Ramona in the Skies with Black Diamonds (RSBD) - Parte 9

Um conto erótico de Bruna Camila
Categoria: Heterossexual
Data: 04/02/2021 14:51:20
Última revisão: 04/02/2021 15:02:24
Assuntos: Cadeira, Ayana, Chau, pedra, colar, Gozo, Clock, Cock, Greenday, Radiohead, Indies, 17 anos, Barra Shopping, assexual, Cult, Alternativa, Green, Starbucks, SLAP, Frappuccino, Mocha, verde, Spotify, Tijolos, muralha, Beatles, Lucy, ROLA, bbc, Diamonds, BRT, lsd, Karma Police, Brick, NTR, Green Slut, Santa Cruz, blowjob, Whatsapp, Mato Alto, Campo Grande, ganga, Alvorada, Surra de Piroca, negona, África, negros, Conquistadores, Africanos, vovó, fds, Black Diamond, Ramona Life Matters, UFRJ, Joel, Green Whore, Cavalinha, Filhos, Dona Ayana, Neighborhood, Neide, Mustafá, Cacau Show, Zabu, Tattoo, tatuagem, Eduardo, Ink, tinta, Mestres, vendas, chocolate, suor, Vapores de Pica, cuzinho arrombado, glohgloh, netinha, BRT lotado, roupas rasgadas, café, cacau, papai João, Suruba, Tapete Verde, Pandemia, covid, Bonner, Lacração, Ativismo Negro, BDSM, tapa, Deusa Africana, Breathe, Nhonc, traficantes, Sufocada, escrava sexual, Domesticada, porca, Massagem, Ayara, Instagram, TikTok, CEP, Mestra, cocaína, traficante, João, Netflix, Stones, cachaceiro, coleira, nua, RPG, Green Slave, Grupo 21, escrava, slave, Blowbang, Sextou, uol, gangbang, Estupro, Rape, Corno, Papai, Intercâmbio, Drogas, Fake, Filósofa, Movimento Negro, Black Lives Matter, BLM, #BlackLivesMatter, CARTA, Jeniffer, Interracial, banhos, Yuri, Lésbico, vagabunda, Dumb Whore, Carpet Slut, Amiga Chinesa, Inbox, orixás da Ayana, Amazom Prime, Twitter, Delivery da Puta, ifood, deusa, Africana, Raça Negra, Campos Elyseos, matheus, Threesome, Big Black Cocks, amador, Iphone 12, Ramona, Heterossexual

Capítulo 32 – Adeus, Vovó

Quando eu acordei não havia mais Ayana deitada comigo. Eu estava sozinha dormindo no sofá.

- Dormiu bastante. Já é quase meio-dia.

A minha mestra estava digitando o consultando rascunhos de páginas escritas e as transcrevendo no seu IMac. Com certeza devia ser algum futuro livro de igualdade racial.

- Bom dia, Mestra Ayana.

E ela faz questão de levantar e parar o que estava fazendo para me dar um beijo no pescoço e mexer no meu cabelo.

- Bom dia, flor escrava do dia. Se quiser vai no banheiro e depois eu te dou um café da manhã atrasado.

E eu saio do sofá e inesperadamente eu consegui andar.

- Ué?

Ayana desata a rir muito.

- Kkkkkkk. Ramona, não pense muito sobre isso. Corre o risco de que você se excite e volte a atrofiar ao seu estado canino natural. Só vai até o banheiro e volte.

Prontamente eu dou uma passada no banheiro e volto para a sala.

E ali havia um pratinho de vidro pequeno de sobremesa.

E em cima dele um único docinho mágico.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- Nem adianta me olhar com essa cara de cadela pidona. Seu café da manhã vai ser só esse único docinho. Eu sei que esse seu doce te deixa animada. E você vai precisar de toda a força e animação para o último dia. Meu marido já saiu e está trazendo de carro os amigos dele.

A Ramona come o doce recheado de cocaína e o efeito é imediato. Ela atrofia e desaba no tapete.

- Au! Au!

- Que efeito maravilhoso. Não sabia que só cacau e açúcar tinham efeitos tão grandes em ti, minha escrava verde.

Disfarçar a coca dentro dos doces com uma seringa fez com que ela fosse drogada e nem percebesse. E o processo era forte e definitivo. Tanto que a Ramona acordou e estava articulando bem as palavras e andando. Mas foi só comer um pedaço de chocolate adulterado e ela regrediu ao estado de ontem como mágica. Ela definhou a um ponto que era só um pequeno gatilho e ela ia de 0 a 100 em questão de segundos.

E com ela no chão babando e tentando raciocinar (nem que fosse parcialmente) e focando os olhos em um ponto fixo; eu escuto o movimento de muitas pessoas chegando.

Era o meu marido com os seus amigos.

- Ramona, vem. Acompanhe a sua proprietária. O seu quarto já foi preparado para o final da Lapidação.

🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄

Eu sou guiada para o quarto.

E ele estava ligeiramente diferente.

Os armários, a gaiola-cama e alguns outros móveis de torturas sexuais haviam sido arrastado para os cantos e colados nas paredes de fundo. E assim um espaço no meio havia sido aberto, e nele havia muitos jornais velhos abertos e espalhados no chão por motivos que eu não conseguia entender.

- Vem. Agora vista isso e bote uma venda.

O efeito do chocolate (a única coisa que eu havia comido no dia) já diminuía e eu consigo reconhecer a roupa que a minha Ayana exibia e me ordenava a usar.

Era a roupa que eu havia saído da casa da minha avó na sexta. Tanta coisa aconteceu naquele dia e no sábado que eu sequer sabia onde foi parar a minha roupa. Talvez fosse até por isso que a carta que me confortou da Jeniffer sumiu.

Só que a minha roupa estava toda cortada e suja. Parecia uma roupa cenográfica de cracuda figurante de rua em filme de baixo orçamento.

- É essa roupa mesmo, Mestra?

- Sim. Já falei uma vez. Na próxima você leva um belo de um tabefe no meio da fuça.

Sem questionar mais nada eu visto a roupa. Eu nem poderia mais usar ela na volta pra casa segunda mesmo, eu teria que rever a minha vovó com outra roupa. O meu short foi dilacerado e virou um shortinho curto, e sem falar que possuía um rasgo tão grande atrás que eu sentia o ar-condicionado do quarto gelando a minha nádega direita que saltava pra fora do trapo de roupa.

(Não sem como eu voltar assim pra casa na segunda)

E além disso a camisa estava mais curta e as mangas arrancadas e esfiapadas, marcas de cortes e terra impregnavam o conjunto de vestuário como se eu a tivesse usado e rolada montanha abaixo com ele.

E por fim eu boto a venda.

- Perfeito. Agora fica de quatro no chão.

Com só o som do ar split eu sou guiada pela Ayana e me posto no carpete. Eu sinto os jornais nos meus joelhos e nas minhas mãos. Aquela superfície seca de celulose me dá arrepios ao contato naquele ar frio.

Alguns momentos depois eu escuto o som da porta sendo aberta.

- Eai? Já podemos começar?

Era a voz do Ganga.

- Oi, querido. Chamou eles?

Muito e muitos passos em volta. Vibrações como se de uma manada de touros vão me circundando e me cercando sensorialmente.

- Chamei. E veio mais gente.

- Como assim, Ganga?

- Olhe em volta. Os moradores viram a movimentação pra nossa casa e quase nos barraram. Eles exigiram vir e participar também.

Devia ter tanta gente que eu sentia o bafo de calor, como se eu estivesse de quatro no chão de um BRT lotado e o ar-condicionado não conseguisse dar vazão.

- Tudo bem. Mas eu vou ter que explicar como vai ser o papel de cada um. Vamos começar agora.

E então muitas mãos e braços passam a me agarrar de todos os lados.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- Eu ligo pra ela ou a Ayara me liga?

Eu estava com o meu celular em mãos e me questionava se ligava para a Ramona ou esperava a amiga dela me retornar como ela havia prometido.

- Eu preciso me acalmar. Se não terei que tomar o meu remédio pra pressão. É melhor não pensar besteira. Ela está bem e segura com uma amiguinha da idade dela.

Eu fiquei tão ansiosa e na expectativa que eu sento na minha cadeira de balanço e quase cochilo com o celular na mão.

Até que o meu celular finalmente toca.

- Ramona?

Era um celular desconhecido.

E eu atendo.

Era uma chamada de vídeo e ao aceitá-la a minha cara aparece no canto e eu vejo um lugar escuro.

- Alô, Ramona?

- Não. É a Ayara.

- Atah. Entendi. Mas porque ligou em vídeo, minha filha?

- Achei que você queria não só falar, mas também ver a sua neta amada.

- Tudo bem, criança. Você está certíssima, né.

Só que o que eu via era só um breu e ruído de martelada.

- Pera, eu estou no corredor. Está escuro, não está?

- Sim, Ayara. Faltou luz?

- E está escutando algo?

A amiga da minha neta me pergunta algo no vídeo e eu fico sem graça já que ela não tinha me respondido.

- Estou escutando um som. Um barulho. Parece uma marretada. Estão reformando algo?

- Hum. Sim, sim. Tem alguma coisa sendo marretada e martelada de várias direções e sentidos diferentes.

O que a Ayara queria dizer com isso?

