Os dias após a visita inesperada de Vincent ao salão foram como um nevoeiro para Emily. Sua mente estava dividida entre a realidade que vivia com Adriano e o mundo sedutor que Vincent representava. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Vincent, lembrava-se da proximidade dele, do jeito como ele parecia ler seus pensamentos mais secretos, como se já soubesse que, no fundo, ela estava prestes a ceder.
Adriano, por sua vez, continuava alheio ao turbilhão emocional que consumia Emily. Ele acreditava que estavam fazendo progresso, que as visitas ao Obsidian haviam ajudado a reacender algo entre eles. Para ele, Emily estava se reconectando, se reaproximando. Mas, para Emily, essa aproximação parecia mais uma fachada, uma tentativa de ignorar os verdadeiros desejos que pulsavam dentro dela.
Naquela noite, Emily estava deitada ao lado de Adriano na cama, os dois em silêncio. Ele já havia adormecido, mas ela estava acordada, encarando o teto, perdida em pensamentos.
Os últimos dias haviam sido uma luta interna constante. Ela passou noites em claro, tentando entender o que realmente queria. Por mais que amasse Adriano, o desejo por Vincent era inegável. E era mais do que atração física, Vincent representava algo que ela nunca havia experimentado. Uma liberdade, um mistério, uma capacidade de enxergar nela desejos que nem ela mesma sabia que existiam.
Emily virou-se lentamente, observando Adriano dormir. Ele era gentil, carinhoso, e fazia o possível para resgatar o relacionamento deles, mas ela não entendia por que se sentia tão distante.
Os olhos de Emily se encheram de culpa ao pensar em como ela estava sendo injusta com ele. Adriano acreditava que ela estava lutando pelo casamento, mas uma parte dela já havia cruzado a linha. Mesmo que ainda não tivesse cedido fisicamente a Vincent, suas fantasias e pensamentos eram traições silenciosas que, eventualmente, destruiriam o que eles tinham.
Na manhã seguinte, enquanto tomavam café juntos na cozinha, Adriano parecia especialmente animado. Ele havia passado semanas se dedicando ao trabalho, mas agora estava mais presente, mais envolvido com Emily. E ela sabia que isso era resultado do que haviam vivido no Obsidian.
— Eu estava pensando… — começou Adriano, mexendo no café. — Talvez podemos considerar o convite de Gabriel e Isabela. Estive conversando com ele e… acho que podemos tentar explorar novos limites.
As palavras de Adriano caíram sobre Emily como uma pedra no estômago. Ela sabia que esse convite viria cedo ou tarde, mas, agora que estava diante da realidade, sentia-se prestes a desmoronar.
— O que você acha? — perguntou Adriano, sorrindo enquanto olhava para ela. — Acho que frequentar o clube foi bom para nós, não foi?
Emily olhou para ele, os olhos buscando algo que pudesse segurá-la ali, algo que pudesse evitar o abismo para o qual estava sendo puxada, mas, no fundo, estava tomada pela curiosidade, pelo desejo. Por mais que tentasse se convencer de que poderia resistir, Vincent havia plantado uma semente nela que crescia a cada dia.
— Sim, foi bom — respondeu ela, sua voz soando mais fraca do que esperava. — Talvez possamos tentar.
Adriano sorriu, visivelmente aliviado pela resposta dela.
— Ótimo! Podemos ir juntos com Gabriel e Isabela esse final de semana. — disse ele, claramente empolgado.
Emily assentiu lentamente, mas por dentro, sentia-se cada vez mais sufocada. O que faria quando visse Vincent novamente?
Enquanto se preparava para sair para o trabalho, Emily recebeu uma mensagem inesperada em seu celular. Era de Isabela.
🗨ISABELA: Oi, gata! Estava falando com Gabriel e achamos que deveríamos fazer algo mais íntimo no Obsidian neste fim de semana. Só nós quatro, algo mais pessoal. O que acha? Adriano já topou! Vai ser divertido!
Emily olhou para a mensagem, sentindo o sangue correr mais rápido em suas veias. A ideia de algo mais íntimo entre os quatro era tentadora, mas também perigosa. Sabia que, se aceitasse, estaria se aproximando ainda mais de seus desejos secretos, daqueles que apenas Vincent parecia compreender.
Ela se lembrou da conversa com ele no salão. “Eu estarei esperando.” As palavras ecoaram em sua mente, trazendo de volta a sensação de que Vincent estava sempre à espreita, esperando o momento certo para quebrar sua resistência.
Respirando fundo, Emily respondeu à mensagem de Isabela, tentando soar o mais neutra possível.
🗨EMILY: Vamos sim. A gente se vê lá.
Ela colocou o celular de lado, mas a ansiedade já estava corroendo cada parte de seu corpo. A decisão estava feita. Ela voltaria ao Obsidian mesmo sabendo que a presença de Vincent a forçaria a confrontar seus desejos.
A noite finalmente havia chegado. O Obsidian estava tão envolvente como sempre, a iluminação suave, casais em danças eróticas conduzidos pela música lenta, criando uma atmosfera sedutora e misteriosa. Emily e Adriano chegaram juntos ao clube, mas, desta vez, o ar entre eles estava mais denso. A proposta de Isabela e Gabriel para uma noite mais íntima entre eles, ainda ecoava na mente de Emily.
Enquanto caminhavam em direção a área combinada, Emily tentava manter o controle de sua respiração. A tensão entre ela e Adriano não se comparava à verdadeira batalha que estava dentro de sua mente. Vincent não estava presente naquele momento, mas sua aura ainda pairava sobre o lugar.
Adriano parecia mais calmo, mas Emily sabia que ele estava nervoso. O que eles estavam prestes a fazer era um passo além de tudo que já haviam experimentado. Ela se perguntou se Adriano estava realmente pronto, mas a curiosidade e a excitação pareciam dominar sua hesitação.
Isabela e Gabriel já estavam à espera deles, em uma área privativa, longe dos olhares curiosos dos outros frequentadores do clube. A sala era decorada com sofás de couro escuro, cortinas de veludo e luzes âmbar e violeta que criavam um ambiente aconchegante e provocativo. Uma garrafa de vinho já estava aberta sobre a mesa, e a música no ambiente era baixa e envolvente, criando a trilha sonora perfeita para o que viria a seguir.
— Finalmente! — exclamou Isabela com um sorriso sedutor, levantando-se para cumprimentar Emily e Adriano. — Estávamos esperando vocês.
Gabriel, sempre calmo e com um ar tranquilo, sorriu para Adriano enquanto oferecia uma taça de vinho a cada um.
— Está tudo bem? — perguntou Gabriel, observando Adriano com atenção. Era evidente que ele percebia a leve tensão no ar.
Adriano pegou a taça e mascarou o nervosismo com um sorriso.
— Sim, só... algo novo para nós — respondeu, tentando relaxar.
Emily sentiu o olhar de Isabela sobre ela, um olhar que parecia saber exatamente o que se passava em sua mente. Isabela sempre fora mais ousada, mais disposta a explorar seus desejos sem hesitação, e agora estava guiando Emily por esse caminho.
Após alguns minutos de conversa descontraída, o clima no ambiente começou a mudar. Os toques ficaram mais frequentes, os olhares mais prolongados. Gabriel e Isabela se aproximaram de Adriano e Emily, e as barreiras que separavam os dois casais começaram a se dissolver. Havia uma eletricidade no ar, uma antecipação mútua sobre o que estava por vir.
Isabela foi a primeira a quebrar o gelo. Ela colocou sua taça de vinho de lado e se aproximou de Adriano, colocando a mão suavemente no peito dele, enquanto seus olhos se encontraram com os de Emily como se buscasse consentimento. Não havia pressa em seus movimentos, apenas uma delicada sugestão de que as coisas estavam prestes a ficar mais íntimas.
— Podemos começar devagar — disse Isabela, com um sorriso provocador, enquanto olhava tanto para Adriano quanto para Emily.
Gabriel, que estava ao lado de Emily, colocou a mão no ombro dela, seus dedos traçando um caminho ardentes por sua pele. O toque de Gabriel era diferente do de Adriano. Ele era mais confiante, mais explorador, e Emily sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Ela sabia que algo estava mudando dentro dela, algo que o Obsidian havia despertado e que agora estava ganhando vida.
Adriano observava, tentando disfarçar seu nervosismo. Ele estava prestes a vivenciar algo novo, mas, ao mesmo tempo, não podia evitar a incerteza que sentia ao ver Gabriel tão perto de Emily.
Emily sentiu o calor da proximidade de Gabriel, sua mão deslizando suavemente pela lateral do corpo dela, enquanto Isabela explorava o corpo de Adriano com toques lentos e precisos. O primeiro contato real entre os casais foi carregado de excitação e uma tensão quase insuportável. Havia uma mistura de liberdade e medo, um desconhecido que todos ali estavam dispostos a explorar.
Emily, em um momento de entrega, virou-se para Gabriel, seus olhos encontrando os dele. A conexão que sentiu ao estar tão perto dele, enquanto Adriano e Isabela se envolviam ao lado, era algo que ela nunca havia experimentado antes. “Era libertador.”
O toque de Gabriel era firme, mas gentil, explorador, mas respeitoso. Ele sabia como guiar os movimentos de Emily, e ela se deixou levar, permitindo que a mão dele massageasse a parte interna de sua coxa, seus dedos caminhando para mais próximo de sua zona mais íntima, fazendo com que cada parte de si fosse despertada por aquela nova experiência. Enquanto isso, Adriano, que antes parecia hesitante, estava cada vez mais envolvido com Isabela, suas mãos e respirações entrecortadas, explorando com avidez os corpos um do outro, completamente absortos naquele momento.
Emily se perdeu nos toques de Gabriel, os dedos de outro homem em seu interior, extraindo dela o néctar enquanto seu corpo estremecia. O som de respirações, sussurros e o leve gemido de prazer de Isabela e Adriano ao fundo criavam uma atmosfera de pura luxúria e entrega. E então, enquanto suas mãos se fechavam, apertando os bíceps de Gabriel e seus olhos se comprimiam anunciando a enxurrada que se aproximava, as barreiras finais se desfaziam, Emily sentiu que algo dentro dela havia despertado de uma forma irreversível. Ela passou o braço pelo pescoço de Gabriel e o puxou para si em um beijo ardente. Ele entendeu o recado e, mantendo-a sentada, afastou as pernas dela e a invadiu com ímpeto.
O lado libertino que ela sempre reprimiu, que o Obsidian havia trazido à tona, agora emergia. Ela não estava apenas explorando uma nova experiência com Gabriel, estava descobrindo uma nova parte de si mesma. Uma parte que ansiava por liberdade, por desejo sem culpa, por viver o que antes parecia proibido.
Adriano, embora inicialmente hesitante, também estava imerso no momento. O toque suave de Isabela, a intensidade com que ela se movia sobre ele, tudo contribuía expandir seu horizonte de possibilidades. Embora Emily e Gabriel estivessem mergulhados em êxtase, com movimentos vigorosos e gemidos incessantes, Adriano também aproveitava o que Isabela tinha a oferecer, um corpo escultural tomado pelo brilho do suor, os seios vultosos oscilando enquanto ela se movimentava e uma vagina apertada que engolia seu membro com voracidade.
Emily foi erguida com facilidade, passando as pernas pela cintura de Gabriel, tendo abaixo de si apenas o pau grosso e latejante dele. Ela já não tinha nenhum domínio sobre seu próprio corpo a não ser manter-se abraçada ao pescoço de Gabriel enquanto era empalada por sua masculinidade. A troca de olhares e o beijo intenso intensificava a conexão que se formava entre eles.
Adriano, por sua vez, pôs Isabela de quatro sobre o sofá, massageava suas carnes e a firmeza de seu corpo, enquanto o pau em riste ameaçava uma nova invasão, autorizada pelo olhar lançado por ela sobre os ombros. Isabela sentiu seu corpo em espasmos naquela posição, agarrada ao braço do sofá enquanto seu corpo era projetado para frente a cada estocada.
A sinfonia de gemidos e o cheiro de sexo conduziam suas mentes rumo à completa loucura, gozando quase simultaneamente, compartilhando seus fluidos íntimos. Os olhos de Emily brilhavam ao sentir o calor do creme viscoso de Gabriel sendo lançado em esguichos dentro do seu útero, enquanto Adriano, estremecia fazendo o mesmo com Isabela.
Conforme a noite avançava, os quatro amigos se tornaram um só, explorando os limites uns dos outros e descobrindo novas formas de conexão. O salão privado no Obsidian se tornara um espaço seguro para que eles pudessem viver suas fantasias sem julgamentos. Mas, para Emily, aquele momento também trouxe uma verdade inescapável: o lado libertino que havia despertado nela não estava restrito a Gabriel ou àquele momento de troca.
Depois de horas de intensidade e descobertas, quando os corpos finalmente relaxaram e os corações começaram a desacelerar, os quatro se separaram lentamente, ainda envoltos pela intimidade compartilhada. O silêncio no final da noite era pesado, mas cheio de satisfação. Emily se recostou no sofá, exausta, mas profundamente impactada pelo que acabara de acontecer. Gabriel estava ao seu lado, e Adriano, com Isabela ao seu lado, parecia calmo, como se tivesse encontrado um novo entendimento sobre si mesmo e seu casamento, mas para Emily, Vincent ainda era uma presença constante em sua mente. Ele havia sido a chave para abrir aquela porta dentro dela.
A madrugada após a intensa noite no Obsidian estava carregada de silêncio. Emily, ainda imersa no turbilhão de sensações que experimentara com Gabriel, sentia o corpo relaxado, mas a mente em conflito. Ao lado dela, no carro, Adriano dirigia em silêncio, mas com uma expressão serena, como se aquela noite o tivesse libertado de suas próprias inseguranças. Isabela e Gabriel haviam se despedido de forma descontraída, satisfeitos com a troca de intimidade que haviam compartilhado, mas, para Emily, as emoções ainda estavam em ebulição.
Ela sabia que havia cruzado uma linha naquela noite — não apenas a linha que separava a monogamia da exploração, mas uma linha interna, algo mais profundo. A liberdade que sentiu nos braços de Gabriel não era suficiente. O desejo que Vincent havia despertado dentro dela, a atração visceral que a puxava para ele, estava mais forte do que nunca. Vincent não estava lá, mas sua presença nunca saiu da mente de Emily.
Quando chegaram em casa, Adriano se inclinou para ela e a beijou suavemente nos lábios. Era um gesto de carinho, uma confirmação de que, para ele, tudo estava indo bem. Mas Emily, por mais que retribuísse o beijo, sentia a culpa crescer dentro de si.
— Foi uma noite incrível, não foi? — perguntou ele, sorrindo levemente enquanto abria a porta da casa.
Emily sorriu de volta, mas sentindo o peso da culpa que a esmagava.
— Sim, foi — respondeu ela, quase em um sussurro.
Eles entraram em casa, e Adriano, ainda relaxado pela experiência da noite, foi tomar um banho. Emily, por sua vez, ficou na sala, sentada no sofá, olhando para o nada. Ainda podia sentir o cheiro de Gabriel, a sensação arrepiante do seu toque, a forma como ele a fodia, tudo isso ainda estava fresco em sua pele, era delicioso.
Enquanto Adriano estava no banheiro, Emily pegou o celular de forma automática. Sem nem perceber, abriu o aplicativo de mensagens e, como se fosse guiada por uma força invisível. Seus dedos hesitaram por um momento sobre o teclado. Ela sabia que o que estava prestes a fazer poderia mudar tudo, mas não conseguiu parar.
🗨EMILY: Vincent, precisamos conversar.
A mensagem estava enviada antes que ela pudesse reconsiderar. O coração de Emily disparou, enquanto esperava ansiosamente por uma resposta. A adrenalina corria por seu corpo, misturada ao medo e à excitação de cruzar mais uma linha. A casa estava em silêncio, mas o barulho dentro da mente de Emily era ensurdecedor.
Não demorou muito para o celular vibrar com uma resposta. O nome de Vincent piscou na tela, e o peito de Emily apertou ao ler a curta, mas sugestiva resposta.
🗨VINCENT: Sempre que quiser, Emily.
Tudo o que acontecera até aquele momento, o despertar com Gabriel, a troca de casais com Adriano e Isabela, eram passos em direção a um ponto de ruptura.
Quando Adriano saiu do banho, Emily já havia guardado o celular, mas a tensão entre o que ela acabara de fazer e o que estava por vir a consumia. Ele se aproximou, puxando-a para perto, como se quisesse continuar o momento de intimidade que haviam iniciado no clube.
— Eu te amo — disse Adriano, a voz suave e cheia de sinceridade.
As palavras soaram dolorosamente verdadeiras para Emily, e a culpa tomou conta dela mais uma vez. Ela também o amava, mas o desejo por outro homem estava corroendo esse amor, e a atração pelo mistério e pela liberdade que Vincent oferecia era uma força que ela não sabia mais se podia ou queria resistir.
— Eu também te amo — respondeu Emily, sua voz quase falhando.
Adriano, sem perceber o conflito interno dela, a abraçou e a levou para o quarto. Agora, apenas eles, tiveram uma noite de sexo como ha muito tempo não tinha. Insenso, excitante e carregado de paixões e libertinagens até se satisfazerem mutuamente. Adriano estava mais vivo do que nunca e a cada rodada, não cessava até que Emily despejasse seu líquido.
Naquela madrugada, Emily ficou acordada por horas, pensando no que havia feito. Ela sabia que estava prestes a tomar uma decisão que mudaria tudo. “Seria a tentação por Vincent maior do que o amor que sentia por Adriano?” Ou “seria possível encontrar um meio-termo?” As perguntas rodopiavam em sua mente, mas as respostas ainda estavam longe.
Na manhã seguinte, enquanto Adriano saía para o trabalho, ele a beijou com a mesma ternura de sempre, sem suspeitar do caos que se formava dentro dela. Emily, agora sozinha, pegou o celular novamente. A mensagem de Vincent ainda estava lá, como um convite silencioso, como se ele soubesse que ela não poderia resistir.
Com as mãos trêmulas, ela digitou a resposta.
🗨EMILY: Nos vemos esta noite no Obsidian.