ele tinha as pernas arqueadas. com isso quero dizer que os joelhos, quando os pes juntos no chao, nao se tocavam. achava que era assim porque tinha pau grande. que tinha pau grande sei, se porisso seus joelhos nao se tocavam ainda não sei.
o conheci tinha 15 anos. tava no primeiro colegial. era uma escola de elite de sao paulo. ele era o "local", eu tinha acabado de entrar. no começo ele era só o amigo de alguns amigos, depois virou o melhor amigo.
passamos o verão dos dezoito anos juntos.
ouvia ele bater uma punheta a noite no lázaro, em ubatuba, e batia uma tambem. mas não passou disso. sons numa noite de verão. até pouco tempo.
na última vez que nos vimos foi num bar a pouco tempo, e achei estranho ele demonstrar alguma curiosidade, ainda meio bebado, sobre a minha sexualidade.
fui enfático. adoro comer um cuzinho.
acho que não era o que ele esperava;
achava que eu era o cuzinho de plantão.
mas não.
enfim...
passaram-se alguns meses. ( e então começa a fantasia)
ele me encontrou de novo no aeroporto. já era a terceira vez. nosso local de encontro tinha virado o aeroporto. já tinham se passado 20 anos. imagina. a gente se conheceu com 15.
apesar de toda a agua que tinha rolado, tudo continuava igual. ele me perguntou, eu gelei, e disse: adoro um cuzinho. ele ficou meio quieto, sem saber o que dizer. acho que tava achando que ia comer um, pai recente, filha com menos de um ano, mulher em casa esperando. fui categórico: adoro um cu.
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acho que nao contei direito: isso aconteceu depois de umas quatro caipirinhas, de mimha parte, e uns 20 ch0pps, da dele.
as pernas eram arqueadas para acomodar a neca imensa, que num alinhamento "normal"das pernas nao caberia.
sempre fui curioso.
ele me propos uma carona. tava com carro com o manobrista do bar, disse que obrigado, te sigo, mas com o meu carro.
e assim foi. ele num vectra prata saindo da vila mada em direção a ponte da cidade universitaria. sabia que morava perto do parque villa lobos. quando cruzou o rio...
segui ele pela cidade... ponte, rodovia raposo tavares. quando ele chegou na raposo ja sabia;
e foi.
ele fez o retorno na granja.
fez que ia voltar, e nao voltou.
entrou, motel nao me lembro o nome. e eu segui.
fechamos a porta da garagem juntos.
subi as escadas com ele, que tinha a chave.
entramos.
nos beijamos.
tirei sua camisa.
deitamos na cama. cansados do que ainda iria.
e nos beijamos.
e tudo se iluminou
sol as tres da manha.
ele é meu. eu sou seu,
o resto, é silêncio....
