Noite Alucinante

Um conto erótico de Raquel Semiramis
Categoria: Grupal
Contém 1567 palavras
Data: 19/07/2004 11:00:26
Assuntos: Grupal

Noite Alucinante – By Raquel Semíramis de Andrade

São Paulo, 19 de julho de 2004

Chovia. Deitada no fino colchão, com frio e nua podia ouvir os pingos se suicidarem contra a janela: Daqui a pouco tudo iria recomeçar. Um calafrio percorreu-me a espinha pousando silencioso e perturbador em meu sexo. Voltou como dor, quase desespero: se tivesse forças, juro, gritaria – Por que aquilo não acabava de vez?

Sabia, ou melhor, sentia; que a porta se abriria e tudo voltaria a velha rotina. Percebia a porta. Estava ali, sim, logo ali em frente na escuridão. Quase sentia seu cheiro de madeira apodrecida e úmida com sua sarcástica risada de desprezo pela minha impotência. -Ah, se fosse em outros tempos, ela iria se ver comigo. Mas o pior de tudo era a espera. Doía mais; uma dor sem dono e mais sem rosto que aqueles vultos. Por que não acabavam logo com isso? – Ah! e essa escuridão: não havia dia, rostos ou visão. Os olhos eram apenas percebidos como abertos, uma vez que não tinha mesmo função: Escuridão; Impotência.

Salivei engolindo rapidamente um misto de ferrugem amarga e pedaços sólidos. - Creio que eram dentes; só podiam ser. Respirei tentando não engasgar e meu odor me encheu - na ausência de luz todos os gostos e cheiros são concretos - Sentia meu cheiro usado e sujo percorrer correndo o ambiente. Deus, quando será a última vez que senti as águas abundantes e quentes de um chuveiro. Somente aquele pano úmido que limpava minhas fezes e raspava o grosso da imundice. Se soubesse rezar, juro, pediria por esta janela aberta e seus pingos sepultados em meu corpo. Não me importava o frio, me importava mais o cheiro.

Tentei me mover: inútil - O pensamento percorreu um longo caminho e se perdeu em alguma ligação interrompida entre meus membros - Cheirava, ouvia e sentia, principalmente sentia. Sentia uma dor. Uma não: infinitas. Cada parte, cada milésima parte tinha seu reclamo. Congestionavam meu cérebro e paralisavam a mente mas logo iriam passar. Bastava mais dor para minha mente sorrateira me sujar mais: indignidade. Por que eu, pura e casta, agora no final não podia sucumbir com dignidade. Outro pensamento tentou escapar, não me lembro. Pensamento rápido. Nascido morto, abortado como foi, pela porta que se abriu.

As pupilas dilatadas involuntariamente pela luz reclamaram seu quinhão de dor. Adaptaram-se, como puderam, comunicando um vulto de mulher.

As dores aplaudiram mas meu ego se desesperou. Aquilo era pior para ele; vamos aos fatos: Mulher, limpa deixada a sós com outra mulher aos seus pés. A palavra humilhação congelou o que sobrou da minha alma - aquele não era meu maior pesadelo, mas sem dúvida era o que eu menos podia tocar - Um conhecido estalar de saltos contra o chão ressoou na escuridão. Passo a passo, mais alto e mais alto se aproximou. A silhueta requebrante escorregou silenciosa e pousou acocorada na borda do colchão. Novamente tentei me mover: novamente inútil. Meus olhos, já perfeitamente adaptados às brechas de luz que escapavam pela porta, enxergaram seu vulto negro e seus cabelos encaracolados e compridos mas seu rosto, era um luxo que não me cabia. Suas mãos deixaram a vasilha de água e o pano no chão e com um firme empurrão movimentaram meu corpo em sentido contrário. Uma dor, que pensei insuportável, subiu e desceu com uma rapidez estonteante deixando meu corpo largado como uma marionete velha. Os braços, a princípios juntos, se separaram lado a lado alinhados com a cabeça. As pernas, forçosamente abertas, davam ao meu corpo a aparência de um “X” – Só me faltava o humor à uma hora dessas - Meu nariz, apontado para o teto, respirou como pode e fez-se invadido pela soma dos nossos cheiros de mulher. Do canto esquerdo do olho pude ver quando ela se levantou: Minha hora tinha chegado - esperava que fosse a última.

Um arrepio percorreu meu corpo numa espécie de choque elétrico: sabia o que estava para acontecer; a cena se repetia: Meu suplício tivera início e a via crucie se arrastaria por horas trilhando cada etapa até que o corpo por fim cedesse.

Seu corpo se movimentou. Posicionou-se em pé de pernas abertas na altura dos quadris. Movimento-se para cima e cobriu meu rosto com sua saia curta e esvoaçante. Meu nariz posicionado abaixo, logo tragou seu cheiro forte: viera sem calcinha, como da última vez. Lentamente ela se agachou sobre o meu rosto pálido. Tentei fechar os olhos: não consegui. Seu cheiro forte se intensificou mais e mais a mediada que se aproximava. Sentou sobre meus seios nus sem dó e escorregou molhada encostando o sexo em minha boca, abriu mais as pernas e esfregou a vagina com força até abri-la com a ajuda de meu nariz. Seu musgo denso correu caudaloso, inundando minha boca e lambuzando completamente a face. Plaft! – um tapa explodiu na minha cara. – “Me chupa sua vaca” – Plaft!. Meu rosto queimou com o último tapa. Preguiçosamente meus lábios se abriram e a língua deslizou para fora; não a movia, simplesmente deixava-a para fora. Sua mão pesada agarrou-me os cabelos puxou-os com força contra suas entranhas meladas.