- T-Tá bom, minha filha. E onde está a minha neta? A minha Ramona?

- Eu estou caminhando para lá mesmo. Você vai rever a sua neta.

E o escuro não mudava. A única coisa que mudava era só a minha audição captando cada mais e mais daquele som.

- Nossa. Isso é alto. A Ramona está aí mesmo?

- Sim. Está. Já entrei no quarto dela. O que você está escutando?

Agora eu escutava que as porradas pareciam secas e abafadas. Como se houvessem múltiplos tapas sendo dados em alguma pele.

- Eu.... Eu não... Eu não sei.

- Acho que você sabe, vovozinha da Ramona.

A voz dela sai debochada e parecia a tortura de uma diabinha me colocando ideias horríveis e que eu não queria conceber.

(Porque as palavras dela me parecem como gotas de veneno?)

- Seus irmãos estão brincando de dar tapas com a minha neta? É isso?

O que seja lá que estava acontecendo eu agora ouvia sons de arfadas de ar. Umas vozes graves de muitas pessoas ali respirando forte. O que eu via (mesmo sem ser nada) já estava tirando meu fôlego e eu me sentia claustrofóbica.

- Sãos meus irmãos negros sim. E eles tão brincando de estapear sua netinha. Mas não é com as mãos que eles estão batendo nela. Eu vou deixar bem perto da Ramona o celular. O que você está escutando?

Era...

Era...

Era...

Eu estava escutando claramente a minha neta gemendo e dizendo.

- COCA!!! AU!!! ME DEEM MAIS COCA!!! AU!!!

🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄

Inúmeras mãos vão me apalpando e eu sou colocada cavalando em cima de um homem que eu não via, e que começa a comer a minha buceta.

- Oh!! Uh!!

Sem ver nada eu só sinto outro se posicionando atrás de mim. E os dois vão me penetrando duplamente no chão.

- Isso. Maravilha, vadia verde. Aceita bem as rolas dos amigos do meu marido e dos moradores do bairro.

- Ayana?! Eu não consigo ver nada! Eu quer-Gluh!!

E algum outro preto que eu não conseguia ver me calou com o seu pau. E igual como eu imaginava que eu fui abusada em um gangbang (porque eu surtei e apaguei parte das minhas memórias de tal evento) na casa isolada da trilha da Jeniffer, eu também o estava sendo ali agora para um público de negros diferentes.

- Cala a boca, Ramona. O seu trabalho é só gemer e dar para dezenas e dezenas de homens com suas ascendências superiores africanas. E isso eu posso arredondar para tanta gente que dá pra fazer dois times de futebol, e contando os reservas. A cada uma hora eu te darei um chocolate para você aguentar. E oficialmente começa a sua lapidação final. Você passa no teste se estiver viva ao final.

E foi assim que começou o meu teste final.

Vó, eu vou passar por isso e voltarei segunda-feira pra você.

Eu prometo, vovó.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- Caralho! Você de novo?

Eu entrei na casa da Ayana e estava ali o gordão do Mustafá.

- Eu que digo isso. Você também veio rever a Ramona. Gostosa demais ela, não é?

Ele estava na porta escancarada olhando pra dentro e esperando a vez dele.

- Sim, demais. Foi você que fez pressão? Para os moradores terem acesso a ela hoje?

E aquele gordo abusado cai na gargalhada.

- Ficou tão na cara assim? Quando o Ganga apareceu com o grupinho dele eu fiquei aqui na frente da casa e desenrolei pra gente outra foda com ela. Você tinha que me agradecer, seu ingrato.

O Mustafá massageia o pau na calça despudoradamente e lambia os lábios com fome enquanto olhava para o interior do quarto com muito interesse.

- Eu não sou ingrato. A Ayana até deixou os filhos dela lá na minha casa e.

- Opa, foi mal. É a minha vez na fila. Vagou um orifício e eu tenho que estacionar nessa vaga. Vou comer a ninfetinha adolescente pela terceira vez. Valeu.

E me deixando no vácuo ele entra.

- Pera aí, como assim terceira vez? Mustafá?!

🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄🎄

Pá Pá Pá.

- Gluhglohgloh!!!

PÁ.

PÁ.

PÁ.

Durante uma eternidade eu só sentia as estocadas fortes e firmes dos pretos que me comiam. Eu não estava vendo e só sentia com o meu tato o suor e os corpos deles. A minha boca sentia o sabor das rolas grossas e desesperadas pela minha garganta. E as outras buscavam o meu cu arrombado e a minha buceta.

- Aqui. Uma hora. Mais um doce.

PÁ PÁ PÁ.

Já era o segundo doce do gangbang. 2 horas se passaram e eu já me sentia exausta. Mas o recheio do chocolate transforma o calor absurdo do quarto em frio e eu consigo tirar forças nem sei de onde.

- Au! Au! Au-Glohglohgluh!!

Pá.

Pá.

Pá.

E minha latida eufórica é calada com outra rola enorme e negra.

- Cala a boca, vagabunda. O casal rico daqui te preparou só pra isso. Agora o treinamento doido deles acabou e começou a sua vida nos servindo. Só isso que eu sei. E só isso que importa.

Massacrada por todos os lados eu continuava a ser.

PÁ PÁ.

Os minutos depois do chocolate mágico eram os mais intensos. porque o efeito do bombom misterioso passava e eu só teria outro 60 minutos depois.

Entre um revezamento oral de um gozo pra outro eu falo.

- Glup. Mestra Ayana, tem como aumentar o ar-condicionado?

Ela deve ter escutado, porque uma mão feminina puxa o meu cabelo.

- Onde você, uma puta verde imbecil e mimada, acha que está? Em um hotel? Em um SPA? Hoje não é o dia para você ter colher de chá e conforto. Só porque reclamou, eu vou desligar o ar e fechar a janela e a porta.

O som do ar que climatizava o ambiente (mesmo que não desse vazão mais) some. E eu escuto a porta ser fechada.

- Gluhgloh!! Glohh!! Gluhgluh!! Glohgloh!!

Pá Pá Pá Pá.

Alguns minutos depois o calor aumenta muito. Eram níveis infernais de calor e ar abafado e quente. O saco do homem na minha frente metendo fundo na minha garganta colava no meu queixo. Eu suava como em uma sauna dos poços do inferno. Cada pirocão preto que entrava em mim eu sentia a carne deles colando em mim e eu alucinava ao ponto de não saber mais o que era o meu corpo e o que era o deles. Eu era uma mistura de suor meu, suor deles e gozo.

- Terceiro doce. Depois de você engolir esse eu vou querer que você repita o seguinte. ‘’Eu amo coca’’. Entendeu?

- Sim. Tá.

PÁ PÁ.

PÁ PÁ.

PÁ PÁ.

E eu engulo o chocolate.

O suor, os vapores de pica e o chocolate. Eu sinto que o meu corpo estava se esfacelando e atingindo as dimensões de todos aqueles corpos entrelaçados e me querendo. Todos me amando e apaixonados pelo seu momento de colarem em mim e dividirmos o mesmo gozo e orgasmo fusionado por transpiração e o contraste de nossas peles que eu sequer podia ver, mas eles sim.

E algumas coisas pontudas vão me cutucando como gravetos (devia ser loucura minha) e em algum momento eu surto e começo a gritar o que a minha mestra Ayana me mandou falar.

- Coca!! Eu quero coca!!

Mais gritos parecidos são vocalizados. Um mais doentio e louco que o outro, ao ponto que eu me excitava com o que eu falava e notava que aqueles pretos eram mais gostosos que toda a cocaína do mundo. Olha como eu estou? E isso porque não tinha ingerido nem 1 g de cocaína. E tudo isso enquanto as pontas me cutucavam nas costas e no bumbum. Não eram as mãos que me agarravam, nem as esguichadas de sêmen que eu sentia que estava levando, e nem eram as rolas que me penetravam. Eram outras coisas.

Algum momento depois eu escuto a Ayana rindo e ela me dá um beijo na bochecha.

- Nossa. Você está tão encharcada de leite masculino que eu sujei meus lábios de gozo. Mas por hora está bom, não vou ser tão chata com você. Parabéns, a sua encenação já serviu ao propósito esperado.

As pontas estranhas somem e a suruba volta ao que era antes.

Papai.

Jeniffer.

E vó.

Meu deem forças para resistir a isso.

Principalmente você, vovó. Já que ainda está comigo e morreria de desgosto se me vissem assim.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- NÃO!! AH!!

Eu dou um grito e em um estertor de dor eu caio no chão com o meu celular na mão ainda.

- Que foi? Entendeu agora? A sua neta está sendo comida pelos traficantes da boca de fumo de Senador Camará. Eu nunca fui amiga dela. Meu nome é Ayana e não Ayara. E eu sou a dona da boca e filha do homem que o pai dela, o João, matou naquele dia que salvou sua filha. A sua neta foi achada por mim e a Ramona aceitou quitar a dívida do papai dela, e em troca não mataríamos você.

Eu com certeza quebrei a bacia e metade do meu rosto eu sentia congelado.

- Solta ela!! Por favor!! Ela é tudo que eu tenho!! Podem me matar mais deixem a minha netinha em paz!!

E com uma paralisia de algum derrame que eu estava lentamente no processo, eu sabia que faleceria em breve. Meu coração era só horror e desgosto.

