E o Playboy se Apaixonou de Verdade - 4

Ok ok ok.... Como hoje eu estou com muito bom humor (é particular... hehehe) irei postar um bônus track pra vocês!!! Este capitulo vocês vão descobri um monte de coisa que eu nunca sabia... Realmente a gente não sabe que segredos e sentimentos que os outros tem.

A partir nunca mais vou beber em toda a minha vida! Acho que nunca vomitei tanto e tive tanta dor de cabeça em minha vida... é serio. No domingo me afundei no sofá assistindo tv, e fazendo nada. Sabe aquela sensação incomodo que você tem como se alguma coisa estivesse entalado na garganta. Eu me sentia mal na verdade por duas coisas: Eu acho que gosto dele. E eu só me aproximei dele, resumidamente por interesse egoísta. Sou um lixo como o ser humano mesmo...

Bem, então iria ser honesto com ele e contaria a verdade. Mas aí eu poderia esperar duas reações dele: a) Ele poderia ser compreensivo e “passar a borracha” como ele mesmo disse pra mim uma vez ou b) Ele iria me mandar pra os quintos dos infernos. Vocês reagiriam como se alguém lhe disse-se isso? E ficou martelando na minha cabeça até que ouço a campainha tocar. Vou todo arrastado pra porta e abro e vejo Ariel com uma mochila enorme, uma sacola e um sorriso escarnado no rosto.

--Surpresa!!!

-- O que diabos é isso?! – disse incrédulo.

--Ah é biscoito, batatas fritas, refrigerante, 6 temporada de sobrenatural, uns gibis e dvd’s e entre outras coisas...

--Pra que você trouxe essas bugigangas?

-- Ahhh bem, eu vim passar a tarde aqui!!!! Não vai me convidar pra entrar? – disse ele fazendo beicinho.

-- Então tá entre – disse passando a mão no rosto. Ele entrou em casa quicando do no chão.

--Onde é o seu quarto? – perguntou

--Segunda porta a esquerda.

--Certo!!! - ele subiu disparado a escada e fui junto só que mais devagar...Quando cheguei lá ele já estava comendo biscoito com olhos vidrados na televisão colocando pra rodar um dvd de comédia. Sentei do lado dele e comecei a pegar o pacote de batatinhas. O filme era muito engraçado e toda hora riamos.

Quando ele colocou pra rodar a 6 temporada de sobrenatural perguntei incrédulo:

--Você gosta disso?

-- Gosto muito. Mas se você não quiser ver tem uns de comédia também.

--Desculpe é que você não tem cara de gostar disso. – fui sincero.

--Por quê? Você achou que eu gostava de que tipo?

--Sex and City?

--Isso é serie pra meninas... – disse ele apático.

-- Desculpa, é a força do hábito de pegar no pé dos outros...

-- Humm, ok então.

E agente viu. E foi muito massa... um dos meus sonhos mirabolantes é ter um carro que nem o do Dean... Muito foda. No terceiro episódio ele perguntou:

--Onde estão seus pais?

--Num coquetel... – respondi concentrado. – E ae seu pai foi muito gente boa se deixando você vir aqui...

--Na verdade... Eu fugi de casa.

Quase cuspi a batatinha fora.

--O QUÊ !!!!!!!!! VOCÊ PERDEU O JUÍZO DE VEZ!!!!!!!! – gritei.

Ele fechou o s olhos e disse sorrindo.

--Relaxa! Eu vou voltar de noite... Fujo de casa desde quando tinha 14 anos kkkkk- disse ele super tranquilo.

Eu imaginava até a cena: um batalhão de policiais invadindo a minha casa e eu parando no xilindró por ter sequestrado ele.

--Vá pra casa. AGORA!!!!!!!!! – gritei

-- Tá também não precisa me expulsar! – ele gesticulou com as mãos.

Eu estava até olhando janela a fora pra ver se tinha sinal de alguma viatura... Ufa! Tudo tranquilo;

--Mas saiba que nunca me diverti tanto em minha vida... Sabe Bernardo... Acho que você é o meu primeiro amigo de verdade.

Ele pegava pesado. Ele realmente pegava pesado.

--Se uma viatura da policia vir aqui eu juro que te mato e jogo o seu corpo na ponte Rio-Niterói! – ameacei.

--EBA!!!!!!!!!!!!!!!! – e ele foi comer mais batatinhas pra assistir o Sam e o Dean matarem demônios.

Depois jogamos playstation3 e no final das contas ele era péssimo!!! (muahahaha tantos anos de vagabundagem no play me adiantaram em alguma coisa!!!). Fomos pro guitar hero e ele me deu uma paulada pra caramba... Uma coisa que descobri é que ele também gosta de rock e que sabe tocar muito bem a musica Black in Black. Fomos pro caraoquê e desafinamos demais no microfone ( uma curiosidade, e que ele cantou uma musica chamada Turning Japanese do The Vapors e que fiquei sabendo mais tarde era que a musica era sobre punheta kkkkkkkkk).

Mas a parte mais vergonhosa é que na brincadeira verdade e desafio ele mostrou o seu lado cruel. Ariel teve a desgraça de me fazer cantar e fazer a dancinha da musica Não se Reprima do Menudos. Foi a coisa mais ridícula que eu passei em toda a minha vida e ele nem teve a DECÊNCIA de saber controlar as gargalhadas. E ainda ele me disse que deveria ter filmado e colocado no You Tube.

