Anna soltou uma risada sem graça, nervosa.
— Engraçado … Ontem à noite, você não queria conversar.
Paul fechou os olhos por um segundo, tentando manter a paciência.
— Eu não queria discutir, é diferente.
Anna inclinou a cabeça, fingindo considerar.
— Entendi.
— Anna … — Ele insistiu.
Ela empurrou a cadeira para trás e se levantou, pegando o celular na bancada e a bolsa. Já estava arrumada, pronta para sair. Paul acompanhou seu movimento com o olhar, sabendo que não teria mais espaço para continuar a conversa.
Antes de sair da cozinha, Anna lançou um último olhar na direção dele, um olhar afiado, carregado de algo que Paul não soube definir completamente.
— Pelo jeito, não é só Mari e Celo que estão em crise, não é? Talvez, você devesse se concentrar um pouco mais no que está a sua frente.
E então, sem esperar resposta, virou-se e foi embora, deixando Paul sozinho com seu café amargo e a sensação incômoda de que aquela conversa estava longe de terminar.
Continuando:
Parte 20: “Como É Grande O Meu Amor Por Você”.
O dia de Paul transcorreu de maneira mecânica. Ele seguiu sua agenda matinal, imerso no trabalho, mas sua mente insistia em voltar para a conversa frustrada com Anna. O silêncio dela, o olhar carregado de decepção, as palavras afiadas antes de sair, tudo aquilo martelava sua consciência.
Na hora do almoço, encontrou Giba no restaurante de sempre. O amigo já estava sentado, de braços cruzados, esperando por ele com uma expressão que não prometia coisa boa.
— Tá feia a coisa, hein? — Giba soltou assim que Paul se aproximou.
Paul apenas se sentou, pegando o cardápio, fingindo indiferença.
— Não começa, Giba. Tô com dor de cabeça desde cedo.
— Pois é. Aposto que não foi só o café que caiu amargo hoje de manhã.
Paul respirou pesadamente, largando o cardápio sobre a mesa.
— Você já sabe, né?
— Difícil não saber. Cora tava no telefone com a Anna e a Fabi antes de eu sair de casa. Ouvi o suficiente pra saber que você tá pisando na bola, irmão.
Paul fechou os olhos por um instante, refletindo.
— Não tô pisando na bola. Tá todo mundo exagerando nessa história.
— Então me explica. Porque, pelo que parece, Anna não vê dessa forma. — Giba insistiu.
Paul bufou, pegando o copo d’água e tomando um gole antes de responder.
— Eu já expliquei pra ela. Mas ela decidiu me punir. Como sempre.
— E por que você acha que ela tá fazendo isso? — Giba mantinha o contato visual.
Paul sabia que o amigo só queria ajudar. Então, respondeu.
— Porque ela e todos vocês resolveram criar essa teoria maluca de que eu tenho sentimentos pela Mari.
Giba inclinou a cabeça, analisando o amigo.
— E você tem?
Paul largou o copo na mesa com um baque surdo.
— Porra, Giba! Não! — Ele esfregou o rosto com as mãos, exasperado. — Eu já falei isso mil vezes. Não tem nada disso. Mas parece que ninguém quer ouvir.
Giba suspirou, apoiando os braços na mesa.
— Eu só tô perguntando, por … cara, às vezes, a gente demora pra enxergar certas coisas. E Anna parece bem chateada. Você sabe que ela não é de fazer drama à toa.
Paul o encarou por um momento antes de responder.
— Eu sei. Mas é por isso que eu preciso mostrar pra ela que todo mundo tá errado. Eu vou resolver isso hoje.
— Como? — Giba o observava, esperando a resposta.
Paul não respondeu de imediato. Apenas pegou o celular, verificando a hora. Ainda tinha algumas reuniões antes de poder ir para casa, mas já sabia exatamente o que faria quando saísse do trabalho.
— Eu vou mostrar pra Anna que a única mulher que importa pra mim, é ela.
Paul soltou o garfo sobre o prato, passando as mãos pelo rosto, exausto.
— Se arrependimento matasse …
Giba apoiou os cotovelos na mesa, estreitando os olhos.
— Matasse o quê, Paul? Me diz, o que exatamente tá te matando aí dentro?
Paul soltou uma risada nervosa, balançando a cabeça.