- Por que eu aceitaria a sua vida em troca da dela? Você é uma velha branca com o prazo de validade vencido. A sua netinha não. Novinha. 17 anos. Ela tem anos e anos para nos servir e aos homens da boca. Dá uma olhada antes de enfartar e empacotar. Vai ficar sem ver a sua neta? Dá um tchau pra ela. Você cuidou tanto dela. Nutriu os sonhos e bordou esperanças pra ela. E veja agora tudo isso violado e manchado. Veja a sua Ramona. Eu sei que você quer.

Eu não devia fazer isso. Mas eu viro o celular pra mim, minha mão em garra trava e só mexia o pulso e foi o suficiente para direcionar.

E nele eu vejo a minha netinha seminua com suas roupas rasgadas e tendo relações sexuais com incontáveis homens negros com o dobro e triplo da idade dela, eles até cutucavam o corpo dela com a ponta dos seus fuzis e ela olhava para a tela com uma cara drogada e vazia de consciência e alma.

- Que visão horrível. Ainda bem que não verei os seus olhos e a luz que morreu ali. Que Jesus Cristo te tire desse sofrimento. Eu fico feliz de ter ver uma última vez. Quanta dor!! Aí meu pai!!

E eu desligo a tela e não escuto mais nada daquela representante de Satanás. Eu só fecho os olhos e com lágrimas escorrendo eu vou sentindo meu espírito partir em um misto de tristeza e saudade.

Ramona, eu queria poder ter te ajudado mais. Queria ter sido mais a sua amiga, mesmo que muitas gerações nos separassem. Você sempre foi distante demais.

E seu eu puder interceder lá do outro lado com o papai do céu por você, eu irei.

Adeus, minha netinha.

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Capítulo 33 – Ramona In The Skies with Black Diamonds

No final eu consegui vencer a lapidação.

E depois de comer vários doces e dar para todos ali, eu tenho as vendas tiradas e nem via mais a luz do sol entrando no quarto.

- Está viva?

A pergunta era estranha? Porque é claro que se eu estivesse viva eu iria responder a Ayana.

Mas o sentido da frase se mostra quando eu desabo no choro e meu corpo tilinta de frio e fraqueza.

- Sim. Só estou fraca.

Não sei porque eu estou sentido exatamente os sintomas de quando eu cheirava coca. Era nesse ponto até que eu cortava o uso para evitar a overdose antigamente.

- Relaxa. Vai passar. Você está aprovada e é um Diamante Negro. Volta pra sua gaiola.

Os últimos homens saíam do meu quarto, contudo a minha cama foi arrastada um pouco para o ponto anterior.

- Sim, Mestra. – Eu uso os resquícios finais de força pra engatinhar com os braços até a gaiola. – E eu estou livre? Você me prometeu que eu poderia sair depois de virar um Diamante Negro.

Ayana e eu éramos as últimas no quarto. Ela liga o ar-condicionado e se abaixa na minha jaulinha de pássaro gigante onde eu dormia e fala.

- Sim. Mas ainda temos que oficializar. E isso será feito segunda-feira. Quem bate o martelo e sacramenta as meninas como Diamante Negros é o Tinta, o Ink. Você já deve ter escutado esse termo uma vez ou outra.

Sim, eu até tinha. Mas não havia dado muita bola e imaginava que era irrelevante.

- Escutei. Algumas vezes.

- Pois então. Amanhã você irá para o Estúdio dele. Pensa nesse Estúdio como a igreja em que você será batizada. E logo após isso você pode sair se quiser.

E a Ayana Ribeiro coloca um cadeado na minha gaiola e sai do quarto.

E ali sozinha eu deito no estofado macio da minha cama com grades. Toda suada, gozada, com frio e vestida com trapos.

- Tinta. Me converta e me batize como Diamante Negro e me deixe descansar finalmente.

E eu desabo em sono profundo.

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- Tinta, é a Ayana. Finalizamos aqui.

- Compreendo. E vai trazer quando ela? Final de semana que vem?

- Eu preferia essa segunda.

- Sua fama de apressada se justifica. Nunca pensou que a demora no Grupo 21 talvez tenha se dado pela sua afobação? O que a levaria a ter que descartá-las?

- Com todo o respeito, Ink. Mas eu discordo. Você nos deu certa discricionariedade e liberdade. E eu assim a exerci como gestora dessa lapidação. Não importa se eu quebrei 100 meninas antes e demorei. O que importa é que uma delas conseguiu passar pela seleção e é uma joia especial. E o nome dessa cadela única é Ramona.

- Uau. Suas palavras são eloquentes e comoventes. Tudo bem. Traz ela amanhã. Eu tenho clientes normais durante o dia. Por volta das 22:00 ela pode estar aqui.

- Combinado. Amanhã as dez da noite. Até breve, Tinta.

- Até, filósofa Ayana.

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O resto do meu dia não houve mais nada. Eu só fiquei deitada em um estado quase de semi morte. Eu estava sonolenta mas agitada ao ponto de não conseguir dormir. E estava acordada mas fraca ao ponto de não conseguir levantar.

- Parabéns, filhinha. Você conseguiu. Está satisfeita?

Ali do lado de fora da gaiola o meu papai aparece no meu quarto outra vez.

- Pai, veio zombar de mim?

O meu papai João estava todo negro. Não eram mais pedaços costurados de membros. O corpo todo dele era um corpo esguio (quase andrógino e eu via até como se fossem seios?) e africano. E só a cabeça era a dele. A cena era mortalmente ofensiva e parecia que a minha mente queria me torturar e rir da minha cara.

- Eu? Debochar da minha filhinha? Não mesmo. Eu vim só ver se você está feliz.

- Eu estou exausta até para discutir com uma imaginação minha.

Com uma voz meio aguda e até meio feminina meu papai ri estridentemente.

- Parece que você entendeu o que eu sou. Mas eu tenho outra sugestão pra você.

Algo assustador acontece.

Ele começa a puxar uns barbantes grossos em seu pescoço e a desatar uma costura monstruosa.

- Pai! Que coisa horrível! Para com isso!

Ele tira e faz um laço e me oferece.

- Aqui. Pendura no teto da sua prisão de aço e dê fim à sua vida. É o único jeito.

Eu recebo o objeto de suicídio artesanal que o meu próprio pai ilusório criou pra mim.

- Como assim?! Único jeito?! Eu não quero me matar!

- Filha. Você vai preferir não estar viva à confrontar a realidade segunda. Essa é a sua única chance. Não a desperdice.

Meu pai chora lágrimas profundas e viscosas de uma negrura a lá piche pré-histórico que escoria de seu fronte como vales de amargura, medo e remorso.

- Não, pai. Eu preciso passar por isso e ver a verdade. Eu vou sair disso amanhã. Confia em mim.

Meu pai se afasta e com suas mãos negras (eram esmaltes nelas?) e ele tapa o seu rosto e antes de sumir ainda me fala.

- Então seu destino está selado. E a próxima vez que você ver meu rosto não será com alegria. Minha verdadeira face vai te encher de desespero e loucura. Até amanhã.

E ele some.

E como se aquilo fosse o que falta para conseguir dormir eu desabo em um sono profundo.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- Amor, hoje eu vou ter que ir pro trabalho. Você cuida de levar a Green Slut ao Ink?

- Sim, querido. Pode ir. Eu vou até levar o café dela. Beijos e bom trabalho.

- Até.

Meu marido sai com as crianças e eu vou até o quarto.

- RAMONA!!

Eu saio correndo e abro desesperada a gaiola.

E ela estava bem e com pulso.

- O que foi isso? Que susto!

Ela estava com os frangalhos de sua camisa esfiapada no seu pescoço e a outra extremidade afixada em um nó na parte de cima da barra da gaiola. A cena parecia de um suicídio por enforcamento. Mas agora de perto eu via que estava frouxo e ela só dormiu mesmo.

- Porque você fez algo diabólico assim? Quanto medo eu fiquei de te perder.

Ela nem tinha acordado e visto o meu rosto choroso e desesperado.

- Ainda bem que o último gangbang de lapidação com você será o da cerimônia pra te nomear um Diamante Negro. E ela não será no seu corpo, e sim no seu cérebro. Depois de hoje a noite você nunca vai querer escapar dessa vida que te demos.

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Quando eu acordo ainda estava na minha gaiola-cama e meu corpo doía muito e eu me sentia quente.

- Ramona, como você está?

A minha dona Ayana estava de pernas cruzadas no carpete na minha frente.

- Estou. Só me sentindo quente.

- Um segundo.

A Ayana levanta e volta com um comprimido e um copo d´água.

- O que é isso?

- Uma novalgina. Abre a boca.

A Ayana parecia mais preocupada comigo. Mas mesmo assim ela não abre mão da sua truculência carinhosa de abrir a minha boca e botar o remédio lá.

- Engole e beba a água.

Ao invés de me dar o copo d´água, ela enche o meu bebedouro grande anexado à gaiola e que eu podia o usar por um tubo de alumínio. E eu bebo nele e engulo o remédio.

- Bom. Está com fome?

- Sim. Um pouquinho.

- Hoje será a sua primeira refeição como Diamante Negro não oficializado. Vou buscar pra você.

Mais uma vez ela sai e volta com a minha comida.

