Capítulo 1 - O amigo xará
Tudo começou assim... de acordo com o que me lembro. Nos conhecemos em um parquinho, por acaso, minha mãe me levou aquele lugar pela primeira vez. O parquinho não tinha muitas crianças, eu estava muito ansioso para ir no escorregador, que corri apressado até o brinquedo e não prestei atenção o que tinha à minha frente, um garoto esperando sua vez, por causa da minha ansiosidade e falta de atenção, acabei por esbarrar nele, cai sentado no chão, depois que reparei na prezepada que fiz, fiquei receoso que o garoto brigasse comigo, mas surpreendi com sua pergunta "você está bem?" , eu não espera por isso, estranhei, mas me convenci, que o garoto não estava bravo "sim, estou, e me desculpe" disse olhando para baixo, enquanto ele me oferecia sua mão para me ajudar a levantar, quando levantei vi seu rosto, não sei o que se passou em mim, mas me veio um único pensamento à cabeça, "ele sempre estará comigo", e vi o primeiro e único sorriso que me despertaria interesse, tinha certeza que seríamos amigos para sempre.
- Qual o seu nome? - ele perguntou.
- Romeu , e o seu? - perguntei também.
- Que legal! o meu também é Romeu - ele respondeu entre risos.
- É verdade, nunca pensei que encontraria alguém com o mesmo nome que o meu - retruquei me divertindo com o fato e rimos.
Não nos desgrudamos à tarde inteira, brincamos juntos o tempo todo, e conversando sobre besteiras de crianças da nossa idade. Depois de conhecê-lo, eu o já considerei o meu melhor amigo, e foi recíproco para ele também , com certeza seriamos os melhores para sempre e nada poderia nos separar, porque sempre estaríamos juntos, fizemos essa promessa no final daquela tarde, sei que foi rápido e repentino, mas foi tão intenso que o resto não importava mais.
Nossas mães também se conheceram por causa da nossa nova amizade, tivemos que nos despedir, mas dissemos que voltaríamos a nos encontrar no parquinho e foi assim por tempo , toda se possível , brincavamos naquele local, ele passou a frequentar a minha casa e vice-versa, até conseguimos estudar na mesma escola e por sorte na mesma classe, vocês não imaginam o quanto eu fiquei feliz, nossa amizade só aumentava com o passar do tempo, éramos inseparáveis, passamos a infância juntos e nos conhecemos, cheguei a puberdade, descobri coisas estranhas, eu devia ter uns 14 anos, eu sempre queria estar com o Romeu, eu o achava tão lindo e atraente, eu admirava tudo o que ele fazia ou falava, achava que era respeito e amizade, porém foi doloroso admitir que eu tinha uma paixão por que crescia cada vez mais, eu me excitava só de tocar nele, eu não conseguia aceitar o que eu sentia por ele, era novo e pertubador esse sentimento que eu acabará de descobrir. Acabei por fazer uma escolha errada me asfatar dele, achei que era o melhor a se fazer, passei a evitá-lo na rua e nos lugares que sempre nos divertiamos, na escola tentava falar o mínimo possível, passei fazer trabalhos escolares em grupos que ele tivesse fora, parai de frequentar sua cas a e quando ele tentava vim a minha casa , convencia a minha mãe a inventar uma desculpa de que eu tinha acabado de sair, ela fazia isso até certo ponto, até que uma vez ela me perguntou "Romeu Lima o que está acontecendo que você está ignorando seu amigo?" eu não queria responder , apenas disse "nada" e fugi , não queria dar explicações, me tranquei no meu quarto, e chorei como nunca tivesse chorado antes, chorei rios de lágrimas, eu não queria senti o eu sentia por ele, me sentia um trapo com eu estava fazendo com ele, me sentia mal por esse amor, mas me sentia pior por fazê-lo sofrer tanto quanto eu, percebia seu semblante de tristeza na escola, era como se não houvesse nada que pudesse acabasse com essa dor e tristeza, era inconsolável e foi assim durante quase dois.meses , eu continuava a ignorá-lo e ela não fazia o mínimo esforço para conversar comigo.
Até que uma vez minha mãe, deixou ele entrar em casa, eu estava na sala assistindo televisão, e não sabia nada do que minha tinha feito, foi aí que ouvi sua voz da entrada.
- Como está Rô?
- O que está fazendo aqui ? - esbravejei assustado.