— Pela primeira vez … uma brincadeira, uma aventura, tá me custando caro. Tá roubando minha paz.
Giba cruzou os braços, observando o amigo.
— Ah, então agora virou uma brincadeira? Virou uma aventura? Cara, eu te conheço há anos. Você não fica nessa crise toda por qualquer coisa.
Paul desviou o olhar, tentando postergar a resposta. Quando o fez, foi mais do mesmo.
— Todo mundo tá confundindo as coisas. Anna, você, Cora, Fabi, Chris ... É ridículo.
— Será? — Giba arqueou a sobrancelha. — Porque, sinceramente, a única pessoa confusa aqui parece ser você.
Paul bufou novamente, se jogando contra o encosto da cadeira.
— E lá vem você com esse papo … insistindo.
— Olha, irmão, eu não vou ficar passando a mão na sua cabeça. — Giba apontou para ele com o garfo. — Você tá achando que controla como as pessoas reagem? Acha que dá para simplesmente dizer “não foi nada” e esperar que todo mundo aceite?
Paul revirou os olhos, pegando o copo d’água.
— E o que você quer que eu faça? Que eu me ajoelhe na frente da Anna?
— Não. Eu quero que você seja honesto. Primeiro com você mesmo, depois com ela.
Paul ficou em silêncio, encarando o fundo do copo.
— Eu vou me acertar com a Anna. Hoje.
Giba assentiu, satisfeito.
— Bom. Porque do jeito que ela falou com as meninas, não me surpreenderia se já tivesse comprado uma mala nova e um bilhete só de ida pra bem longe de você.
Paul soltou uma risada anasalada, incrédulo.
— Exagerado.
— Só tô dizendo que, se você dormir no sofá hoje, lembra de agradecer que pelo menos ainda tem um teto.
Paul riu de verdade, jogando o guardanapo na direção do amigo.
— Vai se ferrar, Giba.
— Só depois do café. — Giba piscou, voltando a cortar o bife no prato.
Paul respirou fundo. Por mais que não gostasse de admitir, o amigo estava certo. E ele sabia exatamente o que precisava fazer.
Os dois terminaram o almoço e voltaram ao trabalho. Paul passou as últimas horas no escritório como um prisioneiro contando os segundos para a liberdade. O expediente arrastava-se de forma cruel e sua mente estava a quilômetros dali, fixada em Anna.
Ele saiu assim que pôde, era o chefe, não devia satisfações, dirigindo diretamente para casa, ansioso para encontrar a esposa e resolver tudo.
Mas a casa estava vazia.
Ligou. Nenhuma resposta. Mandou mensagens. Nada. O silêncio era uma tortura. Minutos se transformaram em quase duas horas de espera e inquietação até que seu celular vibrou. Uma mensagem de Giba:
"Anna está aqui em casa. Vi que está ligando, mandando mensagens. Acho que ela quer mesmo te punir".
Paul não hesitou um segundo antes de responder.
"Estou indo aí. Não avise a Anna. Eu conheço minha mulher e é capaz dela se mandar antes de eu chegar".
Paul pegou as chaves e saiu apressado. O trajeto foi rápido, talvez rápido demais, considerando a maneira impaciente com que dirigiu. Mas ele não se importava. Não podia perder tempo.
Assim que estacionou em frente à casa de Giba e Cora, nem se deu ao trabalho de bater. Ele tinha liberdade ali e essa era uma daquelas situações em que formalidades não tinham espaço.
Entrou decidido, os passos firmes ecoando na sala. Anna estava sentada no sofá, uma xícara de chá nas mãos e conversava com Cora. Mas ao vê-lo ali, sua postura mudou. Ela piscou, surpresa, o corpo se enrijecendo imediatamente.
— Paul? O que você está fazendo aqui?
Ele não respondeu. Não parou. Apenas avançou, os olhos fixos nela com uma intensidade que fez Anna se levantar, instintivamente, como se quisesse criar uma barreira invisível entre os dois.
— Olha, Paul, se veio aqui para dar desculpas, me fazer …
Ela não teve chance de terminar. Paul a puxou contra si, sem hesitação, preenchendo seus lábios em um beijo profundo, intenso, carregado de tudo o que palavras nunca seriam capazes de expressar.
