Life As It Should Be – Parte 4

Oi gente, meu horário de almoço, consegui postar mais uma parte, quero agradecer os comentários de todos, confesso que fico todo animado quando vejo que tem mais um, obrigado por estarem lendo o conto, espero estar sendo tão bom quanto alguns contistas que eu já vi aqui e espero que curtam a 4ª parte também...

-Eu queria falar uma coisa com você, mas sua mãe estava lá e eu não queria te atrapalhar no trabalho também.

-Falar uma coisa? – ai ai o que é agora? Será que ele sentiu que eu estava afim dele e ia me cortar de uma vez? – falar o que?

-É que... – ele estava super sem graça, estava com a cara vermelha de vergonha – é que você parece ser legal, então eu lembrei que vai ter uma festa na casa de um amigo meu, se você... Quiser... Quiser ir comi... – ele se corrigiu rapidamente – ir também...

-Ahh – fiquei um pouco surpreso com o convite, mas também um pouco decepcionado, aquele momento pedia um “gostei de você”, mas foi não assim – tudo bem, só falar o dia, horário e essas coisas e depois eu te aviso se vou, mas se eu for você vai ter que me pegar, porque eu nem sei onde é.

Ele falou as informações certinhas...

-Está marcado então, eu te pego, tchau.

-Tchau.

Fui pra casa triste por não ter ouvido o que queria, mas feliz porque mesmo não o tendo como namorado, poderia tê-lo como amigo e também poderia conhecer seus amigos, pelo menos não ficaria tão sozinho mais, chegando em casa, era impossível não notar minha cara de felicidade, minha mãe já veio perguntando o que tinha acontecido.

-Nada não mãe, é que eu tenho uma festa pra ir.

-Que festa? Com quem você vai?

-Vai ser uma festa pequena, só entre uns amigos, não é nada grande.

-Mas com quem você vai?

-Um garoto da faculdade – tive que “mentir” (sem mentir), qual seria a reação dela se eu falasse “é um garoto que eu to afim, mas nem sei se ele gosta de mim”? Acho que nada boa... – ele é daqui mesmo, mas você não conhece.

-Ahh ta, tudo bem, pode ir, mas não vai voltar tarde.

Chegou o dia da festa, era um sábado, iria sair de casa às 18:00 horas, fui tomar meu banho para poder me arrumar, tinha que ficar bem bonito, queria fazer o Matheus me notar, me ver do jeito que eu queria que ele me visse, mesmo que fosse em vão, queria causar boa impressão.

Hora de escolher a roupa, como me vestir? Não queria exagerar e nem ficar apagado, então coloquei uma blusa social preta com listras verticais cinzas de manga comprida, jeans e um sapatênis – sem ser narcisista, mas eu fiquei muito bem naquela roupa – cabelo de lado, perfume – Uomini Sports, que tal? Haha – estava pronto.

Cheguei ao local marcado pro Matheus me buscar – a rua estava um pouco escura, estava quase deserta – lá vi ele, lindo – como sempre – usava uma blusa de gola V branca apertadinha, um blazer preto, jeans quase branco, cachecol em tons de cinza e um all star – ainda bem que decidi ir um pouco mais formal, porque se não ia me sentir mal do lado dele, ele estava parecendo um modelo – fui me aproximando, quando estava frente à frente dele, fiquei sem ação, como deveria cumprimenta-lo? Abraço? Aperto de mão? Só um oi? Sim, só um oi...

-Oi Matheus.

-Oi Leo, você está... Muito... – ele perdeu as palavras - Bem...

-Obrigado – agradeci envergonhado – Você que está... Ótimo.

-Eu sei – falou ele rindo – ainda bem que veio, queria muito que você fosse à festa.

-É, eu também gostei do convite... – Olhei para o chão e enfatizei o que já havia dito - Muito mesmo.

Ficamos um tempo olhando na cara um do outro, aquele clima estranho, minhas palavras e meu jeito de falar me condenaram, era impossível não captar meus sentimentos naquela hora, estava estampado na minha testa, então houve um troca de olhares e num suspiro ele me deu bandeira branca pra fazer o que eu queria há muito tempo.

Me aproximei lentamente de seu corpo, nosso rostos de frente um ao outro, conseguia ouvir sua respiração forte e ofegante, o ambiente parecia ter aumentado 20°, o calor que já fazia parte de nós só aumentava, nossos lábios cada vez mais perto, mais perto – a curta distância entre nossas bocas era um infinito, uma eternidade, mas uma eternidade boa, o que fazia o momento durar, um momento que não parecia ser real, poderia acordar a qualquer momento – e num suave movimento nossos lábios se tocaram e começamos a nos beijar, era um beijo tímido, típico de primeiro beijo, foi um beijo rápido e bom.