Depois fomos ver Jogos Mortais o ultimo que saiu. Eu achei bem fraco. Cadê as tripas e o sangue? Mas o Ariel quase se esconde debaixo da cama e ficou me chamando de sádico e cruel, mas é só um filme mesmo né?(Outra curiosidade: ele gostava de assistir os filmes clássicos de Walt Disney, mas ODEIA de coração A Pequena Sereia. Só os fortes entenderão kkkkkkk) Fiz um monte de perguntas pra ele como a origem do nome dele. Ele disse que é uma homenagem ao bisavô por parte de pai, que também se chamava Ariel e que ele era judeu . Ele me contou que o bisa dele teve que fugir com a sua amada porque os pais dela eram alemães antissemitas. Isso daria um ótimo livro, penso eu...

Ele também me fez uma serie de perguntas, como por exemplo, das coisas que eu gostava ou não... Das musicas preferidas, filmes preferidos. Das minha viagens mas sempre se esquivando do assunto de namoro... Acho que ele tinha medo de perguntar isso pra ele...

Mas fiz uma pergunta que estava me encasquetando a cabeça.

--Por que você me disse que eu era o seu primeiro amigo de verdade?

--Por que é, oras... – disse folheando o gibi da DC Comics.

--Você não teve outros não?!

--Não. Nunca tive nenhum. – ele abaixou os olhos.

--Vai me contar o por quê? – perguntei.

--É que é muito complicado pra eu falar isso. - ele falou triste.

-- Eu sou seu amigo né? – Isso mesmo. AMIGO. Só isso, e nada mais, além disso...

-- Eu nunca tive amigos porque nunca me relacionei com alguém de minha idade... Talvez você não saiba mas nunca fui pra escola. Aquela casa sempre foi a minha prisão. Meu pai nunca permitiu, alias ele fez isso desde que minha mãe morreu. – Ele baixou a cabeça e olhava pras mãos. –Desde pequeno eu era manipulado pelos outros como uma massinha de modelar para obter alguma coisa em seu favor... Nunca saia de casa pra nada e sempre fui vigiado. Cada passo meu sendo milimetricamente planejado por outros e até mesmo meus pensamentos queriam controlar...

Ele não olhava pra mim mas eu só o olhava e me sentia muito estranho;

--Quando tinha 9 anos minha vida se transformou num verdadeiro inferno. Por fora eu era o filhinho perfeito de meu pai, mas por dentro eu me sentia vazio. Uma casca seca. Mas o que eu não podia esperar era que... – ele começou a chorar. E eu não gostei disso. – Um segurança de meu pai... – ele levou as mãos cobrindo o rosto vermelho.

-- Se você não quiser me contar... Não tem problema... – falei suavemente.

-- Um segurança de meu pai me estuprou. Quando meu pai descobriu ele fez com que mais rapidamente fosse pra cadeia de uma forma sigilosa e até hoje só ele e o juiz do caso sabem o verdadeiro motivo. Acho que ficou feito como se tivesse roubado algum pertence ou algo assim...

Aquilo me chocou de uma forma extremamente dolorosa. Eu estava sem palavras e sem chão.

-- Depois – disse ele passando a mão nos olhos tirando as lagrimas – Fiz uma terapia e o meu pai apertou ainda mais o cerco... O inicio da minha adolescência foram bastante melancólicos. Eu via a minha vida como se já tivesse vivido. Um desfile interminável de festas e jantares, iates e jogos pólo. As mesmas pessoas vazias, fofoqueiras e a conversa sem conteúdo, um ninho de cobras onde eu não podia confiar em ninguém. Era como estar se afogando lentamente sem que ninguém viesse pra me salvar... Ninguém que se importasse ou realmente notasse.

Meu coração martelava de forma irregular como se quisesse pular pra fora da boca.

-- Nunca tentei suicídio e nunca irei tentar... Acho que viver já é uma vitória em si e por isso continuei. A minha dor não é a única no mundo... Mas foi ai que apareceu você... E foi como se um milagre acontecesse.

Ele olhou pra mim

--Promete que nunca, vai me magoar? – ele disse me olhando nos olhos

E por impulso eu o abracei. Nunca o tinha abraçado mas essa hora não importava mais nada. Ele ficou com a cabeça no meu ombro, enquanto alisava os cabelos da nuca e passava as mãos nas costas.

--Muito obrigado!!! –ele disse baixinho.

--Não tem de que... – eu disse perto do seu ouvido.

Depois eu fui pro banheiro tomar um banho pra levar ele pra casa. Agora eu soube que ele era a pessoa mais forte que eu conhecia... Poucos quando estão no fundo do poço de si mesmo tem essa coragem de continuar. Pessoas fortes não significa ter músculos ou força além do normal. São pessoas que possuem coragem e fé para acreditar que nenhum mal que lhe aconteça define o seu futuro. E era isso que aprendi com ele.

Depois da ducha enrolei a toalha da cintura e fui pro quarto. Mas a minha visão do que estava acontecendo foi a pior o possível. Ele estava segurando a folha que meu pai me deu sobre ele com todas as anotações... Ele segurava o papel com uma mão mas com a outra ele cobria a boca. Ele descobriu tudo da pior maneira o possível.

CONTINUA