Anna soltou um som abafado, surpresa, mas não resistiu. Pelo contrário, seu corpo cedeu contra o dele antes mesmo que sua mente conseguisse decidir o que fazer. As mãos de Paul deslizaram pela cintura dela, apertando com firmeza, enquanto o beijo se aprofundava.
O tempo pareceu parar.
Cora arregalou os olhos e soltou uma risada baixa, desviando o olhar e pegando o celular como se tivesse algo muito urgente para ver.
Paul não se importava com mais nada. Nem com Giba, que apareceu na cozinha e parou na porta, cruzando os braços e soltando um assobio baixo.
— Bom … acho que a gente devia cobrar entrada pra esse show.
Paul afastou-se apenas o suficiente para olhar nos olhos de Anna. O coração dela batia acelerado contra o peito dele.
— Eu não vim dar desculpas.
Anna, ainda ofegante, apertou os lábios, tentando recuperar a compostura.
— Então por que veio?
Paul acariciou o rosto dela, o polegar traçando o contorno da mandíbula delicada.
— Porque você é a minha mulher. E eu não vou deixar você fugir de mim.
Anna segurou o olhar dele e, por um instante, tudo ao redor desapareceu. Não importavam os erros, os tropeços, as confusões. O que existia ali, entre os dois, era mais forte do que qualquer coisa.
Giba pigarreou.
— Ok, foi intenso e tal, mas se forem começar outra cena de filme romântico aqui no meio da minha sala, vou ter que cobrar cachê. Ou pedir para participar.
Anna riu baixinho, escondendo o rosto no peito de Paul. Ele sorriu, sentindo que estava no caminho certo.
Paul não deu a Anna tempo para pensar. Seus lábios voltaram aos dela com uma fúria que fez com que o mundo ao redor desaparecesse. Suas mãos, grandes e quentes, deslizaram pelas costas dela, puxando-a ainda mais perto, como se quisesse fundir seus corpos em um só. Anna gemeu baixinho, sentindo o calor de Paul invadindo cada parte dela, apagando qualquer vestígio de resistência.
— Paul … — Ela sussurrou entre os beijos.
Mas ele não parou. Em vez disso, aprofundou o que fazia, sua língua explorando a boca da esposa com intensidade. Anna tremia inteira, entregue.
— Você é minha mulher. A única. É você que eu amo. — Ele afirmou, a voz rouca, enquanto uma das mãos descia até o quadril, apertando com firmeza. — Sempre foi. E sempre será.
Anna sentiu seu corpo responder, o frio na barriga sendo substituído por um calor pulsante que percorreu suas veias. Suas mãos se apertaram nas costas de Paul, as unhas cravando levemente na camisa.
Ela sabia que não deveria ceder, estava brava. Sabia que deveria parar e pensar, mas seu corpo não obedecia à razão. Aquele era o seu homem, um ímã para ela e, inevitavelmente, a atração era irresistível.
— Isso é um puta de um espetáculo. — Ouviu-se a voz de Giba, que ainda estava na porta da cozinha, os braços cruzados e um sorriso malicioso estampado no rosto.
— Cala a boca, Giba. — Respondeu Cora, mas sua voz estava carregada de excitação.
Ela fingia olhar o celular, mas era óbvio demais, pois seus olhos miravam na direção oposta.
Paul, no enanto, não ligava para mais nada. Seus lábios se afastaram dos de Anna apenas o suficiente para que ele a olhasse nos olhos, a respiração ofegante.
— Eu quero você. Agora! — Ele ordenou.
Anna sentiu um tremor percorrer o corpo inteiro. Uma eletricidade erótica, que a fazia amolecer nos braços do marido. Seus olhos brilharam e todos os seus sentidos reconheciam o comando.
— Então me pega de jeito. — Ela sussurrou, em desafio, mas exalando desejo.
Paul não precisou de mais incentivo. Ele a agarrou com força, os lábios voltando aos dela com uma voracidade que fez Anna gemer alto.
— Hummm … Esse é o meu Paul.
As mãos dele desceram até o vestido, puxando-o para cima com um movimento rápido. Anna sentiu o ar fresco em sua pele exposta, logo foi substituído pelo calor das mãos de Paul, que apertavam suas coxas.
— Você tá linda assim. — Ele murmurou, os lábios descendo para o pescoço, mordiscando levemente a pele macia.
