Loirinha do C3 – Parte I

Da série Lorinha do C3
Um conto erótico de MisterF
Categoria: Heterossexual
Contém 1094 palavras
Data: 17/03/2025 18:08:05

Cidade de porte médio, interior do RS, trabalhador brasileiro, assalariado, todo o santo dia chego com meu VW/UP! no prédio-garagem às 08:10 e, no máximo, 08:15, depois do suplício de subir um espiral até o 7º andar, estaciono, fecho a porta, ligo o alarme, vou ao elevador e caminho até o escritório. Pontualmente às 08:30 início a jornada diária. Assim é (e será?) por anos e anos.

Eis que em uma dessa benditas manhãs, depois de estacionar meu carro, fechar a porta e acionar o alarme, vi descer uma loira de um C3 prateado no box da frente. Locatária nova! Ela se inclinou para pegar sei lá o quê, acho que uma pasta de trabalho, mas vi só a bunda. Que visão maravilhosa daquelas duas elevações laterais acomodadas pela calça legging marrom-clara, tendo cravada a pequena calcinha ao centro. Pior que ela foi ágil para retirar o material de cima do banco me flagrou babando. Eu cumprimentei a mulher e segui até o elevador.

O maldito demorado, mais uma vez, demorou. Agradeci, porque deu tempo suficiente para ela chegar e descermos juntos. Papinho trivial, reclamações de escalar 7 andares com o carro, do lento elevador e blá, blá, blá. No térreo, nos despedimos e cada um para o seu lado. De rosto, feia. Lábios grossos demais, deve ter enchimento. Não curto. Minha esposa, de rosto, é capa de revista. Linda. As virtudes animais da loirinha: abdômen sarado e tatuado; seios médios e que pareceram naturais, com um saltitar sexy; além da bunda curvilínea torneada.

Não sou o auge da inteligência, longe disso, mas para tapado não estou servindo. Durante duas semanas, percebi que quando eu finalizava a manobra para estacionar, coincidentemente ela descia do C3 e rumava ao elevador. Macacão, calça legging, vestido, saia, mas sempre a parte superior a revelar, sutilmente, o gingado dos seios. Fui sentindo aquela energia envolvente e deixei acontecer, durante nossas conversas diárias. Minha aliança de casado sempre exposta no dedo, roupas simples (jeans, sapatênis e camisa), pastinha executiva mequetrefe, colônia vagabunda de liquidação (mais para disfarçar o suor do que para atrair), eu sendo eu.

O match aconteceu num happy hour com o pessoal da empresa. Que ela estava me stalkeando no estacionamento, bem provável. Mas ali, no bar, duvido. Nem trabalhamos no mesmo prédio. Foi aleatório aquele encontro: ela saía do banheiro feminino, eu me dirigia ao masculino. No corredor de acesso a ambos, nos avistamos. E foi bizarro, porque todas as manhãs, no prédio-garagem, havia uma formalidade, um cumprimento rápido, sorriso-cumprir-tabela, conversinha trivial. No bar foi espontâneo. Vi que ela partiu para o abraço e fui também. Abraço curto e logo nos separamos. Eu sorri amarelo, ela riu estranho. E foi um para cada lado. Esquisito. Mas confesso que, ao chegar na porta do banheiro, virei para trás. Ela estava no fim do corredor e fotografei, com os olhos, o balançar firme daquela bunda saliente enfiada em um macacão branco. Os peitinhos, quando nos abraçamos, daquele jeito: felizes a saltitar, sem sutiã! Só que em um decote maior do que o comum e tive certeza: naturais, pelo caimento. Os mamilos firmes a apontados para mim. Espetáculo! Quando nos abraçamos, percebi que ela é baixa, e vi que estava de rasteirinha. No estacionamento, é salto alto ou tamanco gigante.

Quando retornei, procurei a mesa onde ela estava sentada. A surpresa, misto de decepção e baque: ela e um novinho, bem num canto do bar. Mas o piá não tinha 20 anos de idade. Ao menos, era o que aparentava. Ela parece ter mais de 30. Eu tenho 33. Ou seja, a matemática das suposições etárias nada me favorecia. Juro que tentei abandonar as imagens gingadas daqueles bronzeados peitinhos deliciosos, além de deletar a ideia de ser perseguido, por atração, na garagem. Passei um tempo com a tigrada, tudo vendedor, só mentira, vantagem, chantagem, história de zona e trago, que nem mais lembrava dela ali. Ria e bebia. Celular a tiracolo porque era certo que a esposa iria escrever perguntando quanto tempo demoraria para voltar para casa. Claro que me procuraria para sexo, até mesmo para sentir se o odor de algum perfume estranho pairava em mim.