- Uau, é pra mim?

- Sim, curtiu?

- Bastante.

Era uma gelatina verde e com muitas coisas com um aspecto cremoso dentro.

- É uma gelatina de limão. É um prêmio merecido seu. Você foi a pedra que mais se dedicou, resistiu e cumpriu seu papel em tempo recorde. Pode comer.

A minha Mestra parecia preocupada. O amor dela era genuíno, mas parecia baseado em algum temor de que eu pudesse desaparecer no ar.

E ao colocar lá dentro (sem garfo ou colher), eu me abaixo de quatro como uma cadela e começo a morder a gelatina.

- Nhonc.

- Que linda! Nossa, como o meu petzinho cresceu e amadureceu em sua jornada de autoconhecimento. O seu novo e inaugural dia de nascimento é hoje e eu vou precisar registrar com umas fotos.

Enquanto eu comia (e estava gostoso mesmo) eu sentia a minha alma e o meu corpo se curar um pouco. Fazia dias que só comia aqueles doces viciantes e os restos das refeições da família da Ayana. Eu recupero a minha animação e comia bestialmente, exibindo até um sorriso demente de felicidade.

- Au! Nhonc! Au!

Porque eu estou latindo?

Não sei. Eu só sei que é bom.

Pera. Au.

Droga. Au. Eu estou me excitando. Au.

- Olha a cara de alegria da minha cadelinha verdinha! Nossa. Eu vou subir umas fotos e vídeos do seu estado atual em uma conta fake de BNWO no Twitter só para poder publicar esse material todo. Aqueles fuzis ficaram convincentes quando eu pintei as pontas laranjas.

Au?

Fuzis?

Eu não pergunto nada e me limito a continuar a comer.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

Finalmente chega a segunda e eu vou até a casa da Ramona devolver os seus respectivos documentos.

Eu morava na zona sul e a zona oeste não me era muito familiar a mim. Meu carro era de um modelo caro e eu tinha medo ser roubado.

- Quer saber, eu vou de BRT.

Eu me arrependi profundamente quando eu me encontrei naquele busão lotado. Ninguém usava máscara, e alguns poucos que usavam deixavam o nariz de fora. Era uma barbárie.

(White people...)

Mas eu consegui chegar no Mato Alto e empurrar uma galera pra descer.

E lá fora eu vou perguntando até achar o ônibus para Campo Grande.

- Estou quase lá.

Uns 40 minutos depois eu chego no centro do bairro e vou até o endereço dela.

Tinha alguns carros ali e até veículo da polícia e do SAMU.

- O que é isso? – Eu pergunto a uma senhora na rua ali olhando.

- Você não está sabendo? A Irene era minha vizinha e ela infartou. Coitada. Que Deus a tenha. Estava sozinha em casa e só descobriram o corpo hoje.

Aquilo gela o meu sangue e eu não sabia o que fazer. Eu fui pra lá encontrar a Ramona e ao devolver os documentos dela quem sabe paquerar e saber mais dela. E no lugar disso eu acho um corpo em decomposição de uma velha infartada que passou um dia ali até acharem.

- Ela não tinha uma neta?

- Sim, você é do bairro?

- Sou sim. Fim da rua, Eduardo. – Eu minto, só meu nome sendo o pingo de verdade naquela falsidade.

- Prazer, Eduardo. Ela tinha uma neta sim.

- Conhece ela? O nome?

- Olha, ela só saía cedo pra trabalhar e voltava tarde. Mas acho que era Ramona. Infelizmente ela não estava com a vó dela para acudi-la. Uma tragédia...

Eu só deixo a mulher ali fofocando os carros e me despeço saindo de fininho de lá.

- Caralho. Que merda. E agora?

E indo embora com os documentos dela eu me dou por vencido. Aquela mina não seria minha mesmo. E algo me dizia que se eu fosse mais atrás eu teria o mesmo destino que o da vó da Ramona.

- Ramona, queria ter você pra mim. Mas eu sei que já era. Eu espero que você esteja bem e que as coisas que eu vi lá no Twitter sejam só esquizofrenia e eu sendo Stalker. Boa sorte e adeus.

E eu rasgo a carteira de trabalho e a CNH-A dela e jogo no lixo.

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Mais tarde naquele dia de início de semana eu vivia o meu mundinho. Enquanto todos fora daquela minha bolha de realidade estavam em seus expedientes, eu no caso vivia em cativeiro dentro de uma gaiola. A Ayana aparece no meu quarto e diz.

- Ramoninha, vamos sair só as oito horas. Eu vou te deixar sair e relaxar. Até a formalização de noite com o Tinta da sua lapidação eu deixarei você aproveitar e se divertir. Faça o que você quiser. Não terá nenhum desbaste ou polimento sexual. Você está pronta já. Pode se distrair pela casa.

Com a gaiola aberta eu saio e consigo até me equilibrar em pé.

- Mestra, eu não sei o que fazer.

- Hum... Vai descobrindo. Quer ver um filme comigo?

- T-Tá.

Alguns momentos depois eu estava no sofá com a Ayana.

- Eu vou botar aqui um filme na Netflix. Quer beber algo? Um vinho? Cerveja?

- É... Cerveja...

Aí eu fico deitada e a Ayana busca uma Heineken pra mim e pra ela.

- Aqui. Pega pra você.

E eu fico super constrangida ali no sofá com a minha mestra. Com as mãos atrofiadas em novos hábitos e conformadas em garrinhas ou patinhas eu consigo apoiar o engradado com elas e entornava.

- Glup. Glup.

- Boa. Tá bebendo bem. Só não vira uma alcoólatra.

E a Ayana bebia e me agarrava. Me cheirava. Me beijava. Se eu cortasse o meio daquela minha aventura com aquela preta, pareceria um filme romântico lésbico de um casal interracial. A branquinha hipster de cabelo verde trabalhando no café. E a ativista negra escrevendo seus livros filosóficos. E ao final do dia elas se encontram, bebem umas cervejas e aproveitam o dia juntas em um amor recíproco.

- Eu não mereço isso. Eu só a cadela dessa família.

E eu tento descer e ficar no chão. Mas a Ayana me abraça por trás e me impede.

- Não. Olha pra mim.

- Sim, Mestra.

Eu fico de costas pro filme do Netflix e fico no colo dela.

- Vamos lá. Você está certa. Você é a nossa escrava. Não só sexual. Escrava verde. Nossa cadela. Mas isso não quer dizer que você tenha que ser privada de conforto básico, o importante é que isso seja dado e concedido pelos seus Mestres africanos, seus Donos negros e negras. Um poodle não pode ficar em cima da cama de vez em quando? Ou no sofá de sua dona? É a mesma coisa com você. No futuro, quando todos os brancos forem colocados em seus lugares, isso não quer dizer serão só pet sexuais e estaríamos trepando com vocês 24 h/dia. Vocês serão nossos objetos, nossos escravos, nossos animais, nossos pets, nossos cachorros e cadelas. Você já viu alguém transando com uma boneca inflável na rua?

E a Ayana espera, o que me indica que não era retórico e eu me apresso a responder.

- Não, dona Ayana. Nunca vi.

- Exato. Vocês serão escravas, bonecas infláveis pra muitos de nós. Mas isso não significa que será socialmente aceito em uma sociedade superior negra o uso de vocês na rua, entende? Vocês são objetos de uso, sexual é só uma modalidade de aproveitar seus corpos. Mas não passaremos o dia inteiro fazendo sexo e nem vocês passarão o dia inteiro sendo fodidas (melhor, algumas até vão viver e morrer assim). O seu caso é intermediário. Eu quero você para me divertir e até amar. O cachorro é inferior a uma pessoa. E isso impede que eu ame um gatinho ou um doguinho? Não. Eu quero você para em dias frios amar e abraçar. Que quero você como uma cavalinha caucasiana dos meus filhos para eles te montarem. Eu quero você para ser a minha empregada escrava para limpar a casa. Eu quero você até para ser a minha fêmea pálida e inferior pra beijar.

E a Ayana me beija apaixonadamente na boca.

Se eu já tinha sido beijada assim na vida eu me esqueci. Mas ali eu achei um amor e paixão maiores que as fundações do meu ser. Aquela boca carnuda era tudo pra mim e ela agora era a deusa Africana que antes eu me intimidava com a sua beleza, e que agora eu a adorava e tocava em seus lábios. Como se fossem mais viciantes que cocaína.

Ayana, eu não quero mais sair!

Eu quero só você agora!

Au! Au!

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- Está pronta?

- Sim, Mestra.

- Ramona, eu vou na rua com você. Então só fale assim: ‘’Sim, senhorita Ayana’’. E abaixe a cabeça formalmente, você é a minha empregada lá fora.

- Sim, Mestra.

Eu preparo um tapa pra dar nela.

Agora não.

Mais tarde quem sabe.

- O que eu disse? Você é tão retardada assim?

- Sim, senhorita Ayana.

- Agora sim.

Eu a vesti com uma roupa de empregada que comprei de algum cosplay.

E agora ela sentava no banco do carona e eu saio com o meu carro rumo ao Estúdio do Tinta.

- Está nervosa?

- Não. Eu não sei o que me espera.

Era pouca coisa e muita ao mesmo tempo.

