OVERDOSE - Parte 24

Poxa! O que o Bernardo foi fazer hein? Destruiu um lindo amor. Será que eles ainda vão se reencontrar? Ou será que o Guilherme ficará para sempre fora do Brasil? Tudo isso só será respondido nos próximos posts. Obrigado meus queridos pelo carinho e por doarem um tempo de vocês par lê o meu conto. Um beijo muito grande para vocês. Todos vocês!

BOA LEITURA...

Ele começou a chorar quando entrou no salão de embarque. Sabia dentro de si, que por tão cedo não voltaria. Quando chamaram o seu vôo, ele se dirigiu para aeronave.

- Agora é uma nova vida Guilherme.

O avião já havia decolado.

A sua alma estava ferida e os seus planos arruinados. Desde que começou a namorar o Andrey, seus planos eram de construir uma vida a dois com ele, mas as coisas tomaram outras proporções, e agora estava partindo para outro mundo, uma nova vida. Não tinha dúvidas do amor que sentia por ele, mas continuar no Brasil, sofrendo, era um martírio.

Depois de noves horas de vôo ele desembarcava no aeroporto da cidade de Nova York. A sua tia Paula, a quem ele admirava e gostava tanto, estava lá, pronta para recebê-lo. Retirou a sua mala e seguiu para porta de desembarque, avistando ela, toda animada e feliz.

- Seja bem vindo meu lindo! – Ela quase o sufocou com os abraços.

- Oi tia. Eu estava morrendo de saudades da senhora. – disse ele rindo pra ela.

- E eu mais ainda. Agora que está aqui em Nova York, você vai conhecer um montão de gente nova e vai amar este lugar. Nem te conto... Tem cada americano lindo... Cada um mais gostoso que o outro.

Ele pensou: Essa minha tinha não muda mesmo!

- Tia, eu vim pra cá, para relaxar a minha cabeça, e quem sabe fazer um curso, ou algo que ocupe o meu tempo.

Por mais que quisesse, ele não parava de pensar no Andrrey, afinal, ele o amava mais do que tudo na vida, e sabia que iria ser difícil esquecê-lo. Seu coração estava fechado, e não queria nunca mais saber de relacionamentos. Ia dedicar-se a vida profissional e nada mais.

Chegaram ao apartamento de luxo, que a tia dele possuía em Manhattan, um borough de Nova York. A sua tia Paula, era casada com um homem bastante rico, e depois que ele faleceu, ela herdou toda a fortuna. Aliás, toda a família do Guilherme era bem sucedida, talvez por isso tenham criado implicância com o Andrey, pois ele era humilde e morador de subúrbio.

Guilherme dominava muito bem o inglês, pois desde pequeno tinha aulas intensivas com um professor particular. Só havia ido aquele local, apenas uma vez na vida... Ele nunca gostava de sair do Brasil, principalmente do Rio de Janeiro, onde ele amava morar. Mas agora a realidade era outra, e se era para mudar de vez a sua vida, que seja feita a mudança.

- Tia... O seu apartamento é lindo! A decoração também é maravilhosa.

- Obrigado meu anjo. Eu já preparei o seu quarto e se você quiser fazer alguma mudança, fica ao seu critério.

- Eu vim pra cá, para esquecê-lo tia. – disse ele mudando o assunto. – E eu vou conseguir.

- Ahhh... Mais vai sim. Depois de conhecer os bofes maravilhosos daqui, rapidinho você esquece. Babado Guilherme... Eles são bons de cama. – ela era mesmo porra louca. Ria descontroladamente, e o Guilherme tinha mais juízo do que ela.

- Hummm... A senhora está ficando danadinha em dona Paula?

- Sempre fui querido. Você sabe que eu adoro curtir a minha vida, e se for com um bonitão e gostoso, será mais fácil ainda curti-la. – ela ria de si mesma.

- Ai tia, eu te adoro sabia?

- Eu também meu amor. – ela deu um beijo no rosto dele.