Passava das 21 horas, a coisa fluía bem até que um dos meus colegas, o mais decente deles e que estava sentado ao meu lado, soltou a bomba na mesa, falando para mim, em tom baixo para os demais tigres não escandalizarem:

— Meu, faz tempo que tô focando na loira cicarelli da boca grande ali no canto e que tá com aquele juvenil, mas vi que a coisa é contigo. É tu te mexer e ela olha pra ti. Conhece?

Eu disfarcei e, se não me engano, disse que ele deveria estar viajando. Só que me liguei nas palavras ditas por ele, é claro. No momento em que o juvenil — risos, boa definição do amigo vendedor — foi ao banheiro, mirei. Ela estava falando ao celular e, quando percebeu meu olhar, sorriu pra mim. Quando a loirinha do C3 terminou a ligação, o piá voltou e ela se levantou. Segui olhando. Notei que ela moveu a cabeça, me encarou e, com os olhos, indicou o corredor dos banheiros. Instintivamente, fui. O tigre saiu do meio da tigrada para caçar. No corredor, cheguei perto da presa e ela perguntou, perto do meu ouvido:

— Consegue chegar às 8 horas amanhã na garagem?

O quê? Então era sério?! Tinha safadeza naqueles olhos verdes? Percebi receio. Não notei sacanagem, embora ela exalasse sexo ao natural.

“A verdade. Só a verdade, cara. Te concentra. Tua mulher tá em casa, as pessoas fofocam, vai ficar de papinho escondido em bar? Corta o romance.”

Eu estava levemente embriagado, mas o pensamento ainda afinado com a minha realidade. Ou dá, ou desce. Olhei meu dedo esquerdo anelar brilhando, enquanto ela aguardava a resposta.

— É pra sexo? — perguntei, focando os belos olhos dela, que baixou a cabeça. — Se for, 07:30 chego lá. Essa tua bunda merece mais do que quinze minutos.

“Caralho, passei do ponto. Será que precisava falar da bunda?”

Por alguns segundos, ela se manteve cabisbaixa e a observei.

“Até que não é tão feia essa baixinha. E de cabelo mais escuro, que deve ser o original, acho que ela ficaria melhor. Mas esses lábios, eu não...”

— 07:30 na garagem — soou a voz aguda dela a interromper meus pensamentos, erguendo a cabeça e de olhar fixo em mim. Em seguida, ela partiu em direção ao banheiro.

Em breve, na parte II, narro a vocês a minha longa história com a loirinha do C3...


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Foto de perfil genéricaMisterFContos: 3Seguidores: 3Seguindo: 0Mensagem Sou Yuri. Além de ser Yuri, fui: músico amador frustrado; escritor amador patético; ex-consultor financeiro problemático. Yuri é um pintor semiprofissional realizado. Retrato obras abstratas, sendo Pollock, Kandinsky e Volpi minhas referências. Um relato precisa de uma história que conduza, assim como as páginas da nossa vida, em um cenário coerente, mesmo que com nuances escancaradamente bizarras. Escrevo, na maioria das vezes, em 1ª pessoa do singular, pois é a maneira que me sinto à vontade para pintar, em letras, a cena mais realista possível. Não pretendo torná-la verídica, não tenho tal objetivo, embora, “física-quanticamente falando”, se foi imaginado, criado está. O que escrevo aqui não tem muita sensualidade ou sedução. Essa camada mais sensível do ser tento conectar a outras partes da minha existência. Na sexual, não. É bruta. É putaria hétero, é estado de cabaré puro. Ao dissecar as imagens que formam as cenas, o conteúdo é de sentido primitivo, animalesco, selvagem, visceral. Portanto, não perca seu tempo se curte subentendimentos eróticos. Desejo a todos ótimas leituras, excelentes práticas artísticas e magníficos orgasmos. “No mais, estou indo embora.” Z.Ramalho.

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