- Não é nada. Tinta é só o gestor do grupo de Lapidação 1. Foi ele que começou. E é como uma vacina, que é feito padronizada. Nós fizemos o mesmo procedimento. Mas quem bate o martelo e diz que um diamante qualquer é um Diamante Negro é ele. Entendeu?

- Sim, senhorita Ayana.

Agora tá bom.

As outras surpresas têm que ser apresentadas no momento certo.

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E eu sigo com a minha roupa de empregada. Era uma roupa preta com babadinhos brancos, e uma fita no pescoço e nos pulsos. Quase emulando grilhões em meu corpo.

Era uma volta a minha rotina, porque esse tal de Estúdio ficava exatamente na Avenida das Américas. E agora de carro a Ayana Ribeiro acompanhava a linha do BRT. E eu revia a paisagem e o mundo externo que eu havia sido privada.

- Sente o ar de fora. Talvez você fique um bom tempo sem ver o sol de novo.

- Sim, senhorita Ayana.

- É brincadeira. Calma. Estamos quase lá.

A Ayana entra a direita na direção da praia. E ela estaciona em algum Shopping chique daqueles muitos de galeria que tinham só lojas de câmbio, sushi e estúdios de tattoo.

- Vem.

Agora eu saio e passo a exibir publicamente aquela roupa de noite. Tinha pouca gente mas eu andava meio mancando (bipedismo não era mais um hábito normal meu) atrás de minha dona.

Ela vai até um estúdio enorme e separado do Shopping. Fazia parte mas era como um anexo em um caminho pergolado até um Estúdio de Tatuagem enorme e fechado.

Ayana para na frente e manda áudio.

- Tinta, eu trouxe a joia do grupo 21. A nossa pedra preciosa está aqui.

Ali parada eu olho pra cima e vejo o tamanho inesperado daquele estúdio, ele tinha uns 3 andares e parecia mais uma mansão do que um estúdio de tatuagem.

E lá em cima eu vejo uma garota de cabelo azul bem longo e que usava um vestido branco e balançava as perninhas ali no terraço.

- Ayana, olha...

- Tinta, é um prazer! Esta é a Ramona.

Nesse meio tempo aparece um homem negro forte e de blusa social bem cortada e sob medida pra ele. Ele parecia ter o porte de dois ou três homens brancos magrelos juntos ao mesmo tempo.

- Olá, pedra do 21. Parece que você viu um fantasma.

Eu olho pra ele e pra cima.

- Tinha uma menina com o cabelo azulado como o céu ali em cima.

E não havia mais ninguém quando eu olho novamente.

- Não é só a Ayana que tem o seu Diamante. Eu também tenho o meu. Mas ela é tímida. É uma raridade alguém conseguir ver ela, talvez isso te dê sorte. Entre.

E eu entro com a Ayana.

E só lá dentro tinha um balcão e uma indicação de que aquilo era um lugar de se fazer tattoo.

O logo do estúdio era um diamante negro com a frase.

Ink’s Black Diamonds.

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- Vem, Ramona.

Ela olhava embasbacada para o estúdio como uma caipira branca ignorante na cidade.

- Sim, senhorita Ayana.

- Já pode voltar a me tratar normalmente. O expediente acabou e não há nenhum branco perdido e solto erroneamente aqui para você precisar amenizar a sua fala.

- Sim, Mestra.

E eu subo com o Tinta e a minha cadelinha atrás e ela escutava a nossa conversa.

- Que pena que a sua atendente não está aqui. Ela é tão engraçadinha.

- Você acha? Ou está sendo irônica?

- Não mesmo. O resultado nela foi único. Uma pedra mal acabada e mesmo assim você deu uma excelente utilidade pra ela.

- Sim. Enfim. Chegamos ao espaço de batismo das pedras acabadas. Bota a sua joia na poltrona.

E eu começo a colocar a Ramona na poltrona e a prender seus membros nos pontos do assento dela com correntes dispostas ali para esse uso.

E do lado havia uma outra garota.

- Tinta, seu safado. Você batizou outra menina hoje.

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Ayana e o Tinta me prende em uma poltrona de tatuagem. Esse cômodo ficava no segundo andar e havia espumas marrom-bege acústicas como se fosse um auditório ou ambiente pra show. Aquele lugar parecia uma espécie de sala de tattoo voltada para mim ou aquelas iguais a mim.

- Lah! Lah!

Eu escuto a voz feminina fazendo um gemido manhoso e privado de inteligência vindo do meu lado.

E só agora eu vejo uma menina presa (e nua) como eu e que tinha um longo cabelo rosa. Essa menina botava a língua pra fora e revirava os olhos. Ela não tinha traço de que alguma vez algum pensamento ordenado ou sinapse foi feita. Era uma linda jovem com uma face boçal ao extremo e em transe. Ela parecia estar tão excitada que o estímulo sexual de prazer e gozo obliterou e matou a sua massa cinzenta.

(LAAAAAHHHH)

- Ayana, Mestra. Q-Quem é ela?

E o Tinta responde.

- Ela é o Diamante Negro do grupo 17. O nome dela é Bella. Eu já terminei de oficializar ela como Diamante Negro. Não é mesmo, Bella?

- Lah! Lah!

Ela só meneia a cabeça e concorda mais com espasmos com a língua pra fora do que com qualquer fala mais complexa que o gemido monossilábico que ela usava.

Era assustador e bonito ao mesmo tempo. Eu sentia que estava vendo o meu futuro nos próximos minutos. O /Lah/ dela parecia o meu /Au/, só separado de uma degradação mental e incremental que eu ainda não passei e teria que passar.

- Eu vou tirar ela daqui, para não atrapalhar o seu processo.

O Ink tira a Bella de lá e some com ela por uma porta dos fundos.

E na volta o negão forte e bem vestido com o codinome Tinta se debruça em cima de mim e diz.

- Vamos oficializar o seu processo de lapidação.

Tinta apaga a luz e eu vejo que aquela sala de tatuagem era também como um mini cinema com um projetor.

- Mestra, estou com medo.

- Cale-se. Só veja a apresentação.

E ela começou.

Uma ficha com a minha foto, idade, peso, tipo sanguíneo, trabalho, endereço e tudo é mostrado.

(A primeira página da minha ficha)

- Ramona. Filha de João. Neta de Irene. Se você tem raiva da Ayana pelo que aconteceu contigo, saiba que a sua mestra é só a gestora do seu grupo. Quem escolhe todas as tentativas de diamantes sou eu. Então quem traçou o seu destino e te tirou da sua vida como funcionária do Starbucks e ex-usuária de coca, fui eu.

O próximo slide eram fotos, status de Facebook e stories do Instagram.

- A análise primária de se achar uma pedra é um filtro básico e simples. Mulher. Branca. Raio de 30 km desse Estúdio. Idade entre 14 e 19 anos. Com esses critérios eu tenho uma equipe que procura possíveis pedras para os grupos garimparem. Todos as escolas, cursos, universidades. Tudo que tenha uma lista de nomes a serem pesquisados. Fazemos uma lista de alguns milhares de menininhas potenciais. E dessas eu procuro com um filtro secundário. Um filtro do filtro. Eu uso outros termos de busca. Virgem. Depressiva. Sem vínculos familiares. Usuária ou ex-usuária de drogas. Situação financeira ruim.

E nesse momento minha identidade, CPF e outros documentos que eles me tiraram no primeiro dia eu fui na vila aparecem ali.

- E assim passa a ser uma lista de só algumas centenas de alvos ideias. E desse grupo eu procuro pessoalmente a mais frágil das frágeis. Aquela jovem branquinha que se pegarmos pra nós não faria falta à sociedade e à justiça, alguém irrelevante que o establishment não correria atrás do paradeiro da mesma. E assim chegamos à Ramona, the Green Slut.

Um vulto, que não era a Ayana e o Tinta, passa na frente da projeção. Eu estava me sentindo mal e alucinando já.

- Não. Então foi por que eu postava sobre mim.

- Exato, cadela. – Ayana responde. – Foram os seus tweets de piadinhas sobre se matar. As publicações sobre depressão. Os stories sobre você ser uma fudida de grana e as fotos de copo de café do Starbucks. Você não só atraiu os seus fanboy branco cucks que te davam likes e que diziam que você era linda. Você botou um alvo em cima de ti e o Tinta te localizou e nos enviou seu itinerário do BRT. E eu como gestora do Grupo de Lapidação 21 enviei o meu marido e seus amigos para te assediarem no transporte público e começarem lentamente a te corromper. E o resto você sabe.

A sombra passa de novo.

O slide muda para algo completamente brusco. Uma foto minha comendo pudim de limão.

- Obrigado, Ayana por essa imagem de hoje mais cedo e por esse discurso. Eu continuo daqui. Então, nós já procurávamos as meninas brancas com os laços familiares, sociais, financeiros e até psicológicos e mentais dos mais volúveis e fracos para poder escravizar. A lapidação é só um termo técnico para um processo massivo de desvincular as pedras (você, por exemplo) de toda a realidade e mundo exterior. Tudo. Passamos um rebolo de retífica e arrancamos todo o passado, cultura e hábitos humanos que vocês tinham. Essa imagem é uma prova. É claro, algumas sofrem danos irreparáveis e são descartadas. E outras como você ainda resistem e chegam ao patamar de Diamante Negro. Próximo slide.

