O órfão 2 - Parte 5

Estar em um local conhecido, junto com minha família era algo que fazia muito tempo que não tinha.

Sentando-se à mesa junto com eles era maravilhoso, uma família que eu sempre quis ter, sonhava tanto com isso e agora fazia parte da minha rotina, era como que o orfanato não existisse mais. Peguei-me pesando e imaginado como seria minha vida se eu não tivesse sido jogado naquele lugar horrível. Muita coisa iria ser diferente, mas tem coisa que fico muito grato por causa daquele orfanato me proporcionou, como uma realidade, amadurecimento, expectativa de vida, me fez um sonhador que sempre estava buscando algo ou alguém para conquistar, para ter.

E agora eu tinha tantas decisões a ser tomada, tanta coisa acontecendo em minha vida que há um ano nunca me imaginei nessa situação. Estava eu no meu carro lembrado de tudo que ouvi e fiz mais cedo naquele chalé. O que me fez pensa em Rafael.

Mas uma coisa eu sabia que tinha que fazer que era o principal, o Rafael não merecia o que eu tinha feito com ele.

Lembra que eu o trai me deixava mal e tinha que fala tudo para ele. Sabia que estaria dando um ponto final na nossa historia, mas não ia ter historia se tivesse uma mentira enorme dessa.

Eu o trai, quebrei a pacto de confiança e amor que ele tinha por mim, e tinha que pagar o preço por isso.

Depois da sms que eu recebi, resolvi ir embora, arrumei minhas coisas e o Pedro só ficou olhando com aqueles lindos olhos azuis vermelho do choro, quando ele chorava como puder notar nesses dias, o azul que pintava seus olhos se tornava ainda mais ardente e loucamente lindo.

Segurei-me muito para não ir ate ele e o abraçar o confortar, mas tinha que ser forte, e também aquela sms me fez percebe que agora não era só eu que estava em perigo, mas ele também estava.

Pedro- Por que vai embora agora?

Felipe- Preciso resolve minha vida.

Estava fazendo as malas olhando para minhas roupas.

Pedro- O que vai ser agora Felipe?

Felipe- Ah! Se fosse fácil responder essa pergunta.

Falei dando um suspiro longo.

Pedro- Eu sei cuidar de mim.

Felipe- Você não leu a ameaça? Não tem noção do perigo que é tudo isso?

Pedro- Única coisa que tenho noção é que te amo.

Ele falou muito triste abaixando a cabeça.

Felipe- Não podemos fazer isso Pedro, agora chegou minha vez de te proteger.

Pedro- Você não percebe que não importa o quanto ficamos longe um do outro, sempre vamos voltar.

Felipe- Pedro, não é a primeira ameaça dele, você foi embora por causa daquela carta, você tem que ficar longe de mim.

Pedro- Impossível isso! Eu voltei para ter você de volta e não importa o preço que irei pagar.

Felipe- Você quer se capaz de perde a sua vida para ficar do meu lado?

Pedro- Sim! Sou capaz de tudo por você, eu sei que isso parece uma obseção, mas eu te amo tanto que fiquei longe de você para te proteger, mas percebi que só ferir e magoei nós dois, agora vai ser diferente, estou aqui para enfrentar tudo por você.

Felipe- Não suportaria ter perde de novo.

Pedro- Não vai! Prometo-te, sempre estarei ao seu lado.

Nessa hora eu já estava do lado dele na cama, me segurando mais forte para não o beijar, mas foi em vão por que ele que me beijou.

Mas criei força que não sei de onde vieram e me afastei dele.

Felipe- NÃO!

Gritei afastado ele de mim e pulando na cama e ficando em pé e olhando para o lado da parede, falei.

Felipe- Não posso fazer isso, não!

Pedro- Para Felipe, por favor!

Felipe- Vou resolver minha vida, te perco um tempo, por favor, nesse tempo fique longe de mim, quero saber o que fazer.

Muita coisas mudaram Pedro, não sou mais o mesmo e nada é igual.

Pedro- Eu te amarei do mesmo jeito, mas que você quer um tempo te darei, mas sempre estarei perto de você.

Ele falou isso saindo do chalé me deixando lá sentando na cama me sentido desolado.

O que ia ser da minha vida, agora era hora de volta e enfrentar tudo.

Esperei mais algumas horas, arrumei tudo e paguei o chalé e peguei a estrada, ainda estava cedo e não iria chegar de

noite em casa, ainda bem.

