deus, por seu amado.

Após o término das sessões, Ricardo o convidou para almoçarem.

- Eu queria agradecer profundamente, por tudo que você está fazendo comigo. Eu te amo muito. – ele olhava o Daniel com cumplicidade.

- É um prazer cuidar de você. E eu também te amo muito, mesmo você sendo cabeça dura.

- Às vezes eu fico preocupado... O fato de eu não estar mais...

- Você vai tocar neste assunto novamente?

- Daniel, todo ser humano precisa ter relações sexuais. É natural da vida e do homem. E eu sei que você sente vontade.

- O mais importante para mim, é te amar. Sexo é detalhe.

- Você sabe que isso não é verdade.

De certa forma, o Ricardo tinha razão. Todos nós temos anseios e desejos, e por mais que a vida nos arrancasse estas condições, ainda sim, esses prazeres permanecem ocultos. Eles se tocavam, se beijavam, dormiam nus, mas o Ricardo não sentia os estímulos do seu parceiro.

Eles almoçaram e o Daniel achou melhor levar o Ricardo para a sua casa. Óbvio que não tinha todo o aparato como na casa dele, mas o Daniel queria dormir com o seu amor naquela noite.

Os pais do Dan bateram altos papos com o Ricardo, e aos poucos ele já se integrava a família do seu amor.

- Tá na hora de dormir. – ele deu o ultimato ao Ricardo.

- Eu me sinto como o meu irmão mais novo. Bom, deixa eu ir para o quarto, senão o filho de vocês vai me bater. – eles riram, e Daniel o levou para o quarto.

- Quando eu olho para você... Para essa bunda suculenta...

- Assim eu fico tímido, Ricardo! – ele se aproximou dele e o beijou.

- Você é tão lindo, meu amor... Tão gostoso. Como eu queria poder penetrar em você.

- Eu sinto dentro de mim, e você pode não acreditar, mais tenho certeza de que tudo voltará como era antes.

Eles se beijaram e Daniel o pôs na cama. Ficou surpreso, quando o Ricardo tirou sua própria roupa.

- Dormi nu comigo?

- Claro! – eles se abraçaram e ficaram de conchinha, com o Ricardo encostando seu pau flácido, na bunda do Daniel.

No meio da madrugada, o Ricardo estava tendo um pesadelo e acabou caindo da cama. O baque foi grande, e o Daniel acordou também.

- Meu amor, o que aconteceu. – disse ele assustado, tentando levantá-lo.

- Ai, tá doendo muito. Ai! Me ajuda.

No auge do susto, eles nem se deram conta de que o Ricardo sentiu a dor em uma das pernas.

- Meu amor, você voltou a ter sensibilidade nas pernas. – dizia o Daniel eufórico e assustado.

CONTINUA...


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Comentários

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Muito bom,tá ficando emocionante esses últimos capítulos!!!

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Penúltimo capítulo já? Nãooooooo :'( Ótima história , vai me bater uma saudade tão grande desses personagens !! Amo o casal *-* E quem diria que o preconceituoso do Victor , ta namorando o amigo do Daniel kkk ... Enfim que bom que o Ricardo vai voltar a andar !! Esperando o final :'( Fala Alê !! Como sempre nota 1.000 pra você e seus maravilhosos contos ... Abraçao querido e espero o mais lindo desfecho possível dessa estória linda !! Até o próximo... 10'

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Realmente emocionante toda essa história de amor e superação, nos permite acreditar que esse amor que vence barreiras exista.. Que venha o final épico.. Perfeitooo

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Tipo linda e triste. Mas torccendo pra tudo dá certo. Ah e morrendo de desgosto por que já vai acabar. É sério Ale acho que tu faz alguma macumba pra teus contos serem tão perfeitos e viciantes.

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Tipo linda e triste. Mas torccendo pra tudo dá certo. Ah e morrendo de desgosto por que já vai acabar. É sério Ale acho que tu faz alguma macumba pra teus contos serem tão perfeitos e viciantes.

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Excelente! Pena que já vai acabar. 10

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nossa que triste e lindo ao mesmo tempo, que pena que ta acabando, ta sendo perfeito seu conto amigo, e tomara que o Ricardo volte ao normal, e um onibus podia pegar esse kadu, isso sim, mas ai pra nao deixar nem rastros kkkkkk. ansioso pelo final.. Ale eu voltei postar novo conto, vou adorar vc lendo la!! beijão amigo

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