O próximo era uma nota de obituário local do dia de hoje.

E só depois de alguns segundos eu entendo o que era e um dos nomes que estava sublinhado ali.

- Não!! Minha vó!! Vocês mataram ela?! Vó!! Socorro!!

Eu me esperneio e choro e grito como nunca antes o fiz na vida. Por alguns milésimos de segundo eu encarei tudo aquilo como roleplay e tentei sair de lá por causa do meu pavor com o que eu soube da minha vó, quase como se as consequências pesadas e da realidade batessem a porta e se aquilo fosse um fetiche pesado eu queria sair e acordar.

- Calma, pode gritar a vontade. Esse cômodo foi feito exatamente para batizar vocês e criar os Diamantes Negros. Lá fora não dá para te escutar. Quanto mais no resto do Shopping.

E eu choro e grito até soluçar e parar só por cansaço físico e da minha alma.

- Parou? Agora veja porque da sua vó ter morrido enfartada.

O próximo slide era um vídeo.

- Eu não quero ver! Aí!

A Ayana puxa o meu cabelo e grita comigo. Foi a primeira vez que eu a ouvi gritar assim.

- Vagabunda inútil e arrogante! Olha pra porra do vídeo! Se eu precisar eu corto as suas pálpebras para te forçar a ver. Eu não vou permitir sua audácia agora. Aba a merda dos olhos e olhe pra frente!

Eu a obedeço e vejo.

Na minha frente eu vejo o vídeo do domingo. E eu entendo o porquê daquelas pontas.

Eram armas que me cutucaram. No vídeo eu estava suada e exausta ao ser fodida por todos os lados por negros que me cutucavam com fuzis e eu gemia vendada sem nem saber disso.

- A sua mestra, a gestora do grupo 21, ela mostrou você em uma chamada com a sua vó no domingo, quando ela ligou preocupada querendo saber de ti. E quem disse que era ex-usuária e viciada em cocaína e que o pior medo da vovó Irene era ver a netinha em uma suruba com traficantes? Foi você. Você que relatou esses detalhes sórdidos do seu passado pra Ayana Ribeiro. Achou mesmo que isso não seria usado contra você? Nós matamos a sua avó? Incorreto. Você que matou a mãe da sua mãe. Você que matou o seu pai João. E hoje o seu eu antigo vai morrer pelas suas próprias mãos. Vou até repetir o vídeo.

‘’Eu quero mais coca! Au! Coca! Au!’’

- BUAHH!!!

Eu grito e choro e meu coração se despedaça enquanto eu me escutava gemendo e fudendo com esses pretos. E sabendo que essa foi a última coisa que a minha vovozinha viu de mim antes de partir.

- E pra finalizar. Vamos ver como funciona os seus chocolates?

O próximo slide era uma imagem dos meus doces mágicos cortados ao meio.

Eles estavam lotados de cocaína.

- Você nunca deixou de ser viciada. Eu mandei o Ganga buscar quilos e quilos naquela boca que você me falou, realmente é fácil. Chegamos de trem e com aquele mesmo grupo que te passava a mão no BRT fomos compramos em levas separadas e elas foram juntadas e colocadas na minha casa mesmo. Eu guardei e te fiz usar na trilha e vi que as suas alucinações e histerias de droga eram a chave. E eu te condicionei recheando doces achocolatados de petshop com eles e escravizei a sua mente e o seu corpo.

Tudo era mentira! Tudo! Não era real!

Pera.

E a Jeniffer?

- Eu tenho a carta. A carta.

Com um sorriso maliciosa o Tinta fala.

- Qual? Essa? Da Jeniffer?

O próximo slide era a carta da Jeniffer em um print do Word.

- A carta foi confeccionada Amare e redigida pelo Tinta, Ramoninha. – Ayana se coloca na frente da poltrona. – Ele produziu as falsas evidências dela e espalhou pela casa naquele morro onde ela foi criada. Era só um gatilho para ser encontrado por qualquer garota que fosse passar pelo Intercâmbio lá. Eu saí de casa propositalmente. Tinha várias cartas que imitavam serem feitas por ela e na pressa.

Da sua roupa a Ayana tira folhas A4, guardanapos e até um pedaço de tecido escrito.

- E elas estavam espalhadas pela casa. Atrás de quadros, embaixo do estofado do sofá. Até no banheiro. Você achou o mais distante e escondido, o que é bizarro de toda forma.

E o último que ela não joga no chão era o meu papel higiênico.

- Não. Então a Jeniffer não existe.

- Errado, pedra do 21. Ela existiu e existe. É só que a mesma nunca escreveu a história dela. Eu que escrevi baseado em uma carta de V de Vingança e usei os dados que tinha e enviei ao grupo 14 para garimpar ela. Eu sabia que a Bella e você, Ramona, vinham e pedi ao Amare um vídeo com o seu Diamante Negro. É o último slide. Veja. Foi gravado hoje mesmo.

E outro vídeo.

Agora era um vídeo vertical de uma menina ajoelhada na frente de uma árvore em uma trilha estreita. A câmera focava no seu rosto e em um time-lapse o tempo avançava rápido e vários negros que seguiam a trilha paravam ali e metiam na boca dela.

(Até tu, Jeniffer...)

- Oi, Jeniffer. Manda um recadinho pra Ramona. Ela fez Intercâmbio na nossa antiga casa.

A mesma olha pro lado que grava e diz.

- Ramona, eu estava errada. Até a integridade é perdida. Meus Mestres a tomaram. Nada importa mais a não ser servi-los. E deus não está na chuva ou nas folhas e na natureza. Eles são os meus Deuses agora. Eu te odeio. Jeniffer.

E alguém para na frente dela e enfia a rola garganta abaixo dela e bate a cabeça da garota na tronco.

- Pronto. Recado do Amare e da Jeniffer, o Diamante Negro deles, foi dado. Agora eu vou oficializar a sua lapidação. Vai ser só uma pequena tatuagem.

E então o Tinta pega um equipamento de tatuador e se prepara para marcar o que parecia ser o meu rosto.

- Tudo isso é impossível. Não!! Tinta!! Jeniffer!! Ah!! Ayana?! Quem... Quem sou eu?! Quem são vocês?! Não apaga o meu papai! Tira isso de perto de mim! É tudo mentira! O meu papai!! A carta!! Minha vovó!! Vovó!! Não!! Ah!! Não apaga!! Não!! Ayana, faz ele parar!!! Meu rosto!!! AH!!! NÃO!!! PAPAIIII!!! HAAAAAAA!!!!!

Ele começa a destruir a tattoo que eu fiz com a lágrima negra. Meu último traço de lembrança do meu pai.

- Eu disse que o melhor seria não viver até aqui. Veja meu novo rosto.

O meu papai deixa de ser o vulto fugidio e revela-se. Uma mesma tatuagem aparece no rosto dele. E ela cresce. A gota ocupa o rosto inteiro. E ela se torna uma lama negra que modela o rosto de uma mulher.

O da Ayana Ribeiro.

- Ah!! Você!! Papai!! Au!! Ah!! Au!! Vó!! Ayana!! Não!! Au!!

E assim como o meu pai essa mesma lama de tinta negra me engolfa e eu desapareço mergulhada no nada e esquecimento absoluto.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

- Pronto. O primeiro Diamante Negro do grupo 21. Ramona. Parabéns, Ayana. O que achou?

Eu olho aquele Diamante Negro que eu podia chamar de meu. Ela tinha uma tatuagem de diamante embaixo do olho. Todas elas tinham essa marca no final do processo, cada uma geograficamente em lugares diferentes.

- Adorei. Ficou ótimo. Visível e discreto.

- Vai querer o QR-Code?

- Sim. Mas em algum lugar não visível. No bumbum.

A Ramoninha tinha desmaiado. E eu a solto e com a ajuda do Ink eu a coloco de costas.

- Qualquer nádega?

- Qualquer.

O Tinta abre um caderno de modelos e escolhe a tatuagem no último folheto pro bumbum dela.

- Pode ir comer e beber algo, caso queira. Eu farei rápido o trabalho final. Tem frigobares e geladeiras no corredor.

- Tudo bem. Estou mais calma agora.

Eu saio para o corredor e abro uma geladeira pequena e pego um mousse de potinho e como ali.

Um vulto azul passa como um lince no fim do corredor e quase que eu cuspo o doce.

- Que susto. O primeiro Diamante Negro é arisco pra porra. Ela nem parece que alguma vez já foi uma pessoa.

Eu volto e ele já estava quase terminando.

- Foi. Abre o App e vê se funciona.

Eu abro o aplicativo clandestino de nome Black Diamonds Database e boto a opção de leitura.

E ao apontar para a bunda da Ramona ele vai.

Ramona, Green Slut. 17 anos. 1º Diamante do Grupo 21.

Além disso meu celular, e outras informações para intercâmbio entre nós do esquema.

- Uau. A última vez que dei refresh no aplicativo o número de Diamantes estava em 26. E agora em 42?

- Sim. Alguns grupos que finalizaram a primeira já fizeram até a segunda. Mas cada um no seu ritmo, o importante é o banco de dados sempre aumentar. Ontem era 40. E hoje tem a Ramona e a Bella nele.

Que final feliz.

Eu vou comemorar muito hoje e só outro dia penso em quem será o meu novo Diamante.