Anna jogou a cabeça para trás, os dedos entrelaçando-se nos cabelos de Paul. Ela sentiu uma das mãos dele subir até a cintura, apertando com firmeza, enquanto a outra encontrava o sutiã, desabotoando-o com habilidade.
— Isso … que saudade, meu amor. — Ela gemeu, o corpo arqueando involuntariamente.
— Eu não vou parar. — Ele respondeu, a boca descendo até os seios, envolvendo um dos mamilos.
Anna soltou um gemido alto, as pernas tremendo não apenas pelo toque de Paul, mas pelo olhar de Giba e Cora, que ainda estavam ali, observando.
— Caralho, esse é meu casal. — Disse Giba, a voz carregada de admiração.
— Que tesão! — Cora concordou, deixando o celular de lado finalmente.
Paul não parecia se importar com a plateia. Ele adorava aquilo. Suas mãos subiram até o quadril de Anna, agarrando-a com firmeza e levantando-a do chão. Ela se envolveu ao redor dele, as pernas entrelaçadas na cintura, enquanto Paul a levava até o sofá, deitando-a com cuidado.
— Você é minha! Não existe mais ninguém, ouviu? — Ele reafirmou, os olhos fixos nos dela, com uma intensidade e decisão que fez Anna estremecer.
— Então me prova. — Ela rebateu, tirando a camisa de Paul, revelando o peito musculoso.
Ele se ajoelhou entre as pernas dela, as mãos encontrando o elástico da calcinha, puxando-a para baixo com um movimento rápido. Anna sentiu o ar frio na buceta exposta, logo foi substituído pelo calor da boca do marido, envolvendo o grelo com voracidade.
— Ah, meu Deus … — Anna gemeu, apertando a cabeça dele com as coxas, enlouquecida de prazer.
— Caralho, Paul … — Cora disse, os olhos arregalados de admiração, levando os dedos na xoxota. — … Você não tem vergonha de ser tão bom?
Paul não respondeu. Estava totalmente focado em Anna, a língua explorando cada dobra da buceta, brincando no grelo, fazendo com que ela tremesse com cada movimento. Foram dez minutos de um Paul dedicado, habilidoso, até Anna sentir o orgasmo se aproximando, os músculos vaginais se contraindo em espasmos de prazer.
— Paul … eu vou gozar — Ela gemeu mais alto. — Caralho! É isso, meu amor … Ahhhhhh …
Paul não parou. Os lábios envolveram o grelo, enquanto os dedos encontraram a entrada da buceta, penetrando-a com dois dedos. Anna gritou, o corpo estremecendo ao sentir o orgasmo explodir dentro dela, ondas de prazer percorrendo cada parte de seu corpo.
— Isso, porra! É assim … — Anna gritou. — Era disso que eu precisava.
Anna mal conseguia pensar. Ela sentiu Paul se afastar, mas logo ele estava de volta, a pica pressionando a entrada da buceta. Ela olhou para ele, os olhos cheios de desejo e necessidade.
— Me fode, amor. Fode essa buceta. — ela implorou, com olhar de pedinte.
Ela não precisou pedir duas vezes. Paul a penetrou com um movimento firme, único, preenchendo-a completamente. Anna gemeu alto novamente, suas mãos apertando os ombros dele, enquanto Paul começava a meter, cada estocada mais profunda que a anterior.
— Isso, seu pilantra. Fode essa putinha. Esfola essa buceta. — Giba disse, os olhos fixos na cena.
— E vocês acham que vão fazer festa sozinhos? Na minha casa? — Cora perguntou, levantando-se do sofá e caminhando até Paul, os dedos deslizando pelas costas dele.
Paul virou a cabeça, olhando para Cora com um sorriso malicioso.
— Quer participar, piranha? — Ele provocou, a voz rouca de desejo.
Cora respondeu com um sorriso, tirando a calcinha e abrindo as pernas.
— Vem cá, seu puto. — Ela puxou a cabeça dele, esfregando a xoxota em seu rosto.
Paul continuava a estocar na buceta de Anna, enquanto chupava o grelo protuberante e inchado de Cora.
— Esse mel é doce demais, sua safada. — Paul estimulava a amiga e amante.