- Vim aqui entender, toda essa idiotice que você está fazendo comigo - ele disse aparentemente irritado olhando nos meus olhos e sentando do meu lado no sofá - você não sabe, o quanto eu estou sofrendo, por você me ignorar - ele disse com lágrimas dos seus olhos.
Aquilo apertou meu coração, eu não podia e não queria vê-lo sofrer.
- Eu sei sim porque também estou s ofrendo - disse aos prantos.
- Então , por que tudo isso? nós prometemos que sempre ficariamos juntos - ele perguntou incoformado lacrimejando.
Eu não podia responder que era porque eu o amava, e também não conseguia mentir, me entreguei ao choro, estava os prantos, eu não conseguia dizer nada, apenas chorar como se minha vida dependesse daquilo, ele me abraçou , sentir seu abraço, era tudo o que eu precisava, sentir seu calor, me sentir perto dele, ouvi seus batimentos cardíacos, ouvi sua canção, passando pelos meus ouvidos, senti seu cheiro inebriante.
- Me... me... desculpa - eu balbuciava entre os prantos com minha cabeça deitada em seu peito - me desculpa... eu não queria.
- Tudo bem Rô , tudo bem, agora tudo vai ficar bem - ele me consolava - A partir de hoje, nós vamos ficar sempre juntos, certo? - ele me perguntou e eu apenas assenti com a cabeça.
- Quero fazer uma coisa Rô - ele disse.
- o quê? - perguntou.
- Um pacto, de que nós, nunca mais vamos nos separar - ele disse entusiasmado.
- como vamos fazer isso? - perguntei.
- Vamos unir nossos sangues, vou fazer um corte na palma da sua mão e outra na minha, e uniremos nossos sangues, assim ficaremos ligados para sempre, você quer? - ele perguntou.
Fiquei com medo, do corte, eu tinha medo de sangue, mas eu deveria estar ao seu lado.
- tudo bem - aceitei.
Ele pegou uma faca na cozinha, se sentou no sofá novamente, se concentrou na palma da sua mão esquerda, e fiz uma cissura pr ofunda o sufiente para sangrar, ele fez uma cara feia, devia estar doendo um pouco.
- Agora é sua vez - ele disse pegando minha diteita.
Fiquei com medo da dor e do sangue, mas tudo isso foi embora, só pot estar ao seu lado, a seu lado eu me sentia forte e corajoso, eu tinha que seguir adiante.
- não , se preoucupa, eu estou aqui - ele disse.
Era incrível como ele transmitia paz e segurança. Ele colocou a ponta da faca na miha pele, e fiz rapidamente a cissura , vi o sangue saindo da minha mão , quase desmaiei , mas foi só olhar para seu rosto, que perdi o nojo e o medo. Ele pegou minha mão e se segurou com a minha apertando bem, e nossos cortes e sangues se unindo, ficamos assim por minutos, já estávamos unidos de corpo e alma, eu nunca mais me separaria dele e ele de mim, ohar nos seus , me fez perder o medo que eu tinha desse amor, eu não desistiria dele, eu poderia ser apenas ser amigo, mas já era o suficiente para me sentir um pouco feliz.
- Pronto! , já temos o mesmo sangue, já estamos unidos - exclamou ele , desvencilhando sua mão da minha.
- É, agora nunca vamos nos separar - disse alegre.
Passamos o resto do dia conversando, nos divertindo, era tão bom estar ao seu lado,mesmo como amigo , meu amigo de nome homônimo ao meu, eu sofreria por esse amor escondido, mas sua amizade estaria lá para me consolar, eu não sabia nada sobre o futuro, se ele me amaria da mesma forma que eu o amo, mas eu estaria sempre ao
seu lado, para esperá-lo.
Eu estava com 17 anos e ele com 18 , estudavámos no último ano do colegial, preste a nos formar, Romeu se demostrou um belo de um galinha nessa idade, também deveras, um gato como ele, iria ter um cadela atrás dele, ele tinha aqueles olhos verdes escuros que me deixava absorto, o sorriso resplandescente, o corpo definido, sua pele branca e bronzeada, seu lindo e sedoso cabelo castanho e curto, ele com certeza era um homem de se suspirar, e era isso que me preoucupava, ele era mulherengo, lógico que eu sentia ciúmes e sofria escondido por isso , era muito doloroso quando eu via ele de agarremento com uma garota ou quando ele me apresentava sua nova namorada, quando ele fazia essas coisas me dava uma raiva dele e daquelas barangas, eu tinha vontade de amará-las em um foguete para Marte. Ah! como eu desejava estar no lugar delas, eu só tinha isso em sonhos, deixei de ter relacionamentos com outro homens por causa dele, ele teria de ser o meu primeiro e único homem ou eu não teria homem nenhum, ele até achava estranho quando eu dispensava uma garota que dava em cima de mim, tinha medo que as pessoas desconfiassem que eu fosse gay, ou seja, deixei de viver minha vida por ele, mas eu não estava disposto a perder a esperança.