Comprimida sob a vulva encharcada podia ouvir seus crescentes gemidos de prazer - novamente ela usava meu corpo, novamente me humilhava – Os ritmos intensificados e combinados com a maior pressão, faziam brotar gemidos que cada vez mais altos. Gritos ensurdecedores ecoaram pelo quarto. Minha boca, tragada para dentro da gruta escura e molhada não respirava, somente sorvia seu gozo histérico e alucinado. Gozou! Gozou e Gozou!

Depois de usada minha cabeça foi largada. Despenteada e molhada bateu violentamente contra o chão abaixo do fino colchão. Respirei!

Deixando-se sobre meu seio, meu algoz recuperava-se de suas sensações. Ergueu-se, e pude ver pela penumbra sua saia levantada. Sem muito tempo para reter-se em suas emoções suas pernas se flexionaram assumido a posição que eu mais temia. Uma chuva amarelada despencou trazendo um sadismo quente - o odor de seu mijo invadiu molhando minhas narinas - Duplamente humilhada tentei chora: não havia lágrimas dignas de serem vertidas. Ela me secou novamente e saiu com entrou. Nunca ouvi suas palavras, mas compartilhávamos a muito uma intimidade insana de prazer.

A porta nem se quer foi fechada e por ela uma multidão de homens entrou. Pés pesados marcaram os passos até meu corpo moído. Imediatamente minha cabeça foi jogada de lado. Um pênis sem rosto esbofeteou-me : Plaft! , Plaft! – uma, duas ....mil vezes – “Abre a boca vadia” . Obedeci e sufoquei, engasgando com minha própria saliva enquanto o mostro crescia preenchendo minha boca. Em baixo, mãos tocavam meu sexo. Minhas pernas, abertas violentamente expunham-me ao ataque. Uma dor aguda nasceu no seio e morreu num grito que não pude conter – Era o primeiro e me espantei por tê-lo ouvido - Mordido sem dó, o bico sangrava. Novamente em baixo, três dedos já haviam me penetrado e um quarto forçava passagem. Sufocada em cima e em baixo me desesperava por ar.

Como das outras vezes o que eu mais temia começara a tomar vida. Leve e delicada com uma pluma, das entranhas brotou um pingo de desejo que, quase instantaneamente, caudalou-se e trasbordou pela comparta vadia de meu sexo: Mais uma vez meu corpo me traia! – “Olha! A puta ta toda molhada” – Sim estava toda molhada.

Aquela excitação irracional que lubrificava e tangia minha mente permitiu a intromissão de um quarto dedo e inspirou o polegar do invasor em uma exploração anal. Outro bico foi mordido e meu grito de dor, sufocado pelo imenso pênis, foi recebido como um convite ao prazer.

Os quatro dedos enfiados na vagina espalmaram-se servindo de gancho para ser erguida. Um pau grosso invadiu meu anus; outro golpeou duro meus seios; minha boca, entupida. Um gemido me escapou e fui arremetida de um gozo longo. Meus seios eram batidos emitindo dores terríveis, meu rosto golpeado em intervalos regulares pelo mesmo pênis que me sufocava. Minha respiração acelerada me traia a todo o momento e comecei a gozar, gozar e gozar, sem nunca mais parar.

Meu corpo tremia em espasmos incontroláveis. Fui erguida e encaixada num mastro humano de enormes proporções que me rasgou a vagina e tocou o útero. O anu: alargado novamente pela penetração um cacete mais grosso. Duplamente penetrada sentia os pintos se tocarem em meu interior. Minha cabeça puxada pelos cabelos mantinha minha boca oferecida às arremetidas de um membro que trazia os gostos e cheiros de explorações anteriores. Não mais continha meus gritos ensurdecedores de gozo. Batiam. Humilhavam. Machucavam . E eu não parava de gozar.

Os pintos se revezavam muitas vezes Meu corpo largado era mantido vivo para dar prazer, me torturando com gozos que vinham um atrás do outro: denuncia do meu prazer ao estranho. Senti os pênis se contraírem em minhas entradas. Minha boca inundo-se. Meu cu e minha boceta contraíram-se ao movimento involuntário dos jatos de esperma. Comecei outro gozo que se estendia infinitamente. Que gritava misturando a sensação de sufoco do esperma na garganta, com leite branco que escorria do buraco negro, melando as penas, e a, vulva que dava espasmos involuntários. Minha hora tinha chegado. Na noção perdida do tempo estava num estado de torpe; minha mente a flutuar ;meus olhos, mesmo fechados, sentindo a luz vinda do infinito; meu nome ouvido ao longe, perdido na vastidão daquelas sensações. Raquel. Raquel. Raquel. Raqueeel - “RAQUEL, ACORDA. JÁ ESTA NA HORA.”

Registrei:

Hora: 07H15Min

Calcinha: Ensopada

Ação: Transar com o Marcelo hoje, sem falta....


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