Cora respondeu com um gemido, os dedos enroscados no cabelo, direcionando cada movimento. Anna era ferozmente penetrada, enquanto levava a mão a bunda daquela preta linda, apertando uma das polpas.
— Giba … — Anna chamou, os olhos fixos no homem que ainda estava na porta. — Você vai ficar só olhando?
Ele se aproximou rapidamente, trocando beijos com a esposa, enquanto bolinava os peitos da amiga. Paul continuava a estocar, Anna e Cora gemiam alto, e Giba se enfiava onde conseguia.
— Ahhhhh … tô quase, amor … — Anna gemeu, os olhos fechando de prazer. — Me fode … não para …
Paul aumentou o ritmo, esquecendo momentaneamente o grelo de Cora e se concentrando completamente na esposa. A pica ia e voltava dentro dela, batendo e retornando.
— Isso, amor! Me fode! — Anna gritou, ensandecida de prazer.
Na outra ponta do sofá, Giba já devorava Cora, os quadris se batendo contra os dela em um ritmo frenético. Cora gemia alto, as pernas envoltas na cintura dele, as mãos agarrando os ombros, enquanto Giba se movimentava.
— Você gosta disso, puta? — Giba provocou a esposa, os olhos fixos nos dela, enquanto ele a fodia sem piedade.
— Adoro, seu puto! — Cora respondeu, os olhos brilhando de desejo, o corpo todo tremendo sob o impacto das estocadas do marido. — Me fode, me rasga.
Paul aumentou ainda mais o ritmo, beijando a boca de Anna, fodendo a esposa com ainda mais força. Os gemidos ecoavam pela sala.
— Mete, seu puto … fode essa buceta. — Cora provocou, deslizando os dedos até o próprio grelo, esfregando-o com movimentos rápidos, enquanto era preenchida pela pica dura e pulsante do marido.
Giba respondeu com um urro, macetando a buceta quente e encharcada.
— Você é muito apertada, putinha ... nunca me canso dessa buceta gostosa. — Ele disse, as mãos agarradas nos quadris, enquanto ele aumentava o ritmo, as estocadas tornando-se mais rápidas e profundas.
Anna, na outra ponta, gemeu alto, o corpo todo tremendo sob o impacto das estocadas de Paul.
— Vou gozar, amor ... não para! — ela gritou, o corpo contorcido de prazer.
Cora, igualmente perdida, inebriada no prazer, seus gemidos misturando-se aos de Anna, enquanto Giba e Paul fodiam em um ritmo implacável.
— Eu vou gozar, Paul! Ahhhhh … mete … mais forte …
— Agora, Giba … seu puto … fode essa buceta …
As duas mulheres explodiram em orgasmos simultâneos, aos berros, sentindo as estocadas ferozes de seus amantes, e a porra quente que as inundava.
Naquele momento, o mundo ao redor desapareceu, deixando apenas o eco dos gemidos e o calor dos corpos unidos.
Anna encarou Paul, satisfeita e com menos dúvidas.
— Não pense que isso é o suficiente. Eu quero mais, muito mais.
Paul beijou sua boca novamente.
— Isso é só o começo, relaxa.
— Acho bom mesmo. O senhor continua em observação. Não fique se achando.
A noite estava apenas começando. Giba já olhava para Anna com fome, assim como Paul, ainda se recuperando do orgasmo, alisava despretensiosamente as coxas de Cora.
{…}
Celo passou as mãos pelo rosto.
— Eu nunca quis que você se sentisse pressionada.
Mari assentiu.
— Eu sei. Mas acho que, de certa forma, eu enxerguei o seu desejo antes mesmo de você perceber que ele existia. Ou, ao menos, achei que enxergava …
A terapeuta inclinou levemente a cabeça.
— E o que você sente agora, Mari? Sabendo disso?
Ela suspirou, olhando para Celo.
— Sinto que preciso entender se aquilo era mesmo o que eu queria … se era o que Celo queria … ou se eu interpretei tudo errado.
Aquelas palavras atingiram Celo como um soco no estômago. Ele não queria ser mais um a moldar Mari. Mais um a guiá-la sem que ela se desse conta. Ele queria que ela fosse livre.
Mas será que, sem perceber, tinha feito exatamente o oposto?
