A Deusa Taweret - Capítulo 33 - Os Chefes da Tribo

Capítulo 33 – Os Chefes da Tribo

Uma semana depois eu finalmente falo com o Zabu na hora do almoço e organizamos juntos como seria a questão dos núcleos.

- Filho da Sarah, eu tenho contatos no Brazil. Uma tribo de lá tem um chefe chamado Umba. Ele vai criar um desses campos que a Deusa quer lá mesmo no país dele. Esse Chefe Umba me disse que até as primeiras Candidatas já estão indo para lá, e que no Brazil eles chamam estas jovens promissoras de Camila.

- Camila?

- É um nome local deles. É assim que o Umba vai chamar aquelas que tiverem força para aguentar bem o serviço de ser o recipiente da Taweret e de gerarem muitos filhos e dar prosperidade para nós.

- Entendi. E os métodos? Ele te falou?

Parecendo meio contrariado por eu estar questionando, o Zabu diz.

- Sim. Ele me disse que essa tribo é um quilombo africano isolado. Ele vai atrair as jovens brancas das cidades de pedra pra lá com promessas falsas. E quando elas chegarem lá serão capturadas e estupradas pelo vilarejo inteiro.

Inacreditável.

Eu nem sabia se queria escutar mais detalhes ou não.

- E como este tal de Umba saberá quais das garotas estarão mais preparadas para virem aqui como Candidatas para a Taweret escolher a dedo?

Zabu dá uma sorriso sádico e responde.

- Eu expliquei para o Umba o que a Taweret precisava. Que a jarra tinha que ser resistente para aguentar a alma da Deusa. Que a menina para o Ritual de Transferência teria que aguentar ser fodida por vários, engravidar e parir crianças saudáveis e amamentá-las como seus filhos e gostar disso e repetir o ciclo todo. Que a Candidata teria que ser humilhada e abusada até o corpo e a mente dela se acostumar com o sacrifício da sua existência anterior pra renascer no futuro como Deusa, gerando bebês pretos e procriando por décadas e com fôlego e vitalidade para tal. E ele entendeu a honra disso.

Nossa.

Que honra do caralho.

‘’É uma honra sim. Sua mãe está tendo essa honra e cadê que você está triste? Até se acostumou a ver a sua mamãe Sarah nessa posição’’.

Eu fico vermelho com essa intrusão da Taw na minha cabeça. mas o Zabu continua.

- Aí o Chefe Umba irá criar o que ele chamou de Colheitas. Cada uma será uma das etapas do que a Deusa Taweret precisa e deseja no seu futuro invólucro carnal. Serão 5 Colheitas diferentes que o Umba disse que terão lá. A captura das jovens e o estupro coletivo é a primeira Colheita. E a última será o envio das Candidatas. Quer escutar as outras?

Não mesmo.

- Não precisa. Já entendi por alto. Parece eficiente. Vai ser assim em todas os outros países que você for atuar na América?

- Sim. Canadá e México eu já tenho outras fontes. Vai ser parecido. Seu método será assim?

Mas nem fudendo.

- Infelizmente não. Viajarei pela Europa e trarei aquelas que tem fetiche por isso. Somente as que quiserem vir.

- Demônios Brancos não tem que querer nada. Eles existem pra isso. Carregar nossas sementes é a função delas. E com o tempo essas escravas brancas inferiores entendem. Sua mamãe gritou, chorou e esperneou. Mas no final ela entendeu o papel dela e desistiu de lutar contra nós.

Se eu tivesse uma faca eu teria enfiado no pescoço dele, ou teria tentado agora.

‘’Calma, o Zabu está mentindo. Ninguém fez isso. Ela não sofreu. No máximo a Sarah foi forçada a tomar o Chá. Mas ela não sofreu e esquecia destes momentos traumáticos, foram só sonhos ruins que sumiram na memória dela. Não caia na provocação dele.’’

Esse arrombado está debochando da minha mãe!

‘’Está. Eu não vou repreender ele só por isso. Isso é um teste seu. O Zabu está vendo se você tem sangue frio. Não joga fora a oportunidade que eu te dei de ser o meu Mensageiro mundo afora, com o luxo de viajar e procurar o seu pai, a Ada.’’

Mas esse Zabu é um sádico desgraçado!

‘’Discordo. Mas eu entendo o seu ponto de vista. Porém lembre-se que você não vai precisar mais ver ele no futuro. Vocês estarão em continentes distintos’’.

Tudo bem, obrigada TawTaw.

- Legal. Interessante.

- Eu abusei a sua mãe nos primeiros dias dela aqui. Quando o ex-chefe da tribo me colocou como assistente dela, eu acompanhei a sua Sarah quase desmaiando depois do almoço servido com Chá só pra ela. Com ela zonza e desorientada na cama eu rocei o meu pau na cara da sua mamãezinha e também nos peitões dela. Com ela ainda sonolenta chupei aqueles melões pálidos da sua mãe. Eu fiz ela até cheirar o meu saco enquanto ela balbuciava coisas sem sentido, eu sabia que ela iria esquecer tudo mesmo. Nem sei papai deve saber que desde tão cedo ela já estava sendo abusada.

- Uau. Daora.

- Sua raça é inferior. Sua mãe teve a honra de dar algum significado decente e virou o corpo da Deusa. Mas as outras mulheres da sua raça, suas tias e parentes fêmeas que são subespécie serão estupradas e terão nossos filhos a força pelo planeta inteiro. Você é só um lixo de um Demônio Branco e-

E ele para.

A cara dele se enche de pavor e tremendo ele abaixa a cabeça.

E eu entendi que a Taweret estava dando um esporro nele.