Após o beijo ficamos nos olhando envergonhados, ninguém falava nada, o silêncio dominava, mas foi quebrado pelo Matheus:

-Isso foi... Foi ótimo, eu queria ter feito isso antes.

Não precisei responder, ele me deu o que eu queria, a certeza, então o beijei novamente, mas dessa vez foi uma coisa menos terna, mais selvagem, um beijo que nos tirava o fôlego, dessa vez mais demorado...

-Calma – disse ele rindo e me beijando ao mesmo tempo – você vai ter muito de mim ainda.

-Quer ir mesmo à essa festa hoje?

-Leo eu realmente não posso faltar, meu amigo faz muita questão que eu esteja lá.

-Entendi, e chegar atrasado, pode? – fiz cara de pidão.

-Haha, aí sim.

Voltamos a nos beijar – como ele beija bem, aquela boca gostosa, ainda tirava uma casquinha passando a mão nos seus braços, peito – ficamos mais uns 20 minutos lá.

-Agora não tem mais jeito, temos que ir.

-Vamos então.

Chegamos à festa, uma casa linda, enorme, os donos deviam ser ricos pelo tamanho da casa, dois carros na garagem – e que carros... Um Sonata e uma caminhonete, que pra mim são todas iguais, não entendo nada de carro, a única coisa que sei, é que tem os bonitos e os feios, mais nada – fomos para o salão, estava todo decorado com balões pretos e brancos, luz baixa, com um ar sombrio e lá no canto do salão vi alguém com uma capa preta, me virei pro Matheus.

-Matheus, era uma festa temática? Porque não avisou? Não tenho fantasia.

-Haha, não é temática, aquele é o Luís, ele se veste assim sempre...

-Hum ta. – Bola fora.

-Pode ficar à vontade, a festa só começou, pode comer se quiser, quer uma cerveja?

-Não obrigado, eu não bebo.

-Ahh não? Eu também não haha, também tem refrigerante...

Ele saiu e eu fiquei solitário lá na festa, tinha um monte de gente, a maioria mais velhos que eu, o Matheus estava andando pela festa, conversava com todos, pelo jeito é uma pessoa querida, todos pareciam apreciar sua presença e eu não conhecia ninguém, pelo menos não até agora...

-Oii, não te conheço – falou uma voz feminina, doce, suave – está com quem?

-Oi, eu to com o... – hesitei em falar que estava com o Matheus, será que soaria com um duplo sentido? – Matheus.

-Então você é amigo do meu irmão? Ele nunca falou de você.

-Irmão?

-É, meu irmão...

Nossa que coincidência, conheci o irmão, agora a irmã – que por sinal era linda, a maior gata, aparentava ter uns 17 anos, cabelo longo e loiro, olhos acinzentados, a pele branca, boca pequena e rosada, parecia uma boneca, era tão linda quanto o irmão.

-Você é linda.

-Obrigada, você também está muito gato.

Fiquei vermelho – sempre fico encabulado quando recebo elogios.

-Cerveja?

-Não bebo.

-O que? Não bebe? Que careta! Então vai ter que compensar dançando comigo.

-Mas eu não sei dançar – dei uma desculpa só para escapar, porque até que danço bem.

-Não aceito um não como resposta – ela segurou no meu braço e foi me puxando – vem!

Fomos para o centro da festa e começamos a dançar, eu estava me mexendo de um lado para o outro e ela dançando provocante ao som de “I’m A Slave 4 U – Britney Spears”, estava dançando pra me seduzir, eu estava sem jeito, mas disfarçava.

Olhei para o lado e vi o Matheus conversando com algumas pessoas, fiquei encarando, esperando ele olhar de volta, mas nada, a irmã já estava pendurada em mim, se esfregando, ela se aproximou pra me beijar – como eu diria não pra uma garota linda como aquela? Se fizesse isso, na hora ela sacaria que eu era gay – estávamos quase nos beijando, até que chega o Matheus e com uma cara nada amigável.

-O que significa isso aqui?

Droga, o que ele queria dizer com isso? Ele estava bravo porque gostava de mim e estava com ciúme? Estava bravo porque era a irmã dele? Bravo porque eu ia beijar uma garota? Tudo ao mesmo tempo? Droga!

CONTINUA...