De qualquer forma, havia muito para digerir. Celo não estava bravo, ou decepcionado, ele apenas não sabia o que sentir.
A terapeuta ajustou os óculos sobre o nariz e desviou o olhar para Mari. Com um tom neutro, mas firme, pediu:
— Mari, você poderia nos dar alguns minutos? Eu gostaria de conversar com o Celo a sós.
Mari hesitou por um instante. Seu olhar encontrou o de Celo, que concordou após uma breve hesitação. Sem dizer nada, ela se levantou e saiu da sala, fechando a porta atrás de si. O silêncio que se seguiu foi denso, mas a terapeuta não tentou preenchê-lo de imediato.
Ela esperou alguns instantes antes de falar, observando a expressão tensa do homem à sua frente.
— Antes de mais nada, eu quero que você saiba que não há qualquer intenção de colocá-lo contra Mari ou conduzir essa conversa para um viés específico — A Dra. Luciana disse, pausadamente. — Mas me preocupo com o fato de que você possa estar sentindo a necessidade de processar tudo isso sozinho, sem sentir que tem um espaço próprio para isso. E, sendo amiga de Mari, preciso ser honesta: talvez seja mais produtivo para você conversar com um terapeuta que não tenha um vínculo com sua esposa.
Celo permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as palavras. Então, suspirou e recostou-se na cadeira, passando a mão pela nuca, antes de responder:
— Eu entendo o que você está dizendo. Mas a verdade é que eu estou aqui porque Mari me pediu. Porque quero entender tudo o que se passa na cabeça dela. E eu ... eu preciso entender. Preciso saber o que realmente aconteceu, como chegamos até aqui. Só então vou poder decidir o que farei da minha vida.
Ele fez uma pausa, ajeitando a postura.
— Minha intenção inicial sempre foi encontrar uma forma de seguir em frente com o nosso casamento. Eu não sou ingênuo, sei que muita coisa aconteceu e que nem tudo pode ser simplesmente perdoado ou esquecido. Mas eu ainda amo a Mari. E se houver alguma chance de reconstruirmos isso, de um jeito que funcione para nós dois ... eu quero tentar.
Celo se inclinou para a frente, tenso.
— Mas não vou seguir em frente apenas por seguir. Preciso de respostas. E preciso ter certeza de que eu também sou desejado nessa relação. Eu quero ser escolhido.
A terapeuta o observou por um momento, o avaliando. Depois, disse com suavidade:
— Isso é uma excelente base para trabalharmos. Vamos, então, tentar encontrar essas respostas juntos.
Para uma primeira conversa a sós, Luciana achou que era suficiente. Não queria pressionar, muito menos deixar Celo desconfortável.
— Eu preciso falar com a Mari agora. Tudo bem? — A doutora pediu.
Celo assentiu, se levantando e saindo pela porta em seguida.
Mari respirou fundo quando viu o marido saindo da sala.
— Sua vez. Ela quer falar contigo. Vou esperar lá na rua. Estou com fome. Estarei naquela lanchonete do térreo.
Ao passar por Celo, Mari sentiu a necessidade de abraçá-lo. E foi o que ela fez.
— O que foi isso? Está carente? — Ele estranhou, a encarando com curiosidade.
— Nada não. Apenas deu vontade. — Ela respondeu.
— Até daqui a pouco. — Eles se despediram.
Mari entrou na sala um poucos ressabiada. Tinha uma pequena noção do que Luciana iria começar a abordar. Já sentia o peso daquela conversa, mas ao mesmo tempo, sabia que precisava enfrentar. A terapeuta sorriu de leve, cruzando as mãos sobre o colo, quando Mari entrou.
— E então, Mari, o que está pesando no seu coração? — A doutora foi direta.
Mari soltou um riso nervoso, balançando a cabeça.
— Acho que já está bem claro o que está pesando.
— Está mesmo? — A terapeuta arqueou uma sobrancelha. — Ou você mesma ainda não conseguiu nomear tudo o que sente?
Mari apertou os lábios. Sabia que precisava ser sincera, não só com a terapeuta, mas consigo mesma.
— Eu sei exatamente o que sinto. Sei que amo o Celo. Isso nunca foi uma dúvida pra mim. Ele é o amor da minha vida. E não digo isso só porque estamos juntos há tanto tempo. Digo por que ele é único pra mim, de uma forma que ninguém mais é. Não importa o que aconteceu, nunca houve comparação. Nunca!
