O Cara da Casa ao Lado. Cap XXX

Li certa vez em algum lugar não me lembro onde, que algumas pessoas tem evolução espiritual suficiente pra conseguir separar amor de sexo, eu sinceramente concordo com essa afirmativa, no entanto eu infelizmente não sou uma dessas pessoas longe disse pra mim o sexo é o detalhe mais intimo do amor, e sendo assim eu só transo com quem eu amo, ou com qualquer um se eu estiver muito bêbado. Depois de discutir feio com o Edgar eu o mandei pra sua casa, pois já estava com sangue nos olhos não queria mais vê-lo, a semana foi passando ele sumiu de mim, respeitando o tempo que eu pedi pra pensar, na quinta-feira seguinte ele veio falar comigo... Ele queria me ver na minha casa, porem eu consegui desconversar e marcamos de conversar na praça de alimentação do shopping.

– Eu sei que não tenho o direito de te pedir muita coisa porque eu pisei na bola contigo, me desculpa mesmo Deo, eu fico perdido sem você eu te amo, e você sabe disso, foi um erro meu eu sei, mais me perdoa eu prometo que vou mudar, eu vou melhorar mais me dê a oportunidade de fazer isso.

– Eu já te perdoei Edgar, a muito tempo mais eu não quero mais você como meu namorado, podemos ser amigos se quiser, porem nunca ira passar disso. Sou decidido o suficiente pra afirmar isso, agora deixa eu ir embora porque meu pai já estava vindo para irmos trocar meu carro.

Virei as costas e fui embora não queria mais ficar muito tempo perto dele já estava me fazendo mal, fui ao estacionamento e sai correndo dali, eu me sentia sufocado, demorei muito pra admitir que amava ele, e quando finalmente eu me envolvo ele pisa na bola comigo daquela forma dei umas voltas nas concessionárias para escolher um modelo que não fosse caro mais que combinasse comigo e com minhas necessidades, estava na concessionária da Renault quando meu pai telefonou dizendo pra eu marcar um ponto de encontro pra irmos ver o carro eu disse a ele que seguisse para concessionaria da Citroen que eu o encontraria lá, eu cheguei meu pai já olhava o carro, por fim escolhemos um C4 Hatch e acho que foi minha melhor escolha adorei o carro, passamos a tarde toda juntos, conversamos, brincamos e rimos foi agradável como tinha sido muito tempo atrás.

Como inevitável ele me perguntou sobre o Edgar onde ele estava, como estava, eu disse que trabalhava mais que estava tudo muito bem, saímos da concessionaria e eu pegaria o carro na sexta-feira já emplacado e com seguro feito, achei ótimo não paguei nada meu pai deu a entrada e o restante ficou a base de troca do meu carro ainda sobrou um troco que fizemos o seguro, ele nem precisou pagar, enfim na quinta-feira nem sai de casa, e na sexta-feira eu peguei folga já que tinha banco de horas suficiente pra isso, fiquei o dia todo na minha casa curtindo uma BAD, mais ou menos as três da tarde o pessoal da concessionário ligou perguntando se poderiam deixar o carro na minha casa, eu disse que sim, isso seria ótimo me pouparia a viagem de busão até a loja e ônibus aqui é horrível, busão em Goiânia não se pega, se conquista. Eles deixaram o carro na minha casa junto a toda documentação eu assinei uns papeis e eles foram embora.

As 18:00 o Gustavo foi a minha casa levar meu passaporte da VilaMix e me contar as fofocas dos últimos dias, conversamos fiado um bom tempo, demos uma volta no meu brinquedo novo e ele então entrou em um assunto que muito me interessou.

– Tenho uma novidade pra contar pra senhora.

– O que foi?

– Estava conversando com o Ferdinand ontem sobre os amigos dele e tudo mais, e ele me disse que até onde ele sabe todos os amigos dele são ativos, que se tiver algum que é passivo é muito discreto, porque nos comentários todos afirmam comer, e o melhor Gata, tem um amigo dele Advogado que já quer a senhora mal passada e com salada.

– Serio? Advogado? Ótimo quero mudar um pouco meu ramo de atuação chega de agrônomos na minha vida.

– Se você quiser a gente encontra com eles hoje, eles combinaram de ir na boate SantaFé hoje a noite e ele vai estar lá.

