Encontro marcante

Um conto erótico de Clécia Fersozza
Categoria: Heterossexual
Contém 1666 palavras
Data: 16/10/2010 10:19:37
Assuntos: Amor, Heterossexual, Sexo

ENCONTRO MARCANTE

Na manhã de ontem, levantei-me um pouco mais cedo do que de costume. Porém, não era de causar estranhamento algum, visto que sempre apreciei as manhãs... Sempre me embebi das brisas matinais e isso tem contribuído para o meu espírito pacato e uma sensação de juventude em tudo o que faço. Contudo, não era uma manhã qualquer... Sentia-me mais leve e menos pensativa... Isso não me é comum... Sempre fui pensativa, apesar de ter comigo quase que sempre a tomada de decisões empacotadas em firmeza! Sempre fui de pensar mesmo diante da certeza. Juro que procuro compreender essa minha mania, mas não tem jeito. Acredito que isto é a única coisa que me prende nesta vida.

Sentia-me mais leve, sim. Por outro lado, a solidão tomava o espaço da imaginação que nunca havia me faltado desde os tempos de minha adolescência... Peguei a minha vilã e a expulsei do meu viver determinada a não lhe dar espaço e foi naquele banho gelado que me abrandava ainda mais o corpo que ela não resistiu e logo voltei a ser a Clécia de sempre... Enquanto me ensaboava busquei sentir a rigidez da minha pele causada pela sensação gélida e, aos poucos, me aquecia... Dai meus pensamentos começaram a ocupar seu lugar um a um revelando a mim minha verdadeira personalidade, apesar de ainda ponderar um pouco o sentimento de solidão. Pôr-me a pensar em quem tanto me atrai e lembrar meus desejos mais profundos naquele momento, definitivamente não é capaz de extirpar o sentimento de solidão que insiste em marcar presença no meu peito. Será a intensidade dos meus pensamentos que me prendem ao banheiro? Desde muito cedo todos em casa sempre afirmou que demoro muito tempo no banho... O fato é que não me sinto plenamente limpa se o banho não me lavar a alma também e é exactamente neste momento tão íntimo quanto meus próprios desejos, quanto meus próprios pensamentos que renovam, de certa forma, minhas energias e nunca dão espaço ao negativismo sórdido!

O bom foi antever que esse sentimento não persistiria, pois era apenas um pequeno vazio, vazio esse quase que "imperceptível", onde se exige o mínimo de sensibilidade para o sentir. Pé no chão, cabeça a vislumbrar os mais prazerosos momentos que a vida e a juventude são capazes de nos proporcionar. Terminado o banho, retornei ao meu quarto, onde dispensei a insignificância de pensamentos vagos e pus uma roupa leve, seguindo logo mais para a copa para deliciar-me de uns pãezinhos que já fazem parte da minha rotina matinal. Não me demoro muito e revolto ao meu quarto e revejo pela milésima vez algumas fotos que me trazem boas e tenras recordações... De momentos que, por força do saber viver, ainda marcam presença em minha vida, mesmo que de formas diferenciadas, podendo ou não impulsionar o desenvolvimento de questões relevantes à compreensão da necessidade de se renovar a cada dia o que se faz e o que se quer... Passo meu batom vermelho, porém leve e borrifo meu perfume mais suave. Saio a apreciar o borboletear, porque o tempo é curto e logo chega a tarde para eu cair em livros e cadernos, visto que a noite a faculdade me trará atividades tão importantes quanto é para mim importante aproveitar a vida. São os chamados pés no chão!

Desde muito cedo tenho certa visão das coisas. Igualmente agucei, antes mesmo de ter posse de tal conhecimento, minha antevisão. E, como previsto, logo veio a tarde... Encontrava-me, então, debruçada sobre os livros cumprindo minha quase que única missão, pelo menos naquele momento, quando recebo uma telefonema do meu primo pedindo-me ajuda para uma suposta problemática em Lingüística, como seu eu bem dominasse a área. Bom era que fazíamos o mesmo curso. Ele queria vir até a mim para que eu pudesse ajudá-lo, mas achei melhor ir até ele, até mesmo para que não sofrêssemos constantes interrupções, as quais eram de praxe em minha casa, especialmente quando eu estava a fazer alguma lição ou trabalho de extrema importância, principalmente se tivesse em companhia de alguém, como se assim não me tirasse a concentração, visto que a outra pessoa estaria ainda ali, compenetrada no assunto. Suponho que é desta forma que avalia minha amada família. Só que não é bem assim que as coisas de facto funcionam.

Então, ficamos combinados nos encontrarmos em sua casa logo, logo e que eu levaria uma muda de roupa para de lá mesmo seguir para a faculdade assim que chegasse o horário. Pois bem, antes tomei um banho e segui caminho...

Lá chegando, bato à porta, me segurando, urgentemente precisando ir ao banheiro ou ali mesmo passaria tamanha agonia, desconsiderando tamanha vergonha fazendo xixi na roupa. Demorou um bocado e não contive um grito meio que sem graça:

- Roberto! Por que demoras tanto?

- Calma! É que estava no banho - respondeu-me assim que abriu a porta, ainda de toalha e com os cabelos pingando.