Quase perdi a esperança quando ele disse que queria me contar uma novidade.
- Cara, eu tenho que te contar uma coisa, muito importante pra.mim - ele falava entusiasmado.
- O que é? diz logo! - perguntei interessado.
- Cara pela primeira vez eu acho que tô apaixonado - ele respondeu sorrindo.
Ouvi ele dizer que ele estava apaixonada, coisa que eu achava que não aconteceria tão cedo, me subiu um ódio dele, e essa outra até então desconhecida.
- Quem é ela ? - perguntei.
- Ela é a Roberta, a garota que eu sempre fui gamadão, a gente está namorando e pretendo ter um futuro com ela - ele falava alegre.
Sempre soube que Romeu era afim dela, mas eu não sabia que ele se apaixonaria por ela, Roberta era considerada linda, loira dos olhos azuis e magra, e também tinha a fama de garota popular, pra falar a verdade nunca gostei dela.
- Então, a gente está namorando há pouco tempo, mas tenho certeza que quero me casar com ela, vou pedi-la em noivado , amanhã na festa do meu aniversário, o que acha?
Noivado? eu não sabia o grau que ele estava apaixonado, com certeza ele agiria como um idiota,bobo e ingênuo quando ele se apaixonasse, mas eu não deixaria ele cometer erros.
- Você não acha muito jovem para se casar ? você tem que pensar no seu futuro antes - tentei persuadi-lo.
- Cara, quando você encontra a pessoa que você , seu fututo é ela - ele disse com um brilho nos olhos que me deixou decepcionado.
- Tudo bem - menti.
De repente aparece a Roberta, e diz para ele:
- Romeu, me leva pra casa? - ela falava com uma voz enjoada.
- tudo bem gata - ele respondeu - Tchau Rô , amanhã a gente se vê na minha festa, ok? - ele disse sendo puxado pelo antebraço por ela.
- ok - eu respondi.
S inceramente eu não queria ir a essa festa, para ouvir a notícia que destroçaria meu coração, mas ele era meu melhor amigo , tinha que está presente e conhecer melhor o inimigo.
Era 11 da noite, a festa já estava agitada, eu nem me divertindo nem um pouquinho, fiquei o tempo sentado em uma mesa, com pouca gente, não comi e bebi nada, o Romeu ficava o tempo todo lado daquela Roberta, como eu estava com asco daquela mulherzinha. Depois que cantaram o parabéns , tinha chegada a hora do anúncio.
- Eu tenho um desejo, um sonho, de que quandi eu encontrasse a minha alma gêmea, eu não perderia tempo, e faria tudo para ficar ao seu lado, e pela graça de Deus eu encontrei essa pessoa, ela é a Roberta - ele falando emocionado
Todos os convidados direcionavam seus olhares a ele e eu? também , mas meus olhos estavam lacrimejando de tristeza, eu estava perdendo a pessoa que mais amo no mundo, e eu não estava fazendo nada. Ele pegou uma caixinha no seu bolso, se ajoelhou diante dela e disse:
- Roberta quer ser minha noiva? - ele perguntou emocionado.
- Aceito - ela respondeu alegre. Ele colocou a aliança no dedo dela, e uma no seu dedo, e se beijaram.
Eu sai de lá correndo eu não queria acreditar em nada daquilo, fui parar na frente do salão de festa, onde não havia praticamente ninguém somente alguns bêbados, chorei e chorei como se não houvesse o amanhã, pensei em me matar, porque eu não aguentaria vê-lo feliz com outra pessoa, se não fosse comigo, me lembrei do nosso pacto , quando nos conhecemos, eu não poderia desistir tão fácil dele, eu tinha que lutar, tinha de conquistá-lo ,não importava os meios e as consequencias, ele seria meu.
- Roberta, tem de morrer.....
Continuo?