A terapeuta manteve o olhar atento.
— Mas Paul aconteceu. E isso abalou profundamente o seu marido. Depois do que ele nos contou, do que ele confessou, o que você entendeu?
Mari bufou, frustrada.
— O que eu posso dizer? — Mari se calou por alguns segundos, introspectiva. — Que é uma besteira pensar que o amor é uma coisa linear, sem falhas, sem momentos de dúvida ou impulsos. As pessoas querem definir tudo em preto e branco, mas a vida real não é assim.
Mari encarou Luciana, olhando firmemente em seus olhos:
— Sim, eu senti atração pelo Paul. Sim, houve um momento em que eu me deixei levar. Mas não foi porque ele era melhor, ou porque eu queria outra pessoa. Foi porque tudo ali conspirou a favor. O ambiente, as provocações, o incentivo de todo mundo, a postura do Celo … E o álcool, claro. Mas, no final das contas, nada disso significou alguma ameaça para o que eu sinto pelo meu marido. Se significasse, eu não teria me sentido tão mal depois. Não teria ficado com aquela sensação de que, por mais que estivesse explorando algo novo, havia algo essencial que não poderia ser substituído. Algo que só existe entre mim e o Celo.
A terapeuta a observou por alguns segundos antes de falar.
— Então você não se arrepende do que aconteceu? Ou se arrepende?
Mari ficou em silêncio por um instante. Não queria mentir para si mesma.
— Eu me arrependo da forma como tudo aconteceu. Me arrependo de ter machucado o Celo. Isso sim, pesa muito. Mas não me arrependo de ter descoberto mais sobre mim mesma, sobre nós. Porque, no fim das contas, só me fez perceber o quanto o que temos, mesmo que diferente, é bonito. O quanto o que sentimos um pelo outro é maior do que qualquer coisa passageira.
Mari sorriu, mais para si mesma, do que para a amiga.
— Eu sei … eu sinto que é passageiro. Sei que vamos nos acertar.
A terapeuta sorriu, satisfeita.
— Então talvez seja isso que você precisa dizer a quem ainda tem dúvidas. O amor não é frágil só porque foi testado. Pelo contrário, se ele sobrevive, é porque é real.
Mari sentiu um nó na garganta, mas sorriu. Sabia que, independentemente do que os outros pensassem, a verdade estava ali. No que ela e Celo tinham construído. No que ainda estavam construindo, juntos.
Mari respirou fundo ao se acomodar no sofá diante da terapeuta. O silêncio inicial parecia um convite para refletir antes de falar, mas ela sabia que não podia mais fugir. A terapeuta manteve o olhar atento, esperando que Mari tomasse a iniciativa.
— Então, Mari, como você está se sentindo depois de tudo isso?
Mari ajeitou a saia, como se tentasse manter as mãos ocupadas para impedir que sua mente escapasse.
— Cansada — Ela respondeu, com um suspiro. — Mas acho que aliviada também. E … frustrada. Muito frustrada. Porque sei que, de alguma forma, fui eu quem deixou tudo aquilo acontecer.
A terapeuta inclinou levemente a cabeça, indicando que queria ouvir mais.
— Deixou acontecer?
Mari soltou outra risada nervosa.
— Eu sabia que o ambiente era propício, sabia que o Paul … bem, ele sabia exatamente o que estava fazendo. E eu permiti que chegasse aonde chegou. Mas o pior é que, mesmo naquele momento, eu sabia que aquilo não significava nada perto do que eu tenho com o Celo. Não era sobre amor, não era sobre desejo incontrolável. Foi … uma experiência. Um impulso incentivado por circunstâncias, pela energia ao redor. E em menor grau, pelo álcool. Mas, acima de tudo, talvez tenha sido o grande erro da minha vida.
A terapeuta permaneceu em silêncio por um instante, permitindo que as palavras ecoassem. Mari sentiu que precisava ir além.
— O que eu tenho com o Celo é completamente diferente — Continuou, agora com a voz firme. — Ele é único pra mim. Não tem comparação. Quando penso no que vivemos, na nossa história, no amor que construímos, percebo que nenhuma experiência aleatória poderia sequer arranhar isso. O que aconteceu com Paul foi um sopro, uma brisa passageira que só ganhou força porque todas as circunstâncias estavam ali, conspirando para que acontecesse. Mas amor … amor de verdade … isso eu só sinto pelo Celo.