– Ah nem Gustavo, sexta-feira eu lindíssimo e de carro novo ter que ir pra uma balada hetero pra um homem ficar me analisando como se eu fosse um pedaço de carne pra decidir ou não se quer me comer? Fala serio.

– Deixa de ser viado, nós vamos sim.

Continuamos a discussão até ele conseguir me convencer a ir, eu me arrumei contrariado não queria mesmo sair pra uma balada hetero, mais mesmo assim me produzi ao máximo que pude, padrão europeu de qualidade, entrei no meu carro que agora tinha ar-condicionado que funciona Obrigado e fui pra tal boate, na minha cabeça eu já pensava em um monte de desculpas que pudessem funcionar pra eu ir embora, olhei meu celular tinham 35 ligações perdidas no meu tel nenhuma era do Agnaldo ou da Mãe dele, eram todas do Edgar não retornei, segui meu trajeto, estacionei desci do carro e entrei na boate, odeio esses ambientes hetero são muito clichês as meninas te secando pra ver se você é alguém digno pra fecunda-las os caras te olhando analisando concorrência, é uma bosta.

Subi pro camarote, e encontrei o Gustavo já me esperando na escada com seu típico sorriso safado, fomos ao nosso sofá e cumprimentei todos até que finalmente cheguei no boy que ele me disse ser o amigo que me queria, gente quando eu vi o cara me deu uma vontade de apertar ele e gritar QUE GRACINHA, parecia um ursinho de tão lindo, mais ou menos a minha altura, muito branco, cabelo preto, barba preta bem cheia porém aparada toda desenhada linda mesmo, olhos castanho claros, sorriso perfeito, boca carnuda e grande, e o melhor de tudo gordinho todo fofinho, acho que ele tinha mais ou menos 1.80 de altura e pesava uns 100KG, quando eu constatei que ele não era nada do que eu tinha imaginado abri automaticamente o meu melhor sorriso minha cara de bunda sumiu na hora e deu lugar ao cara mais agradável do mundo.

Já preparei um copo babado de whisky pra mim, virei de uma vez, preparei mais um com whisky, agua de coco e gelo e me sentei do lado dele, e começamos a conversar, ele me disse que seu nome era Napoleão, mais que todos o chamavam de Leão até mesmo no trabalho, tinha uma filha, eu fiquei com aquela cara de questionário e ele me disse...

– Nunca fui hetero na minha vida, a minha filha foi um acordo que fiz com uma amiga lesbica que queria ser mãe e eu queria ser pai, então juntamos a fome a vontade de comer, e assim nasceu a Valentina Leão que já tinha 6 anos.

E ele tinha 38 anos de idade e sinceramente não parecia mesmo, ficamos conversando o tempo todo ele bebe mais que eu e gente impossível não me lembrar do Agnaldo pois além de gordinho o olho dele fecha quando ele ri, nossa como eu gostei daquele cara, ele disse que sabia que eu tinha acabado de terminar um relacionamento e que estava sofrendo o Gustavo tinha contado pra ele, como sempre ele com sua língua enorme, resumi pra ele minha historia, e no final ainda disse...

– Sempre escolho errado os caras com que namoro, quando acho que fiz uma ótima escolha eles me mostram que eu escolhi errado de novo, parece que só escolho caras que são viciados em buceta (Desculpem a expressão mais eu falei assim)

– Eu não, inclusive eu sempre digo pro pessoal que o Cú é a nova buceta, e eu gosto demais de bunda sinceramente essa é a verdade.

Quando ele terminou eu dei até aquela arrepiada básica na coluna que foi subindo até meu cabelo, foi intenso, nos misturamos um pouco ao pessoal e fomos dançar, fui pra pista com a Gustrava pra comentar do boy eu tinha gostado muito dele, o jeito dele era espontâneo não parecia forçado e ele nem tentava impressionar eu tinha gostado mesmo dele, ao final da festa fomos todos a uma lanchonete dessas de esquina comer um lanche, ele comeu e tomou coca-cola e no final nos presenteou com um arroto que ecoou na lanchonete inteira e quando terminou ao invés de se desculpar disse...

– Nossa estou tossindo.

Pensei comigo mesmo: É Dhione, Deus sempre fechando uma porta e abrindo uma janela pro senhor né?

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