Prelúdio - Capítulo VIII

Um conto erótico de Charles
Categoria: Homossexual
Contém 1452 palavras
Data: 22/07/2012 22:11:49
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

“Eu vou estender minha mão para você/ Eu terei fé em tudo que você faz/ Apenas chame meu nome e eu estarei lá/ (Eu estarei lá)”

Capítulo VIII – Reencontro

“Sinceramente, eu esperava que fosse apenas quatro anos de muita tranquilidade e paz [...]” Era isso que eu desejava, mas estava tudo completamente desordenado. Primeiro o assassinato da minha mãe, depois a “loucura” do Miguel, e agora, o Anderson chorando em minha frente como uma criança, dizendo me amar. Fiquei olhando para ele incrédulo. Caminhei até ele, como se meus pés não se encostassem ao chão e o entreguei a chave. Subi na minha moto e ele disse entre soluços.

- Vo-vo-cê n-n-ão vai di-di-zer nada? – Meu Deus! Eu nunca imaginei que um homem pudesse ficar nesse estado por mim. Fechei meus olhos, procurando alguma coisa para dizer.

- Eu não posso Anderson... – de repente senti um nó na garganta, não sei se por ver ele daquele jeito. Eu estava confuso. – As coisas estão acontecendo muito rápido comigo cara... Tenho que ir.

- Pen-pen-sa no que eu te disse. – Ele falou segurando meu braço direito. E eu só acenei positivamente com a cabeça antes de sair.

No caminho para casa, o rosto de Anderson não saia da minha mente. Eu gostava dele demais, até mais do que eu deveria, mas não me passava pela cabeça que ele estivesse apaixonado por mim. Então comecei a lembrar das atitudes dele desde que o conheci. Seus olhares, sua preocupação comigo, o beijo no meu rosto, seus abraços fraternos e seu sorriso radiante, o qual me fazia sorrir quando via ou quando pensava nele. E era isso, involuntariamente, eu estava sorrindo. Só ele me fazia sentir assim. Mas eu não podia me entregar a isso. Algo que poderia deixar meus planos para trás, isso era perigoso e poderia me atrapalhar. Eu teria que pensar bem.

Estava disposto a sofrer com esse sentimento, não sei por quanto tempo, mas eu teria que suportar. Cheguei a casa, fiz minhas tarefas domésticas, estudei, sai para deixar meu currículo em alguns estabelecimentos da cidade e retornei para casa, que parecia enorme. Pela primeira vez me sentia solitário e o tédio tomou conta de mim naquele fim de tarde. Resolvi preparar meu jantar, lá na cozinha lembrei-me da noite passada e do beijo do Miguel – ainda tinha ele. Alimentei-me, assisti um pouco de televisão, vi umas coisas na internet, estudei mais um pouco e tentei dormir com o rosto de Anderson na minha cabeça. Interessante que toda vez que eu pensava nele, sentia um frio na barriga. Depois eu entendi o que era...

Pela manhã ao acordar de uma noite péssima, fiz o que tinha de ser feito e fui para a Universidade. Não sabia o que faria ao encontra-lo. Cheguei à Sala de Aula e minutos depois o professor começou a ministrar sua aula. Estava muito chato ficar ali, pois o Anderson não tinha chegado. Estaria ele atrasado, ou não viria? Só estava eu e a Sabrina do meu lado. E se passou essa Aula, outra e nada dele chegar.

- O que você tem Charles? – perguntou Sabrina. – Você tá tão calado hoje...

- O que? Ah! Não é nada... – Só conseguia pensar no Anderson e no porquê dele não estar ali.

- O Anderson nem veio né? – Ela falou sorrindo.

- Pois é... – O que será que ele estava fazendo? Já estava me preocupando.

O dia de aula passou e eu não consegui absorver nada que os professores explicaram. Tudo por culpa do Anderson. Como assim “culpa do Anderson”? Eu fui para Universidade estudar e não para que ele fizesse companhia para mim. A verdade é que sem ele aquilo não fazia sentido. E eu tinha que tomar alguma providência. Resolvi ligar para ele. Mas foi em vão... O celular dele chamava e ninguém atendia. Os pensamentos me invadiam e só matutava sobre tudo que estava acontecendo. Meu orgulho, meu egoísmo, tudo porque eu não queria dar o braço a torcer e dizer que gostava demais daquele cara. Tinha medo, esse era o nome do que eu sentia. E minha mãe? O que ela iria pensar disso?

Quando eu cheguei a Casa, não resisti. Deitei na cama do meu quarto e comecei a chorar. “Por que tudo tinha que ser tão difícil para mim? Se eu soubesse pelo menos onde ele morava...” Meu choro foi interrompido pelo o barulho do meu celular tocando, dei um salto e peguei-o na escrivaninha do computador. Olhei para o visor e os músculos da minha face se contraíram alegremente. Era o Anderson.

- Oi Charles. Vi umas ligações suas aqui no meu telefone.

- Sim! Queria saber como você estava. Por que não foi para a Universidade hoje?