Quando ele volta a falar era baixinho e quase fino.

- Me perdoe, filho da Taweret. Eu me exaltei. Isso não acontecerá novamente. Peço desculpas. Boa sorte a você com a missão que a Deusa te deu. Me perdoe.

- Tudo bem. Sem problemas. Até mais e boa sorte pra ti também.

- Obrigado. Até.

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Eu me sentia o fodão ao sair da casa do chefe da tribo.

- Acho que vou pescar.

Uma das coisas de fora que tinha magicamente ali era obviamente muitas varas de pesca, molinetes, anzóis e rolos de linhas. Agora parte do sustento vinha com vários pescadores tribais pescando no rio Zambeze com equipamento moderno de pesca esportiva.

Eu pego o meu kit de pesca em casa e vou para um trecho isolado e tranquilo que só eu conhecia.

Mas quando eu chego lá já havia um senhorzinho pescando.

- Oi, meu jovem. Descobri o seu lugar secreto? Peço desculpas, se quiser eu saio.

E então eu reconheço o rosto.

- Você é o antigo chefe da tribo!

Eu quando tinha só uns 15 anos eu vi esse senhor no Skype ao lado da minha mãe.

- Sim. Como você cresceu. Já é um homem. A Deusa estava certa quando disse que você viria. As profecias dela sempre se realizam. Posso pescar do seu lado?

- Claro.

E calado eu sento do lado dele e vou pescando em paz.

Mas depois de uns 20 minutos ele quebra o silêncio e começa uma conversa.

- Você me culpa? Por trazer a sua mãe aqui?

Essa era uma pergunta foda.

- Eu não sei. Eu fico triste porque não posso voltar à vida que eu tinha. Mas esta realidade era o meu pai super protetor tentando compensar a ausência da figura materna me mimando e me tratando como se eu fosse um bebê mesmo sendo adolescente. E eu vendo a minha mãe por poucos dias espaçados por meses entre cada visita. Ela mesma só me dava uns 15 minutinhos por semana durante as missões da ONU. Minha mãe vivia realmente para isso, para se doar e ensinar tribos isoladas.

- Eu entendo o que você está falando. Eu também me sinto um pouco assim. Dividido. Eu fico feliz pelo nascimento da Taweret, já que a minha família existia só para essa função, mas eu não queria causar sofrimento a ninguém. Eu só envolvi a sua mãe porque a Sarah era perfeita, sua mamãe era como uma bela estrela cadente que só nasce no céu a cada mil anos. Eu não podia desperdiçar essa oportunidade de ouro.

Eu limpo uma lágrima solitária.

- Ela era realmente uma estrela. Você está certo nisso.

- Eu fiz o máximo para que a transferência fosse indolor. Zabu e os outros queriam estuprar a sua mãe no primeiro dia e queimar todos os equipamentos dela. Eu, como chefe na época, fui contra por muitos motivos. Eu sabia que se fizéssemos isso a tribo que seria atacada e destruída, pois vocês retalhariam. Mas a principal razão sempre foi proteger a mente da sua mãe Sarah e não traumatizá-la muito. Eu queria que ela visse tudo ao seu redor como escolhas dela mesma. Queria ser o mais humano possível, mesmo ela sendo parente dos Demônios Brancos, sua mãe sempre foi amável e eu nunca senti maldade vindo dela.

A diferença dos chefes era tremenda.

Antes era este velho humanista e fiel.

E agora era o sádico e indisciplinado do Zabu.

- Senhor, tudo bem. E eu li os relatos do meu pai. Ela não notou o que estava acontecendo. Tenho certeza de que a minha mãe sofreu o mínimo possível. Eu queria te agradecer por ter pensado nela.

- Não precisa, meu jovem. Você agora é um habitante daqui também. Come da nossa comida, veste nossas roupas e partilha da nossa fé na Taweret. Saiba que quando o seu corpo descansar na terra a sua alma irá rever a sua mãe dentro do infinito amor da Deusa.

- Eu sei. É estranho, porque é como se a Taweret fossa a minha Sarah mesmo. Como se a minha mãe tivesse influenciado bastante a Deusa.

E o ex-chefe cai na gargalhada e quase perde a vara de pesca dele no rio.

- Hahaha. Eu pensei que era o único que sentia isso. A Taweret que a nossa tradição oral conhecia era mais impiedosa e menos ingênua. Acho que a gota espiritual que era a sua mãe, mesmo sendo pequena, foi muito moderna e diferente das outras que viviam no mar que é a Deusa. Então esta Taweret deve lembrar mesmo a sua mãe.

- Entendi.

E a gente volta a pescar em paz.

E uma meia hora depois ele fala. Ele me parecia um idoso carente por conversa e gente boa.

- Você partirá logo para a sua missão nas cidades de pedra?

- Vou. Amanhã conhecerei as minhas 3 esposas. Daqui a um mês e pouco eu estou voltando para a Europa. Irei começar a trazer candidatas da Inglaterra, a minha terra natal.

- Compreendo. Espero que tenha o cuidado de ser sutil e delicado com elas. Assim como eu fiz com a sua mãe.

- Sim. Não serei como o Zabu. Irei ser mais humano e tentarei não machucar ou ferir a mente e corpo das garotas que serão recrutadas.

- Assim que se fala. E sempre que quiser pescar. Eu estarei por aqui, Tudo bem?

- Tudo.

E sem pegar nenhum peixe sequer como sempre eu me despeço do ex-chefe da tribo e volto para a minha casa.

- Até logo! Te vejo qualquer dia desses.

- Até mais, filho da Taweret e da Sarah!