Doce Kruelldade: #3 - A descoberta do outro

Um conto erótico de Sweet Kruella
Categoria: Heterossexual
Data: 20/05/2011 12:28:23

A descoberta do outro além-ego é maravilhosa em todos os aspectos, mas no sexo, especificamente, faz com que vejamos mil outras possibilidades já sem o medo e, por que não, preconceito de antes. Foi isso que me aconteceu há quatro anos, em 2008, ao passar por uma péssima fase tanto nos âmbitos profissional quanto pessoal.

Acho que 2008 foi um dos anos mais imprecisos da minha vida: saí de casa, terminei um namoro de longa data, passei por problemas financeiros e também tive sérios problemas com autoestima. Em geral, não foi um bom ano em quase nenhum sentido, excetuando-se o sexo, e após uma tentativa absurda de suicídio resolvi que não ia continuar levando a situação como fazia há pelo menos três anos. Juntei tudo que julguei ser de extrema necessidade numa maleta e comprei uma passagem de ônibus para a casa de parentes no interior do Goiás. Havia anos que não os via e minha chegada sem qualquer aviso foi recebida com um tanto de desconfiança por parte deles - ora, eu estava com três mudas de roupas, dois livros e algum dinheiro na bolsa, só, e para mim que sempre fui controlada isso era algo muito estranho -. Desconfiança essa que se desfez quando expliquei tudo que havia acontecido e expus meus motivos para estar ali.

Não vim de uma família de posses e tudo que hoje possuo veio de muito trabalho, então eles me receberam da melhor forma possível, sempre com aquele jeito de surpresa. Na noite em que cheguei, dormi sob o céu, admirando o enorme tapete do universo lá em cima. Por sorte não choveu, senão decerto estaria doente no dia seguinte.

Acordei mais cedo que eles para ver o dia amanhecer. Foi um lindo espetáculo, sem aquele cheiro e barulho de cidade, só o das ervas no canteiro e orvalho da manhã. Maravilhoso. Meio abobada que estava não notei meu primo vir me acordar, só me senti abraçada por ele, com um corpo digno de ator pornô de sucesso. Seu nome era Caio, primo de segundo grau, que duvidara da mãe ao dizer que eu estava lá.

– Nossa, prima, você por aqui hein.

– Pois é, sempre é tempo de recomeçar. – ele era bem mais alto do que eu, devia ter seus 1,90 metro. Era muito simpático, sorrindente. Sonho de algumas garotas da vizinhança e da cidadela próxima e, lembro-me bem, apesar de alguns meses mais velha, crescemos juntos e certa vez quase tivemos nossa 'primeira vez' juntos. Quando lembrei-me do detalhe, sorri observando o horizonte, onde os raios d'Aurora começavam a despontar. Caio perguntou do que eu ria. – De antigamente. Lembra de quando quase transamos?

Ele riu um pouco, meio vexado por não ter tido coragem de ir até o final. – Mas agora, eu mudei... – o braço que envolvia meus ombros cercou-me e com o outro, Caio nos aproximou. Senti sua ereção contra meus quadris. Excitei-me, especialmente pela parte de ser proibido. Uma ousada mão invadiu a blusa de frio - dele próprio - que eu usava e passeou livremente pela minha barriga e seios. Caio tinha as mãos de um trabalhador rural, mas a delicadeza de um príncipe. Ergui a cabeça e ele tomou meus lábios num rápido beijo antes de sua mãe vir buscar-nos para o café. Sobre a mesa posta, trocamos significativos olhares enquanto eu pensava numa forma de tê-lo, de fazê-lo meu. Enquanto meus tios conversavam sobre o período de cheia que se aproximava, ocorreu-me que não muito distante havia um riacho no qual costumávamos nos banhar no verão. Sorri-lhe. Antes de sair para a roça, nos abraçamos de novo e em seu ouvido contei a ideia que tive. Caio adorou e disse que voltava às 16 horas para 'levar a prima pra conhecer os lugar'. Na partida, dei-lhe um beijo no pescoço.