- Mas por qual razão estás tão agoniada a ponto de gritares? - quis saber, retirando-se imediatamente ao quarto para se compor. Nem me dei ao luxo de responder e corri ao banheiro. Assim ele nem precisou saber o porquê expressamente dito.

Resolvido o problema, voltei à sala e deparei-me com os livros espalhados sob a mesa, outros no chão... Confesso que logo me enchi de preguiça... Tarde tão bela, pássaros cantando na varanda e nós ali a estudar! Olhei para meu primo, vestido num short como se fosse fazer educação física e uma blusa branquinha... Com um ar cheiroso advindo do seu corpo perfumado após o banho... Pensei num momento mágico... Não era esta a minha intenção... Cheguei um pouco mais perto e não precisei me insinuar... Percebi que me olhava disfarçadamente e comecei a viajar meu olhar pelo seu corpo inteiro sem me importar com o que ele pudesse falar... Na verdade, não precisou falar nada, meu simples olhar devorador lhe fez alterar-se, pois percebi que seu membro estava um pouco maior... O volume era sem dúvida o prenuncio de que o meu olhar o induziu à imediata excitação.

Como já tínhamos intimidade suficiente, nada precisamos reinventar... Levantou-se lentamente do chão ao meu encontro, como fosse esconder-se debaixo do meu vestido branco e, sorrateiramente, veio acariciando minha perna direita, a começar pelo pé. E cinicamente deslizava sua mão macia pela minha bunda e massageando minha vagina por cima da calcinha mesmo. Sua mãe era suave, porém, ávida. Bulinava-me de uma forma que sentia arrepios e minha imaginação viajava de uma forma que quando voltava a mim já me via sob o sofá completamente despida! É como se eu tivesse entrado em transe e perdido esse momento excitante de ver, sentir sair, pouco a pouco, cada peça de roupa minha. Daí, como num lapso de memória, sussurrei: "e os deveres?". Ah... Não insisti. O melhor estudo da língua era feito naquele exacto momento em que sentia sua mão macia e suave acariciando meu corpo e sua língua a desfilar em meus seios... Sentia frio, calor... Tudo ao mesmo tempo. Seu perfume invadia-me as narinas e, de repente, sentia algo a escorrer delicadamente entre minhas pernas. Ao passar minha mão entre as pernas, senti um liquido viscoso. E fui subindo mais e mais minha mão. Não tinha mais dúvida de que era o resultado de muita excitação... Percebendo isso, meu primo tomou as devidas providências; fechou a janela, foi ao quarto e retornou completamente pelado e, deveras, de membro rígido, erecto, portando um pequeno frasco em sua mão esquerda. Não perguntei do que se tratava, e logo descobri que era um óleo fresco, suave e perfumado que ele passava nas minhas pernas e em toda a minha região vaginal, massageando-me a vagina e, posteriormente o clitóris, me acendendo definitivamente um fogo que bem sei de sua capacidade de apagá-lo. Estávamos completamente esquecidos dos livros e que logo mais tarde teríamos missão a cumprir na faculdade. Depois de bem massageada, não pude relaxar. Se tentasse poderia explodir... Peguei seu pênis e puxei delicadamente ao encontro da minha vagina. Nossa expressão era deliberadamente corporal. Nossas línguas, nessas ocasiões, só serviam para saborear um ao outro. Quando enfim introduziu-me o pênis e começamos a nos deliciarmos nos constantes movimentos, alguém bate à porta com tal violência que nossos corações, já extremamente agitados, disparam como se fôssemos sofrer um colapso, cortando nosso clima harmônico! A raiva logo tomou conta da excitação... Ele, saindo de cima de mim, correu ao quarto e foi vestir-se, enquanto eu corri para o banheiro. Voltei à sala enrolada na toalha e já o encontrei sozinho. Disse-lhe que não dava mais e que iria tomar um banho. Balançando a cabeça positivamente, pegou minha roupa que estava no chão e levou ao quarto e disse-me: "Também tenho que tomar banho agora, pois preciso resolver um problema emergencial no trabalho. Foi exatamente por isso que bateram de tal forma à porta.

Tudo bem dividimos o banheiro no momento do banho. Mais uma vez pelados, começamos o banho, quando, sem esperar, perco quase todos os movimentos e percebo estar sendo atacada. Num susto até saudável já sinto todo o pênis de Roberto dentro de mim. E, como já estava toda "melecada" mesmo, tanto pelo óleo da massagem quanto pela excitação anterior, não senti dor alguma. Muito pelo contrário, só mesmo uma sensação indescritível. Dai, correspondi suas expectativas e me liberei por completo, arranhando-lhe as costas com minhas unhas, sempre pedindo mais e mais. E assim, chegamos ao clímax. Extasiados, desejamos dormir juntos naquela noite, mas a função estudantil nos chamava. Ele foi resolver o problema no trabalho e quando voltou, fomos para a faculdade. Durante as aulas, não consegui esquivar-me do pensamento daquele encontro marcante. Ao término das aulas, onde nada entendi e nada de progressivo fiz, Roberto levou-me de volta para casa e logo se despediu, restando-me apenas a reprise desse filme real em minha mente, levando-me a concluir que tudo é muito maravilhoso quando não se combina nada, como foi este nosso ultimo encontro... Por sinal, marcante!


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