- Você estava chorando? – Fiquei em silêncio e ele voltou a perguntar com mais entonação. – Você estava chorando Charles?

- Não, não, não. – Falei-o nervosamente, procurando mais uma desculpa covarde. – Eu limpei umas coisas empoeiradas e estou meio fanhoso.

- Você não me engana Charles. Desde a primeira vez que nos vimos eu te observo. Sei que tem algo de errado. Ah! E sobre eu não ter ido para a Universidade hoje, não preciso nem dizer, pois você sabe por que eu não fui. – ele estava sendo cruel.

- Claro que não sei. Se eu soubesse não te ligaria para perguntar.

- Você acha que eu consigo ir para a Universidade e ver você dando bola para aquela garota?

- Foi por isso que eu te liguei. – tomei coragem, queria fazer as pazes com meu grande amigo.

- Não entendi...

- Quero te convidar para vir aqui em casa, assistir um filme, comer algo, conversar... O que acha? – meu coração estava acelerado, não acreditei que estava fazendo aquela proposta para ele. Esperava que o Anderson não tentasse nada. Minha intenção é só me reaproximar dele.

- Não acredito! Tá falando sério? – a voz dele agora estava alegre.

- Claro! Vem logo. Estou com saudades de você amigão.

- Vou só banhar e vou estou indo. – desliguei o celular e fui fazer o mesmo que ele.

Banhei, vesti uma roupa bem bacana, perfumei-me, e quando estava fazendo esta última atividade a campainha tocou. Pensei: “Nossa! Como ele chegou rápido.” Fui atendê-lo e para minha surpresa era o Miguel. Mal abri o portão e ele já entrou de intrometido.

- O que é isso Guel? Você tá louco?

- Boa noite para você também “Charico”. Tudo beleza? – estendeu a mão em saudação. Não fiz o mesmo.

- Eu não quero te ver na minha frente cara! Sai daqui! – disse isso abrindo o portão para ele sair.

- Pensei que sua raiva tinha passado. – disse isso em tom de deboche e com um sorriso cínico.

- Não passou! E nem vai passar! Agora sai daqui Guel, você sabe o que fez, e está sendo inconveniente. Você não era assim... – Uma hora ou outra eu teria de encarar ele, mas esse não era o momento.

Ele olhou para mim com fogo nos olhos e saiu do Terraço rumo à rua. Que o Miguel sempre foi atirado eu sabia, mas, sei lá, ele estava muito intrometido. Sabia do que tinha feito e nem pediu desculpas pessoalmente. Era um caso perdido realmente. Mesmo assim, eu sei que, o beijo dele atinou um sentimento outrora adormecido no meu interior, sentimento que eu não queria cultivar, não com ele.

Mal fechei o portão escuto uma buzina. Era a moto do Anderson, abri o portão e ele entrou. Descendo da moto, ele já veio de braços abertos em minha direção, estava mais cheiroso do que nunca. Veio com uma camisa branca, bermuda xadrez e tênis. Estava mais lindo ainda. Sentamos no sofá conversando, eu em um estofado e ele no outro.

- Que saudade de você Charles, sabe... Tudo que eu falei naquele momento é verdade. É o que eu sinto. Eu no começo achei que era loucura, mas não. Você me cativou com seu jeito e eu percebi que aí no fundo, você também sente o mesmo. – ele estava sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos e ficava olhando para mim com os olhos brilhando.

- É, eu não sei o que dizer Anderson, fiquei assustado com tudo aquilo. Queria te pedir para irmos com calma. Tá tudo acontecendo muito rápido na minha vida, e por mais que eu tente esquecer, penso muito no que a minha mãe pensaria sobre tudo isso. Quero te pedir calma, ok? – o sorriso não saia do rosto dele, ele realmente era um cara tão compreensivo.

- É claro minha criança! – falou isso vindo para o estofado que eu estava sentado. Passou a mão no meu rosto e encostou seus lábios na minha bochecha. – Eu amo você.

Continua...

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Desculpem-me por qualquer erro e pelo horário que eu subo os capítulos, é que só está dando certo para esse momento do dia. Boa leitura. Até logo. Sintam-se abraçados.


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Comentários

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Linda demais sua história, lindo o jeito quê o Anderson te trata. Nem preciso dizer o quanto estou amando isso aqui, né? Acho quê já virou clichê.

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Cara,eu realmente adoro a sua história e o modo como você narra. Nota 10.

P.S.: obrigado pelos votos e comentários no meu conto "Inimigo Íntimo", vc gostou mesmo? Cara, gsotaria muito de trocar uma idéia com você,caso ainda utilize msn,me add: Caso tenha um outro meio de se comunicar,eu adoraria conversar com você,seria bastante legal um papo entre escritores.

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Tem que da uma chance pro Anderson, ele é tão fofo!!!!! Amei seu conto!

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Charles parabéns pela história , muito linda, apesar de todos os momentos difíceis. e o Anderson é "perfeito" rss..aguardo a continuação!!!

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