O resto do dia foi um tanto tedioso, excetuando-se a hora do almoço, quando minha tia matou uma galinha. Meu 'bad side' acordou quando vi o pescoço quebrado e a poça de sangue. – Você não acha nojento? – ela perguntou-me ao notar minha atenção, decerto porque meus outros primos também daqui achavam o ritual obceno, mas respondi-lhe que não. Gostava de ver porque era algo natural, algo que aconteceria antes ou depois, por humanos ou não. Se tivesse de ser, ao menos que não fosse com sofrimento. Ela me olhou com olhos meio assustados e pediu que eu lhe passasse a lima. Por volta do meio dia um moleque veio buscar o almoço dos homens, ao qual cogitei a ideia de ir com ele, mas não daria certo. Esperei. À tarde minha tia e eu conversamos sobre amenidades, novelas e os parentes. Ela contou-me que Cristina, irmã de Caio, estava com a passagem comprada e visto aprovado para ir a Portugal. Disse que tinha medo do que poderia acontecer com ela, por causa das notícias de lá. Acalmei-a dizendo que na Europa a criminalidade era bem menor e mais fina - os tais criminosos do colarinho branco - que no Brasil, e que lá Cristina teria outras oportunidades. Ela assentiu, com o semblante plácido. As 16 horas chegaram, mas não Caio.

Ele chegou por volta das 17 horas, com a desculpa de que precisara ir à cidade comprar um curativo para o companheiro que os acompanhava. Fingi que acreditei e, mesmo sob os protestos de que estava tarde para passeios, fomos em direção ao riacho que por ali passava. O caminho era íngreme e escorregadio, por isso caí algumas vezes e machuquei os dois joelhos, mas a sensação de ver o sol pondo-se naquele local era maravilhosa. Enquanto observava, senti que meus olhos umidesceram, por causa do que eu havia tentado fazer. Tinha apenas 15 anos, uma criança quase, mas assumira responsabilidades maiores talvez das de meus pais. Trabalhava, estudava e tinha planos, um namorado apaixonado e pouca noção. Tentara suicídio usando comprimidos. Consegui apenas algumas semanas internada sob constante observação. Caio abraçou-me e, sem pensar muito no que fazia, beijei-lhe a boca com desejo. Não queria compartilhar minha solidão, queria-o dentro de mim. Não tardou para que estivéssemos os dois dentro da água, nus, nos tocando.

Caio era bem maior do que os que eu já transara. Bem maior do que eu tinha por 'grandes' e por causa da água, a penetração foi um tanto dolorosa, mas o carinho com que ele me tratava compensou. Eu estava de quatro na parte rasa do rio, oferecendo-lhe minha intimidade, que ele não recusou. Enquanto eu tentava não gritar, Caio estocava seu membro com força. Em certo momento ele perguntou-me se podia gozar dentro de mim, eu disse que sim. Tomava remédio. Antes de ele gozar me afastei dele, porque eu mesma não havia gozado. Conforme me afastava o rio tornava-se mais profundo e a correnteza, mais intensa. Quando a água batia em meu pescoço, de pé, fiz sinal para que ele viesse. Meu membro estava rijo e pulsante, a glade bem vermelha. Nos beijamos e Caio, apoiado num tronco de árvore caído, me segurou e me possuiu com força.

Enquanto sentia-o sobre mim, fodendo-me, sentia também um carinho da água em meus seios. A água estava cada vez mais fria e mais forte e meu gozo se aproximava. Quando gozei, de trás de uma árvore na beirada surgiu um garoto de seus 13 anos, com seu membro nas mãos. Caio, concentrado em me penetrar, não o notou, mas eu passei a me exibir. Com uma das mãos apoiava meu corpo no tronco caído e com a outra, beliscava meus seios. Senti que Caio estava perto do gozo como eu e me concentrei em mantê-lo dentro de mim o maior tempo possível, embora fosse um tanto doloroso. Ele me olhou, ao mesmo tempo safado e carinhoso. Seus olhos castanhos tinham um brilho diferente e ele me abraçou. Saímos da água e ao me vestir, dei por falta da minha calcinha, e o garoto tinha sumido. Voltamos satisfeitos para casa e a semana seguinte passou como um raio, com sexo sempre que possível. Transamos nos locais mais improváveis: na roça, atrás de uma casinha onde guardavam as ferramentas; no quintal, de madrugada... Foi sem dúvidas uma semana maravilhosa em todos os sentidos. Foi também, o passo que eu precisava dar para libertar-me de certas inibições quanto ao sexo. Descobri-me sentindo prazer ao dar prazer. Descobri-me no outro.


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