Acordei com um cheiro delicioso invadindo o quarto. Era uma mistura de café fresco, pão torrado e algo doce, talvez panquecas. O aroma se espalhava, despertando meus sentidos antes mesmo de eu abrir os olhos. Virei-me preguiçosamente na cama, deixando escapar um sorriso. Não era todo dia que eu era acordado por algo assim.
Levantei-me, os pés tocando o chão frio, e segui o cheiro irresistível até a cozinha. Ao chegar à porta, me deparei com uma cena que me fez parar por um momento. Gustavo estava de costas para mim, vestindo apenas uma regata e cueca, os cabelos levemente bagunçados. Ele cantarolava baixinho uma música que eu não conseguia reconhecer, enquanto mexia algo em uma frigideira.
O sol da manhã atravessava as cortinas da cozinha, banhando-o em uma luz suave. A mesa estava posta com uma perfeição quase poética: um prato de panquecas cobertas com calda de frutas vermelhas e um pouco de chantilly, uma cesta de pães, manteiga, geleia e dois copos de suco de laranja fresquinho. O café fumegava em uma jarra, seu aroma preenchendo todo o ambiente.
A visão dele ali, tão despreocupado e em paz, fez meu coração apertar. Era como se, depois de tudo o que passamos, finalmente estivéssemos vivendo algo próximo à normalidade. Algo próximo à felicidade.
— Bom dia, dorminhoco — ele disse sem se virar, percebendo minha presença. Sua voz tinha um tom leve, que carregava algo de provocação e carinho ao mesmo tempo.
— Bom dia... — murmurei, me aproximando devagar.
Assim que cheguei perto, ele se virou, segurando uma espátula em uma das mãos. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me puxou pela cintura e depositou um beijo demorado nos meus lábios.
— Achei que você fosse dormir até meio-dia. Já estava quase indo te acordar com o cheiro.
— Acho que foi o cheiro que me acordou — respondi, rindo. — Que banquete é esse?
— Nada demais — ele deu de ombros, com um sorriso modesto que não convencia ninguém. — Só queria fazer algo especial pra gente hoje.
Olhei novamente para a mesa e, em seguida, para ele.
— Gustavo, isso aqui tá perfeito. Você tem talento pra isso. Essas panquecas parecem de restaurante.
Ele sorriu, meio envergonhado, e voltou a mexer na frigideira.
— Eu só fui testando umas receitas, sabe? Acho que descobri que gosto de cozinhar.
— Gosta? Você é bom nisso! — exclamei, pegando uma das panquecas e mordendo um pedaço. O sabor era incrível, doce na medida certa, com uma leve acidez das frutas. — Sério, você tem que levar isso a sério. Já pensou em fazer um curso de culinária?
Ele parou o que estava fazendo e olhou para mim, claramente surpreso.
— Curso de culinária?
— Sim. Você tem talento, Gustavo. Tá claro que você gosta disso e é bom. Por que não investir?
Ele ficou em silêncio por um momento, pensando, e depois suspirou.
— Na verdade, eu queria conversar com você sobre isso. Não exatamente sobre um curso, mas sobre eu... arrumar um emprego.
Franzi a testa, confuso.
— Um emprego?
— É. Eu sei que você nunca reclamou, Léo, mas eu não me sinto bem assim, só ficando em casa, sem fazer nada pra ajudar. Você tá segurando tudo sozinho, e eu... eu não quero ser um peso pra você.
Eu me aproximei, segurando o rosto dele entre as mãos.
— Gustavo, olha pra mim. Você jamais seria um peso. Se dependesse de mim, depois de tudo o que passamos, eu te prenderia aqui em casa pra sempre. Nunca deixaria faltar nada pra você.
Ele riu, balançando a cabeça.
— Você é louco, sabia?
— Sou louco por você, isso sim. E é sério, Gustavo. Você não precisa fazer nada que não queira.
Ele segurou minhas mãos, olhando nos meus olhos.