Foi direto para minha casinha, queria ver Julia e meus pais, há muito tempo não o via, eles ficaram super felizes em me ter no jantar. Mas Julinha tava com uma cara meia triste.

Felipe- Que foi minha vida?

Julia- Nada!

Cecilia- Ela ta assim por sua causa Lipe.

Julia- Cecilia! Eu mandei você não falar nada.

Ela falou com uma vozinha de garota mimada querendo chorar.

Felipe- Por quê?

Julia- Você sabe o porque.

Ela falou dando de ombro.

Felipe- É por que não to te dando atenção meu amor?

Ela ficou quieta e só abaixou a cabeça começado a chorar, meu coração se cortou no meio, como poderia magoa a pessoinha que eu mais amo. Senti-me péssimo, mas tinha que resolver isso.

Peguei-a no colo e a levei para seu quarto e conversei com ela.

Felipe- Minha princesa para de chorar, quero fala serio com você, quero você seja uma mocinha agora.

Julia- Eu sou mocinha sim.

Ela falou brava.

Felipe- O seu irmão ta com alguns probleminhas, coisa de adulto, mas minha vida eu nunca te esqueci, você é a razão de tudo, minha filha, minha irmã, minha vida.

Fala a verdade ela era mais minha filha do que dos meus pais, não que eles eram péssimo pais, muito pelo contrario era ótimo, mas eles são muito liberais, e sempre deixou nós dois fazemos o que quiser.

Como eu vi morar com eles com 12 anos já sabia o certo e o errado, mas uma menininha não sabia disso, e se desse muito liberdade e a criasse em rédeas solta não iria dar certo, então eu sempre fui o juízo da casa, sempre a coloquei para dormi, fazia a sua mamadeira, ou a sua refeição, ou lembrava a louquinha da Cecília de alimentá-la.

Sei que parece um absurdo, mas meus pais são muito de boa, e também muito esquecido, então Julia pegou uma afeição enorme por mim e eu por ela.

Felipe- Olha nunca vou ter deixar, sempre vou estar do seu lado. Se lembra quando a mamãe esqueceu de te dar comida por que ficou meditado por horas, quem fez uma omelete e queimou o pano que estava no fogão e quase pegou fogo na casa inteira para te dar o que comer?

Ela abriu um sorriso de leve e falou.

Julia- Você.

Felipe- Meu amor desculpe por ter me afastado um pouco de casa, mas eu juro que vou dedicar minha vida a ter servi, minha eterna rainha.

Falei dando uma reverencia a ela.

Julia- Bobo.

Ela falou colocada a pequena mãozinha no meu rosto, e aproveitei e fiz cosquinha nela fazendo ela dar uma gargalhada bem alta.

Felipe- Dorme meu anjinho, que amanha eu vou ter leva na escola.

Pisquei para ela e deixei o quarto.

Quando sair do quarto, pensei o quarto eu amava aquela menina e vi que eu poderia ser um pai sim, mas agora estava tudo desfeito, eu tinha que conversa com Rafael e não podia deixar para amanha, sair de casa e fui até a sua casa.

Bati na porta, mesmo eu tendo a chave me senti estranho de entrar sem chamar ele.

Espero uns minutos e alguém abre a porta para mim. Mas levei um leve susto ao ver que a pessoa que atendeu não era o Rafael.

Felipe- Perdão, quem é a senhora?

Desconhecida- Te faço a mesma pergunta garoto.

Quando eu ia falar a palavra namorado do Rafael ele aparece na porta.

Rafael- Desculpe minha mãe Felipe, ela é desse jeito mesmo, muito desconfiava.

Ele falou olhando de canto de olho para sua mãe em desaprovação. Mas espera um minuto, mãe?

Ai me toquei quem era aquela jovem senhora, devia ter uns 50 anos, apesar dessa idade era muito bem cuidada, muito bonita a senhora, e tinha um ar de ser muito rica e esnobe, para falar a verdade não gostei dela de primeira vista, ela me lembrou um pouco da Laura, o que não me permiti pensar sobre Laura, ela não estar mas presente em nossa vida.

Quebrando o silencio o Rafael fala.

Rafael- Felipe essa é minha mãe Clarisse, e mãe esse é, bem, meu namorado Felipe.