A terapeuta apoiou o queixo sobre a mão, observando-a.
— Você tem certeza disso, Mari? Ou será que há algo em Paul que mexeu com você além do momento, além do impulso?
Mari apertou os lábios, refletindo antes de responder. Ela queria ser honesta. Precisava ser.
— Ele era charmoso, sabia envolver. É óbvio que houve atração. Mas a verdade é que, se eu estivesse sozinha com ele em qualquer outro contexto, sem todo aquele incentivo, eu provavelmente nem teria dado abertura. Ele não me tirou do eixo porque, no fundo, eu nunca saí do meu eixo. No instante em que acabou, eu soube que não queria nada além do que já tenho com o Celo.
A terapeuta assentiu, como se aguardasse aquela confissão. Então, inclinou-se levemente para frente.
— E você já disse isso a ele? Com todas essas palavras?
Mari desviou o olhar por um momento. Engoliu em seco antes de responder.
— Acho que não … ainda não. Não com essas palavras e muito menos com tanta convicção.
— Então diga. Porque, pelo que vejo, o que realmente importa não é só o que aconteceu. É o que você sente agora, o que sempre sentiu. E se esse amor é tudo o que você diz, ele precisa ser dito, reafirmado, vivido. Por você e por ele.
Mari, novamente sentiu um nó na garganta. Porque, no fundo, sabia que aquela conversa não era só para sua terapeuta. Era para Celo. E ela precisava dizê-lo, sem medo, sem hesitação. Antes que qualquer sombra do passado pudesse ameaçar o que era, de fato, o grande propósito de sua vida.
Mari saiu do consultório apressada, o coração disparado. As palavras da terapeuta ainda ecoavam em sua mente:
"Se esse amor é tudo o que você diz, ele precisa ser dito, reafirmado, vivido. Por você e por ele".
Era para Celo. Sempre fora para Celo.
Ela desceu pelo elevador e atravessou o corredor do térreo sem realmente enxergar as pessoas ao redor. Quando empurrou a porta de vidro do prédio, o vento frio da rua fez seu corpo estremecer, mas não a impediu. Seu olhar varreu a calçada, buscando a lanchonete, ansiosa pelo marido. E então ela o viu.
Celo estava ali, sentado na mureta próxima à entrada do prédio, violão no colo, acompanhando um artista de rua. O jovem, de cabelos estilosos, um sorriso fácil, tinha uma voz suave e harmoniosa, enquanto Celo, com sua voz firme e poderosa, cantava junto com ele. As mãos habilidosas dedilhando as cordas do violão:
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Nada é maior que o meu amor
Nem mais bonito".
Mari sentiu um aperto na garganta, os olhos arderam. Ela precisou parar por um instante, porque era ele. Ali, no meio da cidade, sem saber de sua conversa, sem precisar de palavras ensaiadas ou de justificativas. Para ela, Celo estava reafirmando seu amor da maneira mais natural possível. Mesmo que fosse apenas coincidência.
Ela caminhou até ele sem hesitar. Quando ele a viu, sorriu de leve, ainda tocando. Mas o olhar de Mari dizia tudo. O amor, o arrependimento, a promessa de que nunca mais haveria dúvida.
O artista percebeu a troca de olhares e, com um sorriso cúmplice, deixou que Celo conduzisse os últimos versos sozinho:
"Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você”.
Assim que a última nota foi tocada, Mari se lançou nos braços dele, sem se importar com quem observava. O violão quase caiu do colo de Celo, mas ele a segurou firme, rindo contra os lábios dela antes de beijá-la.
— Eu te amo. — Ela sussurrou contra sua boca, sem hesitação. — Eu sempre te amei. Você é o único. Sempre foi.
Celo sorriu, os olhos brilhando de um jeito que fez o coração dela disparar.
— Eu sei, meu amor. Eu sei.
Ao redor, a cidade continuava seu fluxo caótico, mas para eles, ali, o tempo havia parado. E, naquele momento, ao menos naquele momento, Mari soube que tudo estava no lugar certo.
Continua …
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