- Tinta, seu método é sagrado e é uma regra de ouro.

- Calma. Tem outras pessoas com outras metodologias. Mas eles não dão os resultados que eu quero.

Tinta já havia me falado isso.

- Aquele Zabu?

- Isso. Tem muitas tentativas dele. Todas ainda muito fracassadas. E as que podem ser chamadas de bem sucedidas são escravas sexuais em lugares isolados. Puteiros. Casas abandonadas. Quilombos isolados. E eu não quero uma escrava branca assim. Que até vai engravidar e servir a muitos de nós, só que não interferirá diretamente no status quo do mundo branco. Eles até soltam coisas em blog, mas para quem não entende é um fetiche BNWO e vídeos caseiros de sexo.

- E o nossos Diamantes Negros são públicos. Brilham e mostram na rua o novo padrão cultural e moral.

- Exatamente, Ayana. Quer mais algumas tatuagens? Além dessas 2 obrigatórias os outros grupos pedem várias outras. Damas de espada. Tribais e vinhas africanas.

Eu vou usar muito ela publicamente pra ter a pele dela tão marcada.

- Não. Muito obrigada. Eu vou levar a minha escrava agora, meu precioso Diamante Negro.

- Divirta-se. E novamente parabéns.

A Ramona acorda e começa a se mexer.

- Lembrei. Eu prometi por todos os orixás que eu a deixaria sair se ela quisesse e dissesse pós lapidação. Solta ela, por favor.

Ink destrava as amarras e os elos de aço e a Ramona muda e sem expressão senta na poltrona.

- Ramona, você quer sair? Diga agora que quer ou cale-se pra sempre.

Ela se limita a olhar pra mim com olhos profundos e vazios de pura ignorância.

E responde.

- Au. Não. Au.

- Mantive a minha promessa. Agora vamos.

E eu saio de lá com a minha primeira estrela naquele céu que eu preencheria com vários diamantes reluzentes.

- Ramona, you are in the skies with the others Black Diamonds now. You are a Black Diamond too.

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Epílogo

Eu não consegui trabalhar por muito mais tempo no Starbucks. 6 meses depois que a Ramona se demitiu foi a minha vez de pendurar as chuteiras e sair daquele lugar que me enchia de boas lembranças e outras nem tanto.

Estar e trabalhar em um recinto onde tudo quase era verde me lembrava muito da Ramona. Eu não consegui ver mais a logo da cafeteria, os copos e nem o meu próprio uniforme esverdeado com o avental sem pensar naquela que poderia ter sido a minha melhor amiga por anos.

- Ela disse que poderia voltar a trabalhar no Shopping. Talvez eu a reveja.

Agora eu trabalhava em uma hamburgueria de trailer no Barra Shopping ainda. O food truck ficava perto da megaloja da Cacau Show na parte externa.

Eu lembro da Ramona me falando disso e de que poderíamos nos rever como colegas no mesmo shopping, cada uma em um estabelecimento diferente.

Mas depois do que eu recebi dela pelo Twitter eu já não tinha tanta esperança de que a veria. O perfil da ativista e filósofa Ayana Ribeiro me bloqueou e a própria conta da Ramona foi desativada (por ela ou por outra pessoa, eu já não sabia nada e não podia afirmar mais nada).

E eu só trabalhava pensando no áudio da Ramona. A voz alucinada e excitada dela latindo e me convidando para comer uns tais de doces pretos não saía da minha cabeça. Até mesmo o vídeo dela com o rosto molhado e uma mão preta lavando o seu cabelo também não saía da minha retina.

E foi em um dia desses de expediente, onde tinha pouco movimento de clientes, que eu ajustava algum outro canal na pequena tv de LED afixada no food truck.

E então (enquanto procurava algum canal de futebol que era a preferência dos consumidores) eu passo rápido pela Globo News.

E lá estava ela.

A Ayana Ribeiro.

Ela estava em um programa e falava como que a administração Biden com a Kamala Harris apresentaria melhorias e avanços na luta do movimento negro.

- Em seu primeiro dia, o novo presidente americano já assinou diversos decretos, dentre eles um sobre a nova estrutura organizacional da polícia. Eu, como ativista e especialista em racismo estrutural, posso afirmar que seria até melhor caso mais da metade das vagas da polícia fossem reservadas só para negros.

- Isso não seria uma medida extremada, doutora Ayana?

- Não mesmo. Para combater o racismo e os extremistas negacionistas (como os que invadiram o Capitólio), medidas assim são necessárias. Só assim a truculência do Estado pode ser combatida. Com os pretos e pretas passando a deter parte grande do poder coercitivo. E não só esse. Mas também expoentes na área acadêmica, cultural e econômica, nem que seja a força com ações públicas e políticas afirmativas. Isso que é representatividade negra e a negritude no seu lugar e o fim do racismo de fato.

- Entendo. Peço desculpas doutora. Eu acho que me expressei mal. – O repórter branco gagueja e cora.

Eu coro mais que ele porque eu vi que ele não falou nada demais (do que ele estava se desculpando? Por ser branco? Quase como se ele se sentisse ou soubesse que era inferior por seja lá que motivo e precisasse pedir desculpa sempre pra não ser racista). E eu sentia que essa ativista negra tinha relação direta com o paradeiro (ou não paradeiro) da minha melhor amiga, a Ramona.

E então uma empregada com longos cabelos verdes aparece com uma bandeja com um copo d’água.

- Ramona!!

Eu grito e esqueço completamente que estava no meio do meu trampo.

- Perdão, Guga Chacra. Era só a minha empregada. Pode ir.

Ela tinha feito um sinal com a mão e seu semblante tinha um meio lábio de nojo. Parecia que a Ayana estava dando um xô para uma cachorrinha sarnenta. Foi sutil aquela metalinguagem. Mas apesar disso eu vi na Globo News aquela influenciadora preta bombada do Tt e representante intelectual do movimento negro publicamente tratando a minha amiga como quase uma empregada escrava e subliminarmente se impondo superior a ela.

O mais importante é que agora eu sabia o que aconteceu com a Ramona.

Graças a Deus a dona do trailer não estava hoje, se não eu teria perdido o emprego com o meu grito de surpresa e chilique ali em público.

Eu desligo a televisão e volto a olhar pra frente e a atender, mais tarde eu remoeria isso com todo o resto.

- Oi, Chau. Estou aqui já a uns 20 segundos esperando ser atendida.

E a mesma garota que apareceu como serva de casa da Ayana no quadro da Globo sobre eleição americana, BLM e racismo estrutural estava na minha frente agora.

- Ramona!! Meu Deus!! Eu não acredito que você está bem!!

Eu nem me toquei que o programa era gravado e não ao vivo. Eu saio pela portinha lateral do food truck e abraço ela de touca e avental e tudo.

- Chau, sim. Estou bem.

Ela estava com um cabelo comprido e agora preso em um coque magnífico de belo.

A Ramona estava diferente. Ela não parecia mais aquela assexual tímida ou a adolescente hipster de antes. Seja lá o que a Ramona viveu, fez ela se tornar uma mulher em poucas semanas.

- Ramona, onde você esteve? O que aconteceu?

- Podemos sentar? Em algum lugar mais isolado?

- Ok. Claro, amiga.

Eu pego duas cadeiras e uma mesa do carro que sobraram e monto-as do lado do truck e meio escondido. O baixo movimento naquele final de terça me ajudou nisso.

- Posso comer algo?

- Claro, Ramona. O que você quiser.

Eu parecia uma louca afobada ao fechar temporiamente a loja e botar umas cadeiras pra falar (e até comer) com uma amiga.

Pegando um refri e batata (pra isso pelo menos eu botei o dinheiro respectivo da minha carteira na caixa registradora) eu sento novamente e ofereço o rango gorduroso e não saudável como uma moeda de troca a fim de saber mais sobre o que aconteceu com a minha querida Ramoninha.

E ela come.

De uma forma diferente. Igual o cabelo. Igual a aura que a cercava. Ela parecia a mesma pessoa e ao mesmo tempo outra. Eu não sei como descrever melhor.

Ela catava curiosamente as batatinhas. Eu noto que ela pegava as batatas com mãos fracas trêmulas, como se essas ações com os membros superiores não fossem hábitos que ela lembrava ou estava acostumada. E depois disso e beber a coca-cola com as duas mãos pra pregar a lata, a Ramona olha fixamente pra mim e diz.

- Chau, vem comigo. Eu te disse antes. Você foi escolhida também.

- Ramona? Escolhida pra o quê?

E ela aponta pra tatuagem embaixo do olho esquerdo dela.

Só agora eu noto que aquela manchinha preta não era mais a tattoo da lágrima negra. Agora era um diamante escuro ligeiramente maior no lugar.

- Pra isso.

- Ainda não entendi.

Ramona fica emburrada. Ela parecia uma política falhando em negociações e incumbências que lhe foram dadas (seja lá por quem) porque agora lhe faltavam palavras e articulações cognitivas que ficaram pra trás em alguma estrada que ela trilhou.

Ela estava linda como nunca. Mas nesse reencontro ela se assemelhava a outra pessoa. Era como se a Ramona estivesse irritada e puta com a inabilidade de lidar com a falta de palavras-chaves que dementaram (também, seja lá por que motivo) na cabeça dela.