Nessa hora meu queixo caiu no chão, como assim ele tinha contando para ela sobre o nosso namoro? Fiquei muito vermelho, e ele percebeu e deu uma risadinha de leve.

Clarisse- É desculpe Felipe, prazer em te conhecer.

Ela falou estendendo a mão e dando um sorrisinho falso, senti que ela não estava feliz com minha presença e muito menos eu com a dela.

Felipe- Que isso dona Clarisse, prazer é todo meu.

Falei retribuindo o seu sorriso falso.

O clima estava tenso, e olhei para Rafael que entendeu o recado.

Rafael- Mãe cuida do Junior que eu e o Felipe vamos dar uma volta.

Ela não falou nada, somente virou e foi embora. E nos formos para meu carro.

Paramos em um jardim perto da casa dele, queria conversar com ele e lá ia ser o lugar. Sentamos em um banco bem longe de tudo, parecia que ninguém passava lá fazia anos, o que deixou bem fácil para ele me atacar.

Ele me beijo e correspondi no começo, mas já para o final lembrei o motivo na conversa, mas não sabia por onde começar e resolvi pergunta primeiro sobre o que tinha acabado de acontecer.

Felipe- Como assim sua mãe sabe de nós?

Ele olhou para mim com aquele sorrisinho bobo e lindo dele e falou.

Rafael- Uma hora ela ia saber, meu pai ainda não sabe, mas é questão de tempo.

Felipe- Me conta tudo!

Rafael- Você fica mais lindo quando está curioso.

Eu meio que corei de vergonha e ele continuou.

Rafael- Eu pensei muito nisso, e depois que te pedi em casamento e tudo que aconteceu com Laura e o bebê, resolve que tinha que ia dar um rumo em minha vida. Chamei minha mãe para vir me ajudar cuidar do Junior e nisso eu contei para

ela sobre nós.

Felipe- Como ela reagiu?

Rafael- No começo ela assustou bastante, e ficou muda, mas ai expliquei quem era você e como te conheci, e ela falou que não era escolha dela o que eu queria ser, que não estava feliz, mas já que eu quis isso, ela teria que aceitar. Mas depois de ter chorando um monte e perguntando um trilhão de vezes que eu tinha certeza disso.

Ele falou abrindo um sorriso lindo, que iluminou meus olhos e só deu vontade de beijá-lo mais.

Ai percebo o quanto eu sou burro, ele era perfeito, queria ter uma vida comigo, e assumiu para as pessoas que ele tinha mais medo de revelar, alias só para a mãe dele, mas como ele falou que em breve seu pai também iria saber.

Senti-me enojando de magoa ele, mas para o bem de nós dois teria que contar a verdade. Mas comecei a chorar como de costume primeiro.

Ele se desesperou e toda hora me perguntava por que eu estava assim.

Quando meu choro parou um pouco decidir acabar com a aflição logo.

Felipe- O que vou te contar Rafa, não sei mais o que seremos quando eu terminar, só que quero deixar claro que eu te amo e o que fiz foi sem pensar. Arrependo-me muito.

Ele só me fitava com os olhos, me deixando um pouco desconfortável pela sua reação.

Fechei os olhos e as palavras saíram tão rápido de minha boca que nem sabia se tinha contando tudo, e que ele iria entender o que eu falava.

Felipe- O Pedro voltou e eu fiquei com ele.

Abaixei a cabeça e esperei a sua reação que foi algo que não aconteceu, ele ficou parado olhando para a lua que estava linda, aquilo me assustou muito, queria que ele me batesse, me xingasse ou sei lá o que, mas somente ficou parado sem falar ou fazer nada.

E isso foi pior que todas as reações que ele poderia ter.

Felipe- Me perdoa, por favor, eu fiz burrada, eu to arrependido, e você é o cara perfeito, mas não sei o que fazer, to confuso.

E nessa hora ele virou seu rosto e me olha, senti a raiva naqueles olhos apesar de suas palavras saírem lentamente e fria.

Rafael- Só tenho uma coisa para te falar! Eu estou decepcionado com você, e para mim chega, cansei disso. Cansei desse amor idiota que sinto por você, eu ate podia aceitar a sua traição, mas agora parece que você não quer que eu aceitei, que já escolheu com quem ficar, então estou caindo fora, boa sorte para vocês.

E ele saiu e foi embora, me deixado como um pedaço de lixo ali sentando naquele banco, agora era eu que não tinha palavras, apenas pude chorar e muito.

Continua...

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