O Reflexo do Pecado: Parte III

Um conto erótico de Lorena Medeiros
Categoria: Homossexual
Contém 2068 palavras
Data: 14/03/2025 14:11:10

Parte 3 O Fogo Que Consome

Era fim de tarde, o sol da tarde se despedia em tons alaranjados que se esgueiravam pelas cortinas, banhando a casa em uma luz quente e conspiratória. Larissa tinha saído para dormir na casa do namorado, com quem reatara recentemente, e minha mãe já estava em seu destino de viagem. O silêncio era palpável, quase um convite, amplificando cada som — o tique-taque do relógio, o zumbido distante da geladeira, o pulsar descontrolado do meu coração. Leonardo estava no escritório, como de costume, perdido entre papéis e a tela do computador. Eu sabia: era agora ou nunca.

Respirei fundo, ajustei os cachos no espelho do corredor e escolhi uma regata leve, sem sutiã, que contornava meu corpo como uma segunda pele, junto com um short jeans que mal cobria as coxas. Descalça, caminhei até o escritório, o chão frio contrastando com o calor que subia em mim. Ele estava de costas, os ombros largos desenhados pela camisa social azul-escura, o colarinho aberto deixando à mostra um pedaço da pele chocolate que me fazia perder o chão. A cabeça dele, raspada na máquina zero, brilhava sutilmente sob a luz da luminária, uma superfície lisa e perfeita que eu já imaginara tocar mil vezes. Bati de leve na porta entreaberta.

— Posso entrar? — perguntei, a voz mais doce do que eu queria.

Ele virou-se, os olhos verdes me encontrando com um brilho de surpresa. — Claro, princesa. O que foi?

— Nada, só... seus ombros parecem tensos. Tá trabalhando muito. Quer uma massagem? — Falei com leveza, quase brincando, mas meus olhos o desafiavam a aceitar.

Ele hesitou, mas então sorriu, aquele sorriso que me desmontava inteira. — Se você tá oferecendo, não vou dizer não.

Aproximei-me devagar, o coração martelando no peito. Coloquei as mãos nos ombros dele, sentindo a firmeza dos músculos sob a camisa. Comecei a massagear, os polegares desenhando círculos lentos, desfazendo a tensão que ele carregava. O calor da pele dele atravessava o tecido, e eu mordi o lábio, tentando segurar a onda de desejo que me inundava. Meu corpo ja estava projetado à frente, como quem buscava contato erógeno. Ele soltou um suspiro baixo, quase um gemido, e inclinou a cabeça para trás, a superfície da cabeça raspada roçando de leve nos meus seios cobertos pelo tecido fino. Era hipnotizante.

— Você é boa nisso, Lorena — disse, a voz grave ecoando no ar, um trovão que me sacudia por dentro. — Onde aprendeu?

— Não aprendi. Só... gosto de cuidar de você — respondi, inclinando-me mais, os cachos caindo sobre o ombro dele. O cheiro dele me envolveu, uma mistura de perfume amadeirado e algo mais visceral, puro dele.

Ele riu baixo, mas havia uma rouquidão nova no tom, algo que me fez estremecer. Levantou-se da cadeira e foi até a pequena adega no canto, pegando uma garrafa de vinho tinto e duas taças. — Quer me fazer companhia? Um gole pra relaxar nunca fez mal.

— Claro — aceitei, sentando-me na poltrona ao lado da mesa enquanto ele servia. O líquido escuro brilhou na taça que ele me entregou, e nossos dedos se tocaram por um instante. O choque daquele contato simples me fez tremer.

Ele voltou a sentar, girando a cadeira para me encarar, e brindamos em silêncio. O vinho desceu quente, queimando a garganta e espalhando um calor que se misturou ao que já pulsava em mim. A conversa começou leve — o trabalho dele, o calor de março, a viagem da minha mãe —, mas logo deslizou para terrenos mais sugestivos, como se o álcool soltasse as correntes que nos prendiam.

— Sabe, Lorena — ele disse, os olhos fixos nos meus enquanto girava a taça na mão —, você tá diferente ultimamente. Mais... presente.

— Será que é ruim? — perguntei, inclinando a cabeça e deixando os cachos caírem de lado, um sorriso sutil nos lábios.

Ele tomou outro gole, os olhos passeando por mim antes de responder. — Não. É... interessante. Você não é mais aquela menininha que eu carregava no colo.

— Ainda bem — retruquei, rindo baixo, o tom provocador. — Acho que prefiro ser vista de outro jeito agora.