— Mas eu quero, Léo. Eu preciso. Não me sinto bem só esperando o tempo passar.
Eu suspirei, tentando processar o que ele estava dizendo. Sabia que ele tinha razão, mas ainda assim, a ideia de vê-lo se sobrecarregando com responsabilidades me preocupava.
— Tá bom, então faz assim: em vez de arrumar qualquer emprego, por que você não faz o curso de culinária? É algo que você gosta, que você tem talento. E quem sabe isso não abre portas pra algo maior no futuro?
Ele me olhou por alguns segundos, avaliando minha proposta, e então sorriu.
— Um curso de culinária, hein? Nunca pensei nisso, mas... parece uma boa ideia.
— É mais do que uma boa ideia. É o começo de algo incrível, Gustavo.
Ele me puxou para outro beijo, e eu sabia, naquele momento, que estávamos caminhando para algo novo. Depois de tanto tempo de dor e incerteza, era como se estivéssemos finalmente encontrando nosso lugar no mundo. E, enquanto estávamos juntos, eu sabia que tudo daria certo.
Enquanto nos sentávamos à mesa, o cheiro do café fresco ainda preenchia o ar. Gustavo colocou uma xícara diante de mim e, com aquele sorriso dele que sempre parecia iluminar o ambiente, disse:
— Prova isso aqui. É um café especial que aprendi a fazer ontem.
Peguei a xícara e dei um gole, sentindo o sabor encorpado, com um leve toque de baunilha.
— Uau, Gustavo! Isso está perfeito. Sério, você está se superando.
Ele riu, tomando um gole do próprio café, e eu aproveitei para pegar um pedaço das panquecas. Enquanto comíamos, ele me olhava curioso, como se estivesse esperando que eu começasse a falar.
— Então, como foi seu último dia na escola? — ele perguntou, com o garfo na mão.
— Foi uma loucura, pra variar. Você sabe como é o último dia antes das férias. As crianças estavam enlouquecidas, especialmente os mais novos.
Gustavo riu, apoiando o cotovelo na mesa.
Conversamos por mais um tempo, rindo e compartilhando histórias enquanto terminávamos o café da manhã. Quando a comida acabou, começamos a recolher os pratos juntos, e o pequeno espaço da cozinha nos obrigava a nos esbarrar constantemente.
Enquanto eu lavava a louça, ele estava ao meu lado, secando os pratos. Nossos braços se tocavam de vez em quando, e ele sempre aproveitava para me roubar um beijo rápido, me arrancando sorrisos a cada gesto.
— Sabe, Léo, eu acho que lavar a louça deveria ser uma atividade de casal. Assim a gente pode se esbarrar mais — ele disse, com um sorriso travesso.
— Desde que você não quebre mais nenhum copo, estou de acordo. — respondi, rindo.
Terminamos de limpar a cozinha e fomos para a sala. Gustavo se jogou no sofá, puxando-me para perto dele.
— Que tal um filme? — ele sugeriu, apontando para a televisão.
Escolhemos algo leve, uma comédia romântica que estava passando. Nos acomodamos lado a lado, com as pernas entrelaçadas. Mas, depois de alguns minutos, percebi que ele não estava realmente assistindo.
O olhar de Gustavo estava fixo em mim, e antes que eu pudesse perguntar o que era, ele se inclinou, encostando os lábios nos meus. O beijo começou calmo, doce, mas logo se tornou mais intenso, carregado de tudo o que sentíamos um pelo outro.
O filme foi completamente esquecido enquanto nos entregávamos àquele momento. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, enquanto eu acariciava o rosto dele, sentindo a barba leve sob meus dedos. A respiração entrecortada preenchia o silêncio da sala, e tudo o que existia era nós dois, juntos, naquele instante.
Gustavo me puxou para o seu colo, suas mãos firmes me segurando pela cintura enquanto ele arrancava a própria camisa num gesto ágil. O brilho no olhar dele me dizia tudo o que eu precisava saber, e não havia como negar que eu queria exatamente o mesmo. Sem hesitar, tirei minha camisa também, deixando nossos corpos se tocarem, a pele quente encontrando a do outro, em um contraste perfeito entre desejo e necessidade.
Ele segurou meu rosto com ambas as mãos, puxando-me para um beijo profundo, intenso, cheio de fome e paixão. Eu sentia a pressão dos seus lábios nos meus e o calor que crescia entre nós, como se o tempo tivesse parado naquele instante.
— Me chupa — ele sussurrou rouco contra meu ouvido, mordendo de leve o lóbulo e provocando um arrepio que percorreu meu corpo inteiro.
Aquele pedido saiu como uma ordem irresistível. Sem precisar de mais nada, comecei minha descida lenta. Meus lábios traçaram um caminho pelo seu pescoço, sentindo o cheiro dele, misturado com o perfume que ele sempre usava, um aroma que me deixava tonto. Passei minha língua em sua clavícula e desci até o peitoral firme, beijando cada centímetro como se estivesse adorando um altar.
Quando minha boca encontrou seus mamilos, ouvi o primeiro gemido escapar dos lábios dele, rouco e urgente. Passei a língua em círculos, brincando e provocando, até que ele arqueou o corpo levemente, entregando-se ao prazer. Era como música para mim. Continuei descendo, deixando um rastro de beijos quentes por sua barriga, cada músculo tensionando sob meu toque, até alcançar o cós da sua cueca.
Olhei para ele por um momento, apenas para ver o quanto ele me queria. Seus olhos estavam pesados, cheios de desejo, e um sorriso provocador curvou seus lábios enquanto ele inclinava levemente os quadris, como se dissesse: "Vai em frente."
Puxei a cueca para baixo devagar, revelando aquele membro rígido, grosso e pulsante. Passei a língua pela ponta, saboreando-o, antes de deslizar tudo para dentro da boca, engolindo-o completamente. O som que ele fez foi um misto de gemido e suspiro, como se estivesse se rendendo completamente a mim.
Suas mãos firmes foram para o meu cabelo, segurando com delicadeza, mas ditando o ritmo de forma sutil. Cada movimento, cada toque, era carregado de algo mais profundo do que simples desejo. Ali, naquele momento, eu não estava apenas tocando seu corpo; eu estava me conectando à sua alma.
Enquanto minha boca explorava cada centímetro dele, deixei minha língua escorregar até o seu saco, brincando com a ponta e ouvindo a risada inesperada que ele soltou, entrecortada por um leve gemido.
— Você é perfeito — ele murmurou, acariciando meu rosto com uma ternura que fez meu coração acelerar.
Aquele momento era mais do que apenas prazer físico; era amor em sua forma mais pura, crua e intensa. Eu sentia isso em cada toque, cada suspiro, cada olhar que trocávamos. Aquele dia, naquele instante, era como se o mundo fosse apenas nosso, e nada, absolutamente nada, poderia nos tirar aquilo.
Gustavo segurou meu queixo com firmeza e trouxe nossos rostos tão próximos que senti sua respiração quente contra meus lábios. Ele me beijou com uma intensidade que parecia conter todas as palavras que ele não conseguia dizer. Seus lábios eram uma mistura de urgência e paixão, como se aquele beijo fosse a prova de que nunca nos perderíamos, não importa o que o mundo nos jogasse.
Com um movimento determinado, ele me guiou para o sofá, fazendo-me deitar de bruços. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti suas mãos firmes em minha cintura, deslizando devagar pela lateral do meu corpo, e então ele puxou minha bermuda para baixo, deixando-me completamente exposto.
O ar frio contra minha pele contrastava com o calor que irradiava do seu corpo. Gustavo começou sua jornada pelos meus ombros, deixando beijos suaves, quase como um mapa de carinho e desejo. Sua boca desceu pelo meu pescoço, traçando uma linha ardente que me fazia arrepiar, e continuou pelas minhas costas, cada beijo me puxando para um lugar onde só existiam nós dois.
Quando chegou na curva da minha bunda, ele parou por um instante, suas mãos segurando-me com firmeza enquanto ele explorava minha pele com os lábios. Então, de forma inesperada, ele deu uma mordida suave, arrancando um gemido involuntário de prazer de mim.
— Não sei como vivi todo esse tempo sem você — ele murmurou contra minha pele, sua voz rouca e carregada de emoção.
Antes que eu pudesse responder, senti sua língua quente deslizar pela minha pele, traçando um caminho que me fazia prender a respiração. Ele explorava cada detalhe com cuidado e paixão, descendo até alcançar o centro do meu prazer. Quando sua língua invadiu-me, um suspiro escapou dos meus lábios, e meu corpo reagiu, arqueando-se em busca de mais.
Cada movimento dele era calculado, mas ao mesmo tempo impulsivo, como se quisesse me fazer sentir tudo o que ele estava guardando dentro de si. Ele me chupava com uma habilidade que parecia quase cruel, deixando cada parte completamente lubrificada, enquanto eu me empinava, perdido no prazer crescente que parecia me consumir.
Então, senti sua língua ceder lugar a algo mais. Gustavo pressionou um dedo contra mim, entrando devagar, como se estivesse saboreando cada segundo. O prazer era intenso, misturado com uma urgência que fazia cada gemido meu ecoar na sala. Seus toques eram cheios de cuidado, mas também de uma possessividade que dizia sem palavras que eu era dele, e ele era meu.
Naquele momento, tudo parecia perfeito. Não havia pressa, apenas a certeza de que estávamos onde sempre deveríamos estar: juntos, entregues ao amor e ao desejo que compartilhávamos.
Gustavo retirou o dedo de mim com um movimento lento, me deixando sem fôlego por um instante. Seus olhos encontraram os meus, cheios de desejo e paixão. Ele me virou de frente, e antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios esmagarem os meus em um beijo faminto, como se o tempo não tivesse importância, como se só houvesse nós dois ali, naquele momento.
Sem hesitar, ele me pegou no colo como se eu não pesasse nada, carregando-me para o nosso quarto. Nosso espaço, nossa cama. O lugar que tantas vezes nos viu juntos, mas nunca com essa intensidade.
— Hoje eu vou foder você para compensar todo o tempo que ficamos afastados — Gustavo sussurrou, sua voz rouca, enquanto mordia meu pescoço com força o suficiente para deixar sua marca.
Antes que eu pudesse sequer processar suas palavras, ele me colocou de bruços novamente. O calor do seu corpo próximo ao meu era quase insuportável de tão bom. Sua boca encontrou minha pele de novo, beijando e chupando com uma intensidade que me fazia cravar as unhas no edredom, incapaz de conter os gemidos que escapavam dos meus lábios.
Quando sua língua desceu até minha bunda, ele não teve piedade. A forma como me chupava, explorando cada canto, me fez perder qualquer controle que eu ainda tentava manter. Ele sabia exatamente o que fazer, como tocar, onde explorar, e eu estava completamente entregue a ele.
De repente, senti sua saliva quente escorrer em mim, seguida por uma pressão que me fez gemer alto. Ele começou a entrar devagar, o calor e a espessura do seu pau me invadindo lentamente até que eu o sentisse inteiro dentro de mim. A dor inicial foi rapidamente ofuscada pelo prazer intenso.
Gustavo se inclinou sobre mim, seu corpo pressionando contra o meu enquanto nossas mãos se entrelaçavam. Eu sentia cada movimento dele, cada estocada que ele dava com força, compensando o tempo perdido. Sua respiração pesada em meu ouvido, misturada com os gemidos que ele soltava, era como música.
— Você é meu... sempre foi, sempre será — ele murmurou, sua voz carregada de emoção, enquanto sua língua traçava o caminho pelo meu pescoço.
O peso do seu corpo, o calor, o suor que fazia nossos corpos deslizarem... Tudo contribuía para aquele momento perfeito. O som das nossas peles se encontrando, o ritmo quase frenético, era como se o mundo inteiro tivesse parado para nós dois.
Então ele me virou de frente, sem parar por um segundo. Dessa vez, ele me olhava nos olhos enquanto me penetrava. Seus lábios buscaram os meus em beijos profundos e apaixonados, enquanto eu sentia meu corpo inteiro se perder no prazer. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, não de tristeza, mas de pura felicidade.
— Me bate... — pedi, minha voz saindo quase como um sussurro, enquanto olhava diretamente em seus olhos.
Ele me deu um tapa no rosto, firme, mas cheio de intenção. Eu abri um sorriso, incapaz de esconder o tesão que aquilo me trouxe. Ele percebeu minha reação e aumentou ainda mais o ritmo, suas estocadas se tornando mais rápidas e intensas.
Sua mão, que antes segurava as minhas, subiu até o meu pescoço, apertando com a medida perfeita entre controle e carinho. Meu corpo estava em chamas. Uma das minhas mãos puxava os cabelos dele com força, enquanto a outra cravava os dedos em suas costas, deixando marcas que ficariam ali como lembrança daquele momento.
Cada toque, cada movimento, cada palavra dita naquela noite era como uma promessa silenciosa de que não importava o que acontecesse, não importavam os desafios, nós sempre voltaríamos um para o outro. Sempre seríamos nós dois, completos, entregues, apaixonados.
Gustavo me beijava com fervor, e a pressão firme de sua mão em meu pescoço fazia meu corpo inteiro tremer de prazer. Eu estava completamente entregue a ele, sentindo cada movimento, cada toque, como se fosse um sonho do qual eu nunca quisesse acordar. Era maravilhoso, tão perfeito quanto eu sempre imaginei que seria viver todos os dias ao lado dele.
— Vou... tirar — ele disse, ofegante, sua voz rouca e entrecortada pelo prazer. — Vou gozar.
As palavras dele foram suficientes para me fazer perder o controle. Antes que ele pudesse se afastar, prendi minhas pernas ao redor de sua cintura, puxando-o ainda mais para dentro de mim.
— Goza dentro de mim... — implorei entre gemidos, olhando nos olhos dele. — Quero sentir você.
O olhar dele mudou naquele instante, como se minhas palavras tivessem acendido algo ainda mais intenso dentro dele. Gustavo se inclinou, mordendo meu lábio inferior com força suficiente para me arrancar outro gemido enquanto eu deslizava minha mão para o meu próprio pau, começando a me masturbar com rapidez. Nem era preciso muito esforço; meu corpo já estava à beira do limite, completamente submerso no prazer que ele me proporcionava.
Quando senti o corpo dele estremecer, um gemido rouco escapou de seus lábios, anunciando que ele estava gozando dentro de mim. O calor do seu gozo preenchendo meu interior me fez perder o pouco controle que restava, e meu corpo inteiro se arqueou enquanto eu gozei intensamente, meu esperma se espalhando pelo meu peito e minha barriga.
O quarto parecia mergulhado em uma atmosfera de êxtase e tranquilidade. Ficamos ali, imóveis por um momento, sentindo o peso de nossos corpos e ouvindo apenas as nossas respirações ofegantes. Gustavo se deitou por cima de mim, o calor do seu corpo ainda pressionando o meu, enquanto o suor e meu próprio gozo nos uniam ainda mais.
— Eu te amo — dissemos juntos, em perfeita sincronia, como se nossas almas tivessem ensaiado aquela declaração desde sempre.
Senti meu peito apertar de tanta emoção. Fechei os olhos e deslizei minha mão até o cabelo dele, enroscando os dedos em suas mechas, enquanto ele permanecia ali, deitado sobre mim, seu rosto enterrado no meu pescoço.
— Você é tudo pra mim, Léo — ele murmurou, quase como se estivesse confessando um segredo.
O momento era tão íntimo que o tempo parecia ter parado. Ficamos assim por minutos que pareceram eternos, apenas sentindo a presença um do outro, recuperando nossas energias, como se não precisássemos de mais nada no mundo além disso.
Depois de ficarmos ali, imersos um no outro, Gustavo levantou primeiro, estendendo a mão para mim com um sorriso no rosto.
— Vamos tomar um banho? Preciso de mais uns minutos com você só pra mim.
Peguei sua mão, me deixando guiar até o banheiro. O chuveiro quente logo tomou conta de nós, e o som da água caindo era uma melodia que preenchia o espaço. Ficamos ali, embaixo da água, nos acariciando e trocando beijos suaves. Gustavo esfregava minhas costas com delicadeza, enquanto eu passava minhas mãos por seu peito, memorizando cada detalhe de seu corpo.
— Eu amo tanto você — murmurei, encostando minha testa na dele. — Nunca pensei que poderia ser tão feliz assim.
— E eu nunca imaginei que alguém como você pudesse amar alguém como eu — ele respondeu, sua voz cheia de sinceridade. — Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Léo.
O banho foi um ritual de carinho, uma extensão da conexão que havíamos compartilhado momentos antes. Quando saímos, ainda com as toalhas enroladas, nos jogamos na cama, agora apenas de cueca. Gustavo me puxou para seus braços, e ali ficamos, deitados, trocando carícias, olhando um nos olhos do outro.
— Você sabe que eu faria qualquer coisa por você, né? — ele perguntou, passando os dedos suavemente pelo meu rosto.
— E eu faria o mesmo por você, Gustavo. Não existe mais nada no mundo pra mim além de nós dois.
Conversamos por um tempo, fazendo juras de amor, lembrando de momentos felizes e sonhando com o futuro. Sua mão deslizava pelos meus cabelos enquanto a minha desenhava círculos em seu peito. O calor de seus braços e a tranquilidade do momento logo me levaram ao sono, e senti quando ele também fechou os olhos, relaxado, comigo aninhado em seu corpo.
Quando abri os olhos novamente, foi por causa de um som insistente. A campainha tocava sem parar, cada toque mais alto e perturbador do que o anterior.
— Gustavo? — murmurei, confuso. — Você está ouvindo isso?
Ele já estava se levantando, coçando os olhos.
— Acho que a gente dormiu mais do que devia... — comentou, olhando para a janela.
Levantei também, e, quando olhamos juntos, vimos que já havia escurecido. O dia inteiro havia se passado, como um piscar de olhos.
— Quem será a essa hora? — perguntei, ajustando a cueca e caminhando até a porta.
A campainha não parava. A pessoa parecia desesperada. Gustavo me seguiu, seu olhar preocupado, mas sem dizer nada. Girei a maçaneta e abri a porta.
Ali, diante de nós, estava Miguel. Seu rosto estava vermelho, os olhos inchados de tanto chorar, e lágrimas ainda escorriam por suas bochechas. Ele parecia desamparado, e a visão dele assim fez meu coração apertar.
— Léo... — ele disse, com a voz embargada, quase sem conseguir falar. — Eu... Eu preciso falar com você...
Por um momento, fiquei parado, tentando assimilar a cena. Gustavo estava logo atrás de mim, e senti sua mão tocar levemente minha cintura, como um gesto de apoio.
— Miguel, o que aconteceu? — perguntei, minha voz saindo mais suave do que eu esperava.
Miguel soluçou e esfregou os olhos, tentando controlar o choro, mas sem sucesso.
— Por favor, Léo... Eu preciso de ajuda... Não sabia pra onde ir.
Abri mais a porta e me afastei para que ele entrasse. Gustavo permaneceu em silêncio, mas eu sentia seus olhos atentos. Miguel cruzou a porta devagar, sua dor tão evidente que parecia preencher o ambiente. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas algo me dizia que a noite estava apenas começando.