Guilherme subiu para o seu quarto, desfazendo as suas malas. Aproximou-se da janela, e com a cabeça encostada no vidro, passou-se a lembrar dos momentos felizes que teve com o Andrey. Da viagem para Búzios, do dia em que fizeram amor na praia... Foram tantas lembranças...

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Andrey acordou cedo naquela sexta-feira, era um feriado e ele estava de folga. Ainda não sabia da viagem do Guilherme, e todas as noites, desde a separação deles, ele não parava de pensar no ex. Alguém batia na porta insistentemente, e como ele estava sozinho em casa, pois a sua mãe e o irmão mais novo haviam ido para igreja, não esperava receber visitas.

- Já vai! – gritou. – ao abrir a porta, teve uma surpresa. Era a Lívia.

- Eu posso entrar e bater um papo contigo?

- Claro. Entra.

- Desculpa ter vindo sem avisar, mas...

- Se você veio até aqui, para falar do Guilherme, perdeu o seu tempo. Eu já tomei a minha decisão.

- Não. Eu vim aqui para dizer que você realmente nunca o mereceu. Depois que o meu amigo te conheceu, ele não pensava em mais ninguém. Não saia mais, e tudo que ele fazia, queria sempre você por perto. E sabe por quê? Porque ele realmente te amava.

- Lívia nem adianta. Eu vi com os meus próprios olhos.

- O que você viu hein? Por acaso o Guilherme estava retribuindo o beijo? Por acaso ele estava dizendo alguma palavra amorosa para aquele cara? O que você viu foi ele sendo forçado a um beijo que o mesmo não queria! Mais você não... Deixou esse teu ciúme ridículo falar mais alto, e perdeu a pessoa mais maravilhosa do mundo! – a Lívia estava descarregando toda a sua raiva em cima do Andrey. Ela conhecia muito bem o amigo e sabia que ele não era mau caráter.

- Se você quer saber, ele estava tendo um caso antes, com esse tal de Igor.

- Ah é? E quem foi o idiota que te disse estas coisas?

- Isso não vem ao caso, o que importa é que o seu amigo não me engana mais Lívia.

- Claro que não... E quer saber por quê? Porque ele merece ser feliz, e onde ele estar, com certeza vai ser.

- Hã? Como assim? – ele não entendeu a colocação dela.

- O Guilherme meu caro... Foi embora para os Estados Unidos.

Quando ela disse aquilo, o coração dele parecia que ia sair pela boca. Por mais que estivesse com raiva e separado dele... Queria tê-lo por perto, pois o amava mais do que tudo. E agora? Ele o perdeu para sempre!

No ato, ele fingiu não se importar com a notícia, pedindo que ela fosse embora, pois ele ia ter que sair. Lívia ficou surpresa com a reação dele. Não esperava vê-lo tranqüilo, depois que dissesse tudo aquilo. Ela saiu dali indignada. Quando Ele fechou a porta, caiu num choro sem fim.

- Ele se foi. Eu o perdi pra sempre. – repetia aquelas palavras e chorava descontroladamente.

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Na casa dos pais dele, dona Sandra conversava ao telefone, e o Sr. Alberto, lia os seus e-mails. No fundo ele estava mais tranqüilo. Quanto mais o filho longe, mas o seu segredo era guardado. Na verdade ele sempre teve a certeza que o Guilherme, jamais revelaria alguma coisa, apesar de ter se arrependido por tudo que aconteceu.

De repente, o Bernardo aparece todo sorridente. Ele estava doido para vê a cara do primo, depois de tê-lo separado do Andrey. Foi justamente fazer uma visita a sua tia, só para encarar o Guilherme.

- Oi gente! – ele deu um sorriso.

- Ok querida, depois eu te ligo e conversamos melhor! – ela desligou o telefone e se dirigiu para cumprimentá-lo.

- Oi meu lindo. Que surpresa boa. Fazia um tempo que você não vinha nos ver.

- Pois é tia... O trabalho está tomando o meu tempo. Oi tio. – ele falou com o Sr. Alberto.

- Oi Bernardo. E aí? Quais são as novidades?

- Por enquanto nenhuma. – ele sentou no sofá, enquanto era servido de suco por Maria.

- Cadê o Guilherme? – perguntou ele, ansioso para ver a cara do primo. Ele pensou: deve estar arrasado! Riu ele por dentro.

- Você não sabe ainda?... O Guilherme foi passar um tempo nos Estados Unidos.

Ele quase se engasgou com o suco. Não podia ser! Não pode ser! Porque você fez isso comigo? Porque seu filho da puta? Porque meu bebezinho... – ele se perguntava.

- Você está bem meu filho? – perguntou ela.

- Sim tia. Só engasguei. Mas ele foi morar lá sozinho?

- Na verdade, o meu filho está hospedado na casa da Paula, a tia de vocês.

Ele não sabia explicar, mas estava com raiva e ao mesmo tempo desolado. No fundo do seu coração ele amava o Guilherme, pelo menos era o que ele dizia, e depois que o separou do Andrey, acreditava que o caminho estaria livre pra ele, mas nunca esperava uma atitude dessas por parte do primo.

- Tia eu vou indo... Só passei aqui mesmo para dar um beijo na senhora. Tchau. – ele saiu às pressas, deixando a mãe do Guilherme sem entender absolutamente nada.

Do lado de fora, resmungava sem parar; inconformado.

- Você não devia ter ido embora assim sem me avisar. Não adianta fugir de mim meu amor. Eu sou a sua vida e nós nascemos um para o outro.

Parecia que a notícia o deixou completamente abalado. Na verdade, o comportamento do Bernardo nos últimos meses estava estranho. A sua obsessão pelo Guilherme o deixara sem noção. Eram mentiras atrás de mentiras, prejudicando outras pessoas. Sempre foi invejoso, e de todos os rapazes da família, ele era o único solitário, talvez pelo fato de ninguém suportá-lo.

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O dia em Manhattan estava lindo. Eles resolveram almoçar num restaurante super tradicional do lugar. Entraram, e o Guilherme pôde perceber quanto homens bonitos tinham ali. Ele também parecia um americano, pois tinha pele branca e olhos verdes.

- Welcome to our restaurant! (Bem vindo ao nosso restaurante!) – disse o garçom gentilmente. Os direcionando para uma mesa.

- Thank You. – respondeu o Guilherme dando um leve sorriso para ele.

- Here is the menu. (Aqui está o menu.) – ele estendeu o cardápio, anotou os pedidos e retirou-se.

- Nossa! Você viu como ele olhou pra você? – disse a sua tia.

- A senhora está viajando na maionese tia. – ele riu.

Conversaram por muito tempo, longos e divertidos papos. O garçom trouxe o prato principal interrompendo o papo deles.

- Do you want a drink? (Querem uma bebida?)

- I want a glass of white wine, please! (Um copo de vinho branco por favor!) – disse Guilherme, sendo acompanhado pela tia, que pediu o mesmo.

- Enjoy your meal. (Bom apetite) – ele se retirou mais uma vez.

Voltaram a conversar, enquanto apreciavam um delicioso peixe.

- Por que a senhora não para de olhar para este relógio?

- É que... Eu convidei um amigo para vim almoçar com a gente.

- Tiaaa... Eu avisei que não quero nenhum envolvimento com ninguém.

- Ali está ele. – ela fez sinal, e nem deu ouvido ao que ele dizia. O cara era um homem espetacular. Corpo sarado, branco, de olhos claros, e um sorriso encantador. Ele se aproximou dos dois, sentando-se também.

- Prazer! Meu nome é David – disse ele lançando seu largo sorriso para o Guilherme, e dando um beijo caloroso no rosto da tia dele.

- Guilherme... O David também é brasileiro. Ele é de Minas Gerais, mas já está aqui em Nova York há mais de cinco anos. Eu o conheci em uma exposição.

Eles ficaram trocando altos papos,e aos poucos o Guilherme ia se soltando mais. Ainda pensava muito no Andrey... Em seus beijos, na voz dele, mas estava disposto a esquecê-lo.

CONTINUA...