O ar ficou mais denso, elétrico. Ele se inclinou para a frente, o cotovelo na mesa, e perguntou, quase num sussurro: — E como você quer ser vista, princesa?

Meu coração disparou, mas eu não recuei. — Como alguém que sabe o que quer. E que não tem medo de ir atrás.

Ele me encarou por um instante eterno, então sorriu, desviando os olhos como se tentasse quebrar a tensão. — Cuidado com o que deseja, Lorena. Às vezes, a gente consegue.

Rimos juntos, tentando disfarçar, mas o flerte já estava ali, sutil e perigoso. Quando terminou o vinho, ele se levantou, alongando os braços. — Essa massagem foi boa, mas acho que vou querer uma mais completa qualquer dia desses.

Eu me levantei também, ficando mais perto do que precisava, e disse com um sorriso travesso: — É só chamar que eu vou.

Saí do escritório com as pernas bambas, o coração explodindo. Corri para o quarto, fechei a porta e me joguei na cama, o rosto no travesseiro enquanto tentava entender o que tinha acontecido. Ele flertou comigo. Ele me viu. A mistura de emoção, medo e desejo me deixava zonza, e o vinho só aumentava tudo. Fiquei ali, respirando rápido, imaginando o que poderia ter rolado se eu tivesse ficado.

Então, alguns minutos depois, o celular vibrou. Peguei o aparelho com mãos trêmulas e vi a mensagem dele: "Oi, massagista particular, quando é o próximo horário disponível? :)"

O sorriso bobo que tomou meu rosto era inevitável. Ele estava encorajado, e eu, com o álcool nas veias, decidi que não ia recuar. Levantei-me, tomei um banho rápido, a água quente relaxando meu corpo enquanto o desejo fervia na mente. Passei perfume nos pulsos e no pescoço, fiz uma maquiagem leve — rímel e gloss —, e vesti uma camisola rosa curta, de renda nas bordas, que me deixava irresistivelmente meiga. Meu coração batia descontrolado enquanto caminhava até o quarto da minha mãe, onde ele estava.

Abri a porta devagar e parei, o ar preso na garganta. Leonardo estava lá, mas não como eu esperava. Ele tinha tomado banho — o cheiro fresco de sabonete masculino emanava do banheiro da suíte, misturado ao vapor que ainda pairava no ar. Estava deitado de bruços na cama, uma toalha branca enrolada na cintura, o tecido contrastando com a pele chocolate que brilhava úmida sob a luz suave do abajur. A cabeça raspada na máquina zero reluzia, e os músculos das costas, relaxados mas definidos, formavam um mapa que eu queria explorar com as mãos. Aquela visão me pegou desprevenida, e por um segundo, hesitei, o coração disparado com a surpresa e o desejo que explodiam em mim.

Ele ergueu a cabeça, os olhos verdes me encontrando, e um sorriso lento se formou nos lábios dele. — Chegou a massagista, hein? — disse, a voz grave com um tom brincalhão que só aumentou o calor no meu corpo.

— Vim cumprir o pedido — respondi, a voz rouca de nervosismo e excitação, enquanto me aproximava, tentando disfarçar o impacto que ele tinha sobre mim naquela posição.

Ele se virou ligeiramente, apoiando-se nos cotovelos, a toalha subindo um pouco e revelando o contorno das coxas fortes. — Então vem, princesa. Tô precisando.

Sentei-me na beira da cama, as mãos trêmulas enquanto as colocava nas costas dele. A pele ainda estava quente do banho, lisa e úmida, o cheiro de sabonete me envolvendo enquanto eu começava a massagear, os dedos deslizando pelos músculos. Ele suspirou fundo, o som reverberando em mim, e eu senti o corpo dele relaxar sob meu toque, mas também uma tensão nova se formar. Desci as mãos pelos lados, roçando os flancos, e ele se mexeu sutilmente, como se respondesse.

— Você tá mesmo levando isso a sério, hein? — disse ele, a voz mais baixa, quase um ronronar.

— Quero fazer direitinho pra você — respondi, inclinando-me mais, os cachos caindo sobre as costas dele. O calor dele, o cheiro, a proximidade — tudo me deixava tonta.

Ele se virou de repente, agora de lado, e me puxou para perto, os olhos verdes me devorando. A toalha escorregou um pouco, mas ele não pareceu se importar. — Acho que a massagem pode esperar um pouco — murmurou, antes de me beijar. O beijo foi lento no começo, hesitante, mas logo virou algo faminto, os lábios dele quentes e firmes contra os meus, a língua invadindo minha boca com urgência. Agarrei a nuca dele, os dedos deslizando pela cabeça raspada, lisa e quente, enquanto as mãos dele subiam pelas minhas coxas, apertando com força minha bunda sobre a camisola.

Ele me deitou na cama, o corpo sobre o meu, a toalha ainda na cintura mas frouxa, e beijou meu pescoço, os dentes roçando a pele enquanto eu arqueava contra ele. Desceu os beijos pelo colo, puxando a camisola até expor meus seios pequenos. Chupou um deles com voracidade, a língua circulando o mamilo rígido enquanto eu gemia alto, as mãos agarrando os lençóis. O calor entre minhas pernas era insuportável, e eu o puxei para outro beijo, sentindo o volume dele pressionando contra mim já livre da toalha.

Ele desceu mais, arrancando minha calcinha com um gesto rápido, e então senti a boca dele entre minhas pernas. Foi como um choque — a língua dele lambendo meu clitóris em círculos lentos e precisos, os lábios sugando com uma pressão que me fez tremer. Era a primeira vez que alguém me tocava assim, e a sensação era indizível, um prazer quente e líquido que me fazia gemer sem controle. Ele segurou minhas coxas, abrindo-me mais, e desceu ainda mais, a língua explorando meu ânus com uma ousadia que me deixou sem fôlego. Gemi alto, o corpo tremendo, enquanto ele me guiava com sussurros graves: "Relaxa, princesa. Deixa eu cuidar de você"

Levantei os olhos e vi nosso reflexo no espelho em frente à cama — eu, nua, as pernas abertas, os cachos espalhados no travesseiro, e ele, entre minhas coxas, os músculos das costas se movendo enquanto me devorava, a toalha ja caída revelando seus glúteos definidos. Era hipnotizante. Ele subiu, beijando minha barriga, meus seios, até chegar à minha boca, e então mostrou o restante de seu corpo que eu desejava ver sem a toalha. Quando o vi, meu coração parou por um instante. O pênis dele era perfeito aos meus olhos — curvo para cima em um arco elegante, o tamanho ideal, nem intimidante nem pequeno, com uma glande grande e rosada que contrastava lindamente com a pele negra e brilhante do resto. Ele já estava molhado, um líquido cristalino escorrendo em abundância da ponta, assim como eu sentia meu próprio corpo ensopado de excitação.

Segurei-o com firmeza, sentindo o calor e a textura, e levei à boca, senti o pulsar do sangue, chupando devagar, explorando com a língua. O gosto salgado e quente dele me inundou, o líquido dele escorrendo mais, molhando meus lábios, e eu intensifiquei, lambendo as bolas dele com devoção enquanto ele gemia, as mãos na minha nuca me guiando. Adorava cada segundo daquilo.

Ele me puxou de volta, me colocou de quatro no colchão, e eu vi meu reflexo outra vez — o corpo curvado, os pequenos seios pontudos, os olhos vidrados. Ele entrou em mim com um movimento firme, a curva dele acertando lugares que me fizeram gritar. Cada estocada era profunda, o impacto dos quadris nas minhas nádegas, o líquido dele se misturando ao meu, o som molhado da penetração ecoando no quarto. Ele segurou meus quadris, guiando-me no ritmo dele, e então me puxou para trás, deitando-se comigo por cima. Meu reflexo agora mostrava-me cavalgando-o, os cachos dançando, enquanto ele me segurava pela cintura, os dedos cravados na minha pele.

O orgasmo me atingiu como uma onda, meu corpo tremendo enquanto eu gritava o nome dele, não consegui entender, mas lágrimas saíram dos meus olhos e ele veio logo depois, o calor do esperma dele me preenchendo enquanto gemia meu nome numa voz rouca que me marcou para sempre. Desabei sobre ele, ofegante, o suor escorrendo, e ele me abraçou, os dedos traçando círculos nas minhas costas.

Ficamos ali, em silêncio, o espelho refletindo nossos corpos entrelaçados, o brilho da cabeça raspada dele contrastando com meus cachos bagunçados. Eu sabia que não havia volta, que aquele fogo nos tinha consumido. E, pela primeira vez, não senti culpa — só a certeza de que Leonardo, meu padrasto, meu ideal, era meu, mesmo que fosse só naquele momento.

(Continua na Parte 4...)


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