- Chau, ou você vem comigo e me vê de novo. Ou não vem e nunca mais me vê. Tchau.

Ramona termina de comer e beber, limpa a gordura da cara com a mão (sem guardanapo e nada, e olha que eu dei tudo em uma cestinha pra ela) e sai.

E eu fico ali sozinha, vendo a minha melhor amiga me deixando pelo que dessa vez poderia ser pra sempre. Já que ela sabia onde eu estava e eu não tinha bulhufas de ideias de como poderia vê-la novamente caso desejasse.

- Não.

Não vou deixar essa amizade morrer assim de forma tão estúpida e de supetão.

- Ramona, espera por mim!

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

Ufa, a chinesa veio.

- Ramona, aonde estamos indo?

- Estacionamento. Tem um carro esperando a gente.

- Tá. E ele vai pra onde?

Chata demais, ela só fala.

- Pra minha casa. Você vai me visitar.

Por algum motivo ela fica feliz com isso e abraça o meu braço enquanto descíamos para o subsolo do shopping.

(Vai entender essa doida oriental...)

- Own, vamos passar a tarde e noite juntas? Uau que sonho! Eu vou fazer que nem você, pedir demissão de tudo e tacar o foda-se.

Eu não falo mais nada e guio ela para o carro.

- É aquele. Entra atrás comigo.

Eu abro a porta e ela fica meio pra trás.

- Mas quem está aí? É Uber?

- Tanto faz. Entra e obedece.

Eu puxo ela e a boto no carro e fecho a porta depois de sentar do lado dela.

- Uau. Você é forte. Achei sempre que você era uma rockeira magrinha e toda alternativa. Mas tudo bem, vou perdoar essa sua truculência porque estou com saudades de você e estou no mundo da Lua de alegria. Rsrs. Nem acredito que estou indo pra casa da Ramona!!

Agora o carro sai e eu fico pensando em o que a Ayana queria que eu perguntasse para a minha ex amiga do café.

O que era mesmo?

Já sei!

- Chau, você é virgem?

- Oi?!

- Virgem. Você é?

E ela fica ruborizada e nervosa.

- Por que dessa pergunta?

- Só responde. Você é ou não?

A oriental olha apreensiva para os lados e sem saber quem dirigia ou para onde estava indo ela me confidencia baixo para que só eu escutasse ali.

- Sou. Sou sim virgem.

Tinha mais perguntas?

Hum...

Sim!

- Chau, eu quero conhecer minha melhor amiga. Então responde todas. Você tem relações com muitas pessoas aqui? Muitos laços de família?

- Olha. Minha família é chinesa. Eu vim de intercâmbio pra UERJ e fazia Relações Internacionais. Mas larguei e estou em um apê alugado na frente do Barra Shopping e trabalho nele para conhecer pessoas novas. Resumindo, sou sozinha aqui. Minha família inteira está a vários oceanos e milhares de quilômetros de distância.

- Tá. Você já usou alguma droga?

- Nossa. Que pergunta inesperada. Kkkkk. Mais até do que a da virgindade. Então, não. Não se preocupe comigo nesse aspecto. Eu nunca usei entorpecentes. Eu bebo socialmente só, se é que bebo porque ainda não tenho amigos a não ser você, Ramona.

Acho que foi tudo.

O que vem agora?

- E agora...

- Ramona? Eu confio em você mas estou meio apreensiva. Eu não vejo o aplicativo do Uber aberto com o motorista e ele nem nos responde. Esse negão forte é motorista de aplicativo mesmo?

Lembrei!

- Sim. Quer um doce?

Eu pego dois doces de bolinha de uma bolsa plástica pequena que só tinha eles restantes e dou um pra Chau.

- Esse é o doce do vídeo? O que você gravou e me falou?

- Que vídeo? – Nem sabia do que a de olhos puxados estava falando.

- Esquece. Ramoninha, posso comer mesmo?

Que vagabunda oriental desconfiada e irritante demais!

- Sim. Eu te dei pra isso. Come logo, Chau. Veja, eu vou comer também.

Eu boto o meu na boca e a chinesinha faz o mesmo.

E?

Na hora ela se tremelica toda e começa a passar muito mal.

- Ganga. Pode passar a mala. Obrigada, Mestre.

E depois disso eu recebo a mala que estava escondida antes nos pés do banco do carona vazio.

E então eu estalo os dedos e me preparo para o meu último trabalho do dia.

- Pelo menos essa tagarela da China desmaiou e calou a boca. Agora é só empacotar como a Ayana me disse.

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Eu desmaiei?

Quando eu acordei eu estava em uma espécie de bolsa ou mala e só via um pouco de luz e sol por um pequeno espaço de zíper aberto.

- Uau, meu coração ainda está disparado. Ramona! Onde estou? Quem está aí? Eu-

A minha bolsa é arrastada e eu assim retumbantemente bato a cabeça no chão.

- Calma, Ramona. A sua irmã de sub-raça e subespécie está aí dentro. Não machuque a sua semelhante tanto assim.

- Sim, Mestra.

- Pode abrir.

Então a mala em que eu estava é aberta e eu vejo a Ramona ali ajoelhada do meu lado. E além disso eu vi que me encontrava em uma chácara no meio de uma serra isolada. Havia várias pequenas casinhas em volta.

E.

A ativista e filósofa negra com muitos livros acadêmicos versados em racismo estrutural, movimento negro e igualdade racial.

Ayana Ribeiro.

- Então é você. Você que me enviou o vídeo. Você que gravou a Ramona tomando banho. Você que fez tudo isso com ela. Eu sou uma completa idiota. Como que eu não juntei as pistas óbvias até agora?

Ela se limita a passar a mão na minha cabeça e no meu cabelo como se eu fosse uma cadela e diz.

- Você não notou antes porque é branca, e por isso é naturalmente burra e deficiente de inteligência. Tanto que aceitou acompanhar a sua amiguinha Ramona e caiu no bait mais cristalino da face da terra que era roubada. Enfim, gostou do sítio, vadia oriental?

Eu olho em volta e vejo as casas simples, porém bonitas ao meu redor. E nelas alguns moradores (todos negros) me olhavam das suas janelas.

- É bonito. A Ramona mora aqui? Eu estou visitando ela por hoje?

Eu estava tão desorientada e perdida que eu ignorei ela me chamando de vadia.

- Visita? Você não está visitando ela. Você, Chau, irá morar aqui. Antes seria lá na antiga vila. Mas eu abri mão de uma parte robusta dos meus investimentos monetários e comprei esse sítio isolado e trouxe todos os moradores que aceitaram e conheciam a nossa cadelinha verde e construí casas pra todos. Agora é uma chácara. Uma comunidade pequena. É o Grupo de Lapidação 21 com CEP e CNPJ. E você será a segunda pedra a ser lapidada e produzida, nesse meu novo método mais agressivo. Ramona, amarra ela.

Eu sou jogada na grama e a Ramona estava com uma corda e me amarrando toda.

- Nossa!! Tá apertado e doendo!! Amiga, o que você tá fazendo?! Para!!

A Ayana tapa a minha boca e espera eu terminar de gritar.

- Quieta, putinha Made in China. Foi você que pediu por isso. Entre viver e seguir a sua vida ou saber o que aconteceu com a sua amiguinha, você optou pelo segundo. Sabe o que isso significa?

Ela deita o seu rosto no meu. Aquela preta da televisão agora era um filme em 3D e sua face me encobria e me dominava, seus cabelos africanos em tereré muravam o meu mundo e tudo que eu via era aquela negra em cima de mim.

- Isso significa que você vai sentir na carne o que a Ramona sentiu. Eu vou te transformar em uma segunda Ramona. Meu segundo Diamante. Se essa palavra não fez sentido pra ti, se todos os tweets da sua amiga de cacho verdes não eram coerentes pra você e se até o estado absorto e meio retardado dela lhe eram um mistério. Nada disso vai permanecer assim. Você achará a verdade e por ela será libertada. Uma liberdade que nenhum branquinho lá fora jamais pode conceber e pode alcançar. A mesma liberdade que eu dei (em minha imensa benevolência) pra Ramoninha eu também te darei. Ao seguir os passos dela o seu verdadeiro brilho surgirá. Eu tenho um Diamante com brilho verde esmeralda que é a minha Ramona, e a outra joia que terei e também será bela como as jades do seu país de nascença é você, minha futura cadelinha oriental. Você passará por tudo que a Ramona passou. Será lixada como ela, fodida como ela, polida como ela, estuprada como ela, desbastada como ela, montada como ela e marcada como ela. Sua nova vida começa agora, Chau. E de tudo que você já fez ou foi, eu deixarei só o seu nome, assim como deixei o da Ramona. E que comece a segunda lapidação de Ayana Ribeiro.

Chorando eu sou carregada pela Ayana e a Ramona para o interior da maior casa de lá.

Parece que meu sonho se realizou.

Eu viverei pra sempre aqui com a Ramona agora.

O Segundo Diamante desses pretos.

Em breve eu entenderia o peso e significado disso.

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Comentários

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04/02/2021 15:03:56
Pronto!! Ramona está finalizado. Gostaram? Já querem ler a continuação? Bella já está sendo produzido e está no 7º Capítulo. Beijos e muitíssimo obrigada!!


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