Oi pessoal! Este capítulo será narrado pelo Diego.
Oi pessoal! Meu nome é Diego. Vou contar um pouco do que tem acontecido comigo estes últimos meses. Sempre fui hetero, pelo menos achava que era. Foi durante a minha adolescência que tive meu primeiro relacionamento com outro homem. Nada sério. Era mais sexual do que amoroso. Nunca cheguei a me apaixonar por outro homem, me relacionava apenas para saciar o desejo.
Conheci a Sofia durante a faculdade. Éramos amigos e com o tempo começou a rolar um sentimento entre nós. Não chegava a ser amor, era um grande carinho que sentia. Ela era incrível, bonita, inteligente, bem humorada, a mulher perfeita.
Nós estávamos namorando a mais ou menos três anos, quando resolvemos ficar noivos. Estávamos felizes, mas depois de um tempo começou a surgir algo dentro de mim que incomodava. Era uma sensação de que algo estava faltando. Não conseguia entender. Tinha um bom emprego, uma noiva linda, tudo estava indo muito bem.
Aos poucos meu relacionamento com a Sofia foi ficando estranho. No inicio quase não discutíamos, mas depois de um tempo brigávamos constantemente. No meu emprego as coisas não estavam indo muito bem, era cobrança em cima de cobrança. Eu estava a ponto de ter um ataque de nervos.
Um dia estava passeando no shopping depois do trabalho, quando passei em frente a uma agência de viagens, que por coincidência era de uma velha amiga. Um anúncio em especial me chamou atenção, era de um cruzeiro. Sempre tive vontade de fazer, mas nunca surgiu oportunidade. Não pensei duas vezes, entrei e comprei o pacote. Eu precisava de um momento para mim, onde eu pudesse colocar meus pensamentos em ordem. Saí da loja feliz da vida. Agora eu tinha um grande desafio pela frente, informar a Sofia sobre o cruzeiro. Naquela noite passei em uma floricultura e comprei um buque de tulipas, a flor favorita dela. Quando cheguei a sua casa e ela viu o que havia trazido, um sorriso enorme iluminou seu rosto. Aproveitei a oportunidade e soltei logo na lata.
Eu – Amor. Semana que vem vou fazer um cruzeiro sozinho.
Como um passe de mágica, seu rosto mudou.
Sofia – O que?
Eu – Isso mesmo que você ouviu. Vou fazer um cruzeiro sozinho.
Sofia – Nem pensar.
Eu sabia que não seria fácil convence-la. Passamos boa parte de noite discutindo. Após apresentar todos os meus argumentos ela aceitou, muito contrariada, mas aceitou. Dei beijo em sua testa e fui embora. Eu estava ansiosíssimos pelo dia do embarque. Eu teria que ir para Santos, pois o navio partiria de lá.
A semana passou mais devagar possível, mas finalmente o tão esperado dia chegou. Ali estava eu de frente para aquele navio gigantesco. Foi neste cruzeiro que minha vida mudou completamente. Foi onde eu encontrei a pessoa que preencheria aquele vazio que sentia em meu coração. Aconteceu tudo tão rápido, mas tão intenso. Aquele garoto literalmente roubou meu coração. Ele me mostrou o que realmente era o amor, percebi que nunca havia amado alguém, nem mesmo a Sofia. Foi tudo tão mágico, cada dia que passávamos juntos parecia um sonho. Na nossa última noite, nos entregamos um ao outro. Agora ele era meu. O dia da nossa despedida foi terrível. Parecia que eu estava perdendo uma parte de mim.
Quando voltei para casa, eu estava mudado. Não conseguia mais ver a Sofia do mesmo jeito. Ben não saia dos meus pensamentos. Uma noite tive um sonho com ele. Sonhei que nos reencontrávamos e nos amávamos loucamente. Depois daquele sonho percebi que não poderia mais viver sem ele. No dia seguinte liguei para a minha amiga que tinha vendido o pacote para o cruzeiro e pedi que tentasse encontrar a ficha do Ben. No mesmo dia ela me passou todo o seu cadastro. Enquanto lia, recebi um e-mail interno da empresa. O e-mail dizia que empresa estava abrindo uma nova filial em Curitiba. Quando o li mal pude acreditar. Era a mesma cidade que Ben morava. Na mesma hora respondi o e-mail me candidatando para a vaga de gerente da nova filial. Para minha sorte fui o único a ser candidatar. Eu não estava acreditando que teria a oportunidade de tê-lo novamente em meus braços. Confesso para vocês que estava tão eufórico que nem me lembrei da Sofia. Minha prioridade era encontrar o Ben, depois eu conversaria com a Sofia. Eu já tinha tomado minha decisão, iria romper com ela.
Na semana seguinte embarquei para Curitiba. Meu coração era só alegria, não conseguia controlar minha ansiedade. Quando cheguei ao aeroporto de Curitiba parei em frente a uma joalheria. Logo a ideia da aliança veio em minha mente. Estava disposto a fazer tudo direito e iria começar pedindo ele em namoro. No caminho até a sua casa minhas começaram a suar, minha boca ficar seca e um frio enorme invadir meu estômago. Nunca na minha vida havia ficado assim por alguém, realmente eu o amava. Bati na porta. O escutei reclamando lá dentro. Meu coração acelerou ao ouvir sua voz novamente. Ele abriu a porta e a única coisa que eu conseguia fazer era sorrir. Ele pulou em cima mim me abraçando e me beijando. Finalmente eu estava com meu amor em meus braços. Naquela manhã Ben e eu retomamos de onde havíamos parado no cruzeiro. Sentir novamente sua pele na minha, sua bunda redondinha sentando no meu pau era inexplicável. Após consumirmos um ao outro dormimos no sofá. Passamos o dia todo nos amando. Pedi sua mão em namoro, trocamos alianças e oficializamos nossa união. Passamos a semana toda fazendo planos para nosso futuro. Eu teria que passar uma semana resolvendo alguns assuntos relacionados à abertura da filial. Aproveitávamos cada momento juntos, sempre trocando juras de amor um para outro e é claro muito sexo. A semana passou num piscar de olhos. Tive que voltar para São Paulo para acertar minha mudança e resolver meu caso com a Sofia. Me despedir dele no aeroporto foi difícil, mas o que me aliviava era o fato de ser temporário, em poucos dias eu estaria de volta e poderíamos viver nossas vidas juntos. Cheguei em São Paulo era de noite. Eu fui direto à casa de Sofia. Encontrei ela deitada no seu quarto. Ela levantou o rosto e vi que estava chorando.
Eu – Oi Sofia. Por que o choro?
Sofia – Ainda bem que você chegou.
Ele me abraçou e caiu no choro novamente.
Eu – Calma. Me conta, o que aconteceu?
Ela ficou em silêncio.
Sofia – Diego...eu...eu...estou grávida.
Ouvir aquilo foi como se uma bomba estourasse dentro de mim. Um filho, não esperava por isso.
Eu – O que?
Sofia – Estou grávida de sete semanas.
Eu estava completamente sem reação. A única coisa que vinha em minha mente era o Ben.
Sofia – Diz alguma coisa.
Eu – Dizer o que?
Sofia – Pensei que você ficaria feliz. Vamos ser uma família meu amor.
Eu – Não planejamos um filho Sofia.
Sofia – Eu sei, mas vamos nos casar em poucas semanas.
Eu – Sofia...eu...eu...
Eu não consegui terminar frase. A única coisa que consegui fazer foi ficar em silêncio.
Sofia – Tem outra coisa que tenho que te falar.
Eu – Tem mais?
Ela novamente começa a chorar.
Sofia – Fui ao médico esta semana e ele me disse que a gravidez é de risco. Estou com descolamento na placenta. Tanto eu como o bebê corremos riscos.
Pronto. Este foi o tiro de misericórdia. Eu estava tão atordoado com as notícias que por impulso sai correndo. Precisava ficar sozinho para digerir tudo aquilo. Depois de correr algumas ruas, cheguei a uma praça que havia próximo a casa da Sofia. Sentei no balaço e ali coloquei tudo para fora. Meus olhos ardiam com as lágrimas que caiam. Como assim? Tudo estava indo tão bem. Do nada tudo vira. Eu estava entre a cruz e a espada. De um lado estava o Ben, o cara por quem eu estava perdidamente apaixonado. Do outro lado estava Sofia, que estava grávida e poderia perder a criança devido à gestação ser de risco. Como eu poderia escolher. Voltei para casa completamente arrasado. Ben me ligava todos os dias, eu falava com ele com o coração na mão. Depois de alguns dias eu comecei a não atender suas ligações, só nos falávamos por sms. Eu não tinha mais coragem para falar com ele, ouvir sua voz e esconder o que estava acontecendo. No fundo eu já sabia o que fazer, mas eu estava relutante, não queria fazer. Não poderia deixar a Sofia, principalmente meu filho, um pedaço de mim. Não consegui mais falar com o Ben. Eu era um covarde por não conseguir enfrentá-lo. Os dias foram passando e o dia do casamento chegou. Não estava nem um pouco feliz, não tinha motivo para isso. Lá estava eu, de frente para a porta da igreja. A música começou e eu entrei. Quando estava no altar me viro e vejo novamente aqueles olhos castanhos por quem eu era loucamente apaixonado. Agora eles estavam vermelhos, cobertos por uma fina camada de lágrima que se formava. Ele não merecia saber desta forma. Como eu queria tomá-lo e confortá-lo, dizer que era tudo um engano. Eu o perdi, o perdi para sempre. Depois que a cerimônia terminou e fomos para recepção, tentei de todas as formas explicar o que estava acontecendo. Ele estava com muita raiva, me olhava com desprezo. No dia seguinte a Sofia queria se despedir da Bárbara, só depois que descobri que ela era prima do Ben. Tentei mais uma vez me explicar, mas acabei recendo um soco na cara. No aeroporto me ajoelhei para ele, implorei seu perdão, mas não o tive. Quando ele embarcou eu tive a certeza que nunca mais o teria para mim.
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Boa noite meus queridos amigos.
Sei que muitos estão com raiva do Diego, mas creio que depois deste capítulo muitos mudarão de ideia.
Meu dedics vai para Mô. Muito obrigado pelo carinho e por acompanhar meu conto. Bjos
Música do dia: Uninvited